segunda-feira, 9 de julho de 2012

Financiamento a estados e municípios para a provisão de abastecimento de água e saneamento básico




O programa não apresentou resultados finalísticos em 2001. Nesse exercício, a Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano - SEDU concentrou esforços na solução de diversos entraves à execução do programa.

Ampliado em R$ 1 bilhão, por intermédio da Resolução nº 2.920, de 2001, do CMN, o limite de operações com o setor público, viabilizando a realização de operações em 2002.

Aprovado, pelo Conselho Curador do FGTS, o orçamento para 2002 no valor de R$ 1,4 bilhão.

Renegociado com o BID o componente de investimentos do Projeto de Modernização do Setor Saneamento - PMSS II, com a CAIXA e o BNDES assumindo a condição de mutuários, no lugar da SEDU, tendo em conta a proibição da Lei de Responsabilidade Fiscal ao repasse de financiamentos pela União a estados e municípios.



O programa Saneamento é Vida reúne ações de financiamento a estados e municípios para a provisão de abastecimento de água e saneamento básico, cujas principais fontes são o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS e os recursos próprios da Caixa Econômica Federal - CAIXA e, em menor monta, aqueles oriundos de financiamentos externos. A CAIXA é o maior parceiro do programa, figurando como agente financeiro dos recursos do Orçamento da União e do FGTS. O programa não apresentou resultados finalísticos em 2001. No entanto, a Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano - SEDU e a CAIXA concentraram suas atividades no enfrentamento dos diversos entraves à execução do programa, tendo conseguido solucionar vários destes problemas. No exercício de 2001, não se efetivou nenhuma contratação de ações financiadas com recursos do FGTS devido ao atraso na alteração do seu orçamento para 2001, que só ocorreu em outubro, e devido às Resoluções do Conselho Monetário Nacional nº 2.553, de 1999, 2.668, de 2000 e 2.827, de 2001, que dispõem sobre o contingenciamento do crédito ao setor público. Conforme informado pelo Banco Central do Brasil, o limite de R$ 1 bilhão para empréstimos ao setor público determinado pela Resolução nº 2.827, de 2001 já estava totalmente comprometido, inviabilizando novas contratações.

Como resultado das negociações com o Ministério da Fazenda e da criação de um grupo de trabalho com a participação de diversos ministérios e instituições financeiras públicas para estudar alternativas para a retomada dos financiamentos às concessionárias públicas, conseguiu-se alterar o limite da Resolução nº 2.827, de 2001, do CMN. Por intermédio da Resolução nº 2.920, de 2001, do CMN, o limite de operações com o setor público foi ampliado em mais R$ 1 bilhão. Com esta medida e a aprovação pelo Conselho Curador do FGTS do Orçamento de 2002, no valor de R$ 1,4 bilhão, torna-se possível alcançar as metas previstas para 2002. Assim, apesar do Programa não ter sido executado em 2000 e 2001, as perspectivas para o ano de 2002 e 2003 são positivas.

As ações a serem realizadas com recursos internacionais não foram implementadas no exercício de 2001 em razão da alteração nas condições de financiamento ao setor público, decorrentes da Lei Complementar nº 101, de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal). A lei impede a União de repassar financiamentos para outros entes da Federação, contrariando a estratégia prevista anteriormente no acordo com o BIRD. Tal fato inviabilizou a execução do componente de investimentos do Projeto de Modernização do Setor Saneamento - PMSS II. O Governo Federal renegociou com o BIRD os recursos relativos ao componente de investimentos do PMSS II, alterando seus mutuários. Ao invés da SEDU, quem tomará os recursos do BIRD para financiamento aos prestadores públicos e privados serão a CAIXA, com uma participação de US$ 75 milhões, e o BNDES, com US$ 30 milhões. À SEDU caberá a parte de estudos e de desenvolvimento institucional do programa. A Comissão de Financiamento Externo - Cofiex já aprovou a nova estrutura do projeto e os novos acordos com a CAIXA e o BNDES deverão ser efetivados até abril de 2002. Existe a expectativa de que haja contratação de financiamentos pelos prestadores de serviço de saneamento junto à CAIXA e ao BNDES ainda em 2002.

Em 2001, a concepção do programa foi revisada, cabendo ressaltar que as ações de saneamento que até 2001 faziam parte de outros programas da SEDU (Morar Melhor, Nosso Bairro e Reestruturação de Regiões Metropolitanas) foram transferidas para o Programa Saneamento é Vida em 2002, concentrando as ações de saneamento a cargo do órgão em apenas um programa. A inclusão de novas ações também deverá ampliar as possibilidades de execução do programa em 2002. A transferência das ações para o programa, a aprovação do orçamento do FGTS e o fato de não ter havido contratações em 2000 e 2001, tornarão necessária a adequação das metas físicas para o plano plurianual a partir de 2002.

Os indicadores originais do programa são de difícil apuração. Assim, há a necessidade de alteração nos indicadores para os anos de 2002 e 2003, sendo selecionados 3 indicadores que constam do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS. São eles: índice de atendimento de água (1999 - 92,7%; 2000 - 93,7%); índice de atendimento de esgoto (1999 - 37,5%; 2000 - 39,4%) e índice de tratamento de esgoto (1999 - 59%; 2000 - 61,2%). Observa-se que os indicadores tiveram evolução de 1999 para 2000 devido aos investimentos realizados com capital próprio dos concessionários, bem como pelos desembolsos dos contratos firmados em 1996, 1997 e 1998 com recursos do FGTS. O levantamento da situação em 2001 está em fase inicial pelo SNIS. A SEDU não dispõe de instrumentos funcionais e operacionais para realizar uma pesquisa sobre satisfação do público-alvo, entretanto, o PMSS II, por meio do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, está estudando a inclusão de indicadores de qualidade dos serviços.

Considerando que as ações serão implementadas no âmbito nacional e que novas ações foram incorporadas ao programa, para que estas possam ser executadas e monitoradas tempestivamente, será necessário ampliar o quadro técnico. Atualmente esta Gerência dispõe de apenas 1 técnico e 1 secretária. Além disto, a estrutura institucional da SEDU ainda não está adequada ao novo modelo gerencial. Registra-se que, mesmo não tendo ocorrido contratações com recursos do FGTS nestes dois anos, a CAIXA tem disponibilizado adequadamente as informações sobre todos os contratados efetivados desde 1995, com recursos do Orçamento da União e do FGTS.



Do ponto de vista da concepção, registra-se a necessidade de alteração nos indicadores e nas metas das ações do programa. É necessária a inclusão de indicadores de atendimento de água, de atendimento de esgoto e de tratamento de esgoto. A aprovação de uma nova estrutura para o órgão e a contratação de um número adequado de funcionários constituem peças fundamentais para a melhoria do desempenho do programa e do próprio órgão.



http://www.abrasil.gov.br/avalppa/site/content/av_prog/23/04/prog2304.htm
http://www.mma.gov.br/governanca-ambiental/portal-nacional-de-licenciamento-ambiental/item/8308-abertura

Nenhum comentário:

Postar um comentário