sábado, 24 de agosto de 2013

Os agricultores a conservar, usando para isso o mecanismo e Pagamento por Serviços Ambientais.

A Área de Proteção Ambiental (APA) do Pratigi é um dos últimos remanescentes de Mata Atlântica do sul do Bahia. Dos cerca de 80 mil hectares da APA, 30 mil ainda mantêm a cobertura florestal intacta. Além disso, a área tem praias, rios e nascentes que garantem o abastecimento de água em cinco municípios da região. Para manter a região preservada, um projeto está tentando convencer os agricultores a conservar, usando para isso o mecanismo de Pagamento por Serviços Ambientais. 

O Pratigi é uma APA, uma categoria de unidades de conservação que permite a presença de atividade econômica dentro da região, desde que sustentável, e abriga muitos pequenos agricultores. No entanto, segundo Volney Fernandes, da Organização de Conservação da Terra (OCT), ainda há muita pressão para desmatar. Por isso, a organização decidiu trabalhar junto com os agricultores para tentar conservar a região. "O projeto não é só ambiental. Tem um foco muito forte nos agricultores. Trabalhamos para que eles possam ser inseridos no mercado e melhorem a renda de suas propriedades", diz Fernandes.
A ideia é remunerar pequenos produtores que se comprometerem a conservar matas, nascentes e adotar práticas agrícolas sustentáveis. Para isso, o projeto trabalha com a compensação de emissões. Empresas ou pessoas físicas podem calcular o quanto emitiram de gases de efeito estufa e quanto reais seriam necessários para compensar essas emissões, usando esse recurso para financiar os agricultores.
Mas os agricultores também precisam cumprir com a sua parte. Eles passam por processo de orientação para adotar boas práticas, precisam fazer a regularização ambiental e não podem usar práticas agícolas nocivas, como as queimadas. O resultado é que, até o momento, 480 hectares de florestas foram conservados, 155 hectares foram recuperados e 97 nascentes estão protegidas.
O projeto ainda é pequeno, mas é mais um exemplo das várias tentativas de usar mecanismos de pagamentos por serviços ambientais no Brasil. Atualmente, vários projetos semelhantes tentam incentivar boas práticas agrícolas por meio de pagamento de serviços ambientais em Estados como São Paulo, Paraná, Minas Gerais, entre outros.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

A PIAÇAVEIRA DESPONTA COMO CULTURA DE DESTAQUE NA ECONOMIA DA REGIÃO DO SUL DA BAHIA

                                                                
  A palmeira Attalea funifera Martius, conhecida por piaçava ou piaçaba, é espécie nativa e endêmica do sul do Estado da Bahia. O nome vulgar piaçava é de origem tupi, traduzido como “planta fibrosa” com a qual se faz utensílios caseiros. Essa palmeira foi citada na carta de Pero Vaz de Caminha quando do descobrimento do Brasil sem que tenha sido, entretanto, tratado do seu uso. Durante o período colonial as fibras eram procuradas por navegadores de várias nacionalidades para fabricação de cordas utilizadas como amarra de navios, por oferecerem mais segurança às embarcações.
Produtora de fibra longa, resistente, rígida, lisa, de textura impermeável e de alta flexibilidade, essa palmeira se desenvolve bem em solos de baixa fertilidade e com características físicas inadequadas para a exploração econômica de muitos cultivos. A necessidade de poucos recursos financeiros para o plantio, a manutenção e exploração, tornam a piaçaveira uma opção agrícola atraente, pelos reduzidos riscos e altos rendimentos que proporciona ao investidor.
Na região sul do Estado, entre os principais municípios produtores, destacam-se Cairú, Itubera, Canavieiras, Nilo Peçanha, Ilhéus, Una, Belmonte, Camamú, Sta Cruz de Cabralia, Maraú, Valença e Itacaré. No recôncavo, com menor produção, apresentam-se as seguintes: Santo Amaro, Cachoeira, Maragogipe, Jaguaripe e Nazaré.
Na faixa litorânea, a piaçaveira é encontrada em solos arenosos, associados à vegetação secundária sob mata, ou em áreas expostas á luz. Na medida em que distância-a-se do litoral pode se observa-la em solos arenos-argilosos. Em geral, as plantas estão distribuídas de forma desordenada, em diferentes estádios de desenvolvimento vegetativo, competindo com outras espécies. Esta situação é evitada quando se estabelecem plantios com espaçamento e manejo adequados. Mesmo sendo uma palmeira nativa, apresenta um melhor comportamento quando se procede a limpeza da planta e se realiza o controle de plantas invasoras, sendo esta prática freqüente devido a pobre exuberância das espécies daninhas existentes nas áreas onde a piaçaveira é encontrada. As plantas nativas que recebem esses tratos são chamadas de “cultivadas”, enquanto as que não recebem, produzem menos fibras e são denominadas “piaçaveiras do mato”. Quando plantadas de maneira criteriosa e racional, começa a produzir economicamente a partir do sétimo ano. Em um campo natural, encontram-se em média 300 plantas por hectare, enquanto nas áreas implantadas, denominadas de “pontais”, registra-se uma densidade de 1.000  plantas/há.
Usos – A importância econômica da piaçaveira está na extração das suas fibras industriais, destacando-se a fabricação de vassouras, enchimento nos assentos de carros, cordoaria e escovões. O resíduo obtido  de sua limpeza, o qual é conhecido como bagaço, fita ou borra, serve para cobertura de casas nos meios rural e urbano. Atualmente este produto é muito utilizado na cobertura de quiosques em áreas de lazer como sítios, clubes  e  praças.  Outro emprego do mesmo é como isolante térmico. O bulbo da piaçaveira nova é um palmito  de agradável sabor. A amêndoa do fruto (coco) é usada para  fazer  mingau,  farinha,  canjica até mesmo leite que pode substituir o leite de vaca ou de soja. O  maior  emprego  do  coco atualmente é como semente para a formação de mudas, mas também constituí uma fonte alternativa de energia, quando empregado como carvão ou mesmo na queima direta em forno industrial, tendo efeito similar ao carvão de pedra. Além disso, o coco presta-se para o fabrico de  botões, boquilhas  de cachimbo, piteiras, punhos de bengala, e objetos de adorno feitos com osso, madrepérola e marfim que ele imita bem.
Outros usos – Escovões dos carros de limpeza de ruas utilizam a piaçava, somente a piaçava resistiria, sem quebrar a rotação e o atrito dessas máquinas.  A Rússia, os /estados Unidos e vários outros países importam a piaçava para utilizar em equipamentos de varrer a neve.
Cabos navais, cordas, artesanatos, isolante térmico e uma infinidade de aplicações podem encontrar na piaçaveira a fibra ideal.
Colheita – As árvores devem ser colhidas apenas uma vez por ano, a fim de possibilitar a formação  de fibras mais longas e de melhor valor comercial. Quando se faz o corte com intervalo menor que  um ano, se obtém uma fibra de qualidade inferior. Isso também compromete a longevidade de planta. A fase considerada como mais apropriada para a colheita é de março a setembro, uma vez que nos meses mais quentes, a fibra colhida fica menos flexível. Entretanto, nas áreas produtoras, observa-se colheita em todas as épocas do ano. Numa área com boa concentração de plantas, o tirador sobe em uma piaçaveira e segue cortando as folhas, passando de um pé para o outro, sem descer ao chão.
Beneficiamento – O produto é apresentado em fardo com pesos variáveis.  Os fardos com fibras longas são comercializadas para o mercado externo, enquanto os de fibras curtas, denominadas “tocos”, são utilizados na indústria de vassouras. A capa,ou bagaço é utilizada praticamente na cobertura de quiosques e choupanas, o que eleva seu valor em algumas épocas, quando chega ser vendida ao preço igual ao da fibra longa – atualmente está custando R$ 15,00 por arroba.
Comercialização – É feita mediante a entrega do produto na “balança”, com o pagamento após a pesagem. O preço pago ao agricultor mantém-se estável ao longo dos meses e não apresenta grandes variações quando comparam-se diferentes compradores. Em alguns casos o produto é vendido no pé, ficando as despesas de colheita e beneficiamento por conta do adquirinte. A produção de fibras se destina em grande parta para outras unidades da Federação e para países como Estados Unidos, Reino Unido, Portugal, Bélgica, Holanda, Alemanha e Argentina.
Custo e rentabilidade – O custo de colheita de uma arroba de piaçava é de R$ 3,00. As outras despesas consistem em R$ 1,80 par limpeza, R$ 0,30 com transporte e R$ 0,40 para amarrio (arrumação em fardos). Assim, tem-se uma despesa total de R$ 5,50 por arroba, pronta para comercialização. Nas regiões produtoras, o preço recebido pelo produtor é de R$ 20,00/arroba de quinze quilos. Deduzindo-se os gastos com a colheita e o beneficiamento, o produtor tem um lucro líquido de R$ 14,50.
Um hectare de piaçaveira com plantio racional, conduzindo tecnicamente, com custos de R$ 150,00 como tratos culturais, produzindo em média 200 arrobas por ano, o que corresponde a uma receita líquida de R$ 2.750,00.  No baixo sul da Bahia, o rendimento proporcionado pela piaçaveira é superior ao obtido com culturas perenes como seringueira, cacau, cravo-da-índia, dendê, coco, macadamia, mamão, mandioca, pupunha, cupuaçu, citrus ...
Remuneração da mão-de-obra – Se o negócio é bom para o produtor, também é rentável para o trabalhador rural, pois um “tirador” (colhedor) de piaçava retira em média 06 arrobas por dia ao  preço de R$ 3,00 cada, o que lhe proporciona um rendimento diário de R$ 18,00. Um amarrador beneficia em média 15 fardos por dia, ao preço unitário de R$ 1,60, ganhando, portanto, uma diária de R$ 24,00. Uma catadeira que separa (penteia) a fibra da palha, cata 04 arrobas por dia, ao preço de R$ 1,80, recebendo uma diária de R$ 7,20.
Importância social – Nas áreas produtoras, centenas de empregos são mantidos nos depósitos de piaçava, onde é feito o seu beneficiamento, assegurando o sustento de muitas famílias. Dessa forma, tem-se a criação de trabalho tanto no meio rural como urbano. Há também dezenas de unidades produtoras de vassouras, espalhadas em vários municípios, agregando um maior valor ao produto.
A piaçaveira, ainda no presente, trata-se de uma riqueza pouco explorada. Nos últimos anos, entretanto, vem crescendo o número de produtores interessados por essa palmeira. É muito raro encontrar um produtor de piaçava querendo vender a sua propriedade, o que já não acontece com aqueles que exploram outras culturas. Não resta dúvidas que essa atividade se constitui numa das melhores opções para a diversificação agro-econômica do litoral sul da Bahia. Pelas vantagens que apresenta, mesmo sendo uma cultura de tradição secular, a piaçaveira “ é um tesouro escondido diante de nossos olhos e ninguém vê”.

Barachisio Lisbôa Casali
Engenheiro Agrônomo – Extencionista – CEPLAC/Ituberá-Ba.

PLANTIO DE PUPUNHA NO BAIXO SUL DA BAHIA


Palmeira nativa dos trópicos úmidos americanos, a pupunheira (Bactris gasipae) produz cachos grandes de frutos comestíveis, utilizados de variadas maneiras. Considerado alimento básico em algumas regiões, o fruto tem sabor agradável e alto valor nutritivo. É consumido cozido e presta-se à extração de óleo ou à produção de farinha, usada na alimentação humana e animal.
Os frutos da pupunheira constituem um alimento essencialmente energético, mas contêm quantidades pequenas de proteína, óleo, caroteno (pró-vitamina A), vitaminas B, C e ferro. Os frutos e seus derivados, quando crus, contêm uma enzima, que inibe a digestão de proteínas, e um ácido, que provoca irritação na mucosa da boca.
Clima e solo
A pupunheira vem sendo explorada com sucesso, pois adapta-se com facilidade às mais diversas condições climáticas. As condições ambientais ideais  encontram-se nos climas quentes e úmidos, com temperatura média acima de 22° C e abundância de chuvas (acima de 2.000 mm anuais), bem distribuídas ao longo do ano. Para desenvolver-se bem, a planta exige solos bem drenados, de fertilidade de média a alta, pH próximo ao neutro (7,0) e com textura média ou leve. Apesar de a pupunheira necessitar de muita água, não tolera solos encharcados, que limita o seu cultivo. Nos solos ácidos e de baixa fertilidade, desde que devidamente corrigidos e adubados, a pupunheira apresenta bom crescimento.
Variedades
De forma geral, as variedades ou tipos de pupunheira são agrupadas segundo a coloração da casca dos frutos (do vermelho intenso ao alaranjado e do amarelo ao rajado e do verde-amarelo), o teor de óleo na polpa e a existência ou não de sementes nos frutos. Recentemente, as pupunheiras foram classificadas, também, em raças com base na espessura da polpa, isto é microcarpa, mesocarpa e macrocarpa.
O peso do fruto vaia de 20g a 100g ou mais, de acordo com a consistência seca, feculenta ou muito oleosa da polpa.
A escolha da variedade a plantar depende da finalidade da exploração.

Germinação

As sementes não suportam secagem e são sensíveis a baixas temperaturas. Quando o teor de umidade cai para níveis próximos a 35%, começam a perder a capacidade de germinação. Se a umidade chega a 15%, perdem completamente seu poder germinativo. Temperaturas abaixo de 15° C são prejudiciais à preservação da capacidade de germinação. As sementes se tornam totalmente inviáveis quando submetidas, mesmo por curtos períodos, à temperatura de 10° C.

Semeadura

Faz-se a semeadura em sulcos distanciados 5 m ente si, à profundidade de 2cm, dispondo-se as sementes na posição horizontal, numa densidade de 40 por metro linear, o que possibilita a semeadura de 800 sementes em cada metro quadrado de sementeira.
A operação de transplantio da sementeira para sacos de plásticos, denominada repicagem, é efetuada quando as mudinhas apresentarem 10 cm de altura (de 20 a 25 dias após a germinação). Efetua-se a repicagem com  máximo de cuidado, evitando destacar a mudinha da semente que lhe deu origem, pois esta ainda representa importante fonte de alimentação para a planta recém-germinada.
Os sacos devem conter a mesma mistura indicada para o sistema de semeadura direta, adicionando-se, porém, 4,5 g de superfosfato triplo, 1 kg de cloreto de potássio, 10 g de bórax, 20 g de sulfato de zinco e 1 kg de carbonato de cálcio para cada metro cúbico de terriço com esterco. A primeira adubação com uréia deve ser feita dez a quinze dias após a repicagem, valendo-se dos mesmos procedimentos descritos anteriormente.
As mudas serão levadas ao campo, para o plantio no local definitivo, quando apresentarem de 30 a 40 cm de altura.

Preparo da área

As áreas destinadas ao cultivo de pupunheiras para a produção de palmito devem ser aradas e gradeadas, visando facilitar o plantio das mudas, já que o espaçamento entre as covas é pequeno.
Assim, recomenda-se, preferencialmente, o uso de áreas com vegetação de pequeno porte, para que essas operações sejam simplificadas.
Nos plantios destinados à produção de frutos, as operações e gradagem podem ser dispensadas, exigindo-se somente uma roçagem da vegetação existente na área.

Espaçamento

O espaçamento usado na cultura depende do tipo de exploração. No caso de cultivo destinado à produção de frutos, recomenda-se o espaçamento de 6 x 6 m, em triângulos, o que permite uma população de 320 plantas por hectare. Nos plantios destinados à produção de palmito, o espaçamento deve ser de 2 x 1 m, obtendo-se uma população de 5.000 plantas por hectare.

Plantio

O plantio deve ser realizado no início da época das chuvas, para que a planta aproveite todo o período chuvoso e apresente bom desenvolvimento inicial, adquirindo resistência para enfrentar possíveis estiagens. As covas deverão medir 40 x 40 x 40 cm.
Tratos culturais
Coroamento é feito por meio de capina ou roçagem  em torno das plantas, eliminando-se as plantas daninhas. Opcionalmente, essa operação pode ser feita com o uso de herbicidas.
Desbaste – É prática fundamental nos plantios em que se deseja a produção de frutos. Consiste em eliminar os perfilhos excedentes, iniciando-se dois anos após o plantio, para que, em cada touceira, permaneçam de três a quatro plantas adultas. O desbaste, desde que bem executado, é feito somente uma vez por ano.
Roçagem – A área restante, representada pela faixa das estrelinhas, pode ser roçada manualmente ou com máquina, rebaixando-se as plantas daninhas, sem necessidade de revolver o solo.
Adubação – Nos plantios destinados à produção de frutos, recomenda-se aplicação por planta em cobertura, durante os dois primeiros anos de 100 g de sulfato de amônio, 100 g de superfosfato triplo e de 100 g de cloreto de potássio, aplicados em duas parcelas.  A partir do terceiro ano, aumentam-se as dosagens para 150 g de superfosfato de amônio, 200  g de superfosfato triplo e 200 g de cloreto de potássio.
Para a produção de palmito adubam-se as plantas, no primeiro ano com 100 g de sulfato de amônio, 50 g de superfosfato triplo e 20 g de cloreto de potássio. A partir do segundo ano duplicam-se essas doses.
Pragas e doenças
Na Amazônia, a principal praga é a abelha-de-cachorro, também conhecida como arapuá (Melipona ruficrus), que durante a floração destrói as flores e os botões florais, reduzindo a produção. A medida de controle recomendada consiste na eliminação dos ninhos, geralmente encontrados na capoeira e na mata das proximidades.
A pupunheira também é atacada por lagartas esverdeadas, que têm o hábito de enrolar os folíolos para se alimentar e se proteger de seus inimigos naturais. Para controla-las, usam-se inseticidas fosforados, na concentração de 1g do produto comercial para 1 litro de água.
Como principais doenças incluem-se a antracnóse (manhas nas folhas), causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides, e a podridão-negra-dos frutos ocasionada inicialmente pelo fungo thielaviopsis paradoxa, em sua forma imperfeita, e pelo Ceratocytis paradoxa, na forma perfeita.
O controle deve ser feito a partir da formação de mudas no viveiro e no início da floração, continuando no decorrer da frutificação, principalmente na época da umidade excessiva, com pulverizações com produtos à base de cobre.
Colheita
As plantas iniciam a produção no terceiro ano depois do plantio tendendo a frutificação a estabilizar-se a partir do sexto ano, atingindo uma produtividade em torno de 20t/ha/ano.
Quando os frutos alcançam o ponto de maturação, faz-se a colheita para tanto se usa varas com podão preso na extremidade.

José Monteiro
Engenheiro Agrônomo, MS

Extraído do Jornal CEPLAC Notícias - agosto 2000

 

sábado, 17 de agosto de 2013

Sustentabilidade X crimes ambientais: a responsabilidade da empresa, diretores e empregados

Se por um lado a sustentabilidade é o tema em evidência, no lado oposto há a figura dos crimes ambientais. O que poucos sabem é que se um empregado comete um crime em nome da empresa, será penalizada a empresa e o empregado
Temos observado nas práticas de mercado, que atualmente a palavra de ordem é a “Sustentabilidade”, as empresas cada vez mais buscam obter reconhecimento do consumidor como “ecologicamente correta”, há inclusive a própria certificação ISO 14001 quanto ao sistema de gestão ambiental para empresas que conseguem controlar os impactos ambientais de suas operações.

Porém, na contramão desta evolução social ainda existem aqueles que infelizmente buscam somente o interesse próprio, e pouco se importam com as conseqüências negativas de seus atos contra o meio ambiente. Daí surge a aplicação das sanções pertinentes aos crimes ambientais.
O direito ambiental como um todo abrange as normas que fazem a proteção do meio ambiente, sendo considerado um direito fundamental difuso, isto é, a ofensa a esse instituto não prejudica uma só pessoa, mas toda a coletividade.
De maneira geral o meio ambiente é considerado como o conjunto de condições que permite, abriga e rege a vida em todas as suas dimensões, e no que diz respeito ao ordenamento pátrio, se apóia nos pilares Natural, Artificial, Cultural e do Trabalho.
Assim, podemos dizer que, há a proteção específica da fauna e da flora bem como de toda a vida animal, mas também se considera amparado pelo direito ambiental todo o patrimônio cultural produzido pelo homem e suas vertentes como o patrimônio histórico, paisagístico, artístico, turístico. Além disso, há a proteção do próprio homem quando zela pelas regras do meio ambiente do trabalho, que determina a prevenção de acidentes, salubridade das condições  de trabalho entre outros.
Como conseqüências às ofensas ao meio ambiente, serão aplicadas as regras do Direito Penal Ambiental, e como se é de imaginar , se cada vez há uma maior proteção ao meio ambiente, as sanções por seu descumprimento tendem a ficar mais severas.
Desse modo, podemos observar uma peculiaridade pouco comum no direito brasileiro, qual seja, as penas relativas a sanções do meio ambiente podem ser aplicadas não somente ao indivíduo, mas também cumulativamente as empresas.
Ou seja, se um empregado de uma empresa comete um ato ilícito ao meio ambiente durante sua jornada de trabalho em nome da empresa, responderá individualmente por sua conduta, como também será processada a empresa, inclusive será citado para depoimento o representante legal da mesma, seja ele o administrador, sócio majoritário ou diretor.
Por óbvio não é possível “prender” uma empresa, mas lhes serão aplicadas penas alternativas como a prestação de serviços à comunidade, isto é, manutenção de espaço público como reforma de praças, obrigação de plantio de árvores, etc. Existem também as penas restritivas de direitos como a suspensão das atividades e até a interdição da empresa, além da proibição de contratar com o serviço público, proibição do uso de subsídios, subvenções, doações, entre outras. Importante ressaltar que todas essas penas são aplicadas além da tão conhecida multa, que pode chegar a valores milionários dependendo da lesão.
Ainda sobre as penas, poderão ser aplicadas individualmente ou em conjunto, ou seja, somando mais de uma sanção, são as chamadas penas cumulativas. No direito penal há um princípio que prevê que a pena aplicada deve ser a menos gravosa ao réu, porém, no direito penal ambiental esse princípio é condicionado a prévia reparação do dano causado, isto é, será feita um perícia para constatação do dano e sua conseqüente determinação do valor do prejuízo causado.
Em suma, o direito ambiental não é de interesse de um município, estado ou nação, mas de toda a coletividade e deve ser preservado para as presentes e futuras gerações, sua lesão fica sujeita a sanção em âmbito penal, civil e administrativo. Assim, ao particular ou ao empresário ainda vale a aplicação da máxima: o custo da prevenção é bem menor que o da reparação.
FONTE:

sábado, 10 de agosto de 2013

DANO AMBIENTAL

Conforme o inciso II do artigo 6º dessa Resolução, o impacto ambiental pode ser positivo (trazer benefícios) ou negativo (adverso), e pode proporcionar ônus ou benefícios sociais. Não se pode falar em impacto sem qualificá-lo, para fazer um juízo de valor. Não consta na lei brasileira a definição de dano ambiental, o que é um contrassenso, já que há punição por dano ambiental. 
Milaré (2005) se apoia na advertência de Bessa Antunes ao falar das “dificuldades que a moderna literatura tem encontrado para definir dano ambiental, e aponta vinculação com os conceitos legais de poluição e degradação.” Com isso, tende-se a imaginar que os jus ambientalistas definem uma espécie a partir da enumeração de uma subespécie.
Dano é prejuízo. Prejuízo corresponde a um desequilíbrio, pois ocorre do confronto entre custo e benefício, entre receita e despesa, não sendo um conceito direto, absoluto. O dano ambiental  é resultante de impactos positivos e negativos, e está vinculado aos conceitos de degradação e poluição, do inciso II do art 3º da Lei 
6.938/81. Impacto não é dano, assim como impacto negativo e  impacto positivo também não o são. Já degradação e poluição não são dano; são impacto. Nossa lei é falha ao deixar de definir dano, induzindo a todos a pensar que dano é o impacto.
A definição de degradação está vinculada, na Lei 6.938, à definição de qualidade ambiental:
Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:Perícia e Auditoria Ambiental | Avaliação Econômica de Danos Ambientais | Aula 2 5
I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e 
interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga 
e rege a vida em todas as suas formas;
II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das 
características do meio ambiente;
III - a poluição, a degradação da qualidade ambiental [...].
Antes de prosseguirmos com o texto, assista ao vídeo a seguir, em que será falado um pouco mais sobre impacto x dano.Bens de serviço econômico e serviços ambientais A regulação de bens de mercado depende muito do mercado, e o preço é equilibrado pelo balanço entre a oferta e a demanda desses bens. Serviços ambientais, em contrapartida, não estão sujeitos à lei de mercado, uma vez que eram considerados bens inexauríveis ou livres e, portanto, de preço nulo. Isso torna, por vezes, inexequível o estabelecimento de propriedade sobre os recursos naturais e, assim, o direito pelo seu uso não se aplica, impossibilitando a cobrança e as transações no mercado econômico (KASKANTZIS NETO, 2005).
Segundo Kaskantzis Neto (2005), métodos de valoração são utilizados para estimar os valores que as pessoas atribuem aos recursos ambientais, com base em suas preferências individuais. A compreensão desse ponto é fundamental para perceber o que os economistas entendem por valorar o meio ambiente.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

SEMINÁRIO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA AQUICULTURA E PESCA DO BAIXO SUL DA BAHIA

SEMINÁRIO EM DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA AQUICULTURA E PESCA DO BAIXO SUL DA BAHIA

 

SOLUÇÕES AMBIENTAIS
GRUPO EMPRESARIAL ESPECIALIZADO EM MEIO AMBIENTE, GESTÃO PÚBLICA E ENGENHARIA.
Apresentação: 

Será um evento de caráter essencialmente ambiental, social e cultural. Ela proporcionará à população a oportunidade de conhecer projetos, programas e ações desenvolvidos pela Secretaria da Prefeitura do baixo sul sobre o Meio Ambiente e por vários segmentos da sociedade, como Organizações Governamentais, Não-Governamentais e as iniciativas privadas, que enfatizam a importância e a adoção de praticas de desenvolvimento sustentável.

 Acontecerá nos dias 30  Setembro de 2013, com  organização de Ricardo Pereira e com apoios  parceiros Prefeituras Municipais  do baixo sul Colônia de pesca Z-40 e demais colônias de pesca da região, Parlamento do baixo sul  em parceria com o Grupo DIGITAL em soluções ambientais- Marketing e Eventos Ltda).
Será um marco para os municípios do baixo sul da Bahia, que tem se esforçado no cuidado das suas reservas naturais e do seu meio-ambiente. Este evento deve ser uma marco de todos os que buscam melhorias, e se conscientizam da necessidade de investimento na qualidade de vida e no fortalecimento do crescimento econômico, focado no desenvolvimento sustentável de toda cadeia produtiva, através da melhoria da educação ambiental. 

 Objetivos do projeto para o baixo Sul: 
·  Promoção de Educação Ambiental , através da integração e participação da iniciativa governamental e privada, durante o evento; 
·  Ampliar e aprimorar a relação homem-meio ambiente; 
·  Divulgar as experiências iniciativas e projetos na área de gestão e educação ambiental para os mais diversos públicos; 
·  Incentivar, promover e conscientizar através da participação de todos os segmentos da sociedade no processo de transformação da cultura ambiental no município; 
·  Desenvolver e proporcionar condições para que a população possa refletir e debater de forma democrática sobre os temas de gestão e educação ambiental; 
·  Participação de Escolas Públicas e Privadas no processo de educação ambiental; 
·  Entretenimento através de apresentações de peças teatrais e shows musicais; 
·  Formar consciência ecológica sadia, e aguçar o desejo de preservar o ecossistema; 
·  Gerar novos meios de interação entre homem-natureza.
Público Alvo: 
• Escolas publicas e particulares; 
• Órgãos Públicos; 
• Organizações Não-Governamentais; 
• Instituições de Pesquisas; 
• População, comunidades; 
• Universidades; 
• Empresas Privadas. 
BRASIL - BAHIA -ITUBERÁ
RUA 13 DE MAIO

CENTRO ITUBERÁ - BA

CEP:45435-000
(73)81438129, 99418190
  • Diretor Presidente
  • Biólogo:
  • Esp -  Educação e gestão ambiental.
  • Pós-graduando em perícia e Auditoria Ambiental.
  • Consultor Ambiental ha 7 anos mercado.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O que é uma Borboleta?



As Borboletas pertencem à ordem de insetos denominada Lepidóptera uma das divisões da grande classe Insecta, a qual, por sua vez, é parte do filo Arthropoda.
Quando se pega uma Borboleta com as mãos, elas deixam sempre uma certa quantidade de pó em nossas mãos. Esse pó é constituído pelas milhares de minúsculas escamas que recobrem as asas das Borboletas e formam desenhos incríveis, de cores muito vivas. Os zoólogos classificam as Borboletas como insetos da ordem dos Lepidópteros por causa dessas escamas, o nome “Lepidóptero” deriva de palavras de origem gregas que significam “asas escamosas”.
Existem mais de 150 mil espécies de Lepidópteros descritos no mundo, sendo que a maior parte é representada por formas noturnas, as Mariposas.

A Anatomia das Borboletas
As Borboletas possuem características que são comum a todos os insetos:
Exoesqueleto (esqueleto externo); três pares de pernas articuladas; três segmentos no corpo (cabeça, tórax e abdome); e um par de antenas sensórias.

A Metamorfose das Borboletas
Os Lepidópteros são insetos de metamorfose completa. 
1) ovo / fase pré-larval 
2) lagarta 
3) pupa / que se desenvolve dentro da crisálida 
4) imago / fase adulta
A Borboleta passa a maior parte da vida em estado de larva (lagarta) vegetariana, alimentando-se de folhas. Enquanto crescem e se desenvolvem, as lagartas trocam várias vezes de pele até se transformarem em pupa, ou seja, quando sua pele endurece e forma um casulo.
No interior do casulo, a pupa não se alimenta, move-se raramente e transforma-se em Borboleta adulta. 
Após um período que pode variar de duas semanas até vários meses, segundo a espécie, a Borboleta rompe o casulo.

O Mimetismo das Borboletas
Em maior ou menor grau, todos os animais e plantas encontram-se adaptados às condições do ambiente em que vivem.
Algumas Borboletas de sabor agradável se assemelham muito em cor e forma a outras, de espécies diferentes e sabor desagradável. 

A Polinização das Borboletas
As Borboletas tem a boca muito flexível e forma uma espécie de tromba, que permite sugar o néctar no interior da flor. Enquanto voa de uma flor a outra, a tromba fica enrolada na parte de baixo da cabeça. Ao procurarem alimento, as Borboletas fertilizam as flores, porque misturam o pólen preso às suas patas com o de novas flores. Essa polinização ajuda a reprodução das plantas.






Classificação da Borboleta

Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Lepidóptera

Sub-ordem Rhopalocera
(Borboletas)

Sub-ordem Heterocera
(Traças/Mariposas)

Superfamilia Hesperioidea
Familia Hesperiidae
Megathyminae 
Coeliadinae 
Pyrrhopyginae 
Pyrginae 
Trapezitinae 
Heteropterinae 
Hesperiinae 


Superfamilia Papilionoidea
Familia Papilionidae
Baroniinae 
Parnassiinae 
Papilioninae 

Familia Pieridae
Pseudopontiinae 
Dismorphiina 
Pierinae 
Coliadinae 

Familia Lycaenidae
Lipteninae 
Poritiinae 
Liphyrinae 
Miletinae 
Curetinae 
Lycaeninae 
Theclinae 
Polyommatinae

Familia Riodinidae
Euselasiinae 
Riodininae 

Familia Nymphalidae
Apaturinae
Biblidinae 
Calinaginae 
Charaxinae 
Cyrestinae 
Danainae 
Heliconiinae 
Lybtheinae 
Morphinae 
Nymphalinae 
Satyrinae 

Características:
Aparelho bucal provido de tromba espiralada.
Dois pares de asas cobertas de escamas.
Larvas eruciformes ( lagarta ) geralmente fitófagas.
Ninfa enclausurada, chamada crisálida.
Metamorfose completa ( Holometábolos )

O Simbolismo nas culturas antigas


As Borboletas tem exercido um grande fascínio em diversas culturas antigas ao longo dos séculos como símbolo de transformação e renascimento, a metamorfose da Borboleta sempre foi considerada um dos grandes mistérios da natureza. 

A alma, celebração, leveza, ressurreição e a transição são alguns exemplos de palavras que são associadas às Borboletas.
Na mitologia grega, Psiquê (que significa “alma”) foi representada na forma de uma Borboleta. Outras culturas também associam as Borboletas com a alma, na Nova Zelândia, os maoris acreditam que a alma retorna à Terra após a morte como uma Borboleta, na mitologia asteca e maia as Borboletas também são associadas com a alma.




Religião
No cristianismo a Borboleta representa e simboliza a ressurreição. 
No Antigo Egito os egípcios viram semelhança entre as embalagens de tecido de suas múmias e da crisálida de uma Borboleta, tanto os egípcios e os gregos, que colocavam Borboletas douradas em seus túmulos, associavam a Borboleta como um símbolo de ressurreição e de imortalidade

Fonte:

Borboletas Brasileiras


Série Borboletas Brasileiras, foi criada para ajudar os estudantes e internautas que tenham interesse em conhecer as principais espécies deBorboletas existentes no Brasil.
Também é um ótimo recurso de IB ( Identificação de Borboletas) online,que pode ajudar você a identificar algumas espécies de Borboletas que você encontrar.

Bibliografia Pesquisada
Otero, Luiz Soledade, BORBOLETAS Livro do Naturalista, Rio de Janeiro, FAE, 1986.



Espécies de Borboletas
(Ordem Alfabética)


Agraulis vanillae 
Agrias claudia claudina 
Anartia amathea 
Anteos menippe 
Ascia monuste 
Brassolis astyra 
Caligo beltrao 
Catonephele numilia penthia 
Colobura dirce 
Danaus plexippus erippus 
Dynastor napoleon 
Eryphanis reevesii 
Eueides isabella dianasa 
Evenus regalis 
Hamadryas feronia 
Heliconius erato phyllis 
Heliconius ethilla narcaea 
Heliconius sara apseudes 
Heraclides thoas brasiliensis 
Historis odius 
Junonia evarete 
Marpesia petreus 
Mechanitis lysimnia 
Methona themisto 
Morpho achilles achillaena 
Morpho aega 
Morpho anaxibia 
Morpho menelaus tenuilimbata 
Opsiphanes invirae pseudophylon 
Papilio anchisiades capys 
Papilio androgeus laodocus 
Parides ascanius 
Phocides palemon phanias 
Phoebis philea 
Prepona demophon 
Siproeta stelenes