domingo, 3 de março de 2013

Território do Baixo sul discute gestão ambiental compartilhada

Ano 2011


19.10.2011 - Mais de 70 gestores de Meio Ambiente, representantes de Conselhos Ambientais, prefeitos e secretários municipais de Meio Ambiente, dos 13 municípios que integram o Território do Baixo Sul, estiveram reunidos na última terça feira (18), no município de Ituberá (320 km de Salvador), para a oficina de capacitação do Programa Gestão Ambiental Compartilhada (GAC), uma iniciativa da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema).

GACDe acordo com o superintendente de Políticas e Planejamento Ambiental da Sema, José Ivaldo Ferreira, a visita dos técnicos ao território se deve, principalmente, a pouca quantidade de municípios aderidos ao programa. “O objetivo é sensibilizá-los sobre a necessidade de assumir a responsabilidade da gestão ambiental municipal, para que tenhamos o fortalecimento do Sistema Estadual do Meio Ambiente (Sisema)”, argumentou.

Balanço do programa – Dos 417 municípios baianos, 219 já solicitaram a adesão ao GAC, dos quais 67 já estão aptos a fazer sua gestão ambiental. Com relação ao território de identidade do Baixo Sul, 11 municípios estão inseridos ao GAC, e dessa quantidade, Taperoá possui sua competência reconhecida pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Cepram) para realizar o licenciamento.

O secretário de Meio Ambiente, Turismo e Pesca de Taperoá, Luiz Paixão, disse que há um ano o município realiza o licenciamento de atividades de competência no nível 1, - a exemplo de instalação de torres de telefonia, implantação de serraria para confecção de moveis artesanais, atividades agropastoril, entre outras. “O GAC permitiu uma chamada ao município para assumir a responsabilidade de zelar pelas riquezas ambientais da região”, afirma Luiz.

Vanguarda na gestão ambiental – O Território do Baixo Sul conta com uma experiência piloto da região, que pode servir de modelo para outros territórios da Bahia, que é o Consórcio Intermunicipal da Apa do Pratigi (Ciapra) - formado pela integração dos municípios - Piraí do Norte, Ituberá, Ibirapitanga, Igrapiúna e Nilo Peçanha. Criado em 2008, o consórcio tem trabalhado de forma articulada com o planejamento para o desenvolvimento sustentável da região, criando mecanismos conjuntos de consultas, estudos, execução e fiscalização de suas ações.

No âmbito Estadual, a questão da formação de consórcio é trabalhada pelas secretarias Estaduais de Desenvolvimento Urbano (Sedur) e Planejamento (Seplam), por meio de um grupo de trabalho criado, desde 2007. O técnico da diretoria de Planejamento Territorial da Seplam, Maurício Ferreira, listou o Território do Sisal, que tem um convênio com o Ministério do Desenvolvimento Social para construção de cisternas. Além disso, o Portal do Sertão recebeu apoio do Estado na aquisição de equipamentos para manutenção de estradas vicinais – ligações entre povoados.

Instrumento de planejamento e gestão urbana – De acordo com a resolução do GAC, o Plano Diretor Urbano é aspecto necessário para criação do sistema municipal de meio ambiente, obrigatória aos municípios que apresentam mais de 20 mil habitantes, localizados a beira mar e possui interesse turístico. E esta realidade se enquadra aos municípios do Baixo sul.

O secretário municipal de Meio Ambiente de Ituberá, Carlos José Aragão, informou que o município possui o Plano Diretor, desde 2008. Ricardo Pereira superitendente de gestão ambiental  falou que é impresidivel a educação dentro do contexto socio economico com o olhar da gestão pública dando maior impotancia as questões ambientais.“Hoje com o apoio do GAC e parceria do Ciapra temos condição e mecanismos de trabalhar o fortalecimento da estrutura municipal de meio ambiente”, destacou.

A educação ambiental também ganhou espaço na oficina com uma apresentação da técnica da diretoria de Educação Ambiental da Sema, Soraya Midlej. A técnica informou que, desde janeiro deste ano, a Educação Ambiental no Estado conta com a Política Estadual de Educação Ambiental, construída sob a coordenação da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), por meio de um processo participativo e democrático. “Pretendemos debater e discutir esse instrumento de gestão com os municípios na tentativa de buscar parceiros para sua aplicação”, argumentou.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Descarte correto de medicamentos no Baixo sul Da Bahia

Como jogar remédios fora?

O descarte de medicamentos se feito da forma incorreta pode trazer uma série de impactos ambientais, principalmente aos recursos hídricos, contaminando a água e o solo com substâncias químicas que podem trazer sérios danos a saúde humana e ao meio ambiente (animais e biodiversidade). Assim, periodicamente faça uma revisão em sua caixinha de remédios, caso tenha remédios que não estejam vencidos, não usa mais e não vai mais usar, procure doá-los em asilos e instituições de caridade. Muitas delas recebem estes medicamentos. Para os medicamentos vencidos, faça o seguinte procedimento:
- Não jogue os remédios na pia ou no ralo, pois contaminam as águas e os peixes.
- Entregue os medicamentos em postos de coleta para que sejam incinerados. Muitos postos de saúde recebem medicamentos vencidos para descarte.
- Quando não achar onde entregar, jogue os remédios dentro da embalagem no próprio lixo.

 
 
Fonte:
http://cigres.blogspot.com.br/2012/02/descarte-correto-de-medicamentos.html
 

Plano de manejo Florestal do Baixo sul da Bahia


Plano de Manejo é um documento técnico mediante o qual se estabelece o zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à sua gestão.http://www.seia.ba.gov.br/seuc/unidades
  Plano de Manejo é considerado como uma técnica ou instrumento de organização de processos futuros que permite otimizar as ações destinadas a alcançar objetivos propostos para a área. Neste contexto o plano de manejo, contendo as orientações e informações ao adequado desenvolvimento das atividades e ações necessárias para se alcançar os objetivos, constitui-se no documento pelo qual se guiará o gestor da área nos seus trabalhos de ministração.http://www.comunicacao.ba.gov.br .
 
 
A seguir são descritos os passos para elaboração de um plano de manejo florestal
1- passo: Informações Gerais
 * Categoria do Plano de Manejo Florestal
* Titularidade da floresta: Floresta pública ou particular
* Tipo de vegetação predominante: Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional Decidual, Floresta * * Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila aberta.
* Estado da floresta manejada: Floresta primária ou secundária
 passo: Responsáveis Técnicos
 * Elaboração
* Inventário florestal
* Execução das atividades
* Representante legal
passo: Objetivos do plano de Manejo
Exemplos:
* Maximizar a produção de toras para serraria, garantindo a perpetuidade da produção florestal ao longo dos ciclos de corte, com a máxima eficácia e eficiência.
* Desenvolver o manejo de produtos florestais não-madeireiros em escala industrial e/ou junto às comunidades;
* Buscar parcerias com as instituições de pesquisa nacionais e internacionais para desenvolvimento de pesquisas ligadas aos diferentes temas relacionados ao manejo florestal
* Promover a certificação florestal da área do manejo e cadeia de custódia, atravé dos princípios e critérios do manejo florestal estabelecido pelo Conselho de Manejo Florestal – FSC (Forest Stewardship Council).
 passo: Justificativa Técnica e econômica
* Sintetizar as técnicas de manejo utilizadas no plano e a análise econômica do produto ou dos produtos obtidos do manejo florestal.
 passo: Informações sobre a propriedade
 * Localização da área
- Região
 - Estado
 - Municípios abrangidos
 - Marcos limites da área (Norte, Sul, Leste e Oeste)
- Coordenadas geográficas
 - Forma de acesso a área
 - Área a ser manejada
 passo: Descrição do ambiente
 
* Meio físico
 - Clima
 - Formas de relevo (Geomorfologia)
 - Tipos de solo presente na área a ser manejada
 - Hidrologia (Bacia hidrográfica, rios e córregos presente na área a ser manejada)
 
* Meio biológico
 - Descrição da vegetação presente na área a ser manejada (tipo de floresta, predominância de uma  determinada espécie ou de várias espécies)
 - Descrição da fauna presente na área a ser manejada (répteis, aves, mamíferos, peixes, anfibios
 - Inter relação entre flora-fauna
 
* Meio Socio econômico
 - IDH
 - Saúde
 - Educação
 - Energia elétrica e saneamento básicos
 - Segurança
 
passo: Uso atual da terra
 
* Macro zoneamento da área a ser manejada. Elaboração do mapa da área com:
 - Hidrografia
 - Altitude
 - Divisão das Unidades de Produção Anual (UPA)
 
passo: Descrição dos recursos florestais (Inventário Florestal)
 
* Metodologia utilizada
* Resultados
* Análise florística
* Estrutura e densidade
* Capacidade produtiva
 
passo: Informações sobre o manejo florestal
 
* Fundamentos do manejo florestal sustentável
* Sistema Silvicultural
* Espécies florestais a serem manejadas
* Espécies florestais a serem protegidas
* Regulação da produção ( Intensidade de corte, produção da floresta, Ciclo de corte inicial, Estimativa de produção anual)
* Descrição das atividades da colheita florestal em cada UPA (Elaboração de mapas contendo o local das estradas, abertura e manutenção das estradas, corte e traçamento das árvores, planejamento do arraste, Carregamento e transporte das toras, Tratamentos silviculturais pós colheita,
 
10° passo: Investimentos e custos do Manejo florestal
 
11° passo: Identificação e elaboração dos impactos ambientais e sociológicos
12° passo: Medidas de proteção das florestas
 * Monitoramento e manutenção das UPAs
* Proteção contra invasões
* Proteção das APPs
 
MEDOTOLOGIA EM APLICAÇÃO
POR: RICARDO PEREIRA
* Prevenção e combate de incêndios
 Os vídeos abaixo promovidos pelo Sindusmad (Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado de Mato Grosso) mostram a realização do plano de manejo sustentável no estado.
 Medotologia aplicável Ricardo Perira

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Auditoria ambiental devem ser motivadores de melhoria contínua do sistema de gestão;

Resoluções
RESOLUÇÃO Nº 306, DE 5 DE JULHO DE 2002
Estabelece os requisitos mínimos e o termo de referência para realização de auditorias ambientais.
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso das competências que lhe são conferidas pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, e tendo em vista o disposto em seu Regimento Interno, Anexo à Portaria nº 326, de 15 de dezembro de 1994, eConsiderando o potencial de impacto ambiental da indústria de petróleo e gás natural, e seus derivados;Considerando que a indústria de petróleo, gás natural e seus derivados deve aprimorar sua cultura de controle e conhecimento dos aspectos ambientais de suas atividades, dispondo, para tanto, de sistemas de gestão e controle ambiental;Considerando que a auditoria ambiental é um instrumento que permite avaliar o grau de implementação e a eficiência dos planos e programas no controle da poluição ambiental;Considerando que os resultados da auditoria ambiental devem ser motivadores de melhoria contínua do sistema de gestão;Considerando a necessidade de orientar o disposto na Resolução CONAMA nº 265, de 27 de janeiro de 2000, no que se refere a auditorias ambientais;Considerando a necessidade de disciplinar o atendimento ao art. 9º, da Lei nº 9.966, de 28 de abril de 2000, que trata da obrigatoriedade da realização de auditorias ambientais independentes, resolve:Art. 1º Estabelecer os requisitos mínimos e o termo de referência para realização de auditorias ambientais, objetivando avaliar os sistemas de gestão e controle ambiental nos portos organizados e instalações portuárias, plataformas e suas instalações de apoio e refinarias, tendo em vista o cumprimento da legislação vigente e do licenciamento ambiental.Art. 2º Para os fins do disposto nesta Resolução, são adotadas as definições constantes do Anexo I.Art. 3º As auditorias ambientais devem ser independentes e realizadas de acordo com escopo, metodologias e procedimentos sistemáticos e documentados, constantes do Anexo II.Art. 4º As auditorias ambientais devem envolver análise das evidências objetivas que permitam determinar se a instalação do empreendedor auditado atende aos critérios estabelecidos nesta Resolução, na legislação vigente e no licenciamento ambiental.Parágrafo único. As constatações de não conformidade devem ser documentadas de forma clara e comprovadas por evidências objetivas de auditoria e deverão ser objeto de um plano de ação.Art. 5º O relatório de auditoria ambiental é de responsabilidade técnica da equipe de auditoria.Art. 6º O plano de ação é de responsabilidade dos empreendedores auditados e deverá contemplar as ações corretivas para as não conformidades apontadas pelo relatório de auditoria.Art. 7º O relatório de auditoria ambiental e o plano de ação deverão ser apresentados, a cada dois anos, ao órgão ambiental competente, para incorporação ao processo de licenciamento ambiental da instalação auditada.Parágrafo único. O órgão ambiental competente poderá fixar diretrizes adicionais que, pelas peculiaridades da atividade e características ambientais da área, forem julgadas necessárias.Art. 8º O Ministério do Meio Ambiente, por meio de Portaria, irá definir, no prazo de até cento e oitenta dias, contados a partir da publicação desta Resolução, os requisitos mínimos quanto ao credenciamento, registro, certificação, qualificação, habilitação, experiência e treinamento profissional que os auditores ambientais deverão cumprir.Art. 9º As auditorias ambientais deverão ser compatibilizadas, no que couber, com os demais programas de gestão de risco estabelecidos em outros regulamentos federais.
Art. 10. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
JOSÉ CARLOS CARVALHO
Presidente do Conselho



ANEXO I



DEFINIÇÕESI - Aspecto ambiental: elemento das atividades, produtos ou serviços de uma organização que pode interagir com o meio ambiente.II - Auditoria ambiental: processo sistemático e documentado de verificação, executado para obter e avaliar, de forma objetiva, evidências que determinem se as atividades, eventos, sistemas de gestão e condições ambientais especificados ou as informações relacionadas a estes estão em conformidade com os critérios de auditoria estabelecidos nesta Resolução, e para comunicar os resultados desse processo.III - Constatações de auditoria: resultados da avaliação das evidências coletadas na auditoria, comparadas com os critérios de auditoria estabelecidos.IV - Conclusão da auditoria: julgamento ou parecer profissional expresso sobre o objeto da auditoria, baseado e limitado à apreciação das constatações de auditoria.V - Critérios de auditoria: políticas, práticas, procedimentos ou requisitos em relação aos quais o auditor compara as evidências coletadas sobre o objeto da auditoria, entendendo-se que os requisitos incluem a legislação ambiental aplicável e o desempenho ambiental.VI - Desempenho ambiental: resultados mensuráveis de gestão ambiental relativos ao controle de uma instalação sobre seus aspectos ambientais, com base na sua política, seus objetivos e metas ambientais.VII - Especialista técnico: profissional que provê conhecimentos ou habilidades específicas à equipe de auditoria, mas que não participa como um auditor.VIII - Equipe de Auditoria: grupo formado por auditores, ou um auditor, e especialistas técnicos.IX - Evidência objetiva: informações verificáveis, tais como registros, documentos ou entrevistas.X - Gestão ambiental: condução, direção e controle do uso dos recursos naturais, dos riscos ambientais e das emissões para o meio ambiente, por intermédio da implementação do sistema de gestão ambiental.XI - Impacto ambiental: qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população, as atividades sociais e econômicas, a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais.XII - Meio ambiente: conjunto de condições, leis, influência e interações de ordem física, química, biológica, social, cultural e urbanística, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.XIII - Empreendedor: companhia, corporação, firma, empresa ou instituição, ou parte ou combinação destas, pública ou privada, sociedade anônima, limitada ou com outra forma estatuária, que tem funções e estrutura administrativa próprias. Para organizações com mais de uma unidade operacional, cada unidade isolada pode ser definida como uma instalação.XIV - Parte interessada: indivíduo ou grupo interessado ou afetado pelo desempenho ambiental de uma instalação.XV - Plano de emergência: conjunto de medidas que determinam e estabelecem as responsabilidades setoriais e as ações a serem desencadeadas imediatamente após um incidente, bem como definem os recursos humanos, materiais e equipamentos adequados à prevenção, controle e combate à poluição ambiental.XVI - Plano de emergência individual: é o plano de emergência específico da instalação.XVII - Plano de emergência de área: é o plano de emergência acordado entre a organização, o poder público e outras organizações situadas na mesma área de influência.XVIII - Sistema de gestão ambiental: a parte do sistema de gestão global que inclui estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental da instalação.
ANEXO II



CONTEÚDO MÍNIMO DAS AUDITORIAS AMBIENTAIS1 - Critérios e Abrangência de AuditoriaAs auditorias ambientais têm o objetivo de verificar o cumprimento da legislação ambiental aplicável e avaliar o desempenho da gestão ambiental das atividades definidas no Artigo 1° desta Resolução.1.1 - Quanto ao cumprimento da legislação ambiental aplicável, a auditoria envolverá, entre outros:I - a identificação da legislação ambiental federal, estadual e municipal, bem como das normas ambientais vigentes aplicáveis à instalação da organização auditada;II - a verificação da conformidade da instalação da organização auditada com as leis e normas ambientais vigentes;III - a identificação da existência e validade das licenças ambientais;IV - a verificação do cumprimento das condições estabelecidas nas licenças ambientais;V - a identificação da existência dos acordos e compromissos, tais como termos de compromisso ambiental e/ou termos de ajustamento de conduta ambiental e eventuais planos de ação definidos nesta Resolução; eVI - a verificação do cumprimento das obrigações assumidas no que se refere o inciso V.1.2 - Quanto à avaliação do desempenho da gestão ambiental, a auditoria envolverá, entre outros:I - a verificação da existência de uma política ambiental documentada, implementada, mantida e difundida a todas as pessoas que estejam trabalhando na instalação auditada, incluindo funcionários de empresas terceirizadas;II - a verificação da adequabilidade da política ambiental com relação à natureza, escala e impactos ambientais da instalação auditada, e quanto ao comprometimento da mesma com a prevenção da poluição, com a melhoria contínua e com o atendimento da legislação ambiental aplicável;III - a verificação da existência e implementação de procedimento que propiciem a identificação e o acesso à legislação ambiental e outros requisitos aplicáveis;IV - a identificação e atendimento dos objetivos e metas ambientais das instalações e a verificação se os mesmos levam em conta a legislação ambiental e o princípio da prevenção da poluição, quando aplicável;V - a verificação da existência e implementação de procedimentos para identificar os aspectos ambientais significativos das atividades, produtos e serviços, bem como a adequação dos mesmos;VI - a verificação da existência e implementação de procedimentos e registros da operação e manutenção das atividades/equipamentos relacionados com os aspectos ambientais significativos;VII - a identificação e implementação de planos de inspeções técnicas para avaliação das condições de operação e manutenção das instalações e equipamentos relacionados com os aspectos ambientais significativos;VIII - a identificação e implementação dos procedimentos para comunicação interna e externa com as partes interessadas;IX - a verificação dos registros de monitoramento e medições das fontes de emissões para o meio ambiente ou para os sistemas de coleta e tratamento de efluentes sólidos, líquidos e gasosos;X - a existência de análises de risco atualizadas da instalação;XI - a existência de planos de gerenciamento de riscos;XII - a existência de plano de emergência individual e registro dos treinamentos e simulações por ele previstos;XIII - a verificação dos registros de ocorrência de acidentes;XIV - a verificação da existência e implementação de mecanismos e registros para a análise crítica periódica do desempenho ambiental e sistema de auditorias internas;XV - a verificação da existência de definição de responsabilidades relativas aos aspectos ambientais significativos;XVI - a existência de registros da capacitação do pessoal cujas tarefas possam resultar em impacto significativo sobre o meio ambiente;XVII - a existência de mecanismos de controle de documentos;XVIII - a existência de procedimentos e registros na ocorrência de não-conformidades ambientais; eXIX - a verificação das condições de manipulação, estocagem e transporte de produtos que possam causar danos ao meio ambiente.2 - O plano de auditoria deve conter, no mínimo:2.1 - Escopo: para descrever a extensão e os limites de localização física e de atividades da empresa.2.2 - Preparação da auditoria:I - definição e analise da documentação;II - prévia da instalação aditada;III - formação da equipe de auditores;IV - definição das atribuições dos auditores; eV - definição da programação e planos de trabalho para a execução da auditoria.2.3 - Execução da auditoria:I - entrevistas com os gerentes e os responsáveis pelas atividades e funções da instalação;II - inspeções e vistorias nas instalações;III - análise de informações e documentos;IV - análise das observações e constatações;V - definição das conclusões da auditoria;VI - consulta prévia aos órgãos ambientais competentes a fim de verificar o histórico de incidentes ambientais, inclusive de seus desdobramentos jurídico-administrativos, e dos cadastros ambientais. eVII - elaboração de relatório final.3 - O relatório de auditoria deve conter, no mínimo:I - composição da equipe auditora e respectivas atribuições;II - identificação da organização e da instalação auditada;III - descrição das atividades da instalação;IV - objetivos, escopo e plano de auditoria estabelecidos;V - período coberto pela auditoria;VI - sumário e metodologia do processo de auditoria;VII - lista de documentos legais, normas e regulamentos de referência;VIII - lista de documentos analisados e unidades auditadas;IX - lista das pessoas contactadas durante a auditoria e respectivas atribuições;X - constatações da auditoria; eXI - conclusões da auditoria, incluindo as constatações de conformidades e não conformidades em relação aos critérios estabelecidos e avaliação da capacidade da organização em assegurar a contínua adequação aos critérios estabelecidos.4 - Produtos Finais:4.1 - O Relatório de Auditoria deverá conter, no mínimo:I - composição da equipe auditora e respectivas atribuições;II - descrição funcional e administrativa da empresa ou setor da empresa e características das instalações auditadas;III - metodologia e critérios utilizados;IV - período coberto pela auditoria;V - lista de documentos legais, normas e regulamentos de referência;VI - lista de documentos analisados e unidades auditadas;VII - lista das pessoas contatadas durante a auditoria e respectivas atribuições; eVIII - conclusões da auditoria, incluindo as constatações de conformidades e não conformidades em relação aos critérios estabelecidos e avaliação da capacidade da instalação auditada em assegurar a contínua adequação aos critérios estabelecidos.4.2. O Plano de Ação deverá conter, no mínimo:I - ações corretivas e preventivas associadas às não-conformidades e deficiências identificadas na auditoria ambiental;II - cronograma físico para implementação das ações previstas;III - indicação da área da organização responsável pelo cumprimento do cronograma estabelecido; eIV - cronograma físico das avaliações do cumprimento das ações do plano e seus respectivos relatórios.(Of. El. nº 838/2002)
Publicada DOU 19/07/2002

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O planejamento urbano sustentável no Brasil e a questão do lixo

 
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No Brasil, o planejamento urbano sustentável ainda é pouco disseminado. Mas uma proposta ousada começa a ganhar seus primeiros contornos no Nordeste do país. O projeto Cidades Sustentáveis, do economista Sabetai Calderoni, que já conquistou o apoio do setor privado e do governo federal, cria um modelo de gestão urbana em que o lixo é tratado como material precioso e tem impacto direto na qualidade de vida e na economia das cidades. "Um município de 200 mil habitantes pode gerar R$ 6 milhões/ano com a venda de produtos obtidos da reciclagem", afirma. Além disso, a implantação de ecocidades valoriza os imóveis e atrai mais investidores.

Bons Fluidos: O projeto de implantação de cidades sustentáveis apresentado por você é novidade para muitas pessoas. Como está sendo desenvolvido?
Sabetai Calderoni:
A proposta envolve geração de renda e postos de trabalho em um processo de industrialização de resíduos, geração de energia renovável, transporte adequado e acessível, saneamento comunitário e agricultura ecológica. Está dividida em quatro fases: planejamento, implantação das obras, aquisição de equipamentos e gestão da cidade.

Onde a iniciativa já acontece?
No Maranhão, na cidade de Alcântara, estamos em fase final de planejamento e início das obras. Em Sergipe, o projeto está em estágio mais avançado. No município de Divina Pastora, já alcançamos a fase de aquisição de equipamentos para a miniusina de etanol e a central de reciclagem. Em breve, a população menos favorecida será beneficiada com a construção de moradias ecológicas que substituirão as casas insalubres.

Conte um pouco sobre o funcionamento da estrutura na cidade sustentável - a reciclagem, o uso da energia...
Além de saneamento básico, edificações verdes, paisagismo urbano e agricultura, o modelo de gestão das ecocidades é pautado por diferentes fontes de energia (solar, eólica, etanol, elétrica), uso racional da floresta, central de reciclagem, além de olaria, miniusina de etanol, processamento de entulho e espaço multifuncional - que disponibilizará serviços de saúde, nutrição, educação, cultura e lazer. Toda essa estrutura ajuda na geração de empregos.

Por que a central de reciclagem é o elemento principal desse projeto? Por intermédio dela é possível reduzir custos para o município, pois a maior parte dos resíduos não precisa ser transportada para aterros nem é necessário pagar pela disposição final deles. E o material reciclado pode ser vendido. Já na agricultura, o cultivo deve envolver produtos destinados à alimentação e estimular culturas voltadas à produção de biocombustíveis e de bioenergia, como mandioca e cana-de-açúcar.

De forma geral, a energia gerada do lixo já está em uso no Brasil?
Em alguns aterros sanitários, produz-se gás metano, nocivo ao ambiente, mas que pode gerar eletricidade. Nos municípios pobres, 75% dos resíduos são orgânicos, o que faz da compostagem algo atrativo, já que pode virar fertilizante.

A cidade de São Paulo gera muito entulho de construções. O que poderia ser feito para sanar o problema?
Os entulhos representam um volume de lixo 50% maior do que o domiciliar. Os resíduos podem dar origem a novos materiais de construção de qualidade e baixo custo.

Como é feito o reaproveitamento?
Desenvolvemos um processo de reaproveitamento de entulho que dispensa o uso de cimento. Consiste em misturar o material com baba de cupim, que contém uma enzima que dá liga à mistura e a torna mais resistente. Assim é possível produzir tijolos ecológicos, com os quais se constrói uma casa popular de qualidade.

Quem é ele
Sabetai Calderoni é uma das principais referências na pesquisa ambiental. Presidente do Instituto Brasil Ambiente e do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável (Ibrades) e consultor da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Banco Mundial, o professor universitário participou da discussão sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que prevê a extinção dos lixões a partir de 2014. Autor de Os Bilhões Perdidos no Lixo (Humanitas Editora), defende o potencial econômico e energético do lixo.

Vision 2050


  O relatório Visão 2050, estabelece um caminho que leva a uma população global de cerca de 9 bilhões de pessoas vivendo bem, dentro dos limites de recursos do planeta em 2050. Este trabalho resulta de um esforço de 18 meses combinado com CEOs e especialistas, e os diálogos com mais de 200 empresas e stakeholders externos em cerca de 20 países.

O relatório explicita o "must haves" - as coisas que devem acontecer durante a próxima década para fazer uma sociedade sustentável planetário possível. Estes incluem a incorporação dos custos de externalidades, a partir de carbono, serviços ambientais e da água, para a estrutura do mercado; dobrar a produção agrícola sem aumentar a quantidade de terra ou de água utilizada; frear o desmatamento e aumentar a produção de florestas plantadas: reduzir pela metade as emissões de carbono em todo o mundo (com base nos níveis de 2005) até 2050, através de uma mudança para sistemas de baixo teor de carbono de energia e eficiência energética pelo lado da demanda, e proporcionar o acesso universal à mobilidade de baixo carbono.

Visão 2050, com o seu melhor cenário para a sustentabilidade e os caminhos para alcançá-lo, é uma ferramenta para liderança de pensamento, uma plataforma para o início do diálogo que deve ter lugar para navegar nos anos difíceis que virão.

Parte do Brasil

O CEBDS – Conselho Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável realizou, hoje, na sede do Grupo Abril, o lançamento do relatório internacional Vision 2050, resultado de um trabalho com mais de 200 empresas de cerca de 20 países, que teve como preocupação pensar no que será necessário fazer para que, daqui a 40 anos, as 9 bilhões de pessoas no mundo tenham acesso a saúde, educação, alimentação, moradia, energia, mobilidade etc.

Coube a Björn Stigson, presidente do WBCSD – World Business Council for Sustainable Development –, apresentar o relatório. Segundo ele, o mundo está em fase de transição para a sustentabilidade, o que implica em mudanças tanto na sociedade quanto na economia para lidar com as pressões sobre o meio ambiente. E os desafios a serem enfrentados nas próximas décadas não serão poucos.

De acordo com Stigson:
- 70% das pessoas viverão em países em desenvolvimento, como o Brasil, o que significa que a maior parte dos investimentos financeiros estará nesses locais;
- dois terços do PIB virão dos países em desenvolvimento;
- 6 bilhões de pessoas vão morar em áreas urbanas, o que exigirá avanços significativos em termos de infraestrutura, qualidade de vida e mobilidade;
- o Brasil já está se urbanizando mais do que as outras economias emergentes e seus investimentos em infraestrutura realizados pelo setor privado também são superiores;
- para atender às necessidades de alimento no mundo, em 2050, será necessário dobrar a produção atual de comida.

Diante desse cenário e da limitação de recursos naturais, Björn Stigson convidou os CEOs presentes no evento a se questionarem sobre qual será o papel das empresas no futuro. “Se fizermos da maneira errada, não será fácil alcançar a sustentabilidade”, afirmou.

O presidente do WBCSD observou que, até então, a história do mundo foi marcada por uma visão de crescimento, no entanto, estamos próximos de uma situação-limite em que esse paradigma deverá ser repensado. “O Visão 2050 foi formulado para que 9 bilhões de pessoas vivam bem, dentro dos limites do planeta. O desafio é chegar aonde nenhum país chegou ainda e melhorar a qualidade de vida da população mundial sem aumentar nossa pegada ecológica”.

Para ele, isso só irá ocorrer se forem feitas ações coordenadas e radicais, realizadas por muitos parceiros. Entre as tantas iniciativas que serão necessárias, é preciso pensar na eficiência dos sistemas energéticos, na construção de edifícios auto-sustentáveis e mesmo geradores de energia, no aproveitamento das florestas em pé, na mobilidade sistêmica de baixo impacto nos centros urbanos e no desperdício zero. “Precisamos de uma revolução verde”, resume Björn.

Ele ainda acredita que boa parte dessas mudanças caberá ao empresariado, já que, muitas vezes, os governos não demonstram a mesma habilidade em fazê-lo. “Haverá muitas oportunidades para as empresas que compreenderem o que este momento significa”. Björn também diz que será necessário transformar o mercado interno e a economia se quisermos vencer a corrida verde.

Sua opinião é de que o Brasil ainda não entrou, de fato, na jogada, como já fizeram os países da União Européia, os Estados Unidos, a China – determinada a ser líder mundial em exportação de tecnologia verde – e mesmo a Índia, que tem procurado soluções simples e locais que melhorem as condições de vida de sua população pobre.

No entanto, Björn Stigson diz que o Brasil tem muitos pontos fortes para participar de maneira significativa nesta corrida. “Vocês têm uma situação energética única, muitos produtos renováveis e uma grande biocapacidade, mas, se quiserem ser líderes no futuro, é preciso começar agora”.

“O mundo não será bem sucedido se o empresariado não oferecer soluções para o planeta e estiver realmente comprometido com isso. E empresas não podem ser bem sucedidas em sociedades fracassadas”.

 
Fonte:

8 Jeitos de mudar o mundo


 

O que nós podemos fazer para mudar o mundo?


Reduzir a pobreza do mundo pela metade e salvar a vida de milhões de crianças e mães.
Garantir um futuro para crianças carentes, permitir que se desenvolvam, criem consciência e possam fazer algo por si mesmas.
Objetivos que parecem distantes, mas com soluções ao nosso alcance. Por meio de ações simples e com o envolvimento da sociedade é possível mudar esta realidade.

 
A Declaração do Milênio das Nações Unidas e a Declaração Universal dos Direitos Humanos reforçam que, em 10 anos, o mundo poderá ser bem diferente e melhor. Depende muito da mobilização das pessoas. Mais de 550 milhões de pessoas poderão ser removidas da extrema pobreza e mais de 300 milhões deixarão de passar fome. Além disso, progressos na área de saúde infantil salvarão milhões de crianças. As Metas do Milênio são conhecidas no Brasil como os "8 Jeitos de Mudar o Mundo” e fazem parte da política do Instituto Quadrix.
Veja como você pode fazer sua parte:
 
1. Erradicar a extrema pobreza e a fome

Reduzir pela metade o número de pessoas que sobrevivem com menos de 1 dólar por dia e que passam fome. Em tal condição precária, não há possibilidade para que as crianças vivam sua infância como deveriam: sem preocupações e com a mente ocupada pela imaginação.
2. Atingir a educação básica de qualidade para todos

No mundo existem 113 milhões de crianças fora da escola. O Brasil quase atingiu a meta ao incluí-las na escola, com mais de 57 milhões de estudantes matriculados em todos os níveis de ensino. Mas o problema continua na baixa qualidade do ensino e nos poucos anos de estudo por pessoa. Nossas crianças apenas freqüentam as salas de aula, sem aprendizagem ou desenvolvimento. Devemos concentrar nossas ações nesse ponto, para que tenhamos adultos alfabetizados e capazes de contribuir para a sociedade.
 
3. Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia da mulher

Dois terços dos analfabetos do mundo são mulheres. A superação das desigualdades entre meninos e meninas começa no acesso à escolaridade formal. A educação é fundamental para habilitar as mulheres a exercerem papéis cada vez mais ativos, seja na área econômica, política, social ou de desenvolvimento pessoal.
 
4. Reduzir a mortalidade infantil

Todos os anos, 11 milhões de bebês morrem de causas diversas como subnutrição, doenças, falta de higiene e maus tratos. É um número alarmante, mas em queda desde 1980, quando as mortes somavam, inacreditavelmente, 15 milhões de crianças. Uma maior redução dessa estatística dependerá de muitos e variados meios, recursos, políticas e programas — dirigidos não só às crianças, como também a suas famílias e comunidades.
 
 
5. Melhorar a saúde materna

Nos países em desenvolvimento, as carências no campo da saúde reprodutiva produzem uma taxa de um óbito materno a cada 48 partos. A redução da mortalidade materna é um objetivo que depende, em grande parte, da promoção integral da saúde para as mulheres em idade reprodutiva. A presença de profissionais qualificados na hora do parto é um reflexo do desenvolvimento de sistemas integrados de saúde pública.
 
6. Combater a AIDS, a malária e outras doenças

Epidemias mortais vêm destruindo gerações e acabando com qualquer possibilidade de desenvolvimento em muitos lugares do planeta. Em todo o mundo, cerca de 39 milhões de pessoas são portadoras do vírus da AIDS. Por outro lado, a experiência de países como o Brasil, Senegal, Tailândia e Uganda demonstra que a expansão do HIV pode ser detida.
 
7. Garantir a sustentabilidade ambiental

Um bilhão de pessoas ainda não tem acesso à água potável. No entanto, no decorrer dos anos 90, quase o mesmo número de pessoas passou a ser beneficiada tanto com água potável como ao saneamento básico. A água e o saneamento são dois fatores ambientais chaves para a qualidade da vida humana. Ambos fazem parte de um amplo leque de recursos naturais que compõem o nosso meio ambiente e que devem ser protegidos.
 
8. Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento

Muitos países em desenvolvimento gastam mais pagando juros de suas dívidas do que investindo em causas sociais. Ao auxiliar na capacitação de profissionais que pensarão e negociarão as novas formas para conquistar mercados e tecnologias, abre-se um sistema comercial e financeiro não somente para grandes países e empresas, mas para uma concorrência verdadeiramente livre entre todos.
 

CULBE DE ROMA


O Clube de Roma é um grupo de pessoas ilustres que se reúnem para debater um vasto conjunto de assuntos relacionados a política, economia internacional e , sobretudo, ao meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. Foi fundado em 1968 pelo industrial italiano Aurelio Peccei e pelo cientista escocês Alexander King.

Tornou-se muito conhecido a partir de 1972, ano da publicação do relatório intitulado Os Limites do Crescimento,[1] elaborado por uma equipe do MIT, contratada pelo Clube de Roma e chefiada por Dana Meadows.

O relatório, que ficaria conhecido como Relatório do Clube de Roma ou Relatório Meadows, tratava de problemas cruciais para o futuro desenvolvimento da humanidade tais como energia, poluição , saneamento, saúde, ambiente, tecnologia e crescimento populacional, foi publicado e vendeu mais de 30 milhões de cópias em 30 idiomas.[2] tornando-se o livro sobre ambiente mais vendido da história.

Utilizando modelos matemáticos, o MIT chegou à conclusão de que o Planeta Terra não suportaria o crescimento populacional devido à pressão gerada sobre os recursos naturais e energéticos e ao aumento da poluição, mesmo tendo em conta o avanço tecnológico.[3]

Alguns críticos dizem que a análise e as projeções do cenário futuro apresentados no livro mostraram-se equivocadas, uma vez que nenhuma das previsões, tanto nos aspectos de esgotamento dos recurso naturais, como da evolução dos processos produtivos se confirmaram. Outros cientistas, como o Prof. Jorge Paes Rios, da UFRJ e da Université de Grenoble - França, concordam com a maioria das conclusões do Relatório sendo apenas questão de tempo, aliás como mostra o próprio relatório baseado em modelos matemáticos. Afirma Rios, na sua tese, que como todo modelo matemático global podem existir algumas imprecisões ou mesmo simplificações, o que não invalida as conclusões principais.

Segundo o site do Clube de Roma, seus membros são personalidades oriundas de diferentes comunidades: científica, acadêmica, política, empresarial, financeira, religiosa, cultural). Seu presidente honorário é o diplomata espanhol Ricardo Díez-Hochleitner.[4][5] Em outubro de 2010, o Clube tinha dois presidentes, Dr. o Ashok Khosla, da Índia, e o Dr. Eberhard von Koerber, da Alemanha, e dois vice-presidentes, o Professor Heitor Gurgulino de Souza, do Brasil, e o Dr. Anders Wijkman, da Suécia. O trabalho do Clube é apoiado por um pequeno secretariado, instalado em Winterthur, no cantão de Zurique, Suíça, chefiado por Ian Johnson, do Reino Unido.[6]
O clube conta com membros efetivos, honorários e associados, oriundos de diferentes países. Os membros honorários são personalidades notáveis, tais como Jacques Delors, da França, Belisario Betancur, da Colômbia, César Gaviria, da Colômbia, Fernando Henrique Cardoso, do Brasil, Mikhail Gorbachev, da Rússia, Vaclav Havel, da República Tcheca, Enrique Iglesias, do Uruguai, Helio Jaguaribe, do Brasil, o rei Juan Carlos I, da Espanha, a rainha Beatriz, dos Países Baixos, Cândido Mendes de Almeida, do Brasil, Mário Soares, de Portugal e muitos outros.
 
 
FONTE:

PRIMAVERA SILENCIOSA

 
O nome é Rachel Louise Carson. Pouca gente a conhece fora dos círculos acadêmicos, mas ela foi a bióloga e escritora responsável pela maior revolução ecológica dos Estados Unidos e do mundo, quando lançou o livro “Primavera Silenciosa” (Silent Spring), em outubro de 1962. Apesar do título poético – uma referência ao silêncio dos pássaros mortos pela contaminação dos agrotóxicos -, nunca um livro fez tanto barulho a favor do meio ambiente. No primeiro capítulo, “Uma Fábula para o Amanhã”, a autora descreve, liricamente, um lugar onde as árvores não davam folhas, os animais morriam, os rios contaminados não tinham peixes e, principalmente, os pássaros que cantavam na primavera haviam sumido. Mas, nos 16 anos seguintes, Carson, de maneira demolidora, explicou e denunciou o perigo dos pesticidas.
Foto: JB ECOLÓGICOO interessante é que, apesar de já ser conhecida como escritora e pesquisadora, quando publicou “Primavera Silenciosa”, Carson foi alvo de inúmeras reações contrárias, principalmente das indústrias químicas, que tentaram de todas as formas – até utilizando campanhas de publicidade –atacar a sua credibilidade como cientista. O ex-vice-presidente americano Al Gore, em sua introdução à edição comemorativa dos 40 anos de lançamento do livro, relata que “o ataque a Rachel Carson se compara à intolerância que Charles Darwin sofreu quando escreveu “A Origem das Espécies”.
Sempre lutando, a escritora discursou no Congresso americano em 1963, onde pediu novas políticas destinadas a proteger a saúde humana e o meio ambiente. Morreu na primavera de 1964, aos 57 anos, de câncer de mama. Posteriormente, verificou-se que, ironicamente, a causa pode ter sido a sua demasiada exposição às substâncias químicas tóxicas. “Portanto, num certo sentido,“Primavera Silenciosa” foi escrito literalmente para sua vida”, comenta Al Gore. Em 1972, o uso do DDT foi proibido nos Estados Unidos, e a revista Time a incluiu na lista das 100 pessoas mais influentes do século XX. Em 1992, um grupo de escritores americanos elegeram “Primavera Silenciosa” como o livro mais influente dos últimos 50 anos naquele país e no mundo.
Em 2000, a Escola de Jornalismo de Nova York consagrou a obra como uma das maiores reportagens investigativas do século XX. Seis anos depois, o jornal britânico The Guardian escolheu Rachel Carson para o primeiro lugar na lista das cem pessoas que mais contribuíram para a defesa do meio ambiente de todos os tempos. A Ecológico selecionou, aqui, trechos em que a cientista fala sobre os animais, a natureza, os pesticidas e a contaminação do meio ambiente.
Ironia
“Arriscar tanto nos nossos esforços destinados a moldar a natureza de acordo com a nossa satisfação e a nossa conveniência e, ainda assim, acabar fracassando sem atingir o objetivo seria, na verdade, a ironia final. A verdade, raramente mencionada, mas existente, para ser vista por qualquer pessoa que deseje vê-la, é que a natureza não é facilmente moldável, e que os insetos estão encontrando caminhos para contornar os nossos ataques contra eles.”
Darwin
“Se Darwin estivesse vivo nos dias de hoje, o mundo dos insetos o encantaria e desconcertaria com as confirmações relacionadas às teorias que ele elaborou, a propósito da sobrevivência do mais adaptado. Sob os efeitos venenosos da pulverização intensiva dos inseticidas, os membros fracos das populações de insetos estão sendo varridos da existência.”
Insetos
“Muito antes da idade do homem, os insetos já habitavam a Terra, compondo um grupo de seres extraordinariamente variados e adaptáveis. No curso do tempo, a contar do advento do homem, uma pequena percentagem de mais de meio milhão de espécies de insetos entrou em conflito com o bem-estar humano por duas formas principais: como competidores no consumo do abastecimento de comida e como transmissores de doenças.”
Radiação
“A radiação, agora, não é mais apenas a radiação de plano secundário, das rochas; nem é mais o bombardeio dos raios cósmicos, e menos ainda dos raios ultravioleta do sol, que já existiam antes que houvesse qualquer forma de vida sobre a Terra. A radiação, agora, é a criação não natural dos malfazeres do homem com o átomo.”
Pesticidas
“A partir de meados de 1940, mais de 200 substâncias químicas, de ordem básica, foram criadas para uso e matança dos insetos, de ervas daninhas, de roedores e de outros organismos que, no linguajar moderno, são descritos como “pestes” ou “pragas”, e elas são vendidas sob milhares de denominações diferentes de marcas. Estes borrifos, estes pós e aerossóis são agora aplicados quase universalmente em fazendas, jardins, florestas e residências.”
“São substâncias químicas não seletivas, que têm poder para matar toda espécie de insetos, tantos os ‘bons’ como os ‘maus’. Têm poder para silenciar o canto dos pássaros e deter o pulo dos peixes na correnteza; para revestir as folhas das plantas com uma película mortal e para perdurar, embebidas no solo.”
Biocidas
“Pode alguém imaginar que seja possível instituir semelhante barragem de venenos sobre a superfície da Terra, sem torná-la inadequada para a vida toda? Tais substâncias não deveriam ser denominadas de ‘inseticidas’ e, sim, de biocidas.”
DDT
“O DDT (Dicloro-difenil-tricloro-etano) foi sintetizado pela primeira vez por um químico alemão em 1874, mas as suas propriedades, como inseticida, só foram descobertas em 1939. Quase que imediatamente, foi saudado como o recurso para a eliminação das doenças transmitidas por insetos, e para ganhar, da noite para o dia, a guerra dos agricultores contra os destruidores de colheita. O DDT é tão universalmente usado que, para a maior parte das pessoas, o produto assume aspecto familiar de coisa inofensiva.”
“Os efeitos no homem, onde já são conhecidos, demonstraram ser destruidores. Para além desses, encontra-se perspectiva ainda mais avassaladora dos danos que só podem ser detectados no fim de longos anos, e dos possíveis efeitos genéticos que não podem ser conhecidos durante gerações.”
“A partir de quando o DDT foi colocado à disposição do uso civil, um processo em escala industrial está em marcha. Isto aconteceu porque os insetos, numa reivindicação triunfante do princípio de Darwin, relativo à sobrevivência dos mais fortes e mais adaptados, desenvolveram super-raças imunes aos efeitos do inseticida em particular usado contra eles; daí resultou a necessidade de se prepararem substâncias químicas ainda mais mortíferas – cada vez mais letais- e, depois, outras, ainda mais propiciadoras da morte.”
Futuro
“Temos permitido que as mencionadas substâncias químicas sejam usadas sem que haja investigação alguma, ou apenas uma investigação insuficiente, quanto aos seus efeitos sobre o solo, a água, sobre a vida dos animais silvestres e também sobre o próprio homem. As gerações futuras não perdoarão, com toda probabilidade, a nossa falta de prudente preocupação a respeito da integridade do mundo natural que sustenta a vida toda.”
“Em áreas cada vez mais amplas dos Estados Unidos, a primavera agora surge sem ser anunciada pelo regresso dos pássaros. As madrugadas também se apresentam estranhamente silenciosas nas regiões em que outrora se enchiam da beleza do canto deles. Este súbito silenciar da canção dos pássaros (...) se estabeleceu depressa, insidiosamente, sem ser notado por aqueles cujas comunidades estão sendo por ora afetadas.”
Civilização
“A questão consiste em saber se alguma civilização pode levar adiante uma guerra sem tréguas contra a vida, sem se destruir a si mesma e sem perder o direito de ser chamada de ‘civilização’(...) Temos pela frente um desafio como nunca: a humanidade teve de provocar nossa maturidade e nosso domínio, não da natureza, mas de nós mesmos.”
 
QUEM É ELA
Escritora, cientista bióloga e ecologista norte-americana, nasceu em 1907, na cidade de Springdale, no estado da Pensilvânia. E, desde a infância- influenciada pela mãe- se interessava pela natureza. Em 1929, graduou-se na Pensilvânia College for Women, estudou na Woods Hole Marine Biological Laboratory e depois formou-se em Zoologia pela Universidade John Hopkins, em 1932. Foi contratada pelo governo americano para escrever boletins para a rádio durante a Depressão e também escrevia artigos sobre história natural para o Jornal Baltimore Sun. Em 1936, torna-se editora – chefe de todas as publicações do renomado U.S. Fish e Wildlife ( Departamento de Pesca e Vida Selvagem). Suas primeiras publicações foram sobre os estudos das espécies e seres vivos que habitavam os mares e oceanos como: Under The Sea Wind (Sob o Vento do Mar – 1941), The Sea Around Us (O Mar Que Nos Rodeia – 1951), que foi sucesso nacional e internacional e foi traduzido para 30 idiomas.