A destinação do bambu como matéria-prima para a geração de trabalho e renda vem
sendo utilizada com sucesso há cerca de 15 anos pelo Programa de Desenvolvimento
do Ciclo do Bambu no Brasil. Presente em sete estados, o programa beneficia
diretamente cinco mil pessoas de baixa-renda e, em decorrência do interesse de
setores empresariais e governamentais, deverá ser implantado em outros estados
do País, como Amapá. O principal objetivo do programa é a promoção do bem estar
físico, social, cultural e econômico e para a reintegração da população excluída
ao meio produtivo. Segundo um de seus idealizadores, Lúcio Ventania, o projeto
já permitiu o desenvolvimento de produtos premiados, como o cabide de bambu, que
Ventania classifica como "o verdadeiro e bom cabide de empregos".
O cabide, feito com matéria-prima 100%
biodegradável e compatível com a preservação do meio ambiente, vai estar sendo
exposto na Feira de Milã o, no próximo mês. "A idéia é que este e outros
produtos desenvolvidos pelas nossas cooperativas possam estar sendo exportados
para outros países, principalmente os da Europa, onde o bambu é muito bem
aceito", avalia Lucio Bruch, presidente da fundação Zeri Brasuk, uma das
entidades que apóiam o Projeto Bambu. Além do cabide, as cooperativas de
trabalho, cerca de 50 espalhadas pelos estados de Minas Gerais, Rio Grande do
Sul, Alagoas, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Espírito Santo e Paraná,
também produzem brinquedos educativos, maletas, bolsas, acessórios,
ventiladores, jogos e móveis de "baixo custo e altíssima qualidade", informa
Bruch. Em Alagoas, por exemplo, onde são produzidos cerca de três mil cabides
por mês, os produtos são embalados com papel reciclado, feito do bagaço de
cana-de-açúcar. O bagaço está sendo utilizado em razão de acordos firmados com
usineiros locais, que disponibilizam a matéria-prima e também algumas
ferramentas de trabalho.
Além de setores empresariais, o projeto ganhou também a adesão de outros parceiros, como as prefeituras dos locais onde são desenvolvidas as oficinas e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A exportação dos produtos, de acordo com Ventania, deverá ser feita graças ao apoio do Sebrae. Um outro produto que já foi idealizado, mas ainda não encontrou parceria para ser colocado em prática, é a armação de óculos de bambu. "O produto é lindo, temos certeza que terá grande aceitação no mercado internacional, mas é necessário encontrarmos um parceiro que nos ajude a desenvolver e implantar o projeto", destaca Ventania.
O bambu alcança seu ponto de maturidade de produção aos três anos e quanto mais de colhe, mais se produz, portanto, não é necessário ser replantado. O ciclo de vida das espécimes, que chegam a cinco mil, varia de 60 a 160 anos. "Ele não é exigente em termos de solo, pode se adaptar muito bem a variados climas, tanto os do Sul quanto os do Norte e Nordeste do Brasil. Além disso, há muita abundância dessa matéria-prima no Brasil", explica o idealizador do Projeto Bambu. "É hora de as empresas entenderem que já estamos nos preparando para um grande plano de cultivo, para atender toda a demanda."
Negro, de origem indígena, Ventania passou toda a sua vida no bairro de classe média baixa Padre Eustáquio, noroeste de Belo Horizonte, onde sua mãe, dona Totinha, sempre esteve envolvida com movimentos sociais de ajuda à comunidade pobre. O bambu entrou em sua vida pelas mãos de "mestre Lu", como era conhecido um vizinho descendente de chinês, responsável pelo aprendizado do ofício do então menino Ventania, aos 10 anos. "Ele me contava histórias que, mais tarde, quando me dediquei ao estudo e às pesquisas sobre o bambu, reconheci na literatura do Oriente", lembra o artesão. Ventania e os irmãos cresceram em contato com populações muito carentes, em especial com meninos de rua. E foi justamente entre eles que o artesão deu início a seu projeto de divulgação do bambu não só como uma prática comercial, mas também de integração social. Uma das oficinas mais antigas montadas sob sua orientação é a Vereda, projeto de socialização de meninos de rua lançado há oito anos pela prefeitura de Belo Horizonte. As iniciativas da Bamcrus começaram isoladas, mas atualmente colhem os frutos de parcerias com governos municipais, com entidades empreendedoras como o Sebrae ou com organizações não-governamentais (ONGs), como a Cooperação Brasil-Alemanha, que investe em programas ambientais de cunho social.
Fonte:
http://www.estadao.com.br/ciencia/banco/noticias/2002/mai/10/70.htm
http://www.bhnet.com.br/da/rv_entrevista.htm
acesso em junho de 2002
http://200.252.248.103/sites/revistasebrae/05/temadecapa_04.htm
acesso em dezembro de 2002
http://www.bamcrus.com.br/
acesso em fevereiro de 2005
envie seus comentários para otimistarj@gmail.com.
Além de setores empresariais, o projeto ganhou também a adesão de outros parceiros, como as prefeituras dos locais onde são desenvolvidas as oficinas e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A exportação dos produtos, de acordo com Ventania, deverá ser feita graças ao apoio do Sebrae. Um outro produto que já foi idealizado, mas ainda não encontrou parceria para ser colocado em prática, é a armação de óculos de bambu. "O produto é lindo, temos certeza que terá grande aceitação no mercado internacional, mas é necessário encontrarmos um parceiro que nos ajude a desenvolver e implantar o projeto", destaca Ventania.
O bambu alcança seu ponto de maturidade de produção aos três anos e quanto mais de colhe, mais se produz, portanto, não é necessário ser replantado. O ciclo de vida das espécimes, que chegam a cinco mil, varia de 60 a 160 anos. "Ele não é exigente em termos de solo, pode se adaptar muito bem a variados climas, tanto os do Sul quanto os do Norte e Nordeste do Brasil. Além disso, há muita abundância dessa matéria-prima no Brasil", explica o idealizador do Projeto Bambu. "É hora de as empresas entenderem que já estamos nos preparando para um grande plano de cultivo, para atender toda a demanda."
Negro, de origem indígena, Ventania passou toda a sua vida no bairro de classe média baixa Padre Eustáquio, noroeste de Belo Horizonte, onde sua mãe, dona Totinha, sempre esteve envolvida com movimentos sociais de ajuda à comunidade pobre. O bambu entrou em sua vida pelas mãos de "mestre Lu", como era conhecido um vizinho descendente de chinês, responsável pelo aprendizado do ofício do então menino Ventania, aos 10 anos. "Ele me contava histórias que, mais tarde, quando me dediquei ao estudo e às pesquisas sobre o bambu, reconheci na literatura do Oriente", lembra o artesão. Ventania e os irmãos cresceram em contato com populações muito carentes, em especial com meninos de rua. E foi justamente entre eles que o artesão deu início a seu projeto de divulgação do bambu não só como uma prática comercial, mas também de integração social. Uma das oficinas mais antigas montadas sob sua orientação é a Vereda, projeto de socialização de meninos de rua lançado há oito anos pela prefeitura de Belo Horizonte. As iniciativas da Bamcrus começaram isoladas, mas atualmente colhem os frutos de parcerias com governos municipais, com entidades empreendedoras como o Sebrae ou com organizações não-governamentais (ONGs), como a Cooperação Brasil-Alemanha, que investe em programas ambientais de cunho social.
Fonte:
http://www.estadao.com.br/ciencia/banco/noticias/2002/mai/10/70.htm
http://www.bhnet.com.br/da/rv_entrevista.htm
acesso em junho de 2002
http://200.252.248.103/sites/revistasebrae/05/temadecapa_04.htm
acesso em dezembro de 2002
http://www.bamcrus.com.br/
acesso em fevereiro de 2005
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