segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

ESTUDO DE MINERAÇÃO DA PRAIA DO PRATIGI, MUNICÍPIO DE ITUBERÁ

 AREIAS ILMENÍTICAS DE PRATIGI, MUNICÍPIO DE ITUBERÁ
CARACTERÍSTICAS: Compreende mineralizações de placers de ilmenita, com rutilo, cianita e zirconita associados, relacionadas com cordões litorâneos localizados na região de Valença a Itacaré. Dez áreas de pesquisa de titularidade da CBPM distribuem-se numa área de 8.697,12 hectares. Os trabalhos de pesquisa e avaliação mineral desenvolvidos pela CBPM nas áreas de pesquisa de sua titularidade localizadas na região de Pratigi, no litoral sul da Bahia, resultaram no dimensionamento de 8,2 milhões de toneladas de areias ilmeníticas (cut-off 1,5%), com teor médio de 3,09% de minerais pesados, predominantemente ilmenita, estaurolita e zirconita, em depósitos placers antigos relacionados a cordões litorâneos.
Com o objetivo de estudar em detalhe os aspectos ambientais envolvidos na futura explotação dos depósitos, a CBPM contratou um grupo multidisciplinar de consultores externos que desenvolveram estudos de zoneamento ambiental na área de ocorrência das areias ilmeníticas. Os resultados desses estudos demonstraram que é perfeitamente possível compatibilizar as operações de lavra com as normas ambientais em vigor, tanto mais quando se considera que o método de lavra proposto (dragagem por sucção, seguida de concentração gravimétrica) executa imediatamente, e de modo contínuo, a recomposição das áreas lavradas. 
A área avaliada, com extensão de 21km por 11km, abrange depósitos de minerais pesados formados em extensos cordões litorâneos, de idade holocênica e pleistocênica (Figura 1), durante fases de avanço e recuo do mar (jazidas do tipo paleopraia). Os depósitos foram amostrados com furos de trado, em malha de pesquisa de 500m x 50m. As amostras, após concentração dos minerais pesados, foram submetidas a estudos mineralométricos para identificação dos minerais e determinações de teor. Os resultados subsidiaram a elaboração da modelagem do depósito, feita com o software Gemcom. As análises mineralométricas efetuadas em 50 amostras de concentrados têm os seus valores médios expressos na tabela 1:
TABELA 1 - COMPOSIÇÃO MINERAL MÉDIA DO CONCENTRADO
DE MINERAIS PESADOS DA REGIÃO DE PRATIGI, ITUBERÁ- BAHIA
MINERAL
PESO (%)
MINERAL
PESO (%)
Ilmenita
75,14
Rutilo
0,35
Estaurolita
9,31
Hiperstênio
0,23
Zirconita
4,83
Espinélio
0,07
Cianita
4,26
Epidoto
0,02
Silimanita
1,65
Monazita
0,02
Turmalina
1,33
Muscovita
Traços
Actinolita
1,22
Anatásio
Traços
Andaluzita
0,97
Clorita
Traços
Granada
0,59
Biotita
Traços
Para a modelagem do depósito foram considerados os dados das pesquisas realizadas pela CBPM nas áreas de Barra dos Carvalhos, Rio do Campo e Barra do Serinhaém e o contorno das áreas de preservação ambiental definidas nos estudos de zoneamento realizados por consultoria contratada pela CBPM (Figura 2).
Para o cálculo das reservas foram usados teores de corte (cut-off) de 1,5%, 1,8% e 2,0%, que normalmente são utilizados por empresas que explotam depósitos de minerais pesados similares. A distribuição das reservas por intervalo de teor de minerais pesados nos depósitos de Pratigi, para o cut-off 1,5%, é mostrada na Figura 3. A Tabela 2 sintetiza as reservas da região de Pratigi, discriminadas por zona ambiental e por diferentes teores de corte.
TABELA 2 - RESERVAS DE MINERAIS PESADOS NA REGIÃO DE PRATIGI (em toneladas)
 
Teor
de
Corte
(%)
ZONAS AMBIENTAIS DO DEPÓSITO
 
RESERVA TOTAL
Zona de
Mangue (ZM)
Zona de vida silvestre (ZVS)
Zona sem restrição ambiental (SRA)
Reserva (t)
Teor Médio (%)
Reserva (t)
Teor Médio (%)
Reserva
(t)
Teor Médio
(%)
Reserva
(t)
Teor Médio
(%)
1,5
510.003
2,36
187.528
2,35
7.520.509
3,18
8.218.040
3,09
1,8
386.029
2,74
142.549
2,71
6.647.654
3,62
7.176.233
3,54
2,0
319.486
3,02
119.675
2,71
6.139.055
3,93
6.578.216
3,54




A pesquisa foi desenvolvida pela CBPM em três etapas distintas (Valença-Itacaré, Ilmenita de Serinhaém e Rio do Campo) cujos resultados, conjugando informações geológicas, econômicas e ambientais, apontam para a viabilidade da explotação sustentável dos depósitos de areias ilmeníticas de Pratigi, em harmonia com as normas legais e princípios de preservação do meio ambiente.
4 - OURO E METAIS BASE DO RIO SALITRE
CARACTERÍSTICAS: Prospectos em estágio inicial de exploração - Anomalias geoquímicas e geofísicas, sondagens e registros de massas de sufetos maciços, essencialmente a pirita-pirrotita, rastreados por uma extensão de 1,5km ao longo do strike.
5 - OURO E METAIS BASE DE SOBRADINHO
CARACTERÍSTICAS: Prospectos em estágio inicial de exploração - Anomalias geoquímicas e geofísicas, e um furo de sonda rotativo com interseção de mais de 100m de um horizonte pelito-grafitoso com persistentes valores de Au entre 0,1 e 0,4 g/t Au;
6 - OUTROS PROSPECTOS DE METAIS EM ESTÁGIO INICIAL DE AVALIAÇÃO
CARACTERÍSTICAS: Além dos depósitos minerais já avaliados, a CBPM possui outros prospectos em diversos ambientes geológicos do Estado, ainda em estágio inicial de avaliação. Na maior parte, apresenta potencial para ouro, metais-base e ferro. A maioria dos indícios de mineralização está localizada em ambientes vulcanossedimentares do tipo greenstone belt, que ocorrem em várias partes do Estado. Esses prospectos foram selecionados a partir de dados de levantamentos geológicos e aerogeofísicos, realizados em áreas requeridas pela CBPM. As informações contidas nos prospectos, ainda em estágio preliminar de avaliação de dados, relacionam-se com registros isolados ou agrupados de ocorrências minerais e de anomalias geoquímicas e geofísicas. O acervo já reunido está disponível para análise e avaliação por parte dos investidores e empresas de mineração. Ainda assim, a CBPM planeja realizar progressivos trabalhos de pesquisa e avaliação nessas áreas, que apresentam perspectiva de sucesso na atração de novos investimentos para o setor mineral do Estado. Os prospectos mais destacados são aqueles com potencialidade para minérios de ferro, ouro e metais base (Ni, Cu, Pb e Zn). Incluem-se nesta situação os conjuntos de áreas situados na extensão do Vale do Rio Paramirim, no centro-oeste da Bahia, e na borda ocidental da Chapada Diamantina. Em alguns desses prospectos a CBPM já iniciou os trabalhos de pesquisa e avaliação.
7 - NEFELINASSIENITO DE ITARANTIM
CARACTERÍSTICAS: A nefelina é um insumo mineral de largo emprego industrial na fabricação de vidros e produtos cerâmicos. O Canadá e a Noruega são praticamente os únicos produtores mundiais, enquanto os Estados Unidos e a Europa Ocidental são os maiores consumidores. O depósito, situado no Município de Itarantim, no sudoeste do Estado da Bahia, em sete áreas de titularidade da CBPM, com 5.782,57 hectares, compreende um maciço de biotita-nefelina-sienito com 16km de comprimento, largura variando de 3 a 12km e elevação máxima de 300 metros em relação ao terreno circundante. Nos corpos pesquisados, que constituem apenas uma pequena parte do maciço sienítico, foram dimensionadas reservas da ordem de 55,15 milhões de toneladas, das quais 2,65 milhões são de reserva medida (Serra do Felícimo) e 52,5 milhões de reserva indicada. A parte central do maciço alcalino, ainda não pesquisada em detalhe, sugere um potencial superior a 200 milhões de toneladas. A composição mineralógica média dos corpos pesquisados é a seguinte: K-feldspato (30-36%); albita (27-35%); nefelina (23-24%); carbonato (2-3%); minerais contendo ferro, principalmente biotita, com menor quantidade de ferro-hastingsita e magnetita (8-10%) e traços de apatita, titanita e zirconita. O minério do depósito foi submetido com sucesso a testes de beneficiamento e ensaios tecnológicos. Como resultados foram obtidos produtos com valores médios de 61% de sílica, 22% de alumina, 13,6% de álcalis e menos de 0,1% de ferro total, que atendem, portanto, às especificações exigidas pelas indústrias de vidro e cerâmica. Por se tratar de uma jazida de classe mundial, o empreendimento mínero-industrial para produção de nefelina poderá suprir, além de uma indústria de vidros associada ao próprio empreendimento, todo o mercado nacional, seguindo a estratégia de promover a substituição do feldspato.
Os depósitos de Nefelina Sienito de Itarantim e da Areia de Alta Pureza de Santa Maria Eterna, são jazidas de classe mundial que distam entre si aproximadamente 120km, e constituem insumos minerais essenciais para a produção de vidros planos e vidros especiais. Ensaios industriais de produção de vidro plano utilizando a areia de alta pureza de Santa Maria Eterna, juntamente com a nefelina da jazida de Itarantim, resultaram em excelentes produtos, que superam em qualidade as mais rígidas especificações industriais.
8 - CALCÁRIO CALCÍTICO DA REGIÃO DE JACOBINA
CARACTERÍSTICAS: Depósitos aflorantes de calcário calcítico, identificados e investigados pela CBPM no âmbito das áreas de 7 direitos minerários de sua titularidade, totalizando 4.745,57 hectares, situadas nas localidades de Lages do Batata, Fazenda Bonsucesso, Fazenda Ouro Verde, Taquarandi e Caatinga do Moura, no município de Jacobina (seis áreas com 3.880,21 hectares) e Taquarandi, no município de Mirangaba (uma área com 865,36 hectares), distando cerca de 330km a NW de Salvador. O minério desses depósitos é de excepcional qualidade para uso nas indústrias de cal, de cimento portland e de carbonato de cálcio precipitado. Os valores médios, em percentagem (%), de seus principais componentes são os seguintes: CaO – 54,18; MgO – 0,72; SiO2 – 1,36; Al2O3 – 0,19; P2O5 < 0,02; S < 0,04, Fe Total< 0,05; e TiO2 < 0,03.
Nestes depósitos foram dimensionados reservas da ordem de 149,66 milhões de toneladas, das quais 106,24 milhões são medidas, 7,42 milhões são indicadas e 36 milhões são inferidas. Os depósitos da fazenda Bonsucesso e da fazenda Ouro Verde, com reservas medidas de 51,26 milhões e 49,86 milhões de toneladas, respectivamente, são os mais importantes. Os depósitos apresentam excelentes condições de lavra, em razão da baixa relação estéril/minério; incipiente cobertura de solo; inexistência de intercalações silicosas e de níveis dolomíticos checados através de sondagens; mergulho suave das camadas (5o); e grande largura aflorante. A área dispõe de excelente infra-estrutura (energia elétrica, estradas asfaltadas, ferrovia relativamente próxima, água, telecomunicações e serviços) para implantação de um empreendimento mínero-industrial.
9 - LITHOTHAMNE – DEPÓSITOS CALCÁRIOS BIODETRÍTICOS
CARACTERÍSTICAS: Corresponde a acumulações de sedimentos marinhos biodetríticos originados da fragmentação, desagregação e deposição de colônias de algas que foram naturalmente extintas e acumuladas o fundo do mar. Os depósitos estão situados na região litorânea de Belmonte, no extremo Sul da Bahia, no âmbito de áreas de pesquisa de titularidade da CBPM, que totalizam 11.207,21 hectares. As acumulações de calcários biodetríticos marinhos de Belmonte constituem um importante depósito, que apresenta condições econômicas de explotação numa profundidade entre 10 e 25m de lâmina d’água. A CBPM desenvolveu trabalhos de pesquisa e bloqueou uma reserva total de 84 milhões de toneladas, das quais 35,7 milhões são de reserva medida e 48,3 milhões de reserva indicada. O minério carbonático possui os seguintes teores médios: CaO - 36%, MgO - 4% e CaO+MgO - 40%. Estes teores definem o minério dos depósitos avaliados como um calcário calcítico a magnesiano, de acordo com as classificações oficiais de calcário agrícola. Além desses principais componentes, o minério contém trinta micronutrientes sob forma livre e não composta. Isto mostra que, quando dissolvidos, esses elementos tornam-se disponíveis no solo e perfeitamente assimiláveis, tanto pelos organismos animais como vegetais. Esse calcário poderá, então, ser utilizado em agricultura na fertilização de solo e na constituição de ração animal. Essas características físicas e químicas do minério calcário lhes dão aptidão para usos industriais, como um produto carbonatado, rico em micronutrientes, 100% natural e por conseqüência, perfeitamente ecológico, não ocasionando contaminação no meio ambiente marinho e terrestre. Os depósitos reúnem excelentes características que são amplamente favoráveis ao seu aproveitamento econômico.
10 - ROCHAS ORNAMENTAIS – GRANITOS
Buscando ampliar a produção de granitos ornamentais no Estado da Bahia, hoje o terceiro maior produtor do país, a CBPM vem realizando trabalhos de pesquisa visando identificar e avaliar novas jazidas de granito. O objetivo é colocá-las à disposição da iniciativa privada para implantação de novos empreendimentos no setor de rochas ornamentais do Estado. Na atualidade a CBPM detém direitos minerários sobre 41 áreas de pesquisa para rochas ornamentais, distribuídas em várias partes do território baiano, totalizando 9.366,38 hectares. Nestas áreas, a CBPM delimitou 21 jazimentos, dos quais 9 foram transferidos para a iniciativa privada, por meio de processos de concorrência pública. Os outros 12 jazimentos definidos, totalizando reservas superiores a 2,5 milhões de metros cúbicos, permanecem disponíveis ao interesse de empresas privadas.
11 - COBRE DE RIACHO SECO
CARACTERÍSTICAS: As mineralizações de cobre estão situadas no extremo norte do Estado, na região de Riacho Seco, em cinco áreas de titularidade da CBPM, equivalentes a 2.404,52 hectares, no município de Curaçá. As mineralizações são constituídas por disseminações de sulfetos de cobre em rochas gabróicas anfibolitizadas, bastante deformadas. Em superfície, as mineralizações mostram-se oxidadas, transformadas em malaquita. Os trabalhos de pesquisa e avaliação mineral desenvolvidos pela CBPM dimensionaram uma reserva total da ordem de 5 milhões de toneladas de minério, com teor médio de 0,8% de cobre. A reserva é de pequeno porte, mas permanece em aberto a possibilidade de existência de reservas de maior porte. O depósito necessita do desenvolvimento de trabalhos adicionais de avaliação, considerando-se que está situado numa região com alto potencial para mineralizações de cobre, a exemplo da mina da Caraíba.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Geofísica

O que é Geofísica?
É o ramo da ciência geológica que estuda a química do planeta.  A geoquímica utiliza as leis da química para entender os processos que governam a abundância e distribuição dos elementos nas diversas partes da Terra e nos corpos celestes (cosmoquímica), assim como nos diversos materiais que compõem o interior e a superfície da Terra: magmas, rochas, minerais, minérios, água, ar, etc.
Não há consenso entre os diversos autores quanto ao período da história que se pode designar como o início da geoquímica.  Alguns sugerem que os trabalhos de George Bauer (Agrícola), conhecido como pai da Mineralogia, no século 16, podem ser considerados como o início desse ramo da geologia. Bauer nasceu na cidade mineira de Freiberg (Saxônia), na Alemanha.  Trabalhou como químico no laboratório da mina.  Observando as minas, sugeriu que as rochas eram decompostas na superfície da Terra pela água da chuva. Posteriormente, a circulação da água subterrânea formava novas rochas em grandes cavernas subterrâneas.  Bauer não tentou quantificar as reações químicas envolvidas, mas observou que a solução e deposição por fluidos circulantes tinham um papel fundamental na formação do minério.  Seus trabalhos estão documentados no primeiro livro-texto de geologia e mineração: De Re Metallica.
Os trabalhos de James Hutton (1726-1797), pai da Geologia, e Abraham Werner (1750-1817) baseavam-se fortemente no conhecimento de química que ambos possuíam.  Hutton defendia a tese da formação de todas as rochas por processos magmáticos – cristalização, a partir de um fundido seco (plutonismo), enquanto Werner acreditava que todas as rochas eram formadas pela precipitação de material dissolvido na água do mar (netunismo).
Na primeira metade do século 20, entretanto, é que a geoquímica ganha destaque como um ramo da geologia, principalmente com os trabalhos de N. L. Bowen, V. M. Goldschmidt e S. S. Goldich.  Bowen era um cientista respeitado e trabalhou no Carnegie Geophysical Laboratory, em Washington, D. C. (1910-1930).  Apesar do nome, boa parte dos trabalhos realizados no laboratório tratava da geoquímica de altas temperaturas.  Bowen realizou o primeiro experimento sistemático de laboratório sobre a cristalização das rochas ígneas e desenvolveu importantes diagramas de fase geológica.  Goldschmidt é lembrado como o pai da Geoquímica Quantitativa.  Ele publicou o primeiro estudo geoquímico dos elementos e o primeiro livro-texto abrangente de geoquímica quantitativa (1920-1945). Goldich, (1930-1940), publicou numerosos artigos sobre a geoquímica das reações de intemperismo e estudos sobre equilíbrio mineral em baixa temperatura.
Na segunda metade do século 20 importantes trabalhos de diversos cientistas alargaram o campo da geoquímica, valendo citar, entre os principais: H.L. Barnes - Geoquímica dos Depósitos Hidrotermais; H.C. Helgeson - Geoquímica das Soluções Aquosas de Baixa Temperatura; H. D. Holland -- Geoquímica da Água do Mar; F.D. Bloss - Cristaloquímica; Konrad Krauskopf - Termodinâmica Geoquímica; Brian Mason -- Cristaloquímica; e R.M. Garrels and C. Christ – Geoquímica das Soluções Aquosas.
Nascida como um ramo da geologia, a partir do casamento desta com a química, a geoquímica hoje pode, por sua vez, ser dividida em diversas subdisciplinas: Cristaloquímica, Geoquímica de Alta Temperatura, Geoquímica de Baixa Temperatura (geoquímica dos processos exógenos), Geoquímica Oceânica, Geoquímica Orgânica, Geoquímica dos Isótopos, Geoquímica Ambiental e Geoquímica de Exploração Mineral ou Prospecção Geoquímica (1).
A Geoquímica de Exploração Mineral, ou Prospecção Geoquímica, utiliza os princípios da distribuição dos elementos na natureza na busca de indicações para a localização de depósitos minerais de valor econômico.  Seu uso intensificou-se na década de 1940, com o emprego de técnicas crescentemente sofisticadas nos trabalhos de exploração mineral.  A descoberta, em 1955, por Sir Alan Walsh, da Austrália, da possibilidade de se usar o fenômeno da absorção atômica para a medição do teor de elementos químicos nos materiais analisados, levou à criação do espectrômetro de absorção atômica, permitindo a realização de análises químicas de minerais e rochas a baixo custo e com grande rapidez. O desenvolvimento de modelos portáteis, para uso no campo, levou a um incremento muito rápido da prospecção geoquímica, principalmente na Austrália, Estados Unidos, Canadá, na antiga União Soviética, Países Escandinavos e África do Sul.
No Brasil, na década de 1970, ocorreu um intenso movimento de exploração mineral com a criação de uma empresa federal de pesquisa mineral, a CPRM, diversas empresas estaduais, entre elas a CBPM, e a chegada de diversas empresas multinacionais. Todas as regiões do país foram palco de trabalhos de exploração mineral que envolvia mapeamento geológico, prospecção geofísica e prospecção geoquímica.
A grande diversificação e ampliação do espectro de abrangência da geoquímica nos dias atuais fizeram desta disciplina uma ferramenta de escolha não só nos vários campos da pesquisa científica, como também na solução de problemas em diversas áreas das atividades humanas.
No campo da pesquisa científica básica a geoquímica é fundamental nos estudo da gênese e evolução das rochas ígneas, metamórficas e sedimentares; no estudo da distribuição e migração dos elementos e seus isótopos entre as diversas partes que compõem o planeta, assim como na gênese e distribuição dos depósitos minerais na crosta terrestre.
No âmbito das aplicações da geoquímica como disciplina auxiliar no atendimento das diferentes necessidades da sociedade contemporânea destacam-se a prospecção geoquímica e a geoquímica ambiental.
A prospecção geoquímica, utilizada principalmente na busca de recursos minerais, tem desempenhado um grande papel na descoberta de importantes jazidas minerais nos últimos 50 anos, em todo o mundo. Nesse aspecto, seus grandes usuários têm sido os serviços geológicos nacionais e estaduais em diversos países do mundo, assim como as grandes empresas de mineração multinacionais. Além da exploração mineral voltada para os depósitos de minérios metálicos, a prospecção geoquímica também tem sido utilizada na procura por minerais radioativos e combustíveis fósseis. Dados geoquímicos são úteis no estudo dos ambientes deposicionais, e a geoquímica de superfície pode ajudar a determinar a probabilidade de se encontrar óleo ou gás em profundidade.
A geoquímica ambiental tem uma história mais recente, porém de grande desenvolvimento nas últimas décadas.  Seu campo é vasto, abrangendo o estudo da química dos oceanos, desde o fluxo de poluentes nas zonas costeiras, aos efeitos hidrotermais nas zonas profundas; o estudo da distribuição do dióxido de carbono e outras substâncias na atmosfera, como, por exemplo, as emissões industriais que provocam as chuvas ácidas; o estudo das águas superficiais de lagos e rios e das águas subterrâneas, importante na determinação da qualidade das águas para consumo humano; e o estudo dos efeitos nocivos à saúde humana dos resíduos urbanos e dos defensivos agrícolas. Técnicas geoquímicas de amostragem, análise e estatística de águas e sedimentos superficiais permitem separar anomalias geoquímicas naturais de anomalias oriundas de atividades humanas e assim auxiliar na prevenção ou remediação de danos ecológicos.
Como um instrumento de diagnóstico e monitoramento do meio ambiente, a geoquímica também inclui entre seus grandes usuários os governos nacionais, estaduais e municipais, as organizações não-governamentais com preocupações ecológicas e empresas privadas com grandes projetos industriais, que necessitam avaliar os impactos negativos que suas atividades podem causar ao meio ambiente.
 
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