Uma 'parceria' entre bactérias e árvores está possibilitando o reflorestamento
de áreas degradadas no Brasil. Pesquisadores da Embrapa Agrobiologia -- sediada
em Seropédica (RJ) -- desenvolveram uma técnica para recuperar a formação
vegetal de áreas com solo empobrecido e encontraram uma solução barata e
eficiente de recuperar essas regiões em pouco tempo. Através de uma associação
natural entre bactérias e árvores leguminosas (como o angico, o maricá e o
pau-jacaré), os cientistas estão desenvolvendo mudas de plantas mais resistentes
às condições adversas causadas pelo solo infecundo. E essas mudas são
responsáveis por estabelecer o processo de sucessão natural da vegetação nas
áreas degradadas.
A própria natureza deu a pista aos pesquisadores, que só precisaram potencializar as relações entre as leguminosas e as bactérias. Com a nova técnica, não foi somente a capacidade de recuperação da cobertura vegetal aumentou. Outras espécies de árvores, mais difíceis de ser reintroduzidas no ambiente, foram favorecidas pela capacidade de regeneração das leguminosas. Isso quer dizer que a implantação das leguminosas criou um ambiente propício para outras árvores germinarem, e assim diminuiu o tempo de recuperação da cobertura vegetal, a chamada sucessão natural. Além do 'enriquecimento' com bactérias, os pesquisadores também utilizam fungos micorrízicos, que também vivem no solo e se associam não só com as leguminosas, mas também com outras árvores. Esses fungos são responsáveis por aumentar a capacidade de absorção de fósforo e água na planta, além de lhe conferir mais resistência a situações de estresse ambiental. Sem essas características, a planta necessitaria de cuidados mais específicos, como boas condições climáticas e adubação especial. Assim, a dupla associação entre bactérias e fungos oferece à planta a capacidade de se reproduzir em ambientes degradados e, dessa forma, promover o reflorestamento de outras espécies de árvores.
Fonte:
http://www.uol.com.br/cienciahoje/chdia/n060.htm
acesso em fevereiro de 2002
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