quarta-feira, 6 de março de 2013

A HISTÓRIA DE ITUBERÁ-BA

 

Nossa História
 
Ituberá, que significa Terra das Cachoeiras Reluzentes ou das Águas Cristalinas, nasceu da conquista dos colonizadores Portugueses em terras indígenas. Para esse remoto período da história não há documentação que possa servir de roteiro para a recomposição dos fatos, todavia sabe-se que em 1683 surge a “Aldeia de Santo André e São Miguel em Serinhaém”. Anos mais tarde, esta antiga aldeia jesuíta recebe a denominação de “Nova Serinhaém”. Por determinação do Marquês de Pombal, a carta regia de 27 de dezembro de 1758, criou a Vila e Freguesia de Santarém, instalada pelo ouvidor Luís Freire De Veras.
Em 14 de Agosto de 1909, através da Lei estadual nº 759, a Vila de Santarém se elevou à categoria de cidade. 34 Anos mais tarde, em 31 de dezembro de 1943, mudam o nome da cidade que passou então a se chamar Serinhaém, em Tupi Guarani (de si-nhãem) que significa panela de siri. Um ano depois, o Decreto Lei nº 12.978 de 01 de Junho de 1944, Serinhaém passa a se chamar Ituberá, que também em Tupi Guarani significa Cachoeira Brilhante Reluzente.
A agricultura pouco se desenvolveu neste primeiro período de colonização. Seus habitantes dedicavam-se ao plantio da mandioca para o sustento. Mais tarde, os portugueses ali residentes, introduziram o cultivo do café e do cacau, lavouras que não tomaram incremento em virtudes de serem julgadas desnecessárias pelos indígenas.
Do ponto de vista econômico, até a década de quarenta, a cidade funcionava como importante porto de escoamento de produtos agrícolas provenientes de Gandú, Jequié, Ipiaú, etc, para Salvador.
Seu apogeu econômico ocorreu em 1950, com a criação da Sociedade Anônima Ituberá Comércio e Indústria, seguida pela implantação de um terminal de abastecimento de gasolina para a Região Sul do estado, através da Esso Standard do Brasil. Nesta época sua agricultura concentrava-se na produção de dendê e mamona, produtos beneficiados pelas Indústrias Reunidas Matarazzo. Assinala-se, que nesta década, a introdução da cultura do cravo da índia contribuiu para o crescimento econômico do município.
Esta fase de desenvolvimento, porém, teve curta duração. A cidade passou por um processo de estagnação econômica, após a construção da BA-002, atual BR 101. A produção agrícola do sul do estado passou a ser transportada por via rodoviária, causando o enfraquecimento da economia local, a desativação do porto e, conseqüentemente, a migração de seus habitantes para outras áreas do estado.
A parte Alta da cidade, atualmente denominada Vila de Santo André ainda possui traçado típico dos assentamentos jesuíticos dos primórdios da colonização. Neste sítio, encontra-se o primeiro monumento religioso da cidade, a Igreja de Santo André, erguida no local da primitiva capela jesuítica. A Igreja está localizada em uma das extremidades da praça com a fachada principal voltada para uma grande avenida – antigo terreiro onde a população se reunia – onde se desenvolve suas residências. Sua fachada, voltada para o poente, sem torres e bastante alterada, parece-nos inacabada. A Igreja possui planta retangular, com sacristia lateral e cobertura em duas águas. O frontispício apresenta janelas coroadas por arcos plenos e portas encimadas por frontões.
Ituberá é um município pluricultural e deve este atributo ao conjunto de características étnicas que formaram o seu povo: índios, portugueses e negros. Por isso destacamos exemplos de algumas manifestações do patrimônio intangível:
Artesanato: Utensílios domésticos e feitos de cipó, palha, piaçava e madeira;
Manifestações Folclóricas (cívicas, religiosas e populares): Novenário de Santo André, Tríduo de Nossa Senhora da Conceição, Novena de Nossa Senhora de Santana, Festa de São Brás na Lagoa Santa, Trezena de Santo Antônio, Festas Juninas, Romaria da Boa Viagem, Aniversário da Cidade, Candomblé Elétrico, Banda Boca de Lata, Terno de Reis, Quadrilha do Ridículo, Bumba-Meu-Boi, Burrinha, Mãe Cândida e Terreiros de Candomblé.
Culinária: Moquecas de Frutos do Mar, Banana e mamão verdes, Cocadas de Frutas Regionais, Beijinhos de goma com Coco, Beiju de Rolo, Canjica e Bolo de Raízes (aipim, mandioca, quiçare)
Tipos Humanos: Benzedeiras, Caranguejeiros, Marisqueiras, Beiradeiros, Camponeses e Pescadores.
Causos” e Lendas: a exemplo do Quilombo da Lagoa Santa.
Pela abundância de seus recursos hídricos, passou a ser chamada carinhosamente de Capital das Águas do Baixo Sul da Bahia. Dentre suas inúmeras cachoeiras, a de Pancada Grande merece real destaque. Com uma queda d’água de 86 metros de altura, a Cachoeira de Pancada Grande encontra-se localizada em uma área em que os fragmentos florestais ainda se encontram em bom estado de conservação. É considerada uma da mais belas cachoeiras do litoral brasileiro. No passado serviu como fonte geradora de energia elétrica através da UHE Pancada Grande.
Destacamos também a grande extensão de praias, restingas, manguezais e mata ombrófila densa, formando um expressivo conjunto dos ecossistemas associados da Mata Atlântica, de importante valor ambiental.
A economia do município está baseada no plantio, beneficiamento e comercialização dos produtos da região, dos quais podemos destacar: o cacau, a seringueira, a piaçava, o coco, o dendê, o guaraná e a pimenta do reino. A produção é comercializada através de postos intermediários no município e na região, que por sua vez, repassam aos grandes centros consumidores nacionais e internacionais. Atualmente Ituberá destaca-se como o segundo produtor baiano de borracha.
Considerando que, a região, por suas características naturais ainda preservadas e de excepcional valor cênico, favorece o desenvolvimento do turismo, sobretudo do turismo ecológico, compatível com as exigências para o desenvolvimento sustentado da região.