terça-feira, 25 de setembro de 2012

Lixo no Espaço


Por Karine, Luana e Marcos (M1CDM-2012)

Hoje há centenas de milhares de partículas de lixo espacial na órbita da Terra. Se ninguém se encarregar de fazer a limpeza, a corrida pela ocupação do espaço está ameaçada.

A preocupação atual de cientistas e engenheiros envolvidos com a corrida rumo a novos planetas ganhou corpo em fevereiro de 2009, quando a desativada estrutura Russa Kosmos-2251 e o satélite de comunicações Iridium 33 colidiram. O impacto estraçalhou um dos painéis do Iridium 33 e destruiu a Kosmos-2251. O resultado: as órbitas dos dois agora têm nuvens de destroços formadas por mais de 2 mil fragmentos maiores que 10 centímetros.
Os detritos espalhados pelo cosmo ganharam o nome de Síndrome de Kessler. Em 1978, o ex-engenheiro da NASA, Donald Kessler, elaborou a teoria de que a nuvem de estilhaços geraria uma reação em cadeia e as órbitas ficariam tão congestionadas que, com o tempo, nosso acesso ao espaço ficaria bloqueado.


O lixo espacial é composto de detritos de naves, combustíveis, satélites desativados, lascas de tinta, pedaços de mantas térmicas e foguetes, objetos metálicos e até mesmo ferramentas perdidas por astronautas durante as suas explorações espaciais. Todo esse material gera uma grande nuvem de objetos dos mais variados tamanhos e pesos, desde um grama até toneladas.


Para evitar que as centenas de satélites em atividade se transformem em lixo espacial ao fim de suas atividades, é preciso programá-los para que eles sigam em direção às chamadas “órbitas-cemitério”. Assim, os satélites ficariam em lugares bem distantes da Terra, sem oferecer riscos de colisões. De acordo com a NASA, a cada ano, cerca de 200 pedaços de lixo espacial com mais de 10 centímetros entram no espaço.


Caso o espaço fosse inutilizado, a grande afetada seria a sociedade. Os satélites que atualmente estão em órbita, por exemplo, são responsáveis por transmitir dados, sinais de televisão, rádio e telefone, sem contar os equipamentos que observam a Terra, fornecem informações sobre mudanças climáticas, podem antecipar fenômenos naturais e fazer o mapeamento de áreas.


É possível ser atingido por um pedaço de satélite, mas as chances são muito pouco prováveis. Desde o início da corrida espacial, foram inúmeros os registros de quedas de detritos em diversas localidades, como os Estados Unidos, a Austrália e a África.


foram apresentadas algumas formas para se retirar o lixo do espaço, mas é necessário que os responsáveis pelos satélites cumpram diretrizes internacionais elaboradas pela Inter-Agency Space Debris Coordination Comitee (IADC, o Comitê de Coordenação de Destroços Espaciais Inter-Agências), que representa todas as principais agências espaciais do mundo.


O Brasil também tem sua parte de responsabilidade na poluição do espaço. O nosso país possui dois satélites de coleta de dados e mais três satélites em conjunto com a China. Nenhum desses cinco dispõe de um sistema para que seja feita sua remoção em órbita. Por isso, o Brasil não pode se eximir.
LEPCA, Guilherme. Faxina Cósmica. Galileu, Rio de Janeiro, v. 2, n. 232, pp. 72-75, novembro. 2010.



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