terça-feira, 7 de agosto de 2012

Educação ambiental em todos os nével de ensino



 

educação ambiental para a sustentabilidade da  humanidade acordou para a necessidade de preservar o meio ambiente e impedir a destruição da própria espécie. Conheça aqui histórias de escolas que já estão ajudando os alunos a mudar de atitude para se transformar em cidadãos mais conscientes.

A escola é o espaço social e o local onde o aluno dará seqüência ao seu processo de socialização. O que nela se faz se diz e se valoriza representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova. Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na prática, no cotidiano da vida escolar, contribuindo para a formação de cidadãos responsáveis.
Considerando a importância da temática ambiental e a visão integrada do mundo, no tempo e no espaço, a escola deverá oferecer meios efetivos para que cada aluno compreenda os fenômenos naturais, as ações humanas e sua conseqüência para consigo, para sua própria espécie, para os outros seres vivos e o ambiente. É fundamental que cada aluno desenvolva as suas potencialidades e adote posturas pessoais e comportamentos sociais construtivos, colaborando para a construção de uma sociedade socialmente justa, em um ambiente saudável.
Com os conteúdos ambientais permeando todas as disciplinas do currículo e contextualizados com a realidade da comunidade, a escola ajudará o aluno a perceber a correlação dos fatos e a ter uma visão holística, ou seja, integral do mundo em que vive. Para isso a Educação Ambiental deve ser abordada de forma sistemática e transversal, em todos os níveis de ensino, assegurando a presença da dimensão ambiental de forma interdisciplinar nos currículos das diversas disciplinas e das atividades escolares.

















Mensagem de Veto
Regulamento
Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Art. 1o Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
Art. 2o A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal.
Art. 3o Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm direito à educação ambiental, incumbindo:
I - ao Poder Público, nos termos dos arts. 205 e 225 da Constituição Federal, definir políticas públicas que incorporem a dimensão ambiental, promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e o engajamento da sociedade na conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente;
II - às instituições educativas, promover a educação ambiental de maneira integrada aos programas educacionais que desenvolvem;
III - aos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama, promover ações de educação ambiental integradas aos programas de conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente;
IV - aos meios de comunicação de massa, colaborar de maneira ativa e permanente na disseminação de informações e práticas educativas sobre meio ambiente e incorporar a dimensão ambiental em sua programação;
V - às empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, promover programas destinados à capacitação dos trabalhadores, visando à melhoria e ao controle efetivo sobre o ambiente de trabalho, bem como sobre as repercussões do processo produtivo no meio ambiente;
VI - à sociedade como um todo, manter atenção permanente à formação de valores, atitudes e habilidades que propiciem a atuação individual e coletiva voltada para a prevenção, a identificação e a solução de problemas ambientais.
Art. 4o São princípios básicos da educação ambiental:
I - o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo;
II - a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o sócio-econômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade;
III - o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade;
IV - a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais;
V - a garantia de continuidade e permanência do processo educativo;
VI - a permanente avaliação crítica do processo educativo;
VII - a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais;
VIII - o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural.
Art. 5o São objetivos fundamentais da educação ambiental:
I - o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos;
II - a garantia de democratização das informações ambientais;
III - o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e social;
IV - o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania;
V - o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro e macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade;
VI - o fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia;
VII - o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade.
CAPÍTULO II
DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Seção I
Disposições Gerais
Art. 6o É instituída a Política Nacional de Educação Ambiental.
Art. 7o A Política Nacional de Educação Ambiental envolve em sua esfera de ação, além dos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama, instituições educacionais públicas e privadas dos sistemas de ensino, os órgãos públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e organizações não-governamentais com atuação em educação ambiental.
Art. 8o As atividades vinculadas à Política Nacional de Educação Ambiental devem ser desenvolvidas na educação em geral e na educação escolar, por meio das seguintes linhas de atuação inter-relacionadas:
I - capacitação de recursos humanos;
II - desenvolvimento de estudos, pesquisas e experimentações;
III - produção e divulgação de material educativo;
IV - acompanhamento e avaliação.
§ 1o Nas atividades vinculadas à Política Nacional de Educação Ambiental serão respeitados os princípios e objetivos fixados por esta Lei.
§ 2o A capacitação de recursos humanos voltar-se-á para:
I - a incorporação da dimensão ambiental na formação, especialização e atualização dos educadores de todos os níveis e modalidades de ensino;
II - a incorporação da dimensão ambiental na formação, especialização e atualização dos profissionais de todas as áreas;
III - a preparação de profissionais orientados para as atividades de gestão ambiental;
IV - a formação, especialização e atualização de profissionais na área de meio ambiente;
V - o atendimento da demanda dos diversos segmentos da sociedade no que diz respeito à problemática ambiental.
§ 3o As ações de estudos, pesquisas e experimentações voltar-se-ão para:
I - o desenvolvimento de instrumentos e metodologias, visando à incorporação da dimensão ambiental, de forma interdisciplinar, nos diferentes níveis e modalidades de ensino;
II - a difusão de conhecimentos, tecnologias e informações sobre a questão ambiental;
III - o desenvolvimento de instrumentos e metodologias, visando à participação dos interessados na formulação e execução de pesquisas relacionadas à problemática ambiental;
IV - a busca de alternativas curriculares e metodológicas de capacitação na área ambiental;
V - o apoio a iniciativas e experiências locais e regionais, incluindo a produção de material educativo;
VI - a montagem de uma rede de banco de dados e imagens, para apoio às ações enumeradas nos incisos I a V.
Seção II
Da Educação Ambiental no Ensino Formal
Art. 9o Entende-se por educação ambiental na educação escolar a desenvolvida no âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas e privadas, englobando:
I - educação básica:
a) educação infantil;
b) ensino fundamental e
c) ensino médio;
II - educação superior;
III - educação especial;
IV - educação profissional;
V - educação de jovens e adultos.
Art. 10. A educação ambiental será desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal.
§ 1o A educação ambiental não deve ser implantada como disciplina específica no currículo de ensino.
§ 2o Nos cursos de pós-graduação, extensão e nas áreas voltadas ao aspecto metodológico da educação ambiental, quando se fizer necessário, é facultada a criação de disciplina específica.
§ 3o Nos cursos de formação e especialização técnico-profissional, em todos os níveis, deve ser incorporado conteúdo que trate da ética ambiental das atividades profissionais a serem desenvolvidas.
Art. 11. A dimensão ambiental deve constar dos currículos de formação de professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas.
Parágrafo único. Os professores em atividade devem receber formação complementar em suas áreas de atuação, com o propósito de atender adequadamente ao cumprimento dos princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental.
Art. 12. A autorização e supervisão do funcionamento de instituições de ensino e de seus cursos, nas redes pública e privada, observarão o cumprimento do disposto nos arts. 10 e 11 desta Lei.
Seção III
Da Educação Ambiental Não-Formal
Art. 13. Entendem-se por educação ambiental não-formal as ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente.
Parágrafo único. O Poder Público, em níveis federal, estadual e municipal, incentivará:
I - a difusão, por intermédio dos meios de comunicação de massa, em espaços nobres, de programas e campanhas educativas, e de informações acerca de temas relacionados ao meio ambiente;
II - a ampla participação da escola, da universidade e de organizações não-governamentais na formulação e execução de programas e atividades vinculadas à educação ambiental não-formal;
III - a participação de empresas públicas e privadas no desenvolvimento de programas de educação ambiental em parceria com a escola, a universidade e as organizações não-governamentais;
IV - a sensibilização da sociedade para a importância das unidades de conservação;
V - a sensibilização ambiental das populações tradicionais ligadas às unidades de conservação;
VI - a sensibilização ambiental dos agricultores;
VII - o ecoturismo.
CAPÍTULO III
DA EXECUÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Art. 14. A coordenação da Política Nacional de Educação Ambiental ficará a cargo de um órgão gestor, na forma definida pela regulamentação desta Lei.
Art. 15. São atribuições do órgão gestor:
I - definição de diretrizes para implementação em âmbito nacional;
II - articulação, coordenação e supervisão de planos, programas e projetos na área de educação ambiental, em âmbito nacional;
III - participação na negociação de financiamentos a planos, programas e projetos na área de educação ambiental.
Art. 16. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, na esfera de sua competência e nas áreas de sua jurisdição, definirão diretrizes, normas e critérios para a educação ambiental, respeitados os princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental.
Art. 17. A eleição de planos e programas, para fins de alocação de recursos públicos vinculados à Política Nacional de Educação Ambiental, deve ser realizada levando-se em conta os seguintes critérios:
I - conformidade com os princípios, objetivos e diretrizes da Política Nacional de Educação Ambiental;
II - prioridade dos órgãos integrantes do Sisnama e do Sistema Nacional de Educação;
III - economicidade, medida pela relação entre a magnitude dos recursos a alocar e o retorno social propiciado pelo plano ou programa proposto.
Parágrafo único. Na eleição a que se refere o caput deste artigo, devem ser contemplados, de forma eqüitativa, os planos, programas e projetos das diferentes regiões do País.
Art. 18. (VETADO)
Art. 19. Os programas de assistência técnica e financeira relativos a meio ambiente e educação, em níveis federal, estadual e municipal, devem alocar recursos às ações de educação ambiental.
CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 20. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de noventa dias de sua publicação, ouvidos o Conselho Nacional de Meio Ambiente e o Conselho Nacional de Educação.
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 27 de abril de 1999; 178o da Independência e 111o da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSOPaulo Renato Souza
José Sarney Filho
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 28.4.1999
 

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm
http://educarparacrescer.abril.com.br/gestao-escolar/educacao-ambiental-542432.shtml
http://www.slideshare.net/eliana/projeto-educao-ambiental-na-escola-71504
http://projetovida.sites.uol.com.br/
http://www2.videolivraria.com.br/pdfs/23981.pdf
http://www.apromac.org.br/ea005.htm
http://www.caranguejo.org.br/

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Subprograma Projetos Demonstrativos (PDA)

                                                             
Criado em 1995, entrou em operação em 1996, ano em que se iniciou o apoio aos primeiros projetos. A sua construção resultou de um processo de negociação envolvendo o Governo Brasileiro, organismos de cooperação internacional representando os países do G7 e as redes de Ongs e Movimentos Sociais da Amazônia (GTA) e Mata Atlântica (RMA). Implementado pelo Ministério do Meio Ambiente no âmbito do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais (PPG7), recebe apoio principalmente da Cooperação Internacional Alemã e tem como principais desafios demonstrar por meio de experiências inovadoras a possibilidade efetiva de construção, em bases socioambientais, de estratégias de promoção do desenvolvimento sustentável e, a partir dos aprendizados produzidos por estas experiências, estimular a formulação de políticas públicas que contribuam para a difusão e incorporação destas estratégias por outras comunidades, organizações e instituições governamentais.

Com essa orientação têm sido apoiadas iniciativas na Amazônia, na Mata Atlântica e em seus ecossistemas associados. Em sua primeira fase (1995 a 2003), o PDA apoiou 194 projetos, sendo 147 na Amazônia e 47 na Mata Atlântica. Os projetos desenvolveram ações nas áreas de sistemas agroflorestais e recuperação ambiental, manejo de recursos florestais, manejo de recursos aquáticos e preservação ambiental. No processo de implementação das experiências, em sua maioria inovadoras, muitas foram as lições aprendidas pelas instituições executoras e parceiras dos projetos e pela Secretaria Técnica. O PDA tem em sua concepção, o entendimento de que está na sociedade civil e nos movimentos sociais grande parte do campo de inovações socioambientais, base para a construção de processos de desenvolvimento pautados em novos paradigmas.

Instituto HSBC Solidariedade abre inscrições para apoio a projetos socias

Foram abertos editais para a Seleção do Cartão Instituto HSBC Solidariedade 2012 e para a Seleção de Geração de Renda 2012, que apoiam projetos em todas as regiões do Brasil. Serão investidos um total de R$ 6,32 milhões em 68 iniciativas.
Sessenta projetos terão como foco a educação, com o objetivo de reduzir a vulnerabilidade de crianças e adolescentes aliada ao sucesso escolar. Cada projeto receberá R$ 100 mil durante dois anos de parceria (60% do valor no primeiro ano, 40% no segundo).
Também serão selecionados oito projetos de geração de renda, com o objetivo de promover a criação de negócios inclusivos, a transformação social e a preservação do meio ambiente. Os projetos receberão R$ 40 mil em parcela única, além de uma consultoria de um ano da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Fundação Getúlio Vargas.
Podem participar da seleção os projetos de organizações não governamentais legalmente constituídas no País, como fundações, institutos e associações sem fins lucrativos. As inscrições podem ser feitas até 10 de agosto e a relação dos projetos selecionados será divulgada no site do HSBC em 14 de novembro.
Todas as iniciativas apoiadas devem ser apadrinhadas por colaboradores voluntários das empresas do Grupo HSBC (incluindo GLT Brasil e Losango). Os padrinhos e madrinhas indicam os projetos para serem avaliados e, após a formalização da parceria, tornam-se o elo entre as instituições sociais apoiadas e o Instituto HSBC Solidariedade, sendo corresponsáveis pelo acompanhamento das atividades.
Os valores destinados à seleção de projetos de educação foram obtidos por meio do Cartão Instituto HSBC Solidariedade, atrávés das doações mensais de clientes portadores do cartão, que doam a quantia mensal de R$ 10 (dez reais) em troca da isenção do pagamento da anuidade e do seguro contra perda e roubo, e da contribuição do HSBC, que doa parte da receita obtida com o uso do cartão (parte da taxa de interchange). Desde seu lançamento, em 2006, o cartão já arrecadou mais de R$30 milhões e, em 2011, beneficiou cerca de 107 mil pessoas.

O carvão vegetal no Brasil e a produção de aço verde

por José Dilcio Rocha - Embrapa Agroenergia


O Brasil deverá desenvolver consistentemente a capacidade técnica e gerencial para melhorar e ampliar a oferta de aço verde, produto de alta qualidade e com grandes vantagens na conservação da biodiversidade nativa e na mitigação das emissões de gases de efeito estufa (GEE).
As emissões de GEE são geralmente relacionadas ao desmatamento e à queima de combustíveis fósseis nos motores veiculares, nos fornos industriais e nas termelétricas para a geração de energia elétrica. Além dessas importantes emissões a produção de aço, a matéria prima para a construção dos motores e das máquinas, é realizada essencialmente a partir de coque de carvão mineral, que também é um combustível fóssil.
O carvão mineral é o combustível mais poluente que a humanidade usa em termos de emissões de gases de efeito estufa, superando o petróleo e o gás natural, os outros dois tipos de combustíveis fósseis. Na indústria siderúrgica o carvão mineral é usado na forma de coque, a fonte de carbono para reagir com o minério de ferro (redutor) e produzir a liga metálica que denominamos de aço. A siderurgia é uma indústria de base imprescindível no desenvolvimento da sociedade. Alternativamente ao coque de carvão mineral na produção de aço, pode ser usado o carvão vegetal. O carvão vegetal pode ser considerado um coque renovável.
A matriz energética brasileira é reconhecidamente a mais limpa do mundo. Nela, quase a metade do consumo de energia primária é de fonte renovável: exatamente 47,6%, segundo o Balanço Energético Nacional de 2010 (BEN 2010, https://ben.epe.gov.br). Nesse total, hidráulica e eletricidade correspondem a 15,3%, 10,1% a lenha e carvão vegetal e 18,1% a produtos da cana-de-açúcar. Os 3,8% restantes provêem de outras fontes como eólica e solar.
Ao analisar as séries históricas do Balanço Energético Nacional (https://ben.epe.gov.br), verifica-se claramente que antes da Segunda Guerra Mundial, em 1940, o Brasil era um país essencialmente a movido a lenha. Mais de 80% do consumo da energia primária no país naquela época era atendido com lenha. Grande parte ou mesmo a totalidade da lenha usada era de origem nativa. De lá até os dias atuais, a taxa de crescimento da lenha e do carvão vegetal foi muito mais baixa do que a taxa de crescimento dos produtos da cana-de-açúcar. Os produtos da cana tiveram o mesmo vigor de crescimento do petróleo e da energia hidráulica. A lenha e carvão vegetal não. O crescimento gradativo da cana mostra o efeito claro da agregação tecnológica, evoluindo do engenho para as destilarias atuais. A lenha continua com seus tradicionais fornos produzindo o carvão vegetal, que, em 2010 teve a produção de 10 milhões de toneladas.
A oferta global de energia no Brasil cresceu quase 10 vezes em 70 anos, de 1940 a 2010. A oferta de lenha e carvão vegetal mais que dobrou, cresceu 1,2 vezes; porém a oferta de produtos da cana cresceu quase 78 vezes. A oferta de petróleo, gás e derivados cresceu 60 vezes. A oferta de hidráulica e eletricidade cresceu 106 vezes. Isso na prática significa que a lenha e o carvão vegetal tiveram uma brutal retração relativa ao longo desses anos. Entretanto, ao contrário da situação de 1940, a lenha utilizada para a produção do carvão vegetal é obtida tanto de vegetação nativa, quanto de florestas plantadas, principalmente, de eucalipto.
O produto final do carvão vegetal obtido de lenha de florestas plantadas é o "aço verde", um produto brasileiro com características únicas no mundo, capaz de ajudar na mitigação das emissões de gases de efeito estufa de forma vantajosa. A siderurgia a carvão vegetal no Brasil está basicamente concentrada no estado de Minas Gerais, com a metade do setor e na região de Carajás, que engloba Pará e Maranhão. Mato Grosso do Sul é uma nova fronteira e poderá vir a ser um campo apropriado para a inovação no setor, mas não o único.
O aço verde poderá ser uma bandeira com viés ambiental e sustentável que o Brasil levará aos fóruns mundiais. Isso é viável, pois a cadeia produtiva do carvão vegetal está ligada as demandas ambientais, sociais e econômicas. Assim, temos necessariamente que introduzir novos processos, novas tecnologias e novas aplicações para a lenha e o carvão vegetal no Brasil.
O caminho deverá ser com Políticas Públicas adequadas e parceria do tipo público-privado. Temos, obrigatoriamente, que aumentar a sustentabilidade e a renovabilidade na produção de lenha e carvão vegetal com controle na origem da matéria-prima e o seu aproveitamento integral como, por exemplo, realizando a recuperação do alcatrão e do bio-óleo. Devemos, por ser o país mais interessado no sucesso da cadeia produtiva do carvão vegetal, diminuir o consumo de matéria-prima proveniente da floresta nativa na produção de lenha e carvão vegetal com leis que sejam efetivas e inibam crimes ambientais.
Finalmente, podemos também viabilizar o uso de matérias-primas não florestais. Nesse campo, os resíduos agro-industriais e processos de carbonização e pirólise para produzir carvão usando essas matérias-primas serão inovadores. Podemos citar os briquetes siderúrgicos e carvão vegetal em pó derivados de resíduos agroindustriais e florestais como desenvolvimentos importantes a realizar.
Considerando-se que neste ano de 2011 celebra-se o Ano Internacional das Florestas e também o Ano Internacional da Química podemos juntar esses dois grandes temas e celebrar a Química Verde e incentivar a produção do Aço Verde.
José Dilcio Rocha é pesquisador da Embrapa Agroenergia
Jose.rocha@embrapa.br

Carvão vegetal

O carvão vegetal vem da carbonização da madeira ou da lenha. Ele é muito utilizado em lareiras, churrasqueiras e fogões a lenha. O carvão é uma substância muito antiga.
Ele pode ser usado também no tratamento das doenças, porém nestes casos o carvão é extraído de partes lenhosas, cascas e serragens, que são madeiras moles e que não contem resinas.
O carvão pode ser considerado um grande eliminador de toxinas e condutor de oxigênio. Alguns estudos afirmaram que com a utilização do carvão na medicina, ele reduziria os gases intestinais, acabando com o desconforto abdominal das pessoas.
Ele pode ser usado também no tratamento de pessoas que foram envenenadas, pois ele iria se juntar ao “fluxo luminoso” do trato gastrointestinal, e diminuir ligeiramente a absorção do veneno.
Este tipo de carvão tem o objetivo de absorver algumas substâncias, que quando entram em contato com as bactérias intestinais, ajudam na produção de ar no sistema digestivo. Ele é muito indicado em casos de gases intestinais, diarréias, aftas, mau hálito, entre outros.

http://cenbio.iee.usp.br/download/documentos/notatecnica_x.pdf

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Incentivar a produção de conhecimento científico, de produtos, processos e serviços tecnológicos, assim como a formação de recursos humanos

01/08/2012 - 18:07

Incentivar a produção de conhecimento científico, de produtos, processos e serviços tecnológicos, assim como a formação de recursos humanos, com foco em biotecnologia e biodiversidade, para o desenvolvimento sustentável da região Centro Oeste. Estes são alguns objetivos do I Encontro da Rede Centro Oeste de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação, realizado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que se realiza nesta quarta-feira (1) e quinta-feira (2), em Brasília.

Além dessas metas, o evento – que contou com as presenças do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) em exercício, Luiz Antonio Rodrigues Elias, e do secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped), Carlos Nobre – visa também ampliar a integração e cooperação entre programas de pós-graduação consolidados e emergentes da região, assim como apoiar o desenvolvimento de bioprocessos nas áreas de saúde, agropecuária, industrial e ambiental, de maneira a agregar valor a produtos oriundos do Cerrado e Pantanal.

Na oportunidade, Elias lembrou sua participação nas discussões do Plano de Ação de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável (Pacti) e da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (Encti), acrescentando que as redes possuem uma função importante dentro da política nacional voltada para o setor.

“O papel das redes está muito bem delineado, tanto no Pacti, quanto na Encti. A capacidade intelectual, científica e de articulação para compor uma infraestrutura de pesquisa científica, impulsiona a possibilidade de dar um salto enorme nas regiões que estavam antes desprovidas dos recursos, portanto da capacidade da construção de políticas públicas de fato. Foi isso que nos motivou a colaborar com a criação da Rede Pró Centro Oeste”, afirmou.

O secretário Carlos Nobre enfatizou que a biodiversidade, área de trabalho prioritária da Rede Pró Centro Oeste, deve ser valorizada no país. “A criação destas redes de pesquisa nesta área é uma inflexão da ciência brasileira, em particular do potencial da biodiversidade no Brasil, o que deve ser transformado em valor da sociedade. Este é um reconhecimento que esta área aponta para o futuro estratégico do país em função da imensa biodiversidade existente e deve ser considerado um pilar central do desenvolvimento”.

Já o presidente do CNPq, Glaucius Oliva, explicou como foi o processo de criação da Rede e fez um balanço sobre a aplicação dos recursos disponibilizados em edital. “A rede foi implantada através de edital, lançado em 2010, e nele haviam previstos investimentos de R$ 30 milhões, R$ 29,8 milhões aprovados efetivamente no que diz respeito aos projetos aprovados. Até maio deste ano foram empenhados R$ 15,6 milhões. Cerca de R$ 12 milhões restantes, especialmente os R$ 10 milhões em capital, serão pagos até o final do mês de agosto. Esta é nossa previsão atual. O restante são bolsas pagas regularmente e que vão até 2013”, disse.

Glaucius elogiou, ainda, a composição do edital, que contemplou, não apenas o financiamento dos projetos, mas gastos com a coordenação da Rede, onde são aplicados recursos para a promoção e ações de integração.

Edital
A Rede Centro Oeste de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação foi instituída por meio da Portaria Interministerial nº 1.038, em 10 de dezembro de 2009. Esta Rede objetiva a formação de recursos humanos e a produção de conhecimentos científicos, tecnológicos e de inovação, que possam contribuir para o desenvolvimento sustentável da região Centro Oeste.

Formada pelas instituições de ensino e pesquisa dos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e do Distrito Federa – e suas respectivas secretarias de Estado de Ciência e Tecnologia e Fundações de Amparo à Pesquisa – a Rede é dirigida por um conselho diretor, gerenciada por uma secretaria executiva, e assessorada por um comitê científico e comitês locais. Ela possui duração de cinco anos, a partir da data de publicação da portaria, sujeita à renovação, a critério do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), observando os indicadores apontados por uma comissão independente de avaliação.

Remomentaços científica para o cultivo de cacau


O cacaueiro (Theobroma cacao) é a árvore que dá origem ao fruto chamado cacau. É da família Malvaceae e sua origem é América Central e Brasil. Pode atingir até 6 metros de altura, possui duas fases de produção: temporão (março a agosto) e safra (setembro a fevereiro), a propagação é por sementes (seminal/sexuada) e vegetativa (assexuada), planta de clima quente e úmido, o solo ideal é o argilo-arenoso. Por ser uma planta umbrófila, vegeta bem em sub-bosques e matas raleadas sendo, portanto, uma cultura extremamente conservacionista de solos, fauna e flora. Pouco mecanizada, é uma cultura que proporciona um alto grau de geração de emprego. Encontrou no sul da Bahia um dos melhores solos e clima para a sua expansão.

O termo "Cacau", já foi sinônimo de prosperidade "Capital" e Investimento, no Brasil de aproximadamente 1808, quando a Família Imperial Portuguesa, com o reinado de Maria I veio para o Brasil e começou sua exploração científica - industrial da época, para exportação e financiar o chamado "Baluarte Brasileiro, contra Napoleão Bonaparte, até aproximadamente 1930. Nessa data, quando apareceu uma praga chamada de "Vassoura de Bruxa", que descapitalizou à chamada "indústria do Cacau" Brasileira. Muitas pesquisas se fizeram para debelar a tal de "Vassoura", até que a denominada atualmente de "Embrapa"(uma empresa que teve seus primórdios naquela data por iniciativa de Getúlio Vargas, na cidade do Rio de Janeiro apresentou seus resultados positivos, que desenvolvem à Indústria do Chocolate do Brasil com diversas plantações de Cacau modificados através de Enxertias e Fábricas de Chocolates por todo o Brasil. Mas tudo isso tem um preço, segundo os antigos, a chamada "Nobreza Brasileira", antigos proprietários de plantações de antes de 1930, informam que tem saudades daquele tempo, em Ilhéus, um dos principais produtores de antes de 1930. Pois dizem esses "representantes da Nobreza Brasileira" que o Chocolate, a planta, antes da ação da atual Embrapa, tinha um sabor aPimentado. Alguns restaurantes da Bahia e do Brasil, como no Rio Grande do Sul, costumam acrescentar Pimenta aos produtos de Chocolates. É uma tradição antiga e dizem que as primeiras mudas do México tinham esse sabor, APimentado.

O Estado da Bahia é o maior produtor do Brasil, porém sua capacidade produtiva foi reduzida em até 60% com o advento da vassoura-de-bruxa, causada pelo fungo fitopatogênico Crinipellis perniciosa, atualmente Moniliophthora perniciosa. O Brasil, então, passou do patamar de país exportador de cacau para importador, não sendo completamente autossuficiente do produto.


Flores de cacaueiro

Apesar da enfermidade, o cacau ainda se constitui numa grande alternativa econômica para o Sul da Bahia e possui na CEPLAC (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira) a sua base de pesquisa, educação e extensão rural. Com o apoio do órgão, cultivares clonais mais resistentes ao fungo têm sido introduzidas, porém formas mais severas de controle do patógeno ainda precisam ser descobertas. Esas formas podem vir futuramente com os resultados do Projeto Genoma Vassoura de Bruxa, que visa a estudar o genoma do fungo e elaborar estratégias mais eficientes no seu controle biológico. É uma iniciativa da CEPLAC que conta com o apoio da EMBRAPA e de laboratórios de universidades da Bahia (UFBA, UESC e UEFS) e de São Paulo (UNICAMP).

Cientistas decifram o DNA do cacau crioulo


É do cacau que se faz o chocolate através da moagem das suas amêndoas secas em processo industrial ou caseiro. Outros subprodutos do cacau incluem sua polpa, suco, geleia, destilados finos e sorvete.

Por ser plantado à sombra da floresta, o cacau foi responsável pela preservação de grandes corredores de mata atlântica no sul do Estado da Bahia no Brasil. Este sistema é conhecido como "cacau cabruca", do termo "brocar" (ralear). Recentemente, foi criado o Instituto Cabruca que, junto com outras instituições ambientalistas, vem desenvolvendo projetos de pesquisas e extensão sobre o tema, estudando formas de manter essa vegetação nativa associada ao cacau.

O genoma de uma variedade de cacau chamada crioulo foi decifrado, o que permitirá reforçar a resistência dessa árvore às doenças e melhorar a qualidade do chocolate, segundo um estudo publicado neste domingo pela Nature Genetics.
O cacau crioulo é uma variedade oriunda de Belize que talvez descenda das primeiras árvores plantadas pelos maias há mais de dois mil anos.
"Um dos principais problemas do cacau é que cerca de 30% da produção se perde por causa das doenças causadas por fungos, explica Xavier Argout, um dos autores deste trabalho coordenado pelo Centro de Cooperação Internacional de Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (CIRAD, sede na França).
O cacau crioulo, que serve para a fabricação do chocolate fino, não representa mais que 5% da produção mundial, mas "cada vez mais pessoas querem ter acesso a esse tipo de cacau", enfatizou o cientista.
Graças ao sequenciamento do genoma, cruzar esta variedade com outras poderá criar variedades mais resistentes, explicou ainda.
O conhecimento de 98% dos genes do crioulo, alguns dos quais interferem na produção de substâncias (terpenoides, flavonoides) que conferem propriedades antioxidantes ou gustativas ao chocolate, também deve permitir melhorar a qualidade de algumas variedades.
A análise do genoma favorecerá o desenvolvimento de marcadores, espécie de etiquetas que permitirão localizar entre as diferentes variedades do cacau aquelas que contêm genes interessantes.
Graças a estes marcadores, a seleção das novas variedades resultantes do cruzamento poderá se acelerar de maneira drástica, sem ter que esperar que a planta tenha crescido para submetê-la a testes, como acontece com uma seleção clássica, que pode prolongar-se por até 20 anos no caso da árvore do cacau, explica Argout.
Em setembro, o departamento de Agricultura americano (USDA), em associação com a fabricante de chocolates Mars, anunciou ter concluído o sequenciamento do genoma da árvore do cacau Matina 1-6, uma espécie comum na Costa Rica.
O CIRAD, associado com cientistas de seis países, anunciou nesse mesmo dia ter sequenciado o genoma do crioulo, em colaboração com o grupo americano Hershey e o fabricante de chocolate francês Valrhona.
Por outro lado, a Nature Genetics apresenta os resultados do deciframento do genoma do morango silvestre Fragaria basca, o que deve permitir identificar os genes que conferem resistência às doenças e melhorar a qualidade das frutas.


Metodo de Cultivo.




Ø  ANÁLISE FOLIAR
Ø  ANÁLISE RADICULAR
Ø  ANÁLISE QUÍMICA DO SOLO
Ø  ANÁLISE DO CRESCIMENTOS
Ø  ADUBAÇÃO ADEQUADA
Ø  PERÍODO DE CRESCIMENTO
Ø  ANÁLISE ANATÔMICA
Ø  ANALISE DO JARDIM CLONAL
Ø  CONTROLE DE PRAGA ANÁLISE DAS INSETICIDAS

CULTIVO E BENEFICIAMENTO DO CACAU
ESTABELECIMENTO DA CULTURA DO CACAU
CACAU
FORMAÇÃO DE MUDAS NO PLANTIO DIRETO
SOMBREAMENTO
MANEJO DO CACAUAL
MANEJO - GENÉTICA
BENEFICIAMENTO DE CACAU
DERIVADOS DO CACAU
PRAGAS E DOENÇAS DO CACAUEIRO

Fontes
http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2010/12/26/cientistas-decifram-o-dna-do-cacau-crioulo/
     http://www.uesc.br/cursos/pos_graduacao/especializacao/biologia_florestas/reginatesefinal.pdf
    http://www.scielo.br/pdf/aesalq/v41n1/11.pdf
    http://www.ceplac.gov.br/album/menu3.htm
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Zoológicos dos EUA investem na reprodução de animais ameaçados

Iniciativas chegam a receber investimentos de até US$ 350 mil ao ano.
Apesar do gasto, 83% das espécies não atingem metas de reprodução.


Após farejarem cuidadosamente a grama, três guepardos do centro de reprodução de animais de Front Royal, na Virgínia, nos Estados Unidos, começaram a correr em círculos frenética e repentinamente. Era um sinal de que uma guepardo fêmea, que costuma ficar no pátio, estava no cio. Em seguida, um dos machos soltou um rugido baixo –um sinal de um estado ainda maior de excitação. Os outros machos ficaram de lado.
Para maximizar as chances de um acasalamento bem-sucedido, os cientistas aprenderam a separar os guepardos por gênero, até mesmo os impedindo de verem um ao outro antes de acasalarem. Descobriu-se que a familiaridade também pode desestimular os guepardos.
Finalmente, chegou a hora de trazer a fêmea. Ela parecia incomodada com a avidez do macho e não assumiu uma posição de acasalamento. O encontrou fracassou.
Com o aumento das extinções e a destruição de habitats, os zoológicos estão tentando fazer com que 160 espécies ameaçadas se reproduzam em cativeiro. Contudo, embora o acasalamento na natureza pareça algo básico, que ocorre sem esforço, em cativeiro o processo é bem diferente.
Nos zoológicos norte-americanos, 83% dessas espécies não estão atingindo as metas estabelecidas para a manutenção de sua diversidade genética, informa a Associação dos Zoológicos e Aquários dos Estados Unidos. No caso dos guepardos, menos de 20% dos que habitam os zoológicos norte-americanos conseguiram se reproduzir.
Um guepardo com cinco anos de idade que vive no Instituto Smithsonian em Front Royal, nos Estados Unidos. (Foto: Luke Sharrett/The New York Times)Um guepardo com cinco anos de idade que vive no Instituto Smithsonian em Front Royal, nos Estados Unidos. (Foto: Luke Sharrett/The New York Times)
Os zoológicos precisam descobrir como acasalar guepardos em cativeiro e muitos outros animais dando segurança às populações, antes que a situação deles na natureza se torne insustentável, disse Jack Grisham, que coordena o plano de reprodução de guepardos da associação há 20 anos. Mas a taxa decepcionante de sucesso leva alguns conservacionistas do setor a questionar se os zoológicos deveriam estar no ramo de reprodução. Muitos dizem que prefeririam ver o dinheiro ser redirecionado para a preservação dos habitats e espécies selvagens.
"Eu ficaria mais feliz com a reprodução em cativeiro se achasse que ela ajuda os guepardos selvagens", disse Luke Hunter, presidente da Panthera, um grupo sem fins lucrativos que trabalha em esforços globais de conservação de grandes felinos que vivem em meio natural, incluindo os guepardos. "Quando não ameaçados, eles se reproduzem como coelhos em meio natural. Eles não precisam de uma reprodução assistida superdispendiosa –precisam apenas de um espaço onde perambular."
Gastos de US$ 350 mil para reprodução de guepardos
Todo ano, o Zoológico Nacional do Instituto Smithsonian, de Washington, gasta cerca de US$ 350 mil na reprodução de guepardos em seu espaço em Front Royal, que abriga 18 outras espécies. Essa verba sustenta a coleta de dados e a logística da reprodução de animais a longa distância, entre outras despesas. Existem programas semelhantes de procriação de guepardos em outros quatro centros nacionais dirigidos por zoológicos.
Contudo, apesar de duas décadas de esforços contínuos, a população cativa de guepardos da América do Norte – 281 animais – gera em média apenas 15 filhotes por ano, exatamente a metade do que seus tratadores estimam ser necessário para manter um nível saudável de reposição.
Para os guepardos, é muito mais complicado procriar do que, por exemplo, para os seus primos entre os felinos grandes, os leões e tigres, que se reproduzem com facilidade. Porém, não se reproduzem de modo tão complicado quanto os pandas, que desde 2010 não produzem um filhote em cativeiro nos Estados Unidos.
Apesar de não estar ameaçada de modo crítico, a população mundial de guepardos despencou. Na virada do século XX, aproximadamente 100 mil guepardos perambulavam da África ao Mediterrâneo e à Índia, segundo o Instituto Smithsonian. Hoje, representantes da Panthera e da associação de zoológicos estimam que restam entre 7 e 10 mil animais da espécie em meio natural, em consequência da perda de habitat, caça ilegal e conflitos com fazendeiros.
A Panthera promove programas comprovados que ajudam os guepardos a sobreviverem ao lado das pessoas. O grupo orienta pequenos criadores de animais sobre como prevenir que os felinos devorem seus animais e até mesmo doa cães de guarda treinados para o trabalho. Porém, segundo Grisham, independentemente da agressividade com que os grupos de conservação lutem para preservar as populações selvagens, as pressões são tamanhas que os animais dos zoológicos talvez sirvam algum dia como um banco genético seguro.
Os cientistas tentam a reprodução em cativeiro desta espécie para evitar sua extinção. (Foto: Luke Sharrett/The New York Times)Os cientistas tentam a reprodução em cativeiro desta espécie para evitar sua extinção. (Foto: Luke Sharrett/The New York Times)
"Noé se equivocou totalmente"
Os programas de procriação não buscam apenas preservar as espécies, mas também garantir que os zoológicos continuem a se desenvolver. Até os anos 70, os zoológicos eram autorizados a capturar os animais que queriam exibir. Porém, a crescente conscientização da vulnerabilidade de muitas espécies motivou a elaboração de tratados. E a Lei das Espécies Ameaçadas, de 1973, restringe a importação de animais ameaçados, mesmo que para zoológicos.
Assim, os zoológicos começaram a desenvolver programas coordenados de procriação para espécies ameaçadas. Em 2000, a associação abriu um Centro de Gestão Populacional dirigido pelo zoológico Lincoln Park de Chicago, com vistas à realização de análises genéticas e demográficas detalhadas da procriação dos animais, ameaçados ou não, em 235 zoológicos. Membros da equipe da associação elaboram recomendações sobre as melhores formas de viabilizar a procriação de cada uma dessas populações.
Em uma população em cativeiro, assim como nos zoológicos, a prioridade reside nos níveis elevados de diversidade genética, o que busca manter a adaptabilidade das espécies e prevenir a endogamia. O resultado é uma espécie de seleção natural reversa, de modo que os animais com a taxa mais baixa de sucesso passem ao topo da lista de prioridade por conta da raridade de seus genes.
Sarah Long, diretora do Centro de Gestão Populacional, de Chicago, disse que os zoológicos começaram com muito poucos animais de cada espécie, e muitos não contam com uma variação genética suficiente para assegurar a sua sobrevivência em cativeiro por longo prazo. A população fundadora média para as espécies nos zoológicos americanos era de aproximadamente 15 animais. Hoje, 20 é o número mínimo considerado hoje pelos zoológicos para os mamíferos maiores.
"Noé se equivocou totalmente", disse Long. "Um, dois ou mesmo uma dúzia de animais de cada espécie não é um número suficiente." A associação dirige cerca de 600 programas cooperativos de procriação, mas até o momento criou apenas planos formais de procriação para 357 espécies. A União Internacional para Conservação da Natureza considera que apenas cerca de 55% das espécies às quais são dedicados planos específicos estão em risco na natureza, entre elas os gorilas-das-planícies-do-oeste e o órix-cimitarra.
Ainda assim, 40% dessas 357 espécies sob gestão populacional estão diminuindo – por alguns motivos conhecidos e, em outros casos, desconhecidos. O número de ursos andinos está encolhendo porque os zoológicos passaram a investir menos na reprodução anos atrás e a população se tornou velha demais para procriar. Acredita-se que o cob-do-Nilo, um antílope, esteja sofrendo em cativeiro porque os zoológicos estão alocando menos espaço para essa espécie rara.
Um filhote de guepardo com dois meses de idade que nasceu no Instituto Smithsonian. (Foto: Luke Sharrett/The New York Times)Um filhote de guepardo com dois meses de idade que nasceu no Instituto Smithsonian. (Foto: Luke Sharrett/The New York Times)
Simulando o meio natural
Poucos felinos grandes vivem tão perto dos seres humanos quanto os guepardos. Acredita-se que eles começaram a ser mantidos como animais de estimação pela realeza em 3000 a.C. Os pesquisadores, porém, ainda estão tentando compreender a dinâmica do acasalamento da espécie, disse Adrienne Crosier, diretora do programa de procriação de guepardos do Zoológico Nacional do Instituto Smithsonian.
Durante décadas, os zoológicos costumavam encher casas temáticas com todos os tipos de felinos grandes e tratá-los de modo semelhante. Porém, seus padrões de acasalamento podem ser radicalmente diferentes. Por exemplo, os leopardos-nebulosos, uma espécie bastante ameaçada que possui manchas menos definidas, acasalam durante a juventude. Se levados ao cativeiro já quando são adultos maduros, ficam extremamente estressados, e o macho pode vir a matar a fêmea. Esses ataques ocorreram várias vezes, até os pesquisadores perceberam qual era o problema.
Os guepardos, por sua vez, não vivem em pares. Mas os cuidadores de zoológico entenderam isso apenas nos anos 1990. Mais recentemente, os pesquisadores descobriram que as guepardos fêmeas férteis que não têm laços biológicos ou que não foram criadas juntas não devem ser mantidas juntas, porque a fêmea não dominante sofre tamanho estresse que deixa de entrar no cio.
Para driblar esses problemas com os guepardos e outros animais, os zoológicos estão dando ênfase aos centros de conservação, que se parecem menos com zoológicos e mais com fazendas ou parques de safári. O centro de preservação animal de Front Royal possui espaço suficiente para dar conta das idiossincrasias dos animais e simular o meio natural.
Genes ótimos
Os cinco centros que procriam guepardos agora contam com um número desproporcional de vitórias, incluindo um caso incomum, ocorrido aqui em 2010. Apesar de muitas tentativas, uma guepardo fêmea de 5 anos não conseguiu procriar durante dois anos. Restavam a ela apenas poucos anos de idade fértil, de modo que um novo macho foi trazido da Flórida, a 1.450 quilômetros de distância.
Deu certo. Nascido como filhote único, o guepardo, chamado Nick, foi tirado dos cuidados da mãe por conta de outra descoberta de pesquisa: dentre os grandes felinos, apenas o guepardo não produz leite suficiente para seu bebê se houver apenas um filhote sendo amamentado. Prevendo essa possibilidade, Crosier programou outra gravidez de guepardo para coincidir com a da mãe de Nick.
Enquanto o centro aguardava o outro nascimento, Nick foi alimentado com mamadeira coberta com pele de guepardo, para que não se acostumasse demais com os humanos. Quando o nascimento seguinte – de outro filhote único – ocorreu, os funcionários aguardaram até que a nova mãe se afastasse para comer e então colocaram Nick junto com o novo bebê, esfregando palha nele, para que absorvesse o cheiro do local onde dormiria.
Quando a mãe voltou, os funcionários prenderam a respiração: ela poderia ter matado o filhote facilmente, apenas com um golpe de suas garras. Em vez disso, ela o adotou e cuidou dos dois filhotes. Foi o sexto caso de um transplante assim a acontecer na história dos zoológicos americanos. Poucos meses depois, aos 18 meses, Nick foi separado de sua família adotiva. Crosier espera que ele procrie em breve. "Ele tem ótimos genes", disse ela, com orgulho.




EUA defendem plano ambiental global para reduzir poluição do ar

Americanos querem diminuir fuligem e evitar impacto da mudança climática.
Ação ambiental liderada pelo país conta com outros 19 governos.


A redução da fuligem e de outros poluentes do ar pode ajudar a "ganhar tempo" na luta contra a mudança climática, disse uma autoridade norte-americana nesta terça-feira (24), enquanto sete países se uniram a um plano ambiental liderado por Washington.
A poluição atmosférica, proveniente de fontes que vão dos fogões a lenha da África aos carros na Europa pode ser responsável por até 6 milhões de mortes por ano no mundo e ainda contribui para o aquecimento global, afirmou o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
Sete países (Grã-Bretanha, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Itália e Jordânia) uniram-se formalmente à Iniciativa para o Clima e o Ar Limpo, liderada pelos EUA, elevando o total de membros para cerca de 20 desde que o plano foi lançado, em fevereiro.
"Se formos capazes de fazer isso, poderíamos de fato ganhar tempo no contexto do problema global de combater a mudança climática", disse em Paris o enviado especial adjunto dos EUA para mudança climática, Jonathan Pershing, em um briefing à imprensa por telefone.
Pershing afirmou que é preciso "desesperadamente" de tempo para desacelerar o aquecimento global. Diferentemente de outros países desenvolvidos, os EUA não aprovaram leis para cortar as emissões de gases de efeito estufa, apesar dos cortes propostos pelo presidente Barack Obama.

EUA tenta atrair mais países para plano
Pershing disse que o governo dos EUA está tentando atrair mais países para o projeto sobre poluição atmosférica, incluindo a China e a Índia, que estão respectivamente na posição um e três no ranking de emissões de gases de efeito estufa. Os Estados Unidos estão em segundo lugar.
O plano liderado pelos EUA em Paris concentra-se em impor limites à fuligem, ao metano, ao ozônio no nível do solo e aos gases HFC. A fuligem, por exemplo, é capaz de acelerar o derretimento do gelo do Ártico quando cai como um pó escuro que absorve mais calor e derrete o gelo.
Em contraste, os planos da Organização das Nações Unidas (ONU) para combater a mudança climática concentram-se principalmente no dióxido de carbono, principal gás de efeito estufa liberado pela queima de combustíveis fósseis, aos quais se atribui um aumento na ocorrência de estiagens, inundações, incêndios florestais e a elevação do nível dos oceanos.

Aquecimento global atrapalha hibernação

 

Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC



Reprodução O aquecimento global tem interferido na hibernação dos animais. Por causa do aumento da temperatura, despertam mais cedo. Isso aconteceu com os ursos na Romênia (país europeu), em 2007. Os mamíferos que acordaram antes do tempo ficaram mais agressivos. Foram registrados, inclusive, ataques a humanos na região.
Além disso, grande parte das espécies que habita áreas polares pode sumir em poucos anos por causa das mudanças climáticas. Entre as mais ameaçadas estão os ursos-polares.
Os bichos costumam comer focas, que são capturadas quando aparecem em buracos no meio do gelo para respirar. Acontece que, por causa do degelo, as aberturas estão maiores, impedindo o grande mamífero de caçar a presa. Assim, muitos estão morrendo de fome. A reprodução também é afetada pelo problema.
Estudiosos acreditam que até 2050 aproximadamente dois terços da população de ursos-polares vão desaparecer. Se nada for feito, não restará nenhum na natureza até o fim do século 21.