Durante a
Cúpula do Clima, realizada na terça-feira, na sede da ONU, em Nova York,
governos e instituições financeiras anunciaram que mobilizarão US$ 200 bilhões
até o fim de 2015 para o Fundo Verde para o Clima, criado para incentivar
programas de baixa emissão de carbono dos países em desenvolvimento.
"É
um passo importante para catalisar um acordo em 2015. Mas não basta se
comprometer a financiar, apenas. É como dar esmola: você desembolsa um valor
para poder dar as costas ao problema real. Seria mais importante estabelecer
políticas reais de sustentabilidade", afirma o coordenador do Núcleo de
Apoio a Pesquisa em Mudanças Climáticas da USP, Tercio Ambrizzi.
Durante o
encontro, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, divulgou uma ordem
executiva com o objetivo de reduzir as emissões de carbono e combater as
alterações climáticas. Ela exige que as agências federais incorporem a
"resiliência climática" em seus planos de ação no exterior. Além
disso, convida as entidades privadas dos Estados Unidos a ajudar as nações mais
pobres a resolver seus problemas de emissões: "Ninguém pode ficar de fora,
nem países desenvolvidos nem países em desenvolvimento", disse Obama.
Entrave —
Um dos maiores entraves aos avanços nas discussões climáticas, segundo
Ambrizzi, é o embate em relação às responsabilidades. "Não podemos ficar
eternamente discutindo se os países desenvolvidos devem assumir mais
responsabilidades por serem historicamente os maiores poluidores. É preciso
inovar nos métodos e pensar em algo como um mecanismo de desenvolvimento limpo
global."
Na opinião
do especialista, a Cúpula do Clima não pode ser considerada um fracasso, mesmo
com a participação pouco comprometida de alguns dos principais países
envolvidos com as mudanças climáticas (como Brasil, Estados Unidos, China e
Índia).
O evento,
que reuniu mais de 120 chefes de Estado, foi convocado pelo secretário-geral da
ONU, Ban Ki-moon, para subsidiar a 21ª Conferência do Clima (COP-21), em Paris,
na França, em janeiro de 2015, onde será definido o novo acordo do clima, que
substituirá o Protocolo de Kyoto.
Fonte:
veja
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