Biotecnologia é tecnologia
baseada na biologia,
especialmente quando usada na agricultura, ciência dos alimentos e medicina.
A Convenção sobre Diversidade
Biológica da ONU
possui uma das muitas definições de biotecnologia.
“
|
"Biotecnologia
define-se pelo uso de conhecimentos sobre os processos biológicos e sobre as
propriedades dos seres vivos, com o fim de resolver problemas e criar
produtos de utilidade."
|
”
|
A definição ampla de
biotecnologia é o uso de organismos vivos ou parte deles, para a produção de
bens e serviços. Nesta definição se enquadram um conjunto de atividades que o
homem vem desenvolvendo há milhares de anos, como a produção de alimentos
fermentados (pão,
vinho,
iogurte,
cerveja,
e outros). Por outro lado a biotecnologia moderna se considera aquela que faz
uso da informação genética, incorporando técnicas de DNA
recombinante.
A biotecnologia combina
disciplinas tais como genética, biologia molecular, bioquímica,
embriologia
e biologia celular, com a engenharia química, tecnologia da informação, robótica,
bioética
e o biodireito,
entre outras.
A biotechnologia não está
limitada a aplicações na área médica e de saúde (ao contrário da engenharia biomédica, que inclui muita
biotecnologia). Embora não seja normalmente considerada como biotecnologia, a agricultura
claramente se encaixa na definição ampla de "usar um sistema biotecnológico para fazer produtos", de tal
forma que o cultivo de plantas pode ser visto como o primeiro empreendimento de
biotecnologia. As teorias tem considerado que a agricultura tornou-se a forma
dominante de produção de alimentos desde a Revolução Neolítica. Os processos e métodos de
agricultura foram refinados por outras ciências mecânicas e biológicas desde a
sua criação. Através dos primórdios da biotecnologia, os agricultores foram
capazes de selecionar as melhores culturas adequadas, tendo os maiores
rendimentos, para produzir alimentos suficientes para sustentar uma população
crescente. Outros usos da biotecnologia foram necessários quando as culturas e
os campos tornaram-se cada vez maiores e difíceis de manter. Organismos
específicos e subprodutos de organismos foram utilizados para fertilizante,
restauração de nitrogênio e controle de
pragas. Durante o uso da agricultura, os agricultores têm,
inadvertidamente, alterado a genética de suas culturas ao introduzi-las a novos
ambientes e cultivando-as artificialmente com outras plantas, uma das primeiras
formas de biotecnologia. Culturas como as da Mesopotâmia,
Egito
e Índia
desenvolveram o processo de fabricação de cerveja.
É ainda feito pelo mesmo método básico de usar grãos maltados (contendo
enzimas) para converter o amido de grãos em açúcar e em seguida, adicionando
leveduras específicas para produzir cerveja. Neste processo, os carboidratos
dos grãos são quebrados em álcoois tais como etanol. Mais tarde outras culturas
produziram o processo de fermentação lática que permitiu a fermentação e
preservação de outras formas de alimentos. A fermentação também foi utilizada
nesta época para produzir pão levedado. Embora o processo de fermentação não
foi totalmente compreendido até o trabalho de Pasteur em 1857, ainda é a
primeira utilização da biotecnologia para converter uma fonte de alimento em
outra forma.
Por milhares de anos, os seres
humanos têm utilizado cruzamentos seletivos para melhorar a produção de
colheitas e do gado para usá-los como alimento. Na criação seletiva, os
organismos com características desejáveis são acasalados para que produzam
descendentes com as mesmas características. Por exemplo, esta técnica foi usada
com o milho para produzir colheitas maiores e mais doces.
No início do século XX os
cientistas obtiveram uma maior compreensão da microbiologia
e exploraram formas de fabricação de produtos específicos. Em 1917, Chaim
Weizmann usou pela primeira vez uma cultura microbiológica pura em
um processo industrial, o da fabricação de amido de
milho com Clostridium acetobutylicum,
para produzir acetona,
que o Reino Unido
desesperadamente precisava para a fabricação de explosivos
durante a Primeira Guerra Mundial.
A biotecnologia também levou
ao desenvolvimento de antibióticos. Em 1928, Alexander
Fleming descobriu o fungo Penicillium.
Seu trabalho levou à purificação do antibiótico penicilina
por Howard Florey, Ernst Boris Chain e Heatley Norman. Em 1940, a penicilina
tornou-se disponível para uso medicinal para o tratamento de infecções
bacterianas em seres humanos.
Considera-se que o campo da
biotecnologia moderna tenha começado em grande parte em 16 de junho de 1980,
quando a Suprema Corte dos EUA determinou que um microorganismo
geneticamente modificado poderia ser patenteado
no caso Diamond vs Chakrabarty.[4]
Ananda Chakrabarty, nascido na Índia, trabalhando para a General
Electric, tinha desenvolvido uma bactéria (derivada do gênero Pseudomonas)
capaz de quebrar o petróleo bruto, o qual ele propôs utilizar no tratamento de
derramamentos de petróleo.
Estimava-se que a receita do
setor deveria crescer 12,9% em 2008. Outro fator que influencia o sucesso do
setor de biotecnologia é o aperfeiçoamento da legislação sobre direitos de
propriedade intelectual, incluindo aplicação de sanções, em nível mundial,
assim como uma reforçada demanda por produtos médicos e farmacêuticos para
lidar com a população norte-americana doente e envelhecida.
A crescente demanda por
biocombustíveis tende a ser uma boa notícia para o setor de biotecnologia. O Departamento de Energia dos Estados
Unidos estima que o uso do etanol nos
Estados Unidos poderia reduzir o consumo de combustíveis derivados do petróleo
em 30% por volta de 2030. O setor de biotecnologia permitiu que o setor
agrícola dos EUA aumentasse rapidamente o fornecimento de milho e soja - os
principais insumos dos biocombustíveis - através do desenvolvimento de sementes
geneticamente modificadas que são resistentes a secas e pragas. Ao aumentar a
produtividade agrícola, a biotecnologia tem um papel crucial na garantia de que
as metas de produção de biocombustíveis sejam cumpridas.
Antes dos anos 1970,
o termo biotecnologia era utilizado principalmente na indústria de processamento de alimentos e na agroindústria.
A partir daquela época, começou a ser usado por instituições científicas do Ocidente
em referência a técnicas de laboratório desenvolvidas em pesquisa biológica,
tais como processos de DNA recombinante ou cultura de tecidos. Realmente, o termo deveria
ser empregado num sentido muito mais amplo para descrever uma completa gama de
métodos, tanto antigos quanto modernos, usados para manipular organismos
visando atender às exigências humanas. Assim, o termo pode também ser definido
como, "a aplicação de conhecimento nativo e/ou científico para o
gerenciamento de (partes de) microorganismos, ou de células e tecidos de
organismos superiores, de forma que estes forneçam bens e serviços para uso dos
seres humanos.
Há muita discussão - e
dinheiro - investidos em biotecnologia, com a esperança de que surjam drogas
milagrosas. Embora tenham sido produzidas uma pequena quantidade de drogas
eficazes, no geral, a revolução biotecnológica ainda não aconteceu na indústria farmacêutica. Todavia,
progressos recentes com drogas baseadas em anticorpos monoclonais, tais como o Avastin
da Genentech,
sugerem que a biotecnologia pode finalmente ter encontrado um papel a
desempenhar nas vendas farmacêuticas.
Fonte:
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