quinta-feira, 31 de maio de 2012

Demóstenes se cala na CPI do Cachoeira e irrita parlamentares

A sessão desta quinta-feira, 31, da CPI do Cachoeira durou apenas 30 minutos e foi encerrada sem que os parlamentares fizessem perguntas ao senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO). Em um clima tenso, deputados e senadores criticaram a conduta do senador, que fez uso do direito constitucional de permanecer em silêncio, e da presidência da comissão por liberá-lo. Houve intensa discussão e a sessão foi encerrada.
'Anteontem (terça-feira) prestei depoimento por mais de cinco horas no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado cuja pertinência temática é a mesma desta Comissão Parlamentar Mista de Inquérito', justificou o senador no início da sessão. A conduta de Demóstenes já havia sido antecipada pela sua defesa, que chegou a pedir o cancelamento da convocação.
A exemplo dos demais depoentes, a presidência da CPI iria liberá-lo, mas diante da reação negativa dos parlamentares, decidiu abrir para participação dos deputados e senadores. Primeiro a dirigir a palavra a Demóstenes, o deputado Silvio Costa (PTB-PE), em tom agressivo, fez duras críticas ao senador. 'O seu silêncio é a mais perfeita tradução da sua culpa. Seu silêncio escreve em letras garrafais: eu Demóstenes Torres sou sim membro da quadrilha de Cachoeira. Eu, Demóstenes Torres, sou sim o braço legislativo da quadrilha de Cachoeira', disse aos gritos.
Antes que o deputado terminasse de falar, o senador Pedro Taques (PDT-MT) interveio, afirmou que a conduta do deputado era inconstitucional e solicitou que a comissão liberasse Demóstenes, a exemplo da conduta adotada com os demais depoentes. A fala do senador deixou o deputado Silvio Costa ainda mais irritado. Eles discutiram e, em meio ao bate-boca, o presidente da comissão, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) encerrou a sessão.
O silêncio do senador Demóstenes foi criticado também pelo relator da CPI, o deputado Odair Cunha (PT-MG), para quem a conduta confirma as suspeitas de envolvimento do parlamentar com o contraventor Carlinhos Cachoeira. 'O silêncio de vossa excelência não é o silêncio dos inocentes', afirmou.
Governadores. A comissão anunciou no início da sessão que foram marcadas para os dias 12 e 13 de junho, respectivamente, as convocações dos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT).

Atmosfera está 20 vezes mais poluída desde o início do ano

Atmosfera está 20 vezes mais poluída desde o início do ano

A baixa umidade do ar e as queimadas estão piorando significativamente a qualidade do ar em cinco estados brasileiros. Segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) a concentração de CO (monóxido de carbono) na atmosfera está 20 vezes maior do que no início do ano em Mato Grosso, Tocantins, Pará, Rondônia e Amazonas.
Os maiores focos de incêndio do país estão registrados no norte do Mato Grosso e Rondônia, noroeste de Tocantins e Sul do Pará e Amazonas. Segundo o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos, foram contabilizadas mais de 12 mil queimadas no país somente nos primeiros 16 dias do mês de Agosto. O número já é maior do que todas as queimadas registradas durante o mesmo mês do ano passado. Dia 16 desse mês eram 7500 focos de incêndios registrados simultaneamente nos estados de Mato Grosso, Pará, Tocantins, Rondônia e Amazonas.
Segundo Paulo Artaxo Neto, professor de Física da USP, "a poluição pode trazer uma série de problemas como doenças respiratórias, agravamento de quadro alérgico e rinite. Aumenta a mortandade, particularmente de crianças e pessoas idosas".
A falta de fiscalização somada ao tempo extremamente seco contribui para a proliferação das queimadas nesses estados. Raffi Agop, meteorologista especialista em queimadas do Inpe, afirma que não chove há 90 dias em certas áreas. "A baixa umidade do ar não deixa os poluentes dispersarem. Alguns fazendeiros ainda praticam a queimada para "limpar" a terra. Com o vento, também característico do inverno, os focos de incêndio se espalham com muito mais facilidade", conclui Raffi.

Lixo é um problema de todos os cidadãos

Por Adriana Agüero - Consumidores também vão ter regras para a destinação dos resíduos na cidade.
Canoas - Novas ações para amenizar o impacto dos resíduos sólidos devem ser implementadas nos municípios brasileiros a partir da regulamentação da Lei Federal 12.305/2010, que institui a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, sancionada pelo ex-presidente Lula no final de dezembro.

A intenção com as novas regras é estabelecer a responsabilidade compartilhada entre sociedade, empresas, governos estaduais, União e prefeituras no manejo correto do lixo. Conforme o advogado de Direito Ambiental Victor Trevizan, a lei recai sobre todos os integrantes da cadeia. "Ela impõe aos consumidores a responsabilidade pelo correto acondicionamento dos resíduos, disponibilizando os recicláveis para a coleta ou devolução", comenta.

O secretário municipal de Meio Ambiente, Celso Barônio, diz que esta é uma grande conquista e vai representar uma revolução em termos ambientais. "Antes todo o lixo era gerido apenas pelo município, agora ficará também a cargo dos setores envolvidos, também os consumidores", analisa. Para Barônio, esta nova atitude vai representar uma grande mudança cultural. A lei proíbe ainda a criação de lixões, obrigando as prefeituras a construir aterros sanitários sustentáveis, onde só poderão ser depositados resíduos sem possibilidade de reaproveitamento.

Galpões serão licenciados
O Município lançou um programa destinado à educação ambiental a donos de galpões não-licenciados de Canoas - são em torno de 200 conforme o secretário de Meio Ambiente, Celso Barônio. O segundo passo será licenciar o galpão, que deverá oferecer destinação correta ao material recolhido. Os catadores irregulares devem ser certificados e os galpões licenciados pela Prefeitura. O terceiro passo será identificar os geradores de resíduos. Nesse novo acordo, os catadores não poderão mais receber material orgânico. O secretário lembra que será aberta a Central de Resíduos do Aterro de Inertes do Distrito Industrial Jorge Lanner, no Niterói. "A Central fará a triagem e o reaproveitamento dos resíduos da construção civil que serão transformados em brita", diz. Os municípios têm dois anos para se adequar. A última fase, diz Barônio, será a queima dos resíduos que não puderem ser reaproveitados, para produção de energia.

Nova Santa Rita prevê locais

Em Nova Santa Rita o município prepara-se à construção da primeira unidade de triagem. A Prefeitura fez a cessão do uso do terreno aos associados, que farão a separação do material recolhido por uma empresa terceirizada. O licenciador ambiental de Nova Santa Rita, Elson Geraldo de Sena Costa, garantiu que a Prefeitura irá criar pontos de coleta de óleo e pilhas, lâmpadas, baterias, celulares e material eletrônico até o final do ano. "Faremos uma fiscalização intensa", prevê.

Ministério garante orçamento

Conforme o Ministério do Meio Ambiente, a produção diária de lixo nas cidades brasileiras chega a 150 mil toneladas. Deste total, 59% vão para lixões e 13% são reaproveitados. O Orçamento de 2011 prevê R$ 1 bilhão para financiamentos e incentivos do governo a reciclagem.

Educação Ambiental

CULTURA AMBIENTAL EM ESCOLAS: FERRAMENTAS PARA APLICAÇÃO DE CONCEITOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Introdução:
A educação ambiental pode ser entendida com toda ação educativa que contribui para a formação de cidadãos conscientes da preservação do meio ambiente e aptos a tomar decisões coletivas sobre questões ambientais necessárias para o desenvolvimento de uma sociedade sustentável. Dessa forma, sua aplicação não se restringe ao universo escolar, mas deve permear este para facilitar o entendimento dessas questões e suas aplicações no dia a dia.
Uma das alternativas para a inclusão da temática ambiental no meio escolar é "a aprendizagem em forma de projetos". Segundo Capra (2003), essa é uma proposta alinhada com o novo entendimento do processo de aprendizagem que sugere a necessidade de estratégias de ensino mais adequadas e torna evidente a importância de um currículo integrado que valorize o conhecimento contextual, no qual as várias disciplinas sejam vistas como recursos a serviço de um objeto central. Esse objeto central também pode ser entendido como um tema transversal que permeia as outras disciplinas já constituídas e consegue trazer para a realidade escolar o estudo de problemas do dia a dia.

Além disso, as atividades de educação ambiental precisam extrapolar o âmbito escolar e promover o aprendizado e, até, a transformação de todos nós. Segundo Nalini (2003), proteger a natureza precisa ser tarefa permanente de qualquer ser pensante e aprender a conhecê-la e respeitá-la pode levar uma vida inteira. Não há limite cronológico, em termos de educação ambiental, para que todos estejam em processo de aprendizado constante. Entretanto, como a maioria dos temas transversais, educação ambiental é um muito abrangente e a maioria dos projetos que se propõem a trabalhar o assunto procuram concentrar-se em focos mais específicos dentro deste grande assunto.
Neste contexto, a Tetra Pak, empresa mundial de soluções integradas de processamento e envase de alimentos, desenvolveu o projeto Cultura Ambiental nas escolas com o objetivo de fornecer ferramentas para a aplicação da educação ambiental em sala de aula com maior enfoque para a problemática dos resíduos sólidos e as interações desse tema com os outros abordados pela educação ambiental.
Proposta de trabalho e material

O projeto Cultura Ambiental nas Escolas iniciou-se com a estruturação de um kit como ferramenta para o professor trabalhar o tema ambiental em sala de aula e interagir com os alunos. Os materiais concebidos, então, foram um caderno voltado para o professor, uma publicação para o aluno, um pôster de apoio com as mesmas ilustrações utilizadas no material do aluno e uma fita de vídeo. Todos os materiais foram desenvolvidos exclusivamente para o kit, apresentado na figura 1, e em uma linguagem adequada para o público escolhido - estudantes do segundo ciclo do Ensino Fundamental.

O caderno do professor trabalha com três frentes para facilitar o entendimento sobre a temática ambiental, sobre o trabalho com temas transversais e também com sugestões de projetos para serem aplicados no âmbito escolar. O seu objetivo principal é ser fonte de referência para o desenvolvimento do tema ambiental como um tema transversal, fornecendo subsídios para o professor tanto sobre os termos técnicos e a situação relacionada ao lixo urbano e materiais recicláveis quanto sobre uso da transversalidade e a importância do registro do trabalho pedagógico desenvolvido em forma de projetos, como os sugeridos na terceira parte do caderno.

O caderno do aluno, por sua vez, busca trazer apenas a problemática dos materiais recicláveis e a sua interação com o meio ambiente em uma linguagem simples e com desenhos fáceis de serem compreendidos pelo público escolhido.
O vídeo "Quixote Reciclado", ferramenta rica de informações e com muito a ser explorado, contextualiza o clássico de Miguel de Cervantes na problemática dos resíduos sólidos. Os dragões e ameaças criados por Quixote são aqui transformados no lixo criado por nós e um verdadeiro monstro agora. A trama apresenta as alternativas para o cuidado com o lixo como a aplicação da coleta seletiva e os processos de reciclagem para cada um dos diferentes tipos de materiais.
Recentemente, foi lançado o filme "Carbono e Metano". O roteiro busca introduzir a temática de aquecimento global para as crianças, apresentando um dos "vilões" do efeito estufa de forma divetida e educativa. Assim, o filme trata de assuntos como impactos ambientais do gás metano, suas principais fontes de emissão e formas de reduzir seus efeitos.

A concepção do material em forma de um kit educativo e com todas as ferramentas necessárias para a sua aplicação em sala de aula após uma prévia preparação do professor com o próprio material, permitiu a grande distribuição dos kits para diversas escolas de ensino fundamental principalmente da rede pública.
Agora em sua nova fase, todo o conteúdo foi adaptado para a internet de modo a preservar todos os conceitos do projeto, mas ganhando todos os benefícios de escala, abrangência e interatividade que a internet pode proporcionar.
Considerações finais

O projeto Cultura Ambiental nas Escolas foi desenvolvido com o intuito ser uma forma de levar conhecimento e mostrar ferramentas para trabalhar a educação ambiental em sala de aula. O conceito do projeto não procura mostrar um caminho fechado, que deve ser aplicado sem modificações ou adaptações; mas, sim, possibilidades de estudo, sugestões de projetos e formas diferentes de aplicação dos conceitos envolvidos na temática ambiental, quando abordada de forma transversal.

Após 12 anos de projeto, é possível afirmar que o material está muito disseminado e foi avaliado como sendo de alta qualidade. Na maioria dos casos, o material tem sido utilizado em sala de aula, mas a sua aplicação é potencializada quando alinhada a uma oficina de capacitação como as que começaram a ser inseridas no projeto a partir de 2002.

Agora com a nova fase, o portal cultura ambiental nas escolas esperamos a ampliação do número de professores que conheçam e utilizem os materiais desenvolvidos em suas aulas, e promovam a cultura ambiental junto aos seus alunos.
Referências Bibliográficas

CAPRA, F. Alfabetização Ecológica: O Desafio para a Educação do Século 21. In: TRIGUEIRO, A. (coord.) Meio Ambiente no Século 21: 21 especialistas falam da questão ambiental nas suas áreas de conhecimento. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.

NALINI, R. Justiça: Aliada Eficaz da Natureza. In: TRIGUEIRO, A. (coord.) Meio Ambiente no Século 21: 21 especialistas falam da questão ambiental nas suas áreas de conhecimento. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.

Fonte: