terça-feira, 25 de setembro de 2012

Concurso de valença


Na Bahia, a Prefeitura de Valença, publicou edital n° 02/2012 do concurso público que se destina a preencher 1.147 vagas, sendo 758 imediatas, 361 para cadastro de reserva e 28 para portadores de necessidades especiais. O certame será realizado pela empresa Magnus Auditores e Consultores Associados.

Há chances para profissionais de todos os níveis de escolaridade, desde o ensino fundamental até o superior, com salários previstos que variam de R$ 622,00 e R$ 6.000,00, em jornada de trabalho de 20 a 44 horas semanais. Do total de vagas ofertadas, 5% são destinadas aos candidatos portadores de necessidades especiais.
Cargos

Para quem tem o nível fundamental, as vagas são para Auxiliar de Serviços Gerais (Secretaria de Administração), Gari (Secretaria de Administração), Auxiliar Escolar (Secretaria de Educação), Motorista (Secretaria de Administração), Motorista (Secretaria da Promoção Social), Motorista (Secretaria de Educação) e Mecânico (Secretaria de Administração).

Quem tem o nível médio, os postos são para Guarda Municipal (Secretaria de Administração), Auxiliar de Secretaria Escolar (Secretaria de Educação), Auxiliar Administrativo (Secretaria de Administração), Auxiliar Administrativo (Secretaria de Administração), Fiscal de Obras (Secretaria de Administração), Fiscal de Limpeza (Secretaria de Administração), Secretário Escolar (Secretaria de Educação), Técnico de Enfermagem (Secretaria de Saúde), Fiscal Ambiental (Secretaria do Meio Ambiente) e Fiscal da Vigilância Sanitária (Secretaria de Saúde).

No nível superior, há vagas para Professor I (Educação Infantil ao 5º ano) (Secretaria de Educação), Professor II - Língua Portuguesa (Secretaria de Educação), Professor II - Matemática (Secretaria de Educação), Professor II - Artes (Secretaria de Educação), Professor II - Inglês (Secretaria de Educação), Professor II - Ed. Física (Secretaria de Educação), Professor II - História (Secretaria de Educação), Professor II - Geografia (Secretaria de Educação), Professor II - Ciências Naturais (Secretaria de Educação), Coordenador Pedagógico (Secretaria de Educação), Pedagogo (Secretaria de Educação), Assistente Social (Secretaria da Promoção Social), Assistente Social (Secretaria de Saúde), Biólogo (Secretaria do Meio Ambiente), Educador Físico (Secretaria de Saúde), Educador Social (Secretaria da Promoção Social), Enfermeiro (Secretaria de Saúde), Enfermeiro (p/ Vigilância Sanitária) (Secretaria de Saúde), Farmacêutico Bioquímico (Secretaria de Saúde), Farmacêutico ou Bioquímico (p/ Vigilância Sanitária) (Secretaria de Saúde), Fisioterapeuta (Secretaria de Saúde), Fonoaudiólogo (Secretaria de Saúde), Médico (Secretaria de Saúde), Médico Psiquiatra (Secretaria de Saúde), Nutricionista (Secretaria de Saúde), Nutricionista ou Engenheiro de Alimentos (p/Vigilância Sanitária) (Secretaria de Saúde), Odontólogo (Secretaria de Saúde), Psicólogo (Secretaria da Promoção Social), Psicólogo (Secretaria de Saúde), Terapeuta Ocupacional (Secretaria de Saúde) e Veterinário (Secretaria de Saúde).
Inscrições

As inscrições poderão ser realizadas pela internet, no endereço www.magnusconcursos.com.br, solicitada no período de 24 de setembro a 24 de outubro de 2012. A taxa de inscrição será de 13,50 e R$ 14,00.
Provas

As Provas Objetivas de Múltipla Escolha serão realizadas no Município de Valença, no dia 11 de novembro de 2012. Estarão afixadas na sede da Prefeitura Municipal de Valença e disponível no site: www.magnusconcursos.com.br a partir do dia 02 de novembro de 2012, planilha contendo locais e horários de realização das provas objetivas.
Validade

O prazo de validade do concurso é de 02 (dois) anos, contados da data da homologação do resultado final, podendo ser prorrogado por mais 02 (dois) anos.

Edital / Publicações


Dos dias 24 de setembro a 24 de outubro de 2012 vão estar disponíveis as inscrições para o concurso público da Prefeitura Municipal de Valença, situada a cerca de 255 km da capital baiana Salvador.

Com o pagamento de salários a partir de R$ 622,00, serão preenchidas 1.147 vagas de emprego, sendo 758 imediatas, 36 para a formação de um cadastro reserva e 28 para candidatos portadores de necessidades especiais.

As oportunidades de nível fundamental, médio e superior são para os cargos de Educador Físico, Professor, Fonoaudiólogo, Odontólogo, Fiscal de Obras, Técnico em Enfermagem, Mecânico, Gari, Auxiliar Administrativo, Fiscal de Vigilância Sanitária, entre outras atribuições publicadas no edital do concurso.

Os candidatos aprovados vão receber salários de até R$ 6.000,00 para um regime de trabalho semanal de 20 a 44 horas.

Para se inscrever, acesse o site da Magnus Concurso Público e participe no valor de R$ 13,50 (nível fundamental e médio) e R$ 14,00 (nível superior).

A prova objetiva, formada por questões de múltipla escolha será aplicada no dia 11 de novembro de 2012 no município de Valença (BA).

Este concurso é válido por dois anos, podendo ser prorrogado por mais dois anos.


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VOCÊ PODERÁ MONTAR APOSTILAS PARA CONCURSOS NAS ÁREAS:
- Advogado.
- AFRF – Auditor Federal da Receita.
- AFT - Auditor Fiscal do Trabalho.
- Agente Comunitário de Saúde.
- Agente de Combate a Endemias.
- Agente de Saúde
- Agente de Trânsito e Transporte
- Agente Penitenciário Federal
- Área de Educação
- Área Médica
- Assistente Social
- Auxiliar Administrativo
- Auxiliar de Contabilidade
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- Banco Central do Brasil
- Banco do Brasil
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- Câmaras Municipais
- Contabilista
- Correios
- Economia Básica
- Enfermeiro
- Escrevente Judiciário
- Exame da Ordem
- Fiscal de Obras
- Fiscal de Posturas
- Fiscal do Trabalho
- Guardas Municipais
- IBGE
- INSS
- IPHAN
- Ministério da Saúde
- Ministério da Fazenda
- Motorista
- MPU– Técnico e Administrativo
- MTE – Ministério do Trabalho e Emprego
- Odontologia
- Oficial de Justiça
- Policia Civil
- Policia Federal – Agente e Escrivão
- Policia Militar
- Policia Rodoviária Federal
- Prefeituras Municipais
- Receita Federal
- Segurança do Trabalho
- STF
- STJ
- SUS – Sistema Único de Saúde
- TCU
- Técnico em Enfermagem
- TJ
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- TRF – Técnico Judiciário
- Tribunal de Justiça
- TRT
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APOSTILAS QUE CONTEM NO CD-ROM
Apostilas para Concursos com Matérias Básicas:
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Apostilas para Concursos de Direito:
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Apostilas para Concursos Complementares de Direito:
- 89 Modelos de Solicitações ao Juiz.- Crimes de Abuso de Autoridade.
- Crimes de Lavagem de Dinheiro.
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- Crimes de Sanção Penal.
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- Tabela Profissiográfico Previdenciário.
- 1.000 questões de todos os Direitos.
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Apostilas para Concursos Diversas:
- Administração de Pessoal.
- Administração Financeira – Orçamentária.
- Administração Geral.
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- Auditoria Básica.
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- Conhecimento em Informática.
- Conhecimentos Bancários.
- Contabilidade de Custos.
- Contabilidade Geral.
- Contabilidade Pública.
- Curso de Memorização.
- Economia Básica.
- Estatística Básica.
- Ética Geral e Profissional.
- Legislação Ambiental.
- Orçamento Público.
- Plano Oficial de Contabilidade.
- Processo Administrativo.
- Relações Humanas.
- Segurança no Trabalho.
- Técnicas de Estudo.
e muitas Outras .....

Apostilas para Concursos na Área da Saúde:
- Assistência Social.
- Biossegurança.
- Calendário de Vacinação.
- Construção do SUS.
- Código de Éticas dos Profissionais.
- Gestão do SUS.
- Higiene Mental.
- Legislação do SUS.
- Microbiologia.
- Norma Operação de Assistência a Saúde – NOAS.
- Parâmetros Nutricionais.
- Plano Nacional de Saúde.
- Política de saúde Mental.
- Política Nacional de Atenção Básica.
- Política Nacional de Humanização.
- Política Nacional de Imunizações.
- Portarias GM.
- Primeiros Socorros.
- Programa da Família.
- Proteção e Recuperação da Saúde Publica.
- Proteção Social Básica Especial.
- Regulamentação Assistência Social.
- Saúde Bucal.
- Saúde da Criança e Família.
- Saúde da Mulher.
- Seguridade Social.
- Sistema de Informação Hospitalar.
- Sistema Nacional de Auditoria do SUS.
- Sistema Único de Assistência Social - SUAS.
- Sistema Único de Saúde - SUS.
- Sistema Único de Saúde - ABC.
- Técnicas de Enfermagem.
- Vigilância da Saúde.
- Vigilância Epidemiológica.
e muitas outras...






Apostilas para Concursos na Área de Educação:

- Diretrizes Curriculares.
- Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB.
- Parâmetros Curriculares Nacionais.
- Planejamento e Metodologia de Ensino.
- Plano Nacional de Educação.
- Política Nacional de Educação.






Apostilas para Concursos na Área de Meio Ambiente:



- Crimes Contra Meio Ambiente.
- Fundação Estadual de Meio Ambiente.
- Ibama.
- Infrações e Sanções Administrativas do Meio Ambiente.
- Meio Ambiente.
- Politica Nacional do Meio Ambiente.
- Resolução CONAMA.


Códigos:
- Código Brasileiro de Telecomunicações.
- Código Civil (Novo).
- Código Comercial.
- Código de Águas.
- Código de Caça.
- Código de Defesa do Consumidor.
- Código de Normas da Corregedoria Geral da Justiça.
- Código de Trânsito Brasileiro.
- Código Eleitoral.
- Código Florestal.
- Código Penal.
- Código Penal Militar.
- Código de Processo Penal Militar.
- Código Processual Civil.
- Código Processual Penal.
- Código Tributário Auronautica.
- Código Tributário Nacional.
- Código de Ética das Profissões da Área Médica.
e muitos outros Códigos.....
Estatutos e Regimentos:
- Estatuto da Criança e do Adolescente.
- Estatuto do Idoso.
- Estatuto do Portador de Deficiência Física.
- Regime Jurídico Único dos Servidores Federais.
- Regimento Interno do Departamento de Polícia Federal.
- Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça.
- Regimento Interno do Tribunal de Contas da União.
- Regimento Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União.

Leis, Decretos e Constituições:

- Constituição Federal do Brasil (Atualizada).- Constituições Estaduais.- Lei Complementar 101.- Lei da Contabilidade Pública.- Lei da Improbidade Administrativa.- Lei da Modalidade Pregão.- Lei de Bases da Educação Nacional.- Lei de Licitações e Contratos – Lei 8.666 Atualizada.- Lei dos Crimes Contra a Ordem Tributária.- Lei Orgânica da Magistratura Nacional.- Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União.- Leis e Decretos. e muitas Outras.....


1.260 Provas Gabaritadas:

- Administração.
- Advogado.
- Agente.
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- Bancário.
- Contábil.
- Engenharias.
- Escriturário.
- Economia.
- Informática.
- Fiscal.
- Jurídica.
- Medicina e Farmácia.
- Policial.
- Técnico.
E muitas outras.


Exercícios e Simulados:
- Administração.- Contabilidade.
- Direito.
- Informática.
- Matemática.
- Matemática Financeira.
- Português.
- Raciocínio Lógico.
Diversos:
- 15.000 Questões de Todas as Matérias.
- 2.600 Cartas Comercias, Contratos e Pessoais.
- Dicas de Estudo.



Apostilas para Concursos elaboradas para Concursos Públicos em todo O Brasil.

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Catador no Brasil não é profissão

Em primeiro lugar, catador no Brasil não é profissão: é biscate de morador de rua, normalmente explorado pelo dono do galpão. Quando o Governo alardeia que 98% das latas de alumínio são recicladas no país, não está divulgando um indicador de desenvolvimento, mas de miséria humana, até porque não existe uma política nacional de inclusão social e capacitação dessa massa trabalhadora. A foto abaixo não me deixa mentir.


Catador como profissão regulamentada é um cidadão que trabalha de carteira assinada e conta com todos os direitos trabalhistas (salário mínimo, férias, décimo-terceiro, FGTS, aposentadoria por invalidez, etc.), além de ser treinado e capacitado, exercendo seu ofício como qualquer funcionário da Companhia de Limpeza Pública, uniformizado e com EPI (equipamento de proteção individual previsto em lei).

Veja abaixo, o texto e imagem de um caso bem sucedido na cidade de Foz do Iguaçu, retirado da Revista Brasileiros:

"Enquanto os trabalhos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico se fortalecem num horizonte a médio e longo prazos, a frase citada pelo economista britânico, John M. Keynes, em 1923, "a longo prazo estaremos todos mortos", ou na versão mais popular do músico Jim Morrison, "daqui ninguém sai vivo", ecoou como um alerta para mostrar a necessidade de se buscar uma resposta imediata. Luiz Carlos Matinc, técnico da Divisão de Ação Ambiental da Itaipu, é o coordenador do Projeto Coleta Solidária e responsável pela organização dos catadores de papel de Foz do Iguaçu. Para ele, uma questão elementar é mais do que suficiente para justificar qualquer medida em favor dessas pessoas. "Nos meses de verão, a temperatura aqui na região ultrapassa os 40 graus. É no mínimo desumano permitir que eles, principalmente idosos e crianças, andem pelas ruas puxando um carrinho." Mas a questão foi bem mais complexa. O primeiro desafio foi fazer com que os chamados lixeiros se aceitassem como cidadãos. A maioria havia perdido a auto-estima e o consumo de bebidas alcoólicas era enorme, até entre mulheres, jovens e crianças. Foi difícil fazê-los entender as vantagens do cooperativismo, do associativismo, cujos pressupostos estão sedimentados no trabalho coletivo. "Como não bastasse, eles eram explorados pelos donos dos barracões. Além de o preço pago pelo quilo do material ser apenas 30% do valor de mercado, os 'patrões' ainda cobravam aluguel dos carrinhos que eles puxavam", diz Matinc. Atualmente, a Cooperativa dos Agentes Ambientais de Foz do Iguaçu (COAAF) tem 550 sócios cadastrados e tanto o acompanhamento dos agentes ambientais como as avaliações da própria Cooperativa são feitos pela ONG Instituto Lixo e Cidadania, de Curitiba. Assim, além de melhores rendimentos financeiros, as condições de trabalho e higiene também são mais favoráveis. Outro instrumento facilitador foi o desenvolvimento de um carrinho elétrico para coleta de material nas ruas de difícil acesso, íngremes ou para os percursos mais longos.

Trata-se de um projeto piloto e o primeiro protótipo testado foi entregue por uma empresa privada no final de 2007. Em julho desse ano a Itaipu recebeu mais 50 unidades, sendo 30 para Foz do Iguaçu e o restante distribuído para cooperativas de Recife, Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre. Em setembro, numa solenidade que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foram entregues mais cinco em Belo Horizonte. O custo de cada unidade é de R$ 4 mil e o gasto com 'combustível', no caso, energia elétrica, é de R$ 7,50 por mês. Mas não se trata de uma medida paternalista. Num convênio assinado com o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), a Itaipu comprometeu-se a fornecer, além do apoio tecnológico, condições para elaboração de uma base cadastral sobre os veículos, cooperativas e trabalhadores, a ser abrigada no servidor do PTI, além da elaboração de um manual de orientação sobre coleta seletiva. Com isso, o projeto poderá ser disseminado em outras regiões do País. Já se cogita a possibilidade de instituir uma linha de crédito por meio de instituições de fomento oficiais, voltada ao financiamento desses equipamentos para as cooperativas organizadas, onde os próprios catadores serão responsáveis pela administração do projeto."



A verdade é que esperamos por um milagre, como se o problema do lixo urbano fosse resolver-se por si só e nossas lixeiras fossem um desintegrador mágico do que jogamos ali. A visão antropocêntrica de que a solução das questões sanitárias estaria no produto também é equivocada e foi exatamente por pensar dessa forma desde a Revolução Industrial, que chegamos ao tetrapack, bebidas orgânicas, papel "reciclado" e móveis de mdf... porque não mudamos a nossa atitude diante do consumo. A salvação do lixo urbano não está na camiseta de pet, mas justamente em parar de fabricar tanta embalagem plástica oriunda de petróleo ou bioplástico de milho transgênico.

Vamos por partes: para fabricar o papelão do tetrapack, ou madeira de reflorestamento do MDF, ou o papel "reciclado" da nossa resma de A4, plantamos eucalipto. O eucalipto, que não é sequer nativo da flora brasileira, além de sugar 30lts de água diários dos lençóis freáticos, devasta os 7% remanescentes de Mata Atlântica. Com isso, perdemos em bioversidade num bioma em extinção e condenamos a área nativa ao processo de desertificação futuro.

Normalmente, o fardo de tetrapack é descartado na lixeira destinada à coleta seletiva do papelão e a cooperativa em questão não terá recursos para descartar devidamente as outras folhas de alumínio e plástico, gerando mais um resíduo desnecessário. Logo, tudo que não for coletado, transportado e reciclado, será descartado num aterro sanitário. Se existir um aterro sanitário ou controlado no município em questão, o que ainda é exceção no nosso país, vide o exemplo do Morro do Bumba, cujos moradores estão desabrigados até hoje. Outro equívoco é acreditar que o papelão certificado pela FSC da embalagem original é uma alternativa "verde". As fazendas de eucalipto para produzir papel e MDF certificado são uma monocultura latifundiária, corporativa e que emprega crianças e trabalho escravo.
Vou ainda mais longe, o próprio conceito de papel "reciclado" é equivocado, uma vez que o papel é apenas parcialmente reciclado. 50% do papel reciclado é feito a partir de novas prensas de papel branco e clareado quimicamente, poluente e sintético. Mais uma vez, cabe ao consumidor repensar se vale a pena imprimir tanto papel e tentar encontrar aquele livro num sebo. Cada tonelada de papel consome de 10 a 20 árvores, 10.000 lts. de água e 5 Mw/hr de energia.

Pior, compramos água mineral engarrafada em detrimento da água de filtro de barro, considerado o melhor do mundo, e exportamos bebidas prontas a partir de frutas tropicais cultivadas com agrotóxico.
Toda bebida pronta é crime de hidropirataria, pois cada litro de suco, chá gelado, refrigerante e cerveja industrializados consome pelo menos 5 litros de água em todo o processo produtivo. O custo real de 1lt. de bebida industrializada é de pelo menos R$10,00. Como esse preço final é comercialmente inviável, o fabricante não o repassa ao consumidor e, assim que o entorno da fábrica de bebidas for desertificado por exaustão das nascentes, a fábrica (que contou com isenção de impostos ao se instalar, já que gera empregos) se muda para outra localidade e a história se repete.

Na dúvida, voltemos aos casacos e vasilhames em vidro, salubres e retornáveis, apesar de pesarem no frete e consumirem mais combustível fóssil na logística de transporte. Garrafas plásticas, além de não retornáveis e derivadas de petróleo, são ricas em Bisfenol-A, substância cancerígena que foi banida da Austrália e Canadá. A opção em bioplástico de milho transgênico também não é boa solução à longo prazo, em virtude do cartel e monopólio das sementes casadas ao uso de pesticidas, que vem devastando áreas agrícolas, poluindo lençóis freáticos e expulsando os pequenos produtores rurais de suas terras.
Repare também que todas as embalagens que armazenaram perecíveis, devem ser limpas antes do descarte. A maionese residual de um único pote pode virar uma colônia num galpão abafado e assim, contaminar todo o fardo armazenado no local.

O diferencial é sempre a mudança do padrão de consumo e comportamento, reduzir a quantidade de bebidas prontas e água mineral engarrafada, que produzem embalagens que não sabemos como administrar e são hidropirataria, pois desertificam as áreas de entorno das fábricas no longo prazo. Fazer dos mesmos uma exceção para dias de festa (ou quando não há água potável disponível), em harmonia com o meio ambiente. A humanidade tem 10.000 anos e a Revolução Industrial, 200 - fazer um chá gelado e uma limonada não são difíceis e nos beneficiam imensamente em termos ambientais e nutricionais.

Reciclar é um conceito apoiado num tripé: recusar, reutilizar e só então reciclar (transformar).

O artesanato e a indústria são as 2 frentes da reciclagem, mas é exatamente o comportamento do consumidor que pode reduzir a produção de embalagens "verdes", que consomem matéria-prima, água e combustível fóssil na logística de transporte. Recusar é a primeira barreira que o consumidor pode impor para o consumismo e excesso de embalagens. Como eu já disse em muitas outras postagens, aqui em casa, as compras são feitas em 2 lugares: feira de orgânicos e empório a granel, direto do produtor sem veneno e à peso sem embalagem pelo custo do atacado - ganho em qualidade e quantidade. Não que todo meu lixo gerado seja casca de legume e fruta orgânico ou meia dúzia de saquinhos de grãos do mercado à granel, eu também tenho minhas lâmpadas, pilhas e eletrônicos, mas como a quantidade total é muito menor, torna-se mais fácil de administrar um volume reduzido. Mesmo as lâmpadas são poucas (pois só compro das inteligentes, que consomem menos energia e duram 6 anos), como meu celular, que é usado até acabar (apesar de eu ter bônus para trocar pelo aparelho que quiser). Eu recuso muito para poder reciclar pouco.

Fique de olho, nenhuma grande empresa de refrigerante lança garrafas com 30% a menos de plástico, porque é ambientalmente correta - isso é só greenwashing. Assim como a propaganda de bancos que investem em sustentabilidade nos lembra do que pagamos de tarifa, a indústria automobilística e os postos de gasolina adoram anunciar que todo brasileiro é apaixonado por carro e os fabricantes de cosméticos não-biodegradáveis e testados em animais são justamente os que lançam campanhas do gênero "somos todos um". É a Política Nacional de Resíduos Sólidos e a Fiscalização do IBAMA que está obrigando essas empresas "amigas do meio ambiente" a recuperar as embalagens que produzem entre outras ações. Essas "boas práticas ambientais" não são responsabilidade social e engajamento, são apenas o cumprimento da lei passível de multa e interdição e em muitos casos, isenção fiscal.

Só existem 2 embalagens realmente recicláveis: ecobags e carrinhos de feira, não por um acaso a primeira postagem desse blog modesto. Veja as fotos de ambos, no meu apartamento antigo, nas postagens: Sacos plásticos nunca mais e Campanha para redução de sacos plásticos.

E o mais importante, o fato de um condomínio-empresa ter centenas de lixeiras para coleta seletiva não significa nada. Se o material descartado não for devidamente coletado por uma cooperativa de reciclagem, acaba no caminhão-triturador da empresa de limpeza pública. O mesmo caminhão da primeira foto da postagem, que despeja tudo junto num aterro sanitário lotado. Isso é claro, se o município em questão tiver um aterro sanitário ou pelo menos controlado, a maioria não têm e assim, os lixões urbanos a céu aberto vão se formando e sendo incorporados pela paisagem. Para saber onde estão as cooperativas de catadores em todo o país, veja o site do MNCR (Movimento Nacional de Catadores de Recicláveis)


Outras fontes de consulta:
Wikipedia
CEMPRE (Compromisso Empresarial para Reciclagem)
Instituto Akatu para o consumo consciente
MNCR (Movimento Nacional dos Catadores de Recicláveis)
Portal Lixo
ABRE (Associação Brasileira de Redistribuição de Excedentes)
Portal Viva Viver da Unimed



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Como funciona um aterro sanitário
A sustentabilidade não tem glamour algum
"Eu queria trabalhar com sustentabilidade"

Fonte:

Negócio com Sustentabilidade

A luta contra o aquecimento global abriu um novo campo de trabalho e negócios mundo afora. Meio empreendedores, meio ambientalistas, os pioneiros que apostaram há tempos em negócios “verdes” – comércio de carbono, energias renováveis e tecnologias limpas – hoje colhem os frutos milionários dessa decisão.

Ninguém retrata tão bem esse universo como o engenheiro agrônomo Pedro Moura Costa, que organizou na semana passada o Rio+15, um encontro internacional para discutir as realizações na área ambiental quinze anos depois da Eco 92.

Costa deixou há 20 anos a rotina de praia e estudos no Rio para correr o mundo e se dedicar a questões ambientais. Radicado em Londres, criou há dez anos a Ecosecurities, uma empresa especializada em desenvolver projetos de créditos de carbono – um bônus concedido a quem reduz as emissões e que pode ser vendido para empresas poluidoras, seguindo as regras do Protocolo de Kyoto.

Hoje, a Ecosecurities é a maior empresa de créditos de carbono do mundo e vale mais de US$ 1 bilhão na Bolsa de Londres. Costa já vendeu parte de suas ações e ainda tem 10% da companhia. Ele prefere não falar sobre o quanto lucrou. “Mais que qualquer coisa, sou um ‘ecoempreendedor’”, responde.

Costa começou a atuar no ramo por ser apaixonado por questões ambientais e acabou abrindo um novo mercado. Depois de um período de estudos na Inglaterra, no final dos anos 80, morou cinco anos na Malásia, onde desenvolveu o primeiro Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) – antes chamado de projeto de seqüestro de carbono – para uma empresa florestal. O sucesso da experiência estimulou a abertura da Ecosecurities, sete anos depois.

Ele abriu a empresa em sua casa, em Oxford, na Inglaterra, ao lado da esposa Ruth, inglesa que conheceu na temporada na Malásia. O ano decisivo para a Ecosecurities foi 2005, quando as ações da empresa passaram a ser negociadas na Bolsa de Londres. Foi o ano também em que entrou em vigor o Protocolo de Kyoto, estimulando a criação de projetos ambientais pelos 140 países signatários e inflando a carteira de clientes da consultoria, que prepara e acompanha a execução dos projetos que reduzem a emissão de gases do efeito estufa.

Do escritório em Oxford, Pedro administra cerca de 3 bilhões em créditos de carbono. A Ecosecurities tem uma equipe de 250 pessoas, em 28 escritórios ao redor do mundo.

Fabricante produz pás para usinas eólicas
Em Sorocaba (SP), está um outro exemplo do acerto na aposta nos negócios “ecologicamente corretos”. Lá funciona a fábrica da Tecsis, de onde saem anualmente 4 mil pás que abastecem usinas eólicas – movidas pela força dos ventos – em dez países. A empresa, fundada pelo curitibano Bento Koike, de 51 anos, tem 12 anos e já é a segunda maior produtora independente de pás para esse fim no mundo.

No ano passado, a trajetória de crescimento da empresa foi coroada com um contrato estimado em US$ 1 bilhão com a General Electric, a multinacional americana líder nesse tipo de energia. Mas Koike não confirma o valor da transação.

Outro empresário brasileiro que começa a lucrar com a economia “verde” é Eugênio Singer, paulista de 53 anos que está à frente da Ecosorb. A companhia, especializada na prevenção e tratamento de acidentes ambientais, começou a se expandir a partir do acidente da Petrobras na Baía de Guanabara, em 2000. “Até então, não existia esse tipo de serviço bem estruturado no País”, diz.

O senso de oportunidade colocou a empresa numa trajetória de crescimento de 20% a 30% ao ano a partir de 2002. Em maio, recebeu R$ 20 milhões do fundo de investimentos Stratus.

Fonte: Cimm

SACOLAS DE SACO DE CIMENTO






As sacolas feitas de sacos de cimento poderão ser usadas pelas pessoas para fazerem compras e diminuírem o uso de sacolas plásticas, reduzindo assim a poluição e a degradação do meio ambiente. O estilista mineiro Rogério Lima foi o principal inspirador deste projeto, ele incorporou esta responsabilidade ambiental em sua coleção de bolsas para primavera verão 2008/09. Essas bolsas podem suportar em média quinze quilos ou mais, fazendo com que várias sacolas plásticas sejam substituídas.




Como fazer uma sacola com saco de cimento ?

  • Lave o saco de cimento com um jato de água e coloque-o para secar ao sol.
  • Passe cola branca para que o papel crie maior resistência; coloque-o novamente para secar.
  • Agora vem à parte da costura, o modelo fica ao gosto de cada pessoa, pode-se usar a alça da bolsa feita de couro ou mesmo de tecido.
  • A parte interna pode ser forrada ou não.
  • Na parte de fora da bolsa, pode ser usada uma estampa do próprio saco de cimento ou pode ser feito um trabalho artesanal.
  • O que vale aqui é usar a criatividade em prol meio ambiente e de um mundo ecologicamente correto!
Ana Paola, Débora Araújo, Jésus Junior, Maria Teresa Aquino (M3CAM)
Orientadora: Adriana Gotschalg

Energia Solar no Mineirão



Com essa nova percepção da sociedade quanto ao meio ambiente, engenheiros e estudiosos estão levando ao Mineirão uma nova forma de obtenção de energia que já é muito usada em países como Estados Unidos, Japão e Alemanha, que são os principais produtores de energia solar no mundo. Vale lembrar que nós iremos demonstrar tanto a obtenção deste recurso energético quanto a sua aplicação ao projeto de reforma do estádio de futebol (Mineirão). A construção de uma usina de energia solar de verdade tem um custo muito alto. Tendo como base o estádio, o gasto será de 12,5 milhões de euros.
O material que o grupo utilizou foi compensado para a construção do estádio, massa corrida para o acabamento do Mineirão, lâmpadas de led para simular os holofotes, fios de cobre para fazer a rede elétrica, visores de calculadora para simular as placas fotovoltaicas, bateria.

A construção desta usina no Mineirão não vai fornecer energia apenas para a iluminação dos jogos de futebol e eventos que nele acontecem, mas vai também produzir energia suficiente para iluminar cerca de 800 residências. Se somada a capacidade do mineirinho, esse numero aumenta para 1,5 mil casas mais a demanda interna.
São muito os aspectos positivos deste tipo de energia porque esta é uma fonte inesgotável, não libera gases poluentes na atmosfera, há o abastecimento energético das residências mencionado acima, além de gerar empregos em diversos segmentos neste período de reforma do estádio. Mas alguns problemas necessitam ser lembrados, porque o custo desta energia é uma das caras existentes, tendo valores próximos a 10 milhões de euros para a instalação de uma usina de capacidade em torno de 1MW (megawatt), Apesar de abastecer 1.500 residências, sua eficácia cai drasticamente em certos períodos do dia como o amanhecer e no crepúsculo e não funciona durante a noite evidentemente.
Ao que se percebe a implantação da energia solar para o estádio Governador Magalhães Pinto será uma das ideias inovadoras do projeto, um estádio de futebol que também é uma usina de energia solar, sendo esta uma das mudanças feitas para a copa de 2014 no Brasil, já que o país não possui tecnologias deste porte no ramo.
Fernando Henrique, Jonathan Neres, Welinton Almeida (3ªsérie 2011)
Orientador:Norimar

Sequestro de Carbono x Carvão Limpo


Por Guilherme Amorim, Larissa Durães, Pedro Pacheco (M1CAM)



O gás carbônico é uma das substâncias químicas que mais poluem o meio ambiente e também uma das mais emitidas por nossas atividades. Além disso, ele é um dos principais gases causadores do agravamento do efeito estufa.


O efeito estufa é um fenômeno natural, necessário para a manutenção da vida no planeta Terra. Vale ressaltar que esse efeito tem se agravado bastante desde que o homem iniciou o processo de industrialização que causa o aumento da emissão de gás carbônico, retendo todo o calor da superfície terrestre, causando assim, o aquecimento do planeta e o degelo de calotas polares que elevam o nível dos mares.


O efeito estufa é formado quando substâncias gasosas, que absorvem parte da radiação infravermelha, emitida principalmente pela superfície terrestre, impedem que ocorra perda de calor, mantendo a Terra aquecida.


Uma alternativa para diminuir a emissão desses gases, seria coletá-los em usinas termoelétricas e armazená-los, para substituir os derivados do petróleo.


Hoje existem três tipos de tecnologias que permitem “sequestrar” o gás carbônico de uma usina termoelétrica. Um deles, como na Scharwarze Pumpe, envolve o processo com oxicombustível: a queima de carvão em oxigênio puro para produzir um fluxo deemissões ricas em gás carbônico. O segundo tipo usa vários processos químicos para remover o dióxido de carbono de uma mistura mais complexa de gases de exaustão. O terceiro processo é chamado de gaseificação, em que combustíveis líquidos ou sólidos são inicialmente convertidos em gás natural sintético; o gás carbônico que se forma durante a conversão pode ser removido por um sifão.


O princípio do armazenamento de carbono é simples: a mesma formação arenítica de Utsira, que tem armazenado o gás natural por milhões de anos, pode servir de armadilha para o gás carbônico. A camada de 250 metros de espessura de arenito é coberta por uma camada relativamente impermeável de xisto e lamito.



Além do custo ser elevado, o gás carbônico pode escapar do solo, contaminando o ar, e lagos, como aconteceu no lago Niyos, em Camarões, na África, onde repentinamente, mais de 1000 pessoas morreram sufocadas. Também pode requerer a construção de uma termoelétrica totalmente nova, e resolve apenas 40% dos 30 bilhões de toneladas de gás carbônico emitido por atividades humanas.


Segundo a IEA (International Energy Agency), estima-se ao menos US$ 20 bilhões para a próxima década, enquanto o grupo industrial American Coalition for Clean Coal Eletricityafirma que custará US$ 17 bilhões para que esteja disponível até 2025.


BIELLO, David. Sequestro de Carbono Salvará o Carvão Limpo?. Scientific American, nº: 6, p. 20-29, 2011.

Lixo no Espaço


Por Karine, Luana e Marcos (M1CDM-2012)

Hoje há centenas de milhares de partículas de lixo espacial na órbita da Terra. Se ninguém se encarregar de fazer a limpeza, a corrida pela ocupação do espaço está ameaçada.

A preocupação atual de cientistas e engenheiros envolvidos com a corrida rumo a novos planetas ganhou corpo em fevereiro de 2009, quando a desativada estrutura Russa Kosmos-2251 e o satélite de comunicações Iridium 33 colidiram. O impacto estraçalhou um dos painéis do Iridium 33 e destruiu a Kosmos-2251. O resultado: as órbitas dos dois agora têm nuvens de destroços formadas por mais de 2 mil fragmentos maiores que 10 centímetros.
Os detritos espalhados pelo cosmo ganharam o nome de Síndrome de Kessler. Em 1978, o ex-engenheiro da NASA, Donald Kessler, elaborou a teoria de que a nuvem de estilhaços geraria uma reação em cadeia e as órbitas ficariam tão congestionadas que, com o tempo, nosso acesso ao espaço ficaria bloqueado.


O lixo espacial é composto de detritos de naves, combustíveis, satélites desativados, lascas de tinta, pedaços de mantas térmicas e foguetes, objetos metálicos e até mesmo ferramentas perdidas por astronautas durante as suas explorações espaciais. Todo esse material gera uma grande nuvem de objetos dos mais variados tamanhos e pesos, desde um grama até toneladas.


Para evitar que as centenas de satélites em atividade se transformem em lixo espacial ao fim de suas atividades, é preciso programá-los para que eles sigam em direção às chamadas “órbitas-cemitério”. Assim, os satélites ficariam em lugares bem distantes da Terra, sem oferecer riscos de colisões. De acordo com a NASA, a cada ano, cerca de 200 pedaços de lixo espacial com mais de 10 centímetros entram no espaço.


Caso o espaço fosse inutilizado, a grande afetada seria a sociedade. Os satélites que atualmente estão em órbita, por exemplo, são responsáveis por transmitir dados, sinais de televisão, rádio e telefone, sem contar os equipamentos que observam a Terra, fornecem informações sobre mudanças climáticas, podem antecipar fenômenos naturais e fazer o mapeamento de áreas.


É possível ser atingido por um pedaço de satélite, mas as chances são muito pouco prováveis. Desde o início da corrida espacial, foram inúmeros os registros de quedas de detritos em diversas localidades, como os Estados Unidos, a Austrália e a África.


foram apresentadas algumas formas para se retirar o lixo do espaço, mas é necessário que os responsáveis pelos satélites cumpram diretrizes internacionais elaboradas pela Inter-Agency Space Debris Coordination Comitee (IADC, o Comitê de Coordenação de Destroços Espaciais Inter-Agências), que representa todas as principais agências espaciais do mundo.


O Brasil também tem sua parte de responsabilidade na poluição do espaço. O nosso país possui dois satélites de coleta de dados e mais três satélites em conjunto com a China. Nenhum desses cinco dispõe de um sistema para que seja feita sua remoção em órbita. Por isso, o Brasil não pode se eximir.
LEPCA, Guilherme. Faxina Cósmica. Galileu, Rio de Janeiro, v. 2, n. 232, pp. 72-75, novembro. 2010.