segunda-feira, 23 de julho de 2012

Meio Ambiente uma dicotomia Socio Ambiental

TEXTO PARA DISCUSSÃO Nº 696
O Crédito Rural e a Capacidade de Pagamento do Setor Agrícola
Carlos Monteiro Villa Verde
Brasília, janeiro de 2000

Resumo - Este trabalho analisa algumas informações do Censo Agropecuário 1995/1996, com o intuito de verificar a capacidade de pagamento dos empréstimos feitos pelo setor agrícola. Foram selecionados seis estados para a análise, e os dados utilizados dizem respeito à receita bruta obtida, às despesas realizadas e aos financiamentos recebidos (aí incluídos os de custeio, comercialização e investimento). Com base nesses dados, verificou-se a participação dos empréstimos nas despesas de custeio e comercialização e nos investimentos realizados pelo setor. Calculou-se, ainda, a receita líquida, que, em seguida, foi relacionada à receita bruta, e estabeleceu-se a margem de apropriação verificada. Por último, verificou-se o compromentimento da receita líquida com empréstimos efetuados. Para analisar essas informações, levaram-se em conta o tipo de atividade desenvolvida, a condição do produtor e o grupo de área em que está inserida a propriedade.
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TEXTO PARA DISCUSSÃO Nº 697
A Política Regional nas Renúncias Fiscais Federais: 1995/1998
Constantino Cronemberger Mendes
Brasília, janeiro de 2000

Resumo - As estimativas dos benefícios fiscais, elaboradas pela Secretaria da Receita Fede-ral/ Ministério da Fazenda, demonstram uma distribuição espacial na alocação de recursos públicos federais, e sugerem uma discussão sobre os objetivos de política econômica, industrial, comercial externa e, particularmente, de desenvolvimento re-gional do país. As renúncias tributárias constituem desde os anos 60 um clássico ins-trumento utilizado pela política de desenvolvimento regional no Brasil. Ao longo desses mais de trinta anos de existência, esses mecanismos cumpriram um papel de destaque no campo das ações regionais. As isenções, reduções e incentivos fiscais continuam, atualmente, a representar um importante componente da política de des-envolvimento regional, mesmo se suas orientações, objetivos e procedimentos ope-racionais são questionáveis. No entanto, pode-se discutir a eficácia ou a eficiência do incentivo para a atividade produtiva, bem como a relação custo/benefício da aplica-ção de tais instrumentos frente à crise fiscal do Estado brasileiro.
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TEXTO PARA DISCUSSÃO Nº 698Estimação de Equações de Importação e Exportação de Produtos Agropecuários para o Brasil (1977/1998)
Alexandre Carvalho & João Alberto De Negri
Brasília, janeiro de 2000

Neste trabalho, são estimadas equações trimestrais para os quanta de produtos agropecuários importados e exportados pelo Brasil. Para as exportações, o período considerado vai de 1977 a 1998, enquanto, para as importações, o período das estimações inicia-se em 1978, devido à disponibilidade das séries históricas. Os vetores de co-integração são estimados via procedimento uniequacional, a partir de uma regressão com defasagens distribuídas, e, no caso das exportações, começa-se com o procedimento de Johansen, para, em seguida, testar-se a presença de exogeneidade fraca. Para as importações, assumiu-se, a priori, a exogeneidade fraca das variáveis explicativas, em parte baseando-se na hipótese de que o Brasil é um pequeno país importador. As relações de longo e de curto prazo foram sintetizadas em um mecanismo de correção de erros. As importações de produtos agropecuários mostraram- se muito dependentes da taxa de câmbio real e da taxa de utilização da capacidade doméstica instalada. Nesse último caso, o sinal positivo da elasticidade de longo prazo indica o comportamento pró-cíclico das importações do setor. As exportações brasileiras desses produtos são influenciadas basicamente pelo nível de atividade mundial e, em menor grau, pela taxa de câmbio real.
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TEXTO PARA DISCUSSÃO Nº 699
A importância de se conhecer melhor as famílias para a elaboração de políticas sociais na América LatinaMarcelo Medeiros Coelho de Souza
Rio de Janeiro: IPEA, jan. 2000, 22p.
Resumo - O artigo analisa a importância dos estudos sobre a composição e a organização das famílias para a formulação de políticas sociais na América Latina. Nele são ressaltadas diferentes formas de se considerar as famílias em programas sociais, concluindo que o conhecimento acerca dos arranjos familiares é relevante, pois está relacionado a diversos fatores: a) as relações entre membros da família podem ter implicações que geram externalidades positivas ou negativas à sociedade; b) as características das famílias podem ser usadas como critérios de focalização; c) as famílias podem ser usadas para conceber, executar ou controlar programas; e d) as políticas sociais podem afetar e ter seus objetivos afetados pelas diferentes formas de organização familiar.
Abstract -
The article analyses the importance of the studies on family composition and organization to the social policymaking in Latin America. Different ways of assessing families in social programs are discussed leading to the conclusion, that knowledge about family patterns is important as the relations among family members may generate positive or negative externalities to the society, that family characteristics may be used to focus policies, that families may be used to design, execute and control public programs and that social policies may affect and be affected by different patterns of family organization.
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TEXTO PARA DISCUSSÃO Nº 700
Dívida mobiliária federal e impactos fiscais: 1995/99Maurício Mota Saboya Pinheiro
Rio de Janeiro: IPEA, jan. 2000, 39p.
Resumo - O objetivo deste trabalho é analisar a administração da dívida mobiliária federal (DMF) no Brasil no período 1995/99. Inicialmente, é feito um estudo teórico da relação entre prazos e taxas de rendimento dos títulos. Em seguida é enfocado o desempenho da gestão da DMF no período 1995/98, englobando prazos, custos da dívida e sua relação com a taxa básica de juros (over-selic). Por fim, com o auxílio de um modelo contábil, busca-se estimar, quantitativamente, os impactos de alterações na taxa over-selic e na composição da DMF sobre a dívida líquida do setor público (DLSP) e necessidade de financiamento do setor público (NFSP), em 1999. O estudo conclui que o alongamento de prazos e a redução das taxas de juros, desde que mantidas expectativas de estabilidade quanto ao câmbio e à inflação, podem gerar impactos fiscais. Nas mesmas condições, a médio prazo, seria possível reduzir as NFSPs aumentando a participação percentual dos títulos cambiais e prefixados, em detrimento dos pós-fixados à taxa over-selic. Finalmente, o trabalho conclui que a margem de manobra para a autoridade monetária elevar a taxa básica sem comprometer o quadro fiscal depende, além da composição da DMF, também da participação relativa dos débitos e créditos indexados à over-selic que figuram na DLSP.
Abstract - This paper aims at an analysis of federal public debt’s (FPD) effects upon management on public sector liquid debt (PSLD) and on public sector borrowing requirements (PSBR), during the period 1995/99 in Brazil. In order to do that, the theoretical basis of FPD management is determined through the analysis of the relationship between bond maturities and return rates. The paper studies the Brazilian FPD management performance in 1995/98 concerning bond maturities and debt burden, as well as the connections between these and the basic interest rate (over-selic). Through a simple model, one tries to estimate the effects of changes in over-selic rate and FPD structure on PSLD and PSBR, in 1999. The main conclusion is that FPD management can have favorable tax effects, specially through lengthening maturities and reducing interest rates, provided that expected inflation and exchange rate remain constant. Under these conditions, it would be possible to diminish PSBR by increasing the share of exchange rate indexed bonds and by reducing the share of over-selic indexed debt. Finally, the paper concludes that the "degree of freedom" of monetary authority in order to raise the basic interest rate without unbalancing fiscal figures depends on FPD structure, as well as on the share of assets and liabilities indexed to over-selic.
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TEXTO PARA DISCUSSÃO Nº 701 A Experiência Britânica de Privatização do Setor Saneamento
Paulo Pitanga do Amparo
Katya Maria Nasiaseni Calmon
Brasília, janeiro de 2000

Resumo - O presente trabalho tem como objetivo descrever e analisar a experiência de privatização no setor Saneamento da Inglaterra e País de Gales, considerada a mais radical já empreendida nesse campo. O estudo descreve, inicialmente, a evolução histórica do processo de privatização e toma, por base, quatro períodos principais: antes de 1973, de 1973 a 1985, de 1985 a 1989, e de 1989 a 1999. Em seguida, são examinadas as principais características do modelo de regulação adotado, que previu uma estrutura bipartite, com separação funcional entre os reguladores econômicos e os reguladores da qualidade. Finalmente, são abordadas as questões mais sensíveis do atual debate sobre a privatização do setor Saneamento britânico e a eficiência do modelo de regulação implantado.
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TEXTO PARA DISCUSSÃO Nº 702
Funções e medidas da ruralidade no desenvolvimento contemporâneoRicardo Abramovay
Rio de Janeiro: IPEA, jan. 2000, 37p.
Resumo - Ruralidade é um conceito de natureza territorial e não setorial. Em muitos países — entre eles o Brasil —, o rural é definido de tal forma que o associa imediatamente a precariedade e carência. Ora, a experiência internacional mostra que as áreas não densamente povoadas não estão fatalmente condenadas ao abandono e à desertificação. Com base em bibliografia internacional recente, o trabalho procura apontar, em primeiro lugar, os limites das definições mais usuais de rural. Em seguida, define a importância da ruralidade para as sociedades contemporâneas, para estudar, enfim, novas medidas de ruralidade (em que as relações com núcleos urbanos desempenham papel central) nos Estados Unidos, na França e em outros países da OCDE. Parte de uma pesquisa mais ampla sobre padrões migratórios no Brasil, o trabalho conclui postulando a necessidade de se testar novos métodos de definição do rural.
Abstract - Rurality is a territorial, not a sectorial concept. In many countries — including Brazil — rural areas are defined in such a way that they are automatically associated with deprivation and precariousness. This association is not supported by international experience: it is not necessary that territories which are not densely inhabited become abandoned. Based on recent international literature, the current work points out, first of all, the limitations of the prevalent definitions of rural areas — the Brazilian definition included. Secondly, it defines the importance of rurality to contemporary societies, and finally it studies new statistical methods for defining rurality (where the relationships with cities and towns play a major role) in the United States, France and other OECD countries. This paper is related to a larger research about migratory patterns in Brazilian society. It concludes by stressing the necessity for testing new methods in the definition of rural areas.
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TEXTO PARA DISCUSSÃO Nº 703
A liberalização comercial brasileira e os coeficientes de importação — 1990/95Márcio de Oliveira Júnior
Rio de Janeiro: IPEA, fev. 2000, 28p.
Resumo - Após a mudança cambial ocorrida em janeiro de 1999, houve um grande temor de
que uma alteração de preços relativos favorável aos produtos comercializáveis com o exterior resultasse na volta do processo inflacionário. Isso se baseava no fato de a economia brasileira estar bem mais aberta ao exterior, com maior presença de importações na oferta total.
Para avaliar o impacto de uma desvalorização sobre os preços internos, deve-se
levar em consideração não só as importações de produtos finais, mas também as importações de produtos destinados ao consumo intermediário. Para isso, foram calculados coeficientes de importação que relacionam a importação de insumos ao valor da produção.
A análise desses coeficientes mostra que a economia brasileira, quando comparada
a outros países, ainda é relativamente fechada a importações de produtos destinados ao consumo intermediário, sendo essa uma das razões pelas quais um processo inflacionário não foi desencadeado após a desvalorização do câmbio.
Também é feita uma comparação entre os reajustes de preços praticados pelos
diversos setores da economia nos períodos janeiro/abril e janeiro/julho de 1999 e os coeficientes de importação. O objetivo é verificar se os setores que mais usam produtos importados em seu consumo intermediário foram aqueles que praticaram os maiores reajustes de preços após a mudança cambial.
Abstract - In 1994, the Brazilian government launched a stabilization program based on a
dollar-peg exchange rate regime. In january 1999, that regime was abandoned; the result was an exchange rate devaluation of about 50%. There was a fear that inflation would come back due to the relative price change in favor of tradable goods caused by the exchange rate devaluation. That fear was based on the fact that nowadays the Brazilian economy is more open to imports. However, to reach such a conclusion, one should consider not only final products imports, but also the use of imported inputs.
In order to do so, two import coefficients relating the use of imported inputs to
total value of production are proposed for 29 sectors of the economy. Their analysis shows that the Brazilian economy is still relatively closed to imported inputs. That is one of the reasons why a relative price change caused by the exchange rate devaluation was not translated into permanent higher inflation.
A comparison between price changes and the import coefficients is also made for
the periods January/April and January/July 1999. The aim is to check whether the sectors that rely more heavily on imported inputs are the same ones that raised their prices most after the exchange rate devaluation.Versão integral em formato PDF (92kb)
TEXTO PARA DISCUSSÃO Nº 704 Desigualdades Regionais e Elasticidade de Longo Prazo do Emprego nos Estados do Nordeste com Relação ao Emprego Nacional
Carlos Wagner de Albuquerque Oliveira
Bruno de Oliveira Cruz
Brasília, fevereiro de 2000
Resumo - O presente trabalho estima as elasticidades de longo prazo do emprego nacional com relação aos estados da região Nordeste. Utiliza-se a metodologia sugerida por Peasaran et alii (1996), que se mostra bastante robusta, uma vez que não há necessidade de se conhecer a ordem de integração das séries. Conclui-se que todos os estados da região Nordeste apresentam elasticidade menor que 1, à exceção de Sergipe. Assim, as disparidades entre esses estados do Nordeste e o restante do país aumentam durante as fases de expansão da economia, mas, mutatis mutandis, há desconcentração em fases de desaquecimento, o que corrobora a literatura regional, como, por exemplo, a abordagem de Guimarães Neto (1996).
Palavras-chave: emprego, equilíbrio de longo prazo, desigualdades regionais.
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TEXTO PARA DISCUSSÃO Nº 705 Aspectos Regionais do Comércio de Bens entre o Brasil e a União Européia
Constantino Cronemberger Mendes
Brasília, fevereiro de 2000

Resumo - As considerações sobre as especificidades do comércio externo nacional com a União Européia (UE) não são tão óbvias quanto parece, e não é trivial a análise dos diversos padrões comerciais relacionados aos diversos comportamentos setoriais e regionais envolvidos. Não é por acaso, portanto, que a maioria das diversas análises sobre o comércio externo brasileiro é macroeconômica, no máximo setorial. Este estudo, porém, procura enfatizar as diferentes naturezas comerciais associadas a contextos específicos: setoriais e ou regionais/estaduais. A análise sobre as participações setoriais/estaduais (em nível nacional) no comércio total brasileiro com o bloco europeu conduzem a uma concentração comercial relativa nas regiões Sul e, particularmente, Sudeste. Entretanto, nas demais regiões do país, vários estados surgem com um comércio externo representativo, com níveis seme-lhantes ou maiores de participação que os estados daquelas regiões. Porém, mesmo nos estados com baixa participação no contexto nacional do comércio com a Europa, é possível identificar a importância do bloco europeu no contexto comercial local (regional ou estadual), o que afeta, conseqüentemente, sua estrutura produtiva. Em suma, este trabalho avalia o comércio do Brasil com o bloco europeu, e mostra a necessidade de serem praticadas políticas específicas no âmbito das políticas comerciais externas (regimes de proteção, tarifas ou acordos setoriais) ou mesmo das políticas industriais (investimentos e incentivos) nacionais. Devem ser levados em conta não apenas os distintos comportamentos dos setores produtivos nacionais (no caso, em relação ao comércio com o bloco europeu, mas tal observação também pode-se estender ao caráter geral do comércio externo nacional), e os comportamentos e os efeitos (específicos) dos contextos produtivos e comerciais específicos das regiões e/ou dos estados brasileiros.
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TEXTO PARA DISCUSSÃO Nº 706 Descentralização Política, Federalismo Fiscal e Criação de Municípios: O que É Mau para o Econômico nem sempre é Bom para o Social
Gustavo Maia Gomes
Maria Cristina Mac Dowell
Brasília, fevereiro de 2000

Resumo - Este texto demonstra que dois aspectos da descentralização política em curso – a criação de municípios e o aumento das receitas disponíveis para os municípios – tiveram conseqüências econômicas e sociais indesejáveis: (i) aumentaram o volume absoluto e relativo de transferências de receitas originadas nos municípios grandes para os pequenos (e do Sudeste para o resto do país), com o provável efeito de desestimular- se a atividade produtiva realizada nos grandes municípios (e no Sudeste), sem estimulá-la nos pequenos (ou nas demais regiões); (ii) beneficiaram pequena parte (não necessariamente a mais pobre) da população que vive nos pequenos municípios, e prejudicaram a maior parte, que habita os outros, cujos recursos se tornaram mais escassos; e (iii) aumentaram os recursos utilizados com gastos legislativos, ao mesmo tempo em que reduziram, em termos relativos, o montante de recursos disponíveis para programas sociais e investimentos.
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TEXTO PARA DISCUSSÃO Nº 707
Heterogeneidade espacial da produtividade na agropecuária: Brasil — 1970/96Ajax Moreira e Hélio Migon
Rio de Janeiro: IPEA, fev. 2000, 30p.
Resumo - A produtividade dos fatores de produção na exploração agropecuária depende de
muitos aspectos que não são observáveis ou mensurados. Esses aspectos são desigualmente distribuídos entre as regiões, o que implica a heterogeneidade da função de produção agropecuária.
Este trabalho utiliza um modelo que estima elasticidades dos fatores específicas
para cada região, pressupondo que estas elasticidades apresentam uma tendência espacial, ou seja, que se modificam de forma suave no espaço. Essa característica é representada pelo princípio de similaridade com o mais próximo, ou seja, com as suas regiões vizinhas. Este modelo é uma generalização, para o contexto espacial, dos modelos de série temporal com parâmetro variando, onde a similaridade se dá segundo a seqüência temporal.
Este modelo foi estimado utilizando, separada e conjuntamente, as informações
dos cinco censos agropecuários. O resultado obtido é uma descrição quantitativa da heterogeneidade da produtividade entre as microrregiões.
Abstract - Factor productivity in agricultural activity depends on many non-observed or non-measured
aspects. The intensity distribution of these elements are unequally distributed between the regions, which accounts for the heterogeneity of the production function.
This study uses a model which estimates specific elasticity for each region,
supposing that it follows a spatial trend. This trend is represented by similarity principles between neighbourhood regions. This is a generalisation, for spatial models, of time series models with floating parameters.
This model was estimated using five information sets from the last agricultural
census made in Brazil, separately and jointly. The results describe the productivity heterogeneity quantitatively.Versão integral em formato PDF (305kb)

TEXTO PARA DISCUSSÃO Nº 708
Resenha dos estudos recentes sobre relações comerciais brasileirasRegis Bonelli e Leda Hahn
Rio de Janeiro: IPEA, fev. 2000, 93p.
Resumo - Os objetivos deste trabalho são: a) resenhar estudos econômicos recém-concluídos
ou mesmo em elaboração sobre problemas atuais das relações comerciais brasileiras, visando subsidiar as atividades da Câmara de Comércio Exterior (Camex); e b) selecionar os trabalhos mais importantes e, com base neles, propor um programa de seminários sobre temas relevantes para a elaboração e a avaliação de políticas comerciais.
Com essa finalidade, foram inventariados 78 estudos, dos quais 21 foram
selecionados e agrupados em cinco áreas temáticas para a proposta de seminários. As resenhas elaboradas incluem 38 pesquisas concluídas, 18 pesquisas em andamento — que, portanto, foram objeto de apreciação menos cuidadosa que no caso anterior — e, finalmente, 22 pequenos resumos.
A ênfase do levantamento está nas motivações, resultados e implicações para as
políticas comerciais brasileiras e as ementas são, na maioria dos casos, compostas de quatro partes sucintas: objetivo, justificativa, metodologia e resultados e conclusões. Na medida do possível, as resenhas foram feitas em linguagem não-técnica.
A resenha inclui os estudos e pesquisas elaborados a partir do começo de 1998,
aos quais os autores tiveram acesso, pelo menos, aos Termos de Referência contendo uma descrição de objetivos e métodos. Alguns poucos estudos anteriores incluídos justificam-se por serem linhas de pesquisa ainda em curso.
Abstract - This work has two main objectives: a) to survey a sample of recent economic
studies on the present conditions of Brazilian foreign trade relations, including works in progress, so as to support the activities of the Brazilian Chamber of Foreign Trade (Camex); and b) to select a sub-sample of representative research and, based on that selection, propose seminars on relevant themes related to the design, implementation and evaluation of trade policies.
The survey’s emphasis is on the motivation, results and policy implications of
Brazilian foreign trade relations. Overall, the survey reviewed 78 studies covering a broad sample of subjects under the general heading of external trade relations. Among these, 21 were selected for the seminars proposed. These 21 studies were the subject of a separate evaluation and were grouped under five headings:
1 - Trade barriers, which includes sections on identification, measurement andimpacts of their elimination.
2 - Bilateral agreements.
3 - Economic integration and liberalization.
4 - Competitiveness, which includes sections on diagnosis and public policiesproposals.
5 - International negotiations.
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TEXTO PARA DISCUSSÃO Nº 709
As mudanças da pobreza e da desigualdade cariocas na década de 90Marcelo Neri
Rio de Janeiro: IPEA, fev. 2000, 26p.
Resumo - Este artigo avalia as mudanças recentes ocorridas no nível de renda, na
desigualdade e na pobreza na região metropolitana do Rio de Janeiro. A análise revela que a queda notada nos indicadores de pobreza e de desigualdade cariocas durante os últimos cinco anos foi superior à observada no caso brasileiro como um todo. Em particular, enquanto a queda de desigualdade observada a partir de 1994 para o conjunto das principais regiões metropolitanas não foi suficiente para recuperar o nível atingido em 1993, no caso carioca a queda observada foi suficiente para levar a desigualdade aos níveis mais baixos em relação à série histórica de médias anuais (incluindo 1986). O grau de desigualdade de renda domiciliar carioca, que historicamente superava as demais regiões, hoje se encontra em níveis mais baixos.
Abstract - This paper evaluates the recent changes in poverty and inequality observed in Rio
de Janeiro Metropolitan city during the 1990’s.Versão integral em formato PDF (90kb)

TEXTO PARA DISCUSSÃO Nº 710Relações Comerciais entre o Brasil e o México
Jorge Chami Batista
Brasília, fevereiro de 2000

Resumo - Este trabalho procura identificar e quantificar os mercados potenciais para as exportações brasileiras no México, por meio de uma análise setorial detalhada. Embora de forma menos específica, procura-se também identificar os principais in-teresses mexicanos no mercado de importações do Brasil. O trabalho conclui que há um potencial significativo para a expansão das exportações brasileiras para o México, que poderiam quase triplicar de valor no caso de um acordo de livre comércio entre o Brasil e o México.
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TEXTO PARA DISCUSSÃO Nº 711Desvalorização Cambial e seu Impacto Sobre os Custos e Preços Industriais no Brasil - uma Análise dos Efeitos de Encadeamento nos Setores Produtivos
Thiago Rabelo Pereira & Alexandre Carvalho
Brasília, março de 2000

Resumo - Este trabalho analisa o impacto da depreciação da taxa de câmbio sobre os custos dos principais setores da economia brasileira, com o uso de dados da matriz de insumo-produto de 1995. É estabelecida uma metodologia que focaliza os efeitos de realimentação da pressão de custos no setor produtivo, e indica-se a sensibilidade das estruturas de custos setoriais aos movimentos da taxa de câmbio em uma economia aberta. A mudança cambial promove uma elevação direta dos custos nos setores que dependem da importação de insumos. Os custos são pressionados, por outro lado, pelo efeito da taxa de câmbio sobre os preços dos fornecedores domésticos que demandam insumos importados. A estimativa segue os canais pelos quais a elevação dos custos decorrentes da mudança cambial se espalha pela economia, e converge para o resultado total, no qual se esgotam os efeitos de encadeamento nos setores produtivos. O trabalho estima o impacto inflacionário do choque externo sobre os índices de preços ao consumidor em um ambiente de relativa estabilidade dos mark ups praticados e ausência de mecanismos relevantes de indexação. Segundo as estimativas realizadas, uma depreciação nominal de 50% deve estar associada a uma pressão de custos que deve elevar a inflação ao consumidor (em um cenário de estabilidade de margens) em, aproximadamente, 8,2%. O trabalho também discute a evolução dos mark ups industriais nos períodos imediatamente anterior e posterior à mudança do regime de câmbio. Por fim, alguns comentários sobre a dinâmica financeira subjacente à ultrapassagem cambial são adicionados, e discute-se a relevância da velocidade de reversão sobre seu impacto inflacionário.
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TEXTO PARA DISCUSSÃO Nº 712 Quatro Décadas de Crescimento Econômico no Centro-Oeste Brasileiro: Recursos Públicos em Ação
Aristides Monteiro Neto & Gustavo Maia Gomes
Brasília, março de 2000
Resumo - O artigo mostra que o crescimento econômico ocorrido na região Centro-Oeste, nos anos de 1960 a 1996, foi muito mais elevado que o das demais regiões bra-sileiras, exceto a região Norte (no mesmo período), e evidencia, por meio da mensu-ração dos investimentos públicos e das despesas em bens e serviços na região, que o papel do setor público tem sido de fundamental importância na explicação do alto desempenho do PIB per capita. Na verdade, em vários dos anos para os quais os dados foram passíveis de elaboração, a participação do governo na economia tem ultrapas-sado os 50% do PIB regional, o que tem beneficiado essa região muito mais que as demais macrorregiões brasileiras - na forma de uma forte trajetória de expansão do seu PIB per capita -, como resultado do alto grau de comprometimento de recursos públicos para criação e manutenção de demanda agregada.
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TEXTO PARA DISCUSSÃO Nº 713
A Dinâmica dos Mercados Habitacionais Metropolitanos: Aspectos Teóricos e Uma Aplicação para a Grande São Paulo
Cláudio Hamilton M. dos Santos & Bruno de Oliveira Cruz
Brasília, março de 2000

Resumo - Seja para facilitar simulações macroeconômicas de políticas na área de geração de empregos ou para nortear a formulação de políticas públicas na área de habitação, o estudo do funcionamento do mercado habitacional brasileiro reveste-se de fundamental importância. O presente trabalho visa oferecer uma contribuição ao tema, ao discutir, de maneira introdutória, a teoria do funcionamento dos mercados habitacionais e testar, empiricamente, algumas das suas principais conclusões para o caso da Região Metropolitana de São Paulo. As principais conclusões do estudo são: o mercado de habitação tem um forte comportamento cíclico, a oferta de novas habitações possui elasticidade-preço unitária, a taxa de juros e o custo da terra urbana apresentaram elasticidade de 0,5. O custo da construção civil, apesar de produzir um efeito negativo na oferta de novas habitações, não se revelou significativo em nível de confiança de 10%. A demanda por novas habitações apresentou resultado divergente do esperado, uma vez que mostrou-se com elasticidade-preço maior que 1, isto é, a habitação seria um bem elástico. A taxa de juros tem efeito negativo sobre o comportamento da demanda e novamente a renda tem uma forte correlação com a procura por imóveis. Entretanto, tais resultados devem ser analisados com cautela devido à não-disponibilidade de uma amostra mais longa para estudos com séries temporais. Apesar disso, espera-se que esta pesquisa possa estimular o debate sobre tema de fundamental importância para a economia brasileira como é o mercado

CARACTERÍSTICAS GERAIS DO CACAU



O cacaueiro é uma planta estimulante, tropical, pertencente a família das Esterculiáceas, encontrada em seu habitat, nas Américas, tanto nas terras baixas, dentro dos bosques escuros e úmidos sob a proteção de grandes árvores, como em florestas menos exuberantes e relativamente menos úmidas, em altitudes variáveis, entre 0 e 1.000 m do nível do mar. Do fruto do cacaueiro se extraem sementes que, após sofrerem fermentação, transformam-se em amêndoas, das quais são produzidos o cacau em pó e a manteiga de cacau. Em fase posterior do processamento, obtém-se o chocolate, produto alimentício de alto valor energético. Envolvendo as sementes, encontra-se grande volume de polpa mucilaginosa, branca e açucarada, com a qual se produzem sucos, refrescos e geleias. Da casca extrai-se a pectina, que após simples processamento mecânico, se transformam em ração animal, ou ainda, por transformações biológicas, pode ser usada como fertilizante orgânico.
Cultivares
Clones
Selecionados em regiões cacaueiras do Estado da Bahia, introduzidos de outras regiões cacaueiras, nacionais ou estrangeiras, adaptados às condições de solo e clima baianos.
Híbridos
Provenientes de cruzamentos interclonais entre cacaueiros dos grupos Amazônico e Trinitário.
Clima
Latitude entre 22° N e 22° S. Adapta-se bem regiões com temperaturas médias superiores a 21°C. Tolera por curto espaço de tempo, temperaturas mínimas próximas a 7°C, durante os meses mais frios do ano, porém pode ocorrer injúria nas sementes, resultando em um produto final de qualidade inferior. Exige precipitações pluviométricas superiores a 1.300 mm anuais, bem distribuídos ao longo do ano, como na região litorânea e Vale do Ribeira e grande parte do planalto paulista. Regiões com deficiência hídrica superior a 100 mm anuais não são indicadas à exploração econômica da cacauicultura.
Solos
Devem ser profundos e bem drenados. Na região litorânea, os mais indicados são os latossolos vermelho-escuro, o prodizólico vermelho-amarelado e solos aluviais de boa fertilidade natural. No planalto paulista, os prodizolizados de Lins e Marília var. Marília, e os latossolos roxos.
Época de plantio
Sementes em viveiro – setembro a abril.
Mudas no campo – praticamente o ano todo, na região litorânea e vale do Ribeira. No planalto paulista, de outubro a março.
Espaçamentos
Diversos, em função da fertilidade do solo e dos objetivos da exploração econômica, podendo variar entre 1.000 a 2.000 plantas/hectare.
Controle da erosão
Plantio em nível, nas encostas.
Mudas necessárias
Entre 1.000 e 2.000, em função dos espaçamentos adotados.
Calagem
De acordo com a análise de solo, elevar o índice de saturação por bases para 50%.
Adubação de plantio
60 dias antes do plantio, incorporar por cova, 2 a 4 litros de esterco de galinha ou 10 a 20 litros de esterco de curral curtido, 1 Kg de calcário dolomítico ou magnesiano, 100 g de P2O5, 02 a 60 Kg/ha de K2O e até 4 Kg/ha de Zn. Acrescentar, em cobertura, 4 aplicações de 10 g de N/planta, de dois em dois meses.
Adubação de formação
Aplicar em cobertura ao redor das plantas, em três parcelas no período das chuvas, de acordo com a idade das plantas e a análise de P e K no solo em gramas por planta: no 1º ano,40 g de N, 20 a 60 g de P2O5 e 20 a 60 g de K2O; no 2º ano, 80 g de N, 30 a 90 g de P2O5 e 30 a 90 g de K2O; no 3º ano, 120 g de N, 40 a 120 g de P2O5 e 40 a 120 g de K2O.
Adubação de produção
Aplicar de acordo com a análise de solo, 50 Kg/ha de N, 30 a 90 Kg/ha de P2O5, 20 a 60 Kg/ha de K2O e até 4 Kg/ha de Zn, parcelados em três vezes, e aplicados em cobertura, nos meses de outubro, dezembro e março.
Outros tratos culturais
Roçadas, para manter a cultura limpa; desbrotas, para eliminar ramos ladrões; podas, para dar forma a planta e facilitar os tratos culturais e as colheitas.
Arborização
Em matas virgens, proceder ao raleamento parcial da área deixando as espécies arbóreas desejáveis para apropriar 40% de sombra à plantação. Em terrenos desbravados, arborear com as seguintes espécies de utilização temporária própria como bananeira-prata, bananeira-nanicão, Thephrosia candida DC ou Leucaena glauca Benth., em associação com as espécies permanentes, com farinha-seca (Ptecellobium edwallii), para sombreamento, e Grevillea robusta A. Cunn. ou jaqueira (Artocarpus integrifolia L. f. Moraceae) para quebra vento.
Controle de pragas e doenças
Efetuar controle sistemático às formigas quenquém e saúva, com produtos específicos. No controle a outros insetos, principalmente tripes, vaquinhas, percevejos e lagartas, empregar deltamethrin, malathion, trichlorfon ou carbaryl. Controle preventivo das doenças fúngicas: podridão-parda (Phytophthora spp.) – acefato de trifenil estanho, hidróxido de trifenil e estanho e fungicidas cúpricos; podridão-morena (Botryodiplodina theobromae) – fungicidas cúpricos; e antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) – mancozeb e cúpricos.
Colheita
Inicia-se a partir do 2º ano. Do 2º ao 4º ano, os frutos podem ser colhidos praticamente durante o ano todo. A partir do 5º ano, as colheitas são feitas em dois períodos: safra (novembro a fevereiro) e temporão (abril a agosto).
Produtividade normal
A partir do 7º ano, 1.200 a 1.500 Kg/ha
FATORES QUE AFETAM O FLORESCIMENTO E FRUTIFICAÇÃO DO CACAUEIRO, CLASSIFICADOS QUANTO AO NÍVEL DE INFLUÊNCIA EM: SIM (S), NÃO (N) E (S/N)
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Para determinar os fatores que influenciam no florescimento e frutificação do cacaueiro foi utilizado o seguinte roteiro orientador.
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NOVAS VARIEDADES CLONAIS RESISTENTES À VASSOURA–DE–BRUXA
Estratégia de obtenção
Deste a constatação da ocorrência da vassoura-de-bruxa na Bahia em 1989, o programa de melhoramento de cacaueiro do Centro de Pesquisa do Cacau (CEPEC) tem direcionado suas ações para o desenvolvimento e seleção de variedade semanais e clonais com resistência a esta enfermidade.
Duas estratégias foram adotadas, a saber:
1. Seleção em fazendas: Considerando a potencialidade das plantações comerciais de cacau para identificar e selecionar cacaueiros residentes á vassoura-de-bruxa, um programa de prospecção em áreas altamente infectadas de cacau foi implantado com bastante sucesso. Esta ação resultou na identificação de inúmeras plantas resistentes á doença, a série VB, as quais encontram-se reunidas em coleções no CEPEC para avaliações complementares. Muitas das plantas selecionadas que apresentam características agronômicas superiores foram, também, distribuídas entre produtores. Como uma forma extra de acompanhamento e avaliação. Esta parceria possibilitou a validação dos seus atributos resultando na recomendação para o plantio de algumas dessas seleções;
2. Melhoramento de população: Paralelamente, populações de cacaueiros foram geradas com os objetivos de: a) busca associação e acumulação de genes relacionados á resistência a vassoura-de-bruxa identificados em fontes distintas, b) ampliar a base genética da resistência, c) promover maior diversidade genética, d) melhorar caracteres de frutos e sementes (físicos e de qualidade), e de produção e compatibilidade sexual. Muitas das plantas resistentes que têm sido selecionadas dentro dessas populações são autocompatíveis e reúnem, sobretudo, características agronômicas desejáveis. Ademais, são clones derivados de cruzamento entre parentais com boa capacidade geral de combinação e que irão proporcionar não somente diversidade genética em termos de resistência a vassoura-de-bruxa, como também, uma fonte de pólen compatível com todos os outros clones em uso no processo de renovação. São nessas qualidades genético – agronômicas que a CEPLAC se respalda para recomendação e liberação dos novos clones para acelerar o processo de renovação em andamento no estado da Bahia.
Clones Recomendados
Os 10 clones ora recomendados somam-se aos 10 já liberados. Desses, seis procedem de seleções feitas em plantações comerciais e quatro são oriundos de seleções dentro das populações desenvolvidas experimentalmente. Estes clones deverão integra-se à serie CEPEC, com as denominações de CEPEC 2002 a CEPEC 2011. As relações de compatibilidade e características básicas dos clones da série CEPEC estão apresentadas respectivamente nos quadros 1 e 2 e nas figuras 1 a 10.
Política de Distribuição
Estes clones foram todos repassados ao Instituto Biofábrica de Cacau para multiplicação e distribuição de propágulos e mudas. Dada a limitada disponibilidade inicial de propágulos, torna-se estratégico que seja fornecido aos produtores um número reduzido de hastes de cada um dos clones, porém suficiente para o estabelecimento de jardins clonais nas suas fazendas. Isso garantirá uma multiplicação inicial mais ampla e eficaz.
Uso adequado de clones
Para maiores esclarecimentos e orientações em relação ao melhor material, alguns aspectos devem ser informados. Por exemplo, se recomenda que o clone CEPEC 2010 seja plantado em locais de alta precipitação pluviométrica e com boa distribuição durante o ano, já que o tamanho médio da semente naturalmente pequeno, pode sofrer redução em condições de deficiência hídrica. Em relação á resistência a podridão-parda, tem-se observado que alguns destes clones apresentam reações de susceptibilidade (S), especialmente a Phytophtora citrophtora, uma das espécies de fungo mais agressiva (Quadro 2). Por segurança, recomenda-se, que os clones listados susceptíveis não sejam utilizados em locais propícios á proliferação de fungo, ou seja, com muita umidade e sombra como boqueirões ou proximidades de riachos.
Os clones CEPEC 2002 a 2007 são todos autocompatíveis, podendo, assim, também fertilizar qualquer outro clone. Mesclados com outros clones podem melhorar ao nível geral de frutificação e reduzir sensivelmente os efeitos da incompatibilidade sobre a produção. Foi verificada também segregação para cor branca nas sementes do CEPEC 2005.
As novas siglas dos cincos clones selecionados em plantações comerciais e suas correspondências anteriores são: CEPEC 2002 (VB-1151), CEPEC 2007 (VB-681), CEPEC 2008 (VB-547), CEPEC 2009 (VB-663), CEPC 2010 (VB-514), CEPEC 2011 (VB-892).
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Quadro 1. Relação de compatibilidade dos clones da série CEPEC
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Quadro 2. Características gerais dos clones
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A DOENÇA VASSOURA-DE-BRUXA (VB)
A doença vassoura-de-bruxa do cacaueiro, (doravante denominada VB), causada pelo fungo Crinipellis perniciosa, infecta as regiões meristemáticas da planta, principalmente frutos novos, lançamentos e almofadas florais, ocasionando queda acentuada na produção, dano nas almofadas florais e enfraquecimento geral da planta.
Atualmente, a doença constitui-se no maior problema fitopatológico das regiões produtoras de cacau do Continente Americano, atingindo, no Brasil, os cacauais da Amazônia (Pará, Rondônia, Amazonas, Mato Grosso e Acre) e especialmente os do estado da Bahia. A enfermidade foi detectada no sul da Bahia e hoje se encontra espalhada em toda área de cultivo.
Passada a fase inicial e, após um período que pode variar de 3 a 9 semanas, aparentemente, ocorre a dicariotização do micélio fúngico e a formação de um micélio secundário, dicariótico e fibulado, com hifas mais estreitas que invadem as células dos tecidos do hospedeiro onde se encontram, culminando com a morte dos ramos (das antigas vassoura verde). As vassouras, agora necróticas, de coloração amarronzada, podem permanecer presas à planta ou podem se destacar e cair no solo. O micélio presente nessas vassouras produz então basidiomas onde são, por sua vez, gerados os basidiósporos, fechando o ciclo de vida do fungo.
O PROJETO GENOMA DE CRINIPELLIS PERNICIOSA, FUNGO CAUSADOR DA VB
Atividades
O projeto integra três tipos de atividades, esquematizadas na figura 1: (1) geração e análise de seqüências; (2) armazenamento e gerenciamento de dados; (3) utilização de dados e geração de soluções.
Geração de dados
Coordenação de DNA: Responsável por construir e distribuir o material a ser seqüenciado e por coordenar e harmonizar o trabalho dos demais grupos. Laboratórios de Seqüenciamento: Responsáveis por gerar seqüências em número e qualidade a serem definidas no início do projeto.
Chips de DNA. A partir das seqüências obtidas, serão produzidos chips de DNA com hibridização a ser feita a partir dos mRNAs das diversas fases do fungo. Os chips serão construídos e analisados na UNICAMP. O mRNA deverá ser obtido a partir dos laboratórios da CEPLAC e da UESC, que detêm o conhecimento do organismo e desenvolveram metodologia para crescimento do fungo em laboratório.
O cacaueiro pode ser propagado tanto por via sexual quanto por via vegetativa. Na propagação vegetativa, podem ser utilizados métodos rotineiros como enxertia de brotos por garfagem, borbulhia ou estaquia. Esse último método vem sendo utilizado no estado da Bahia para produção de mudas em larga escala no modelo de Biofábrica.
Melhoramento Genético do Cacaueiro
Introdução
O melhoramento genético do cacaueiro historicamente começou em Trinidad. Sendo considerado, como o bem mais sucedido do mundo. A base dos trabalhos de melhoramento foram as expedições botânicas a região de origem nos anos de 1933 e 1938. Nos materiais encontrados eram selecionados aqueles que possuíssem: (i) amêndoas secas pesando próximo de 1,07 gramas ou 93 amêndoas por 100 gramas e (ii) conteúdo médio de gordura e casca respectivamente 55% e 11%.
Dentre as características de cultivar selecionado destacava-se ainda a tolerância ou resistência a pragas de importância regional além de ampla adaptabilidade local. Os trabalhos para controle da doença vassoura-de-bruxa no Equador e em Trinidad na década de 40, tiveram como partida o emprego do clone resistente SCA 6, em cruzamentos com trinitários para incremento do tamanho das sementes.
ANTES DA CHEGADA DA VASSOURA-DE-BRUXA
Para se entender a essência dos trabalhos de melhoramento feitos pela CEPLAC, faz-se necessário dividi-los em dois períodos que são; antes e depois da chegada a Bahia do fungo Crinipellis perniciosa causador da doença conhecida como vassoura-de-bruxa.
Até a década de 70 os principais problemas agronômicos que estimularam a pesquisa no Brasil, via melhoramento foram: (i) auto-incompatibilidade; (ii) aspectos qualitativos físico-químicos relacionados com a amêndoa do cacau; (iii) tamanho dos frutos; (iv) uniformidade das árvores; (v) produtividade e resistência a pragas e doenças.
Os trabalhos desenvolvidos pela CEPLAC resultaram em diferentes produtos híbridos. A estratégia era pautada em cruzamento entre indivíduos selecionados que em campo apresentassem as seguintes características:
· Precocidade
· Qualidades organolépticas (teor de gordura, cheiro, sabor)
· Peso da amêndoa seca acima de 1,2g
· Produção com 1 a 2 anos de antecedência
· Longevidade
· Variabilidade
· Vigor híbrido (heterose)
· Resistência às pragas e doenças
O fato da cor das amêndoas do cacau catongo tornar-se pigmentada (tomar a coloração violácea) quando seus óvulos são fecundados pelo pólen de outras variedades, além da boa produtividade deste material fez com que nos cruzamentos do passado, esta variedade fosse utilizada como receptora de pólen, dando-lhe valor prático na hibridação.
A iniciativa de recomendar mistura de híbridos e não híbridos isolados foi tomada pela CEPLAC coma base no fato de que a heterogeneidade de uma população ser benéfico para manter as lavouras com menor nível de infecção de doenças fúngicas em especial a podridão parda Phythophtora spp. Além de assegurar redução dos efeitos negativos da incompatibilidade sobre a produção de frutos.
TRABALHOS DA DÉCADA DE 90 E DO INÍCIO DO SÉCULO XXI
Com a introdução da VB na região sul da Bahia, os trabalhos de melhoramento voltaram-se quase que exclusivamente para encontrar fontes de resistência ao fungo, assim o produtor de cacau passou a ter três opções quanto ao uso de material genético: A primeira foi o uso de variedades clonais selecionadas pela CEPLAC, a segunda foi à utilização de propágulos obtidos da variedade Theobahia ou sementes desses materiais, e a terceira opção foi à seleção de cacaueiros resistentes na própria fazenda ou em áreas vizinhas.
Muitos esforços têm sido envidados pelos governos Federal, através da CEPLAC, e Estadual, através da Secretária Agricultura do estado da Bahia e da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, para controlar a doença. Em um curto espaço de tempo, uma série de novas tecnologias e processos foram lançados. Cita-se, por exemplo, (i) cultivares clonais resistentes; (ii) tecnologias da enxertia; (iii) enraizamento de estacas e; (iv) poda fitossanitária associadas com fungicidas, inclusive biofungicidas. Essas tecnologias que permitem conviver com a doença estão todas no campo e foram aprovadas pelos agricultores.
A variedade theobahia (variedade seminal de tolerância ao fungo) em ensaios de avaliação mostrou-se bastante produtiva chegando a apresentar produtividades de até 100@ ha-1. No entanto, essa variedade é muito susceptível a doença conhecida como mal do facão causada pelo fungo Cerotocistii fimbiata, que provoca obstrução de vasos, secamento de folhas e morte das plantas fazendo com que o plantio não mais fosse recomendado.
Os primeiros trabalhos buscando plantas resistentes na região amazônica foram realizados por Stell (1933) e Pound (1938) que resultaram na seleção de duas plantas comprovadamente livres de infecção que foram denominadas de SCA “Scavina” 6 e 12. Como já citado essas plantas foram as bases genéticas do melhoramento realizado no Equador e Trinidad onde a doença chegou na década de 30.
A ocorrência de plantas tolerantes nas propriedades agrícolas resulta das combinações híbridas distribuídas pela CEPLAC no passado que tiveram participação da “família Scavina”. Assim, os produtores puderam encontrar em suas propriedades, diferentes materiais com bom e às vezes ótimos graus de tolerância que recebem o nome popular de clone VB. A seleção das plantas para tolerância a VB é baseada em dois pressupostos que são: produtividade e tolerância à doença e podem ser resumidos nas tabelas 1 e 2.
. Principais características de um clone VB selecionado na propriedade.
1. Número de vassouras vegetativas à(máximo de 10 /ano)2. Número de vassouras de almofada à(de preferência ausente)
3. Observar o tamanho das vassouras vegetativas à (evitar as grandes)
4. O sabor adocicado da polpa, geralmente indica algum parentesco com o SCA
5. Na procura das novas plantas considerar:
· Procurar plantas de porte pequeno a médio, evitar as plantas grandes.
· Evitar plantas de copas excessivamente vigorosas
. Observações de campo para escolha de um Clone VB
1. Número de frutos por planta: de 50 a 80
2. Número de sementes por fruto: > 40 sementes
3. Peso de uma semente seca: 1,0 a 1,2 g
4. Tamanho do fruto: médio a grande
5. Espessura da casca: quanto mais fina melhor
6. Avaliação da incompatibilidade sexual (uso de polinização artificial).
Marcadores moleculares como ferramenta do programa de melhoramento foram utilizados no Centro de Pesquisa do Cacau CEPEC, Unidade da CEPLAC. Os marcadores moleculares poderão simplificar de maneira expressiva diversos procedimentos envolvidos no desenvolvimento de novos cultivares. Dentre os quais destacaram como vantagem (i) seleção de plantas jovens; (ii) uso intensivo de casa de vegetação e laboratório; (iii) não influência ambiental nos resultados.
As técnicas moleculares como RAPD, RFLPs e AFLP, constituem, no momento, as melhores opções para utilização em cacau. Até o momento as técnicas moleculares permitiram identificar plantas descendentes de Scavina que podem representar novas fontes de tolerância.
Fonte: CEPEC/CEPLAC

Certificação Biologica dos Viveros de Seringueira

Sobre a Seringueira






Ricardo Pereira - Biólogo



SEM LEGENDAA seringueira, cujo nome científico é Hevea brasiliensis, é uma árvore de porte ereto, podendo atingir 30m de altura total sob condições favoráveis, iniciando aos 4 anos a produção de sementes, e aos 6 -7 anos (quando propagada por enxertia) a produção de látex (borracha) (IAPAR,2004).
Seu tronco varia entre 30-60cm de diâmetro. A casca é o principal componente do tronco, responsável pela produção de látex, transporte e armazenamento de assimilados produzidos na folha. Além dos vasos laticíferos, acham-se na casca, próximo ao câmbio, os tubos crivados, as células parenquimatosas e os raios medulares.
O desenvolvimento das raízes da seringueira está diretamente relacionado às condições físicas ideais do solo, como boa aeração, drenagem e retenção de umidade adequada, permitindo maior exploração do sistema radicular da planta por volume de solo.
Possui folhas compostas trifoliadas, longamente pecioladas, com folíolos membranáceos e glabros.
A espécie pertence ao grupo das Dicotiledôneas, sendo monóica. As flores são unissexuadas, pequenas, amarelas e dispostas em racimo. O fruto é uma cápsula grande, que geralmente apresenta três sementes. Estas são geralmente grandes e pesam, em média, de 3,5 a 6,0g de forma oval com a superfície neutral ligeiramente achatada. O tegumento é duro e brilhante, de cor marrom, com numerosas matizes sobre a superfície dorsal.
A seringueira (Hevea brasiliensis) é atualmente a principal fonte da borracha natural no mundo. A borracha dessa árvore foi descoberta em meados do século XVIII.
O Brasil tornou-se o maior produtor mundial da borracha natural e passou a abastecer o comércio internacional de 1879 a 1912. Isso trouxe riqueza e desenvolvimento para cidades como Manaus, Belém e Rio Branco, na época e ainda foi responsável pela colonização do Acre, então território da Bolívia, que mais tarde foi anexado ao Brasil (LEÃO, 2000).
Entretanto, a partir de 1912, as exportações brasileiras foram substituídas continuamente, até serem paralisadas no final dos anos 40 (PEREIRA, 2000).
O fim do ciclo da borracha iniciou em 1876 quando Henry Wickham levou para Inglaterra 70 mil mudas de seringueira onde apresentaram notável desenvolvimento. Neste mesmo período, 2.000 mudas foram levadas para Malásia onde também conseguiram se desenvolver. Em 1913, as seringueiras malaias superavam a produção do Brasil: 47.000 toneladas contra 37.000 mil toneladas (LEÃO, 2000).
Os fatores que contribuíram para o sucesso da produção da borracha natural na Ásia foi o fato de a seringueira ser cultivada de forma comercial naqueles países, além da inexistência do fungo causador do mal-das-folhas, doença mais comum dos seringais, principalmente da Amazônia. No Brasil, isto ocorreu diferentemente, onde o sistema de produção era extrativista e o investimento em pesquisa agrícola não era tão grande quando comparado com o do Ásia. Assim, desde 1912, os países asiáticos passaram a dominar o mercado mundial (BORRACHA NATURAL, 2006).
Mas, foram feitas algumas tentativas no Brasil objetivando aumentar a produção nacional da borracha natural.
A partir da década de 60 foram elaborados no país planos ambiciosos para expandir a produção da borracha natural via cultivo da seringueira. Nos anos 70 e 80, o país investiu mais de US$ 1,0 bilhão para viabilizar a cultura na Amazônia (PEREIRA, 2000).
Todavia, apenas os seringais formados fora da região Amazônica tornaram-se viáveis e fizeram crescer a produção nacional da borracha natural. De 1971 a 2004, a produção nacional de borracha natural aumentou 400% (Figura 1), mas ainda é pequena quando comparada com a dos países asiáticos.
A cultura da seringueira na Amazônia não obteve sucesso devido ao efeito devastador do fungo Microcylus ulei, causador do mal-das-folhas (PEREIRA, 2000).
Pragas e Doenças
Entre as doenças que ocorrem na espécie, o “mal-das-folhas” é uma das mais conhecidas. É causada pelo fungo Microcylus ulei e é o principal fator limitante à expansão da heiveicultura no Brasil, principalmente na região Norte do país. O dano maior é a queda prematura de folhas, podendo levar as plantas à morte. O controle pode ser realizado utilizando clones resistentes, área de escapes ou fungicidas.
Podemos destacar também as doenças provocadas pelo fungo Phytophthora spp. Nos últimos anos, este tem causado danos superiores ao mal-das-folhas, atacando folhas, frutos e hastes. Os sintomas são: requeima, queda anormal das folhas, podridão dos frutos, cancro estriado do painel e cancro do tronco. Ocorre somente no Brasil e tem maior importância no sudeste da Bahia.
O controle pode ser feito utilizando fungicidas, área de escape, limpeza e queima de ramos e galhos infectados da porção mais baixa da copa. Além da requeima e queda anormal das folhas, o fungo é responsável pelo cancro-estriado (cancro-do-painel) e o cancro-do-tronco. O sintoma do cancro-estriado é a interrupção das sangrias durante o período chuvoso, prejudicando a produção.
O cancro-do-tronco pode danificar as plantas com a formação de sintomas de cancro típico ou anelar, levando as árvores à morte.
Ainda há a mancha areolada causada pelo fungo Thanatephorus cucumeris, a antracnose pelo Colltotrichum gloeosporioides, que se manifesta em folhas imaturas, ramos, frutos e no painel, a Podridão Vermelha pelo Ganoderma philipii a Podridão Parda pelo Rigidoporus lignosus e a Podridão Branca pelo Phellinus noxius.
Quanto às pragas que atacam o seringal, há os ácaros, besouros desfolhadores, mandarovás, formigas, moscas brancas, cochonilhas, percevejos-de-renda e cupins.
Aproximadamente 60 espécies de ácaros de diferentes famílias têm sido relatadas no Brasil em seringueira. Dentre as espécies de ácaros fitófagos encontradas em seringueira, duas são consideradas pragas sérias nas regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil: Calacarus heveae Feres (Eriophyidae), que têm causado severo desfolhamento das plantas e conseqüente queda da produtividade do látex (Vieira & Gomes 1999, Feres 2000) Tenuipalpus heveae Baker (Tenuipalpidae), que causa bronzeamento e queda prematura das folhas, o que parece determinar redução significativa da produção de látex (Pontier et al. 2001) (BELLINI et al., 2005).
O ácaro “Calacarus heveae” é uma espécie pertencente a um grupo de ácaros muito pequenos (0,1 a 0,3 mm de comprimento), com o corpo vermiforme semelhante a uma pequena vírgula e apenas dois pares de pernas, apresentando coloração marrom-acinzentada. Como conseqüência de seu ataque às folhas perdem o brilho e apresentam um amarelamentoprogressivo de sua superfície intercalado com áreas verdes normais formando desenhos característicos. Esses sintomas desenvolvem-se a partir da região inferior da copa, ascendendo progressivamente. As folhas atingidas acabam caindo, resultando em diferentes níveis de desfolha das plantas.
Aspectos de Plantio
Cultivares: clones de alto rendimento. Recomenda-se para o litoral clones tolerantes ao mal-das-folhas.
Clima e solo: solos com permeabilidade e profundidade adequadas e pH entre 3,8 e 6,0 (ótimo: 4,0 a 5,5). Evitar regiões frias e baixadas sujeitas a geadas.
Época de plantio: mais favorável no início da estação das águas.
Tipos de mudas: mudas formadas no próprio saco plástico ou toco parafinado transplantado para o saco plástico com um ou dois lançamentos maduros.
Viveiro de seringueira
Espaçamento: 7 a 8 m, entre as linhas de plantio e 2,5 a 3,0 m entre as plantas na linha.
Mudas necessárias: ideal 500 plantas por hectare.
Plantio: covas nas dimensões de 0,4 x 0,4 x 0,5 m com uso da cavadeira ou em sulcos. Plantio em nível.
Controle da erosão: plantar em nível mantendo o solo vegetado no período das chuvas.
Calagem e adubação: segundo a análise de solo, aplicar calcário para elevar a saturação por bases a 50%, usando preferivelmente calcário dolomítico, até a dose de 2 t/ha. A adubação de plantio, por cova, corresponde a 30 g de P2O5 e 30 g de K2O e 20 a 30 litros de esterco de curral bem curtido, quando disponível para solos deficientes, acrescentar 5 g de zinco. Cerca de um mês após o plantio, aplicar 30 g de N por planta, em cobertura, repetindo essa aplicação mais duas vezes durante o decorrer do 1.° ano. A adubação de formação e exploração corresponde a 80 g/planta de N, 40 a 80 g/planta de P2O5 e 40 a 80 g/planta de K2O, durante o 2.° e 3.° ano do 4.° ao 6.° ano aplicar 120 g/planta de N, 60 a 120 g/planta de P2O5 e 60 a 120 g/planta de K2O do 7.° ao 15.°, aplicar 120 g/planta de N, 60 a 100 g/planta de P2O5 e 60 a 120 g/planta de K2O e do 16.° ao 25.° ano, aplicar 100 g/planta de N, 40 a 80 g/planta de P2O5 e 60 a 100 g/planta de K2O. Parcelar a aplicação de fertilizantes, em duas vezes a primeira no início e a segunda no final da estação das águas.
Outros tratos culturais: na formação - controlar plantas daninhas com herbicidas específicos ou capinas manuais desbrotar para livrar o tronco até 2m fazer formação de copa com anelamento da haste, quando necessário. Adulto - controle do mato com capinas ou herbicidas nas fileiras roçar as entrelinhas.
Culturas intercalares: indicado até o terceiro ou quarto ano de formação culturas anuais recomendadas - feijão, soja, milho etc e perenes - palmito, café, cacau, etc. Tomar o cuidado de respeitar uma faixa de pelo menos um metro de cada lado da linha de seringueira, para evitar competição por nutrientes.
Controle de doenças: no litoral, clones tolerantes ao mal-das-folhas (Mycrocyclus ulei), doença que não é problema no planalto. Em viveiros irrigados, em determinadas épocas do ano, usar benomyl, triadimefom, enbuconazole methyl, propiconazole, mancozeb e chlorotalonil. Antracnose ocorre em folíolos jovens e painel de sangria. Folíolos: fungicidas cúpricos e chlorotalonil. Painel: fungicidas à base de chlorotalonil, propiconazole e mancozeb. Oídio (Oidium heveae): enxofre.
Colheita: o látex é colhido o ano todo com sangrias a cada três, quatro, cinco ou até sete dias. Sugere-se o uso de estimulantes após visitação técnica.
Colheita do Látex
Produtividade normal: varia com o clone e a idade de sangria. Entretanto, a produtividade média de borracha seca nos seringais no Estado gira em torno de 1.000 kg/ha ao ano.


Denomina-se viveiro a área onde as sementes recém-germinadas são repicadas para desenvolver até atingirem idade ideal para enxertia ou plantio em campo.


1. Localização
Para escolha do local do viveiro, três fatores são essenciais: tipo de solo, suprimento de água e topografia. Deve-se dar preferência para áreas com solo profundo, bem estruturado, de textura média, com disponibilidade para constante suprimento de água (evitando-se contudo, áreas sujeitas a inundações ou com lençol freático superficial, ventos frios e geadas.


2. Tipos
Em função dos sistemas de formação de mudas adotados, pode-se ter basicamente três tipos de viveiros a saber.
a. Viveiros de porta-enxertos em plantio direto no campo.
b. Viveiros cujos porta-enxertos desenvolvem-se em sacos plásticos (mudas ensacoladas).
c. Viveiro misto, onde os porta-enxertos permaneceram no campo até serem enxertados e, após transplantados para sacos plásticos.


2.1. Viveiro de campo
Escolher uma área de fácil acesso, de preferência topografia plana, com solo bem drenado e livre de inundação, e ventos frios para instalar o viveiro. Deve ser arado o mais profundamente possível e gradeado para ficar bem destorroado, de modo a facilitar um vigoroso desenvolvimento do sistema radicular. O viveiro deve ser instalado no espaçamento de 60 cm x 15 cm em filas sêxtuplas espaçadas de 1,20 m entre si. Outros espaçamentos, tais como: 60 cm x 20 cm, 70 cm x 15 cm e 70 cm x 20 cm, podem também ser utilizados, porém, há uma tendência de aumentar o custo de produção da muda à medida que se aumenta o espaçamento do viveiro. Com estes espaçamentos, o número inicial de plantas por hectare varia de 63.000 a 95.000, aproximadamente.



2.2. Viveiro em sacos plásticos
Para o preparo dos porta-enxertos ensacolados, no enchimento dos sacos plásticos deve-se dar preferência a terra de barranco, pois, normalmente, não contém ervas daninhas, restos de culturas e raízes que poderiam garantir a sobrevivência de patógenos. Pode-se utilizar também a camada superficial do solo de 0 a 20 cm.


Quanto a fertilidade do solo, é recomendável que seja feita uma análise química e as correções necessárias. Solos excessivamente arenosos não servem para enchimento dos sacos plásticos. Caso não seja possível fazer análise por qualquer motivo, usar a seguinte adubação: 0,5 kg de superfosfato triplo ou 2,5 de superfosfato simples; 0,5 de cloreto de potássio, 0,1 Kg de sulfato de zinco 300 l. de esterco de curral bem curtido, e 1,0 kg de calcário dolomítico para cada metro cúbico de terra.


Os sacos plásticos deverão ser de material virgem, com 35-40 cm de altura, 20-25 de largura e 0,2mm de espessura, com capacidade de 9-10 kg de solo. Após o seu enchimento, são encanteirados, enterrando-se até quase a borda. O melhor espaçamento deve ser 0,80 a 1,0m entre fileiras, sendo cada fileira composta por duas linhas de sacos plásticos.


A repicagem das plântulas da sementeira para os sacos plásticos previamente enchidos e estabelecidos no local, deve ser feita, no estádio de "palito". Em dias nublados e chuvosos a repicagem pode ser feita durante todo o dia, porém em dias de sol a repicagem deve ser feita somente pela manhã até as 9:00 h ou pela parte da tarde, depois das 16 horas.


Em regiões favoráveis a incidência de doenças, efetuar pulverizações semanais com fungicidas específicos.


Após o amadurecimento do primeiro lançamento, fazer aplicações quinzenais com uréia 0,2% por meio de regas.




2.3. Viveiro misto


Quando se tem por objetivo a produção de tocos enxertados de raízes nuas para plantio prévio em sacos plásticos e não para plantio direto no campo. O procedimento normal é semelhante ao viveiro de campo até a idade de enxertia. Em seguida, transplanta-se os tocos enxertados para os sacos plásticos.




3. Repicagem e plantio

Ao iniciar a germinação, repicar as plântulas, transportando-as em caixa de madeira contendo serragem umedecida e protegendo-as do sol. São necessários cuidados especiais na coleta e transporte, de maneira a não danificar as pequenas raízes. Fazer a repicagem em dias chuvosos ou nublados, e quando em dias de muito sol, nas primeiras horas da manhã ou ao cair da tarde.


Em período de estiagem acentuada, realizar as irrigações de maneira a deixar o solo ou sacos com água disponível às plântulas principalmente.


4. Tratos culturais

4.1. Capinas
Manter o viveiro livre de plantas invasoras que utilizam água e nutrientes, competindo com o desenvolvimento dos porta-enxertos, notadamente nos meses iniciais. No início, a erradicação das ervas mais próximas das plântulas deve ser manual (mondas) para não ferir a muda. Com o sombreamento do viveiro, pelo crescimento das plantas, ocorre o controle natural das plantas daninhas. O controle de plantas daninhas nas ruas entre os canteiros de mudas de saco plástico pode ser feito por meio de enxada, tendo-se o cuidado de não danificar os sacos plásticos, ou através de herbicidas tendo-se o cuidado de não atingir as mudas.


4.2. Desbaste


Devem ser feito dois desbastes: o primeiro, quando o porta-enxerto apresentar dois lançamentos maduros e, o outro pouco antes da enxertia. Eliminar plantas defeituosas e pouco desenvolvidas.


4.3.Adubação e calagem
Antes da instalação do viveiro, amostras compostas de solo serão coletadas com o objetivo de conhecer as características químicas e avaliar as necessidades de calagem e adubação. A calagem deve ser feita sempre que constatar índice de saturação de bases inferior a 40%. No cálculo da dosagem de calcário, procurar elevar o referido índice para 50%.


No viveiro, de campo, após o preparo do solo, incorporar 250 kg/hectare da fórmula 10-20-20. Se possível, aplicar esterco curtido de bovino (40t./hectare) ou de galinha (10t./hectare); ou torta de mamona (5t./hectare). Suplementar a adubação básica do viveiro com 200 kg/hectare da fórmula 20-10-10 duas vezes ao ano, no início das águas (setembro) e no fim (março) colocando o adubo em faixa ao lado da linha de plantio. Caso ocorram deficiências de micronutrientes, notadamente zinco, manganês e cobre, ocorrendo, estas deverão ser corrigidas pela aplicação de adubos foliares que contemplem os micro-nutrientes necessários, através de pulverizações a 0,25%.


Critérios Da certificação ;



1- Obediência às Leis


O manejo florestal deve respeitar todas as leis aplicáveis ao país onde opera, os tratados internacionais e os acordos assinados por esse país, além de obedecer a todos.

2 - Responsabilidades e Direitos de Posse e Uso da Terra


Os direitos de posse e uso de longo prazo relativos à terra e aos recursos florestais devem ser claramente definidos, documentados e legalmente estabelecidos;


3 - Direitos dos Povos Indígenas

Os direitos legais e os costumes dos povos indígenas de possuir, usar e manejar suas terras, territórios e recursos devem ser reconhecidos e respeitados;

4 - Relações Comunitárias e Direitos dos Trabalhadores


As atividades de manejo florestal devem manter ou ampliar o bem-estar econômico e social de longo prazo dos trabalhadores florestais e das comunidades locais;

5 - Benefícios da Floresta



As operações de manejo florestal devem incentivar o uso eficiente dos múltiplos produtos e serviços da floresta para assegurar a viabilidade econômica e uma ampla

gama de benefícios ambientais e sociais;

6 - Impacto Ambiental


O manejo florestal deve conservar a diversidade ecológica e seus valores associados, os recursos hídricos, os solos e os ecossistemas e paisagens frágeis e singulares e,

assim, manter as funções ecológicas e a integridade da floresta;


7 - Plano de Manejo



Apropriado à escala e à intensidade das operações propostas – deve ser redigido, implementado e atualizado. Os objetivos de longo prazo do manejo florestal e os meios

para atingi-los devem ser claramente definidos;

8 - Monitoramento e Avaliação


O monitoramento deve ser conduzido – de acordo com a escala e a intensidade do manejo florestal – de modo a avaliar as condições da floresta, o rendimento dos produtos florestais, a cadeia de custódia, as atividades de manejo e seus impactos ambientais e sociais;

9 - Manutenção de florestas de alto valor de conservação


As atividades de manejo de florestas de alto valor de conservação devem preservar ou incrementar os atributos que definem estas florestas. Decisões relacionadas às florestas de alto valor de conservação devem sempre ser consideradas com precaução;

10 - Plantações


As plantações devem ser planejadas e manejadas de acordo com os Princípios e Critérios 1 a 10. Considerando que as plantações podem proporcionar um amplo lequede benefícios sociais e econômicos e contribuir para atender as necessidades globais por produtos florestais, recomenda-se que elas complementem o manejo, reduzam
as pressões e promovam a restauração e conservação das florestas natureza.