quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Metais pesados ameaçam ecossistema da baía de Camamu

A localidade de Ilha Grande, na Baía de Camamu, sul do estado, requer atenção dos órgãos ambientais para monitorar a presença de metais pesados no ecossistema dos seus mangues. Um estudo físico-químico realizado nos manguezais da baía identificou nessa ilha, em especial, concentrações de bário, níquel, cobre e chumbo, acima dos níveis recomendados pelas normas internacionais.
O trabalho envolveu a identificação e quantificação de organismos, avaliação da biota e da possível toxicidade dos embriões de moluscos, e dos sedimentos em sete estações, localizadas no sudoeste da Ilha Grande, sudeste de Igrapiúna (com duas unidades pesquisadas), Taipus de Dentro, Cajaiba, Ilha de Sorojó e Ilha das Flores, além da Ilha Grande. A análise dos sedimentos na Ilha Grande revelou uma razão entre metais e sulfetos maior que 1 (da ordem de 1,8), compatível com possível biodisponibilidade. Esse resultado indica que os sedimentos podem ser tóxicos à biota aquática devido à presença de metais.
A razão de 1,8 foi encontrada pelo cálculo da relação entre metais extraídos simultaneamente (MES) e sulfetos voláteis em ácido (SVA), e indica uma possível biodisponibilidade de bário, níquel, cobre e chumbo na região. Ou seja, esses metais podem estar livres para interagir com os organismos que habitam os sedimentos da Ilha Grande.
Nas demais estações, contudo, as análises de biodisponibilidade mostraram resultados dentro dos limites toleráveis, oscilando de 0,01 a 0,74. Isso assegura que não há riscos de toxicidade à biota aquática enquanto as condições ambientais se mantiverem estável a combinação desses metais ao grupo químico dos sulfetos.
Acondicionamento de amostras do manguezal

“Se estão complexados, não há risco”, explica a bióloga e coordenadora da pesquisa, Joana Fidelis da Paixão. “Na Ilha Grande, a disponibilidade ficou acima dos níveis esperados para os critérios de normalidade, mas isso não significa que estejam disponíveis para serem assimilados pelos seres vivos e causar danos”, esclarece. Mas como ficou além do valor de referência estabelecido pela Nooa − agência dos Estados Unidos, referência mundial em estudos oceânicos e atmosféricos −, a recomendação é o monitoramento. Já nas outras áreas, se a situação físico-química se mantiver, não há motivo para preocupação, diz a bióloga.

Mineração – Na Baía de Camamu, os manguezais cobrem aproximadamente 44% da zona costeira.  Considerados berçários do mar, esses ecossistemas são ricos em biodiversidade e áreas de reprodução de inúmeros organismos marinhos, a exemplo de camarões, peixes e ostras. Por isso, qualquer fator de desequilíbrio ambiental nesse habitat apresenta riscos para a vida marinha e o sustento das comunidades pesqueiras. Na Ilha Grande, a causa mais provável da presença de metais nos sedimentos é a mineração, já que durante décadas a região sofreu as consequências da extração de minério de barita.
A baritina é empregada principalmente na produção de fluido de perfuração de poços de petróleo. Associado à baritina (sulfato de bário), estão o cádmio, chumbo e zinco, que podem ser disponibilizados no meio ambiente através da exploração e contaminar os sedimentos. É essa a pista apontada no estudo.
“A origem dos metais, principalmente do bário, está provavelmente vinculada ao minério de bário, que era extraído tanto na Ilha Grande quanto na Ilha Pequena”, confirma Joana, apesar da ausência de dados publicados sobre a presença de metais nos sedimentos pré-mineração na baía.

Joana Paixão: “Origem dos metais está ligada ao minério de bário, extraído nas Ilhas Grande e Pequena”

No artigo “Estudo mineralógico do sedimento de manguezal da baía de Camamu”, publicado na Revista Escola de Minas, em 2002, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal da Bahia já alertava para o impacto da atividade mineradora sobre os manguezais. O estudo conclui que minerais como o quartzo, argila e barita chegam aos estuários através dos rios ou em decorrência de mecanismos antropogênicos. Esse seria o caso da barita, “cujo processo de exploração local favorece seu transporte para a zona de manguezal”.
As análises na Ilha Grande revelaram ainda outros dados que merecem atenção. Os metais foram encontrados justamente na localidade que apresenta sedimentos de característica arenosa, ou seja, com uma granulometria que costuma dificultar a absorção de metais. Foi lá, também, que o estudo mostrou assembleias macrobentônicas (organismos que vivem no substrato marinho) diferenciadas e a predominância de espécies consideradas oportunistas, cuja tolerância pode ter sido estimulada, segundo o estudo, justamente pelas concentrações de metais.
Em toda a área coberta pelos estudos, os pesquisadores encontraram um total de 581 organismos, pertencentes a 38 espécies, com predominância de poliquetas (vermes marinhos). A identificação das espécies foi realizada no Laboratório de Biologia Bentônica da Ufba. Os embriões da ostra Crassostrea rhizophorae foram coletados em áreas distantes de efluentes domésticos e industriais, para evitar comprometimento dos resultados. Nos locais onde foi detectado excesso de bário nos sedimentos, as amostras apresentaram, porém, um efeito tóxico que oscilou de baixo a moderado nos embriões de ostras.
As amostras foram analisadas no Laboratório de Biologia Bentônica da Universidade Federal da Bahia (Ufba). Já a análise química sedimentar, que permitiu obter a concentração de metais como ferro, alumínio, bário, cádmio, cobre, chumbo, níquel e zinco, foi realizada em laboratório do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), unidade do Cetind – Centro de Tecnologia Industrial Pedro Ribeiro, enquanto as avaliações de biodisponibilidade ocorreram no Instituto de Geociências da Ufba.
Análise química sedimentar e pesagem dos metais realizadas no laboratório do Senai/Cetind

Protegido por lei – A vegetação de mangue é protegida de corte no Brasil pelo Código Florestal (Lei 4.771/65). Ao longo da costa brasileira, estima-se que existam 25 mil km² de manguezais, em mais de oito mil quilômetros da costa.  Na Bahia, haveria o equivalente a 100 mil hectares de manguezais, e a estimativa é de que 95 mil pessoas se beneficiem diretamente desse ecossistema. A região de Camamu abriga a segunda maior baía do estado e terceira do País, superada apenas pela Baía de Todos os Santos, também na Bahia, e a Baía da Guanabara (RJ).
Na avaliação de Joana Paixão, o estudo deverá servir de base para avaliações futuras dos manguezais de Camamu, da qualidade da água e dos sedimentos, diante da expansão do turismo, das prospecções de petroleiras, em busca de óleo e gás, e dos investimentos em infraestrutura portuária no sul do estado, onde o governo baiano planeja construir o Porto Sul, em Ilhéus, situado a cerca de 150 km da baía.
“A nossa análise é parcial, mas creio que pode auxiliar os órgãos no processo de concessão de licenças ambientais na região e em novos estudos do gênero, já que existem muitas mudanças em andamento na ocupação do solo, em virtude da chegada desses investimentos”, avalia Joana. Pesquisas mais amplas que contemplem toda a Baía de Camamu são necessárias também, diz a pesquisadora, por conta das alterações climáticas e constantes derramamentos de óleo nas águas da baía, em função do fluxo cada vez mais intenso de embarcações. Apesar da importância econômica para a região, o turismo desponta como um dos vilões nesse processo. Nada, contudo, se compara à ameaça da exploração de óleo e gás em águas rasas da costa do Baixo Sul baiano.
A região abriga o Campo de Manati, já em produção e cujas reservas de gás natural são estimadas em 23 bilhões de metros cúbicos − é hoje o maior produtor de gás do País.  Além disso, vários grupos fazem prospecções em blocos licitados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). No caso de Manati, a capacidade diária é de 8 milhões de m³ de gás, e as reservas calculadas em 72,5 bilhões de barris de óleo. São seis campos, interligados por linhas submarinas. A plataforma está a uma profundidade de 35 metros, a apenas 10km da costa da Ilha de Tinharé e a 13,5km da Baía de Camamu.

O que ameaça os ecossistemas costeiros
  • Mineração
  • Extração de petróleo
  • Turismo
  • Transporte aquático
  • Crescimento urbano desordenado
  • Lançamento de efluentes domésticos
  • Desmatamento do manguezal
  • Aquacultura
  • Pesca predatória
  • Atividades agropecuárias e extrativistas
Fonte: Estudo Avaliação da Qualidade dos Sedimentos de Manguezais da Baía de Camamu


Links úteis

___________

Notícias relacionadas

___________________

Entrevistas - Marcos Nogueira

Mineralogia é a ciência da terra que se dedica ao estudo da química, estruturas molecular e cristalina e propriedades físicas (incluindo ópticas e mecânicas) de minerais

Mineralogia é a ciência da terra que se dedica ao estudo da química, estruturas molecular e cristalina e propriedades físicas (incluindo ópticas e mecânicas) de minerais, bem como a sua génese, metamorfismo, evolução química e meteorização. A mineralogia começou por ter um carácter marcadamente taxonómico, isto é, baseada na nomenclatura e classificação dos minerais, mas evoluiu para o campo da física aplicada, tendo hoje grande peso as áreas da cristalografia, da óptica, da simulação matemática e da nano-mecânica.

A mineralogia enquanto ciência surgiu por diferenciação no seio daquilo que se designou, desde o Renascimento até ao início do século XX, por história natural. Os minerais eram vistos como parte dos produtos da natureza, e a sua diversidade, e o conhecimento de que eram os blocos constituintes das rochas pintudas, levou a que considerável esforço fosse dedicado à sua colecção, catalogação e nomenclatura, seguindo de perto os esforços taxonómicos desencadeados nos diversos ramos da Biologia.
A primeira abordagem científica autónoma da mineralogia surgiu com Georg Bauer (1490-1555), um humanista e homem de ciência da Saxónia, que latinizou o seu nome para Georg Agricola, que a partir da observação dos produtos da mineração alemã, iniciou a sistematização do conhecimento dos minerais. É por isso justamente conhecido pelo pai da mineralogia.
A partir daí, o interesse pela mineralogia expandiu-se rapidamente para cerca de um século depois ser comum nas cortes europeias e nas nascentes academias de ciências existirem Gabinetes de Mineralogia, onde extensas colecção de minerais eram mantidas e estudadas.
O passo seguinte deu-se com os avanços na cristalografia, nos quais assume particular relevo o postulado dos índices racionais por René Just Haüy e todos os desenvolvimentos teóricos que esta descoberta desencadeou.
Mais recentemente, devido à disponibilidade de técnicas que permitem estudar a estrutura atómica dos materiais, tais como a difracção de neutrões, e de capacidade de cálculo automático que permite a simulação dos processos atómicos e do comportamento físico dos cristais, a mineralogia abandonou a sua visão puramente taxonómica e cristalográfica, para se diversificar em múltiplas áreas da Química e da Física, com destaque para os campos vulgarmente designados por ciência dos materiais, química inorgânica e física do estado sólido.
Mantém contudo o seu centro de interesse em torno das estruturas cristalinas mais comuns nos minerais que formam as rochas (com destaque para os silicatos mais comuns, as argilas e asperovskites e minerais similares).
Um campo que tem registado grandes avanços é a compreensão da relação entre as estruturas cristalinas à escala atómica dos minerais e as suas características físicas e função na composição das rochas e nos processos de litificação.
Tal compreensão tem levado à determinação precisa das propriedades elásticas e de resistência à degradação dos minerais, o que por sua vez tem permitido uma melhor compreensão do comportamento mecânico das rochas, com impacte sobre o estudo do mecanismo focal dos sismos e sobre a propagação das ondas sísmicas. Essa mesma compreensão permitiu reinterpretar a informação tomográfica obtida com os sismos sobre o interior da Terra, redefinindo o conhecimento sobre o manto, o núcleo e outras estruturas do interior do planeta.
Neste aspecto, ao focar a atividade da mineralogia no estudo da relação entre os fenômenos à escala atômica dos minerais e as propriedades macroscópicas das rochas que estes constituem, as ciências minerais (mineral science), como agora são chamadas, aproximam-se cada vez mais da ciência dos materiais, especializando-se nos materiais silicatados, os mais abundantes constituintes do planeta.


A Ecologia é a ciência que estuda as interações entre os organismos e seu ambiente





A Ecologia é a ciência que estuda as interações entre os organismos e seu ambiente, ou seja, é o estudo científico da distribuição e abundância dos seres vivos e das interações que determinam a sua distribuição.] As interações podem ser entre seres vivos e/ou com o meio ambiente. A palavra Ecologia tem origem no grego "oikos", que significa casa, e "logos", estudo. Logo, por extensão seria o estudo da casa, ou, de forma mais genérica, do lugar onde se vive.

O cientista alemão Ernst Haeckel usou pela primeira vez este termo em 1869 para designar o estudo das relações entre os seres vivos e o ambiente em que vivem.

A Ecologia pode ser dividida em Autoecologia, Demoecologia e Sinecologia.] Entretanto, diversos ramos tem surgido utilizando diversas áreas do conhecimento: Biologia da Conservação, Ecologia da Restauração, Ecologia Numérica, Ecologia Quantitativa, Ecologia Teórica, Macroecologia, Ecofisiologia, Agroecologia, Ecologia da Paisagem. Ainda pode-se dividir a Ecologia em Ecologia Vegetal e Animal e ainda em Ecologia Terrestre e Aquática.

O meio ambiente afeta os seres vivos não só pelo espaço necessário à sua sobrevivência e reprodução, mas também às suas funções vitais, incluindo o seu comportamento, através do metabolismo. Por essa razão, o meio ambiente e a sua qualidade determinam o número de indivíduos e de espécies que podem viver no mesmo habitat. Por outro lado, os seres vivos também alteram permanentemente o meio ambiente em que vivem. O exemplo mais dramático de alteração do meio ambiente por organismos é a construção dos recifes de coral por minúsculos invertebrados, os pólipos coralinos.

As relações entre os diversos seres vivos existentes num ecossistema também influencia na distribuição e abundância deles próprios. Como exemplo, incluem-se a competição pelo espaço, pelo alimento ou por parceiros para a reprodução, a predação de organismos por outros, a simbiose entre diferentes espécies que cooperam para a sua mútua sobrevivência, o comensalismo, o parasitismo e outras.

A maior compreensão dos conceitos ecológicos e da verificação das alterações de vários ecossistemas pelo homem levou ao conceito da Ecologia Humana que estuda as relações entre o homem e a biosfera, principalmente do ponto de vista da manutenção da sua saúde, não só física, mas também social. Com o passar do tempo surgiram também os conceitos de conservação que se impuseram na atuação dos governos, quer através das ações de regulamentação do uso do ambiente natural e das suas espécies, quer através de várias organizações ambientalistas que promovem a disseminação do conhecimento sobre estas interações entre o homem e a biosfera.

Há muitas aplicações práticas da ecologia, como a biologia da conservação, gestão de zonas úmidas, gestão de recursos naturais (agricultura, silvicultura e pesca), planejamento da cidade e aplicações na economia.
 
Fonte:
 

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Biogás é um tipo de gás inflamável produzido a partir da mistura de dióxido de carbono e metano

Biogás é um tipo de gás inflamável produzido a partir da mistura de dióxido de carbono e metano, por meio da ação de bactérias fermentadoras em matérias orgânicas. A fermentação acontece em determinados patamares de temperatura, umidade e acidez.

Artificialmente esse processo ocorre através de um equipamento, o biodigestor anaeróbico. O próprio metano não possui cheiro, cor ou sabor, mas os outros gases apresentam odor desagradável. O biogás é uma fonte energética renovável, por essa razão é considerado um bicombustível.

A matéria-prima usada na produção do biogás é de origem orgânica, são aproveitados materiais como esterco (humano e de animais), palhas, bagaço de vegetais e lixo. Essa fonte energética pode ser utilizada como combustível para fogões, motores e na geração de energia elétrica.
No entanto, devido a alta concentração de metano (cerca de 50%) e de dióxido de carbono (acima de 30%), o biogás é um dos principais poluentes  do meio ambiente, pois contribui diretamente para o aumento do efeito estufa. Pode ser considerado até 21 vezes mais poluente que o gás carbônico.

Usina de biogás
A instalação de biodigestores para produção de biogás é recomendada para áreas rurais e determinados espaços urbanos. Países como China e Índia contam com um grande número desse equipamento em pequenas cidades e propriedades rurais. No Brasil, os biodigestores são instalados, majoritariamente, na zona rural. Há intenção de implantá-los em grandes cidades brasileiras, no entanto, a capacidade de processamento do equipamento não acompanha a quantidade de lixo, para superar essa dificuldade seria preciso milhares de biodigestores.

A utilização desse tipo de fonte energética é favorável para a contribuir para a questão do lixo, uma vez que os resíduos orgânicos são as matérias-primas.
Este tipo de energia nos leva à questão tão importante de buscar novas fontes de energia alternativa, porque o mundo precisa encontrar fontes energéticas para substituir as tradicionais, como petróleo, carvão e usinas hidrelétricas, que provocam grande poluição e impactos ambientais.
Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

A primeira iniciativa a ser implantada como resultado dessa cooperação será o Projeto Oásis Serra da Moeda – Brumadinho (MG)

 
O Ministério Público de Minas Gerais, a Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda) e a Fundação Grupo
Formalizando a parceria: (E/D) Alceu José Torres Marques, procurador-geral de Justiça do Estado de Minas Gerais; com as representantes da Fundação Grupo Boticário, Malu Nunes, diretora executiva, e Ceres Gabardo, gerente de desenvolvimento institucional.
Crédito: Alex Lanza/MPMG
 Boticário de Proteção à Natureza firmaram, nesta terça-feira (25), uma parceria que irá contribuir para a conservação da natureza mineira. O termo de cooperação técnica irá viabilizar a implantação de projetos e atividades que visem preservar áreas de mananciais de abastecimento público de Minas Gerais.  
A primeira iniciativa a ser implantada como resultado dessa cooperação será o Projeto Oásis Serra da Moeda – Brumadinho (MG). O projeto consiste em um mecanismo de conservação de terras privadas que estabelecerá um sistema de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) na parte sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte, no município de Brumadinho (MG), região da Serra da Moeda.  
A área escolhida possui importância na formação de mananciais que abastecem quase quatro milhões de pessoas, o que representa 70% da população capital mineira e 50% dos habitantes de sua região metropolitana. Além disso, há a possibilidade de formação de corredores de interligação entre unidades de conservação da região. 
A Fundação Grupo Boticário, que atua com projetos de PSA desde 2006, será a executora do Projeto Oásis Serra da Moeda – Brumadinho (MG), sendo responsável por todo referencial técnico, contratação e premiação dos proprietários, e monitoramento do projeto. A Amda, co-executora local, realizará o cadastramento de interessados e o monitoramento semestral das propriedades contratadas. O Ministério Público de Minas Gerais oferecerá apoio técnico e viabilizará financeiramente o projeto: foram destinados R$ 2 milhões, oriundos de medidas compensatórias, para o projeto em Brumadinho. 
O PSA é uma ferramenta de conservação que atribui relevância às áreas naturais pelas diversas funções que elas cumprem, tais como produção de água, conservação do solo e regulação do clima. “Todos esses serviços ambientais são estratégicos para o país. Por isso, a manutenção de áreas naturais que os prestam é crucial”, afirma a diretora executiva da Fundação Grupo Boticário, Malu Nunes. Ela ressalta que, para garantir a conservação das áreas naturais e evitar o desmatamento em propriedades particulares, é necessário que a conservação desses ambientes seja economicamente mais atrativa que a sua degradação e o PSA é um mecanismo que possibilita esse cenário.  
Etapas do projeto em Brumadinho
O Projeto Oásis Brumadinho será desenvolvido em duas fases. A primeira, de estruturação, irá até o final de março de 2012 e contempla a definição da área piloto de acordo com o diagnóstico ambiental e socioeconômico da região e a definição dos critérios de elegibilidade das propriedades. A segunda fase deve começar a partir de 2012 e inclui a implantação do projeto, com ações como o cadastramento dos proprietários interessados, a valoração ambiental das propriedades e a assinatura de contratos. 
Projeto Oásis
A Fundação Grupo Boticário iniciou sua atuação em projetos de PSA há cinco anos, quando criou o Projeto Oásis na região metropolitana de São Paulo. O projeto premia financeiramente proprietários que conservam as áreas naturais e de mananciais em suas terras. Além da região da capital paulista, o projeto já está implantando em Apucarana, interior do Paraná, e em processo de implantação em São Bento do Sul, região serrana de Santa Catarina, em parceria com as respectivas prefeituras municipais. A Fundação Grupo Boticário também auxiliará no desenvolvimento da metodologia que será utilizada para valorar ambientalmente as propriedades participantes do “Projeto Taquarussu: Uma Fonte de Vida”, que será implantado em Palmas (TO).  

MEIO AMBIENTE NA EDUCAÇÃO

       Projetos em Desenvolvimento

MEIO AMBIENTE NA EDUCAÇÃO”
É um dos principais projetos desenvolvidos pelo CENTRO DE EDUCAÇÃO E RECUPERAÇÃO AMBIENTAL – CERA e tem como objetivo fomentar e implementar as diretrizes da educação ambiental nas escolas dos municípios da área de abrangência do Instituto Terra.
Voltado para a capacitação de gestores de escolas e professores de primeiro e segundo graus, o programa é o caminho adotado pelo Instituto Terra para estimular a inclusão de temas ambientais no currículo e nas atividades escolares.
Seu programa, com dois anos de duração, envolve a realização de cursos, oficinas e atividades especiais com a participação da comunidade. Prevê também, em cada escola, a formação de uma minibiblioteca temática e a nomeação de dois monitores ambientais para coordenar e dinamizar a implantação de atividades internas e a renovação de conhecimentos sobre a questão ambiental.
O programa já capacitou mais de 400 professores da rede de ensino pública e privada de Aimorés-MG, município sede do Instituto Terra. Uma parceria estabelecida com a empresa Vale, em 2009, permitiu a sua expansão para mais quatro municípios do Médio Rio Doce, entre os Estados de Minas Gerais (Resplendor e Itueta) e Espírito Santo (Baixo Guandu e Colatina – Distrito de Itapina). Com isso, mais 716 professores do Ensino Fundamental e Médio de 77 escolas da região estão sendo capacitados.
Inicialmente fruto de um convênio entre o Instituto Terra e o Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF-MG), o programa Meio Ambiente na Educação é realizado desde 2002. Um dos importantes parceiros para sua implantação, bem como da infra-estrutura necessária nas instalações do Instituto Terra para sua realização, foi a Natura Cosméticos. O Governo da Província de Roma (Itália) também destinou recursos para a fase incial do programa, que contou ainda o apoio técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater) e da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

“TERRINHAS”
Um dos resultados mais importantes do Programa Meio Ambiente na Educação do Instituto Terra é o Projeto Terrinhas, criado em 2005 e que forma monitores ambientais mirins selecionados entre os próprios alunos (do quarto ao sétimo ano do ensino fundamental) das escolas participantes do programa.
O Projeto Terrinhas foi iniciado em 2005, também como projeto piloto em escolas públicas e privadas de Aimorés-MG. A primeira turma foi formada em dezembro de 2008 e reunia 350 alunos, meninos e meninas, com idades entre 8 e 14 anos, que a partir dos conhecimentos adquiridos, hoje estão prontos para agir em defesa do meio ambiente e da Mata Atlântica.
Os alunos escolhidos para se tornarem os monitores ambientais mirins são denominados carinhosamente de “Terrinhas” e recebem informação para atuar nos projetos pedagógicos de educação ambiental desenvolvidos nas escolas. Eles participam de atividades educativas em visitas ao Instituto Terra e recebem kits de material didático, que compartilham com os colegas nos trabalhos escolares ligados ao tema Meio Ambiente.
Dessa forma, os “Terrinhas” se tornam importantes agentes de sensibilização para a causa do meio ambiente na comunidade escolar e também junto aos seus familiares. Por meio desse efeito multiplicador, o projeto já atingiu mais de 3,2 mil alunos da rede de ensino pública e particular de Aimorés, somando ainda mais 12,8 mil pessoas da comunidade local como beneficiários indiretos.
O projeto Terrinhas contou, em seu início, com a parceria da Unesco e da Rede Globo/Projeto Criança Esperança, sendo selecionado por duas vezes pela Unesco como projeto modelo de educação ambiental.
Através de uma parceria estabelecida entre o Instituto Terra e a empresa Vale, a partir de 2009, assim como o programa Meio Ambiente na Educação, o Projeto Terrinhas também passou a atingir mais quatro municípios do Vale do Rio Doce, beneficiando mais 77 escolas para a formação de mais 375 alunos.

ASSESSORIA A PRODUTORES DE CAFÉ EM CONSERVAÇÃO DE ÁREAS DE PRESERVAÇÃO
Parceria firmada com a Illycaffè em 2008 está permitindo ao Instituto Terra desenvolver um modelo de recuperação e manutenção florestal para as Áreas de Proteção Permanente e Reservas Legais de propriedades rurais pertencentes aos fornecedores da empresa no Brasil.
A partir do convênio, técnicos coordenados pelo Instituto Terra estão desenvolvendo um estudo das condições ecológicas e climáticas das propriedades nas regiões envolvidas, com a finalidade de determinar as espécies florestais ideais para cada área. No Estado de São Paulo, as ações estão sendo efetivadas em Alta Mogiana e Baixa Mogiana. Em Minas Gerais, atingem o Sul do Estado e a Zona da Mata Mineira. 
Após estabelecidas as diretrizes iniciais de plantio, as propriedades selecionadas vão implementar o projeto-piloto, que após validado, servirá de modelo para os demais produtores. 
E após a implantação do reflorestamento nas propriedades piloto, uma cartilha será produzida para orientar os produtores, determinando não somente as melhores espécies para reflorestamento das Reservas Legais e Áreas de Proteção Permanente, como informando os demais procedimentos de plantio e conservação. As ações desse projeto devem ser concluídas até dezembro de 2012.

CASA DO MEL
Com o apoio financeiro do Governo da Regione da Emilia-Romagna em parceria com a Legambiente – uma das mais importantes associações ambientais da Itália –, o Instituto Terra está promovendo o desenvolvimento da atividade da Apicultura na região do Médio Rio Doce. Participam ainda do projeto o Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) dos Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, além da Prefeitura Municipal de Colatina.
Com o projeto Casa do Mel, visa contribuir para o aumento de renda dos agricultores familiares e ao mesmo tempo promover a conservação e recuperação florestal na área de abrangência do projeto. As ações em curso incluem a realização de um diagnóstico da atividade desenvolvida na região, o levantamento do número de produtores envolvidos, das técnicas empregadas e das condições de comercialização, para definir as ações necessárias. 
E para permitir o beneficiamento dos produtos derivados do mel de acordo com os padrões de qualidade exigidos, está prevista a construção da Casa de Mel. Também serão promovidas iniciativas no âmbito das políticas públicas, visando fomentar a implantação de mecanismos de incentivo financeiro, através do Ecocrédito, nos municípios envolvidos no projeto.
Em Minas Gerais, participam os municípios de Aimorés, Resplendor, Itueta, Santa Rita do Itueto, Conselheiro Pena, Mutum e Pocrane. No Estado do Espírito Santo, participam os municípios de Baixo Guandu, Colatina, Afonso Claudio, Brejetuba e Laranja da Terra. O projeto deverá ser concluído até 30 de novembro de 2010.

GESTÃO AMBIENTAL E RECUPERAÇÃO DAS NASCENTES E FLORESTAS NA BACIA DO RIO GUANDU - FNMA
Iniciado em maio de 2007, visa conservar e recuperar os atributos e recursos naturais no âmbito da Bacia Hidrográfica do Rio Guandu, no Estado do Espírito Santo. Prevê as ações de recuperação ambiental e florestal em propriedades rurais, bem como atividades de educação ambiental. Também prevê o desenvolvimento e a construção de sistemas agropecuários e florestais sustentáveis na região.
Viabilizado por meio de edital do Fundo Nacional para o Meio Ambiente (FNMA), preve ações até maio de 2011 e está sendo desenvolvido em colaboração com os municípios de Baixo Guandu, Laranja da Terra, Afonso Cláudio e Brejetuba, no Estado do Espírito Santo.
Ações do projeto em curso:
- 375 produtores rurais estão sendo capacitados, de quatro municípios que integram a Bacia do Rio Guandu, através da realização de cursos sobre recuperação e conservação de Mata Atlântica e desenvolvimento sustentável;
- 29 nascentes estão sendo recuperadas;
- 30 hectares de Áreas de Preservação Permanente estão em processo de recuperação, sendo 18 hectares de áreas de Topo de morro e 12 hectares de Mata Ciliar;  
- 75 mil mudas de espécies nativas - produzidas no viveiro do Instituto Terra - foram distribuídas para plantio na área de abrangência do projeto, que receberão a efetiva manutenção até o perfeito estabelecimento no solo;
- 5 propriedades rurais estabelecidas no entorno da Bacia estão recebendo assessoria para implantação de Plano de Adequação Ambiental, visando a implantação de técnicas produtivas adequadas ambientalmente.
Também estão sendo efetivadas ações de diagnóstico, avaliação e monitoramento dos aqüíferos da Bacia do Rio Guandu - atividades viabilizadas por meio de parceria com a Companhia de Saneamento do Espírito Santo (Cesan).

RECUPERAÇÃO DA BACIA DO RIO GUANDU – FUNDÁGUA
O Instituto Terra vai promover a recuperação da microbacia do córrego Santa Rosa, na bacia do Rio Guandu. Projeto nesse sentido foi aprovado no primeiro Edital lançado pelo Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fundágua) do Governo do Estado do Espírito Santo.
As ações propostas incluem capacitar 100 proprietários rurais em práticas de conservação e recuperação de nascentes, além de implantar e manejar 25 nascentes na bacia do Rio Guandu, totalizando uma área aproximada de 20 hectares. O projeto tem ações previstas até março de 2013.

ASSISTÊNCIA A PEQUENAS PROPRIEDADES RURAIS PARA RECUPERAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS
A partir de convênio assinado com o Governo do Espírito Santo, através do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), o Instituto Terra vai elaborar os estudos de Zoneamento Físico-Ambiental de 110 pequenas propriedades rurais do Estado do Espírito Santo, localizadas na área de interesse do programa ProdutorES de Água.
O convênio de cooperação técnica, administrativa e financeira assinado em maio de 2010 tem como objetivo maior a promoção de práticas sustentáveis de uso do solo (agricultura sustentável), para recuperação e proteção dos recursos hídricos.
Para realizar o serviço de assessoria aos pequenos produtores rurais, o Instituto Terra vai empregar ex-alunos do seu Centro Avançado para Recuperação Ambiental e Desenvolvimento Rural Sustentável. O trabalho será desenvolvido nos mesmos moldes do que é feito pelo convênio em vigor com o Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF-MG). As ações serão realizadas até maio de 2011.

REFLORESTAMENTO E ASSESSORIA NA CRIAÇÃO DE RPPN
O conhecimento adquirido pelo Instituto Terra na recuperação de áreas degradadas de Mata Atlântica está sendo replicado em diferentes localidades do Espírito Santo, através de parcerias com Governo e empresas. Convênio assinado em junho de 2010 vai permitir ao Instituto promover a recomposição florestal de uma área de 2,5 hectares no município de Afonso Cláudio, no Estado do Espírito Santo, pertencente à Companhia Espírito Santense de Saneamento - Cesan.
A ação de reflorestamento visa a criação de Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) da Cesan, a ser estabelecida em área contígua à Estação de Tratamento de Esgoto do município de Afonso Cláudio, que totaliza 14 hectares.  O convênio formalizado neste sentido prevê também a elaboração do Plano de Manejo da RPPN.  As ações devem ser concluídas até julho de 2014.

RECUPERAÇÃO FLORESTAL DE 233 HECTARES DE ÁREAS DEGRADADAS NA REGIÃO DO MÉDIO RIO DOCE
O Instituto Terra, através de uma parceria estabelecida com a Samarco Mineração, está promovendo a recuperação florestal de uma área de 233 hectares, no entorno da Bacia do Rio Doce, entre os Estados do Espírito Santo e Minas Gerais, com espécies nativas do bioma Mata Atlântica.
Da área total que será recuperada, 50 hectares estão localizados na Reserva de Itapina, em Colatina, município ao Norte do Espírito Santo, e os demais 183 hectares são dentro da RPPN Fazenda Bulcão, em Aimorés, Minas Gerais, sede do Instituto Terra.
O processo de recuperação foi iniciado em julho de 2008 e está sob responsabilidade direta do Instituto Terra. Envolve o fornecimento de mudas, plantio e manutenção da área até março de 2011.

RECUPERAÇÃO FLORESTAL NO ENTORNO DA BACIA DO RIO DOCE - IEF/SEMAD
Convênio estabelecido em agosto de 2007 e renovado em julho de 2009 com o Instituto Estadual de Florestas (IEF-MG) e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad) tem o objetivo de apoiar e suportar tecnicamente produtores rurais que se integrarem às atividades de recuperação florestal em curso na Bacia do Rio Doce, através das associações rurais.
Para isso, o Instituto Terra se comprometeu a disponibilizar técnicos para atuar nos projetos de recuperação nas propriedades rurais atendidas, bem como na coordenação destes projetos na Bacia do Rio Doce.
Os técnicos que estão atuando no “Projeto Piloto de Recuperação florestal de Áreas Degradadas da Região do Médio Rio Doce, Minas Gerais, Brasil", foram capacitados pelo próprio Instituto Terra, através do Centro Avançado para Recuperação de Áreas Degradadas e Desenvolvimento Rural Sustentável. Esses profissionais estão prestando assistência técnica ao IEF de forma permanente, nas diversas unidades operacionais da autarquia, acompanhando as atividades de recuperação florestal.  
Esse projeto, em linhas gerais, visa qualificar quantitativamente as atividades e ações de proteção, recomposição e uso sustentável dos recursos florestais e ambientais na região de abrangência da Mata Atlântica na área do médio Rio Doce, conforme estabelecido pelo Estado de Minas Gerais com a Organização Internacional de Madeira Tropicais (ITTO).  E a partir da renovação, a nova data prevista para encerramento das atividades é agosto de 2011.

REVITALIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS NA BACIA DO RIO DOCE - FHIDRO
O Instituto Terra está promovendo a recuperação e ampliação de Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reservas Legais em sub-bacias da região do médio Rio Doce, com o propósito de aumentar a quantidade e qualidade da água na bacia do Rio Doce.
A iniciativa está sendo possível a partir do convênio estabelecido com o Governo de Minas Gerais em abril de 2008, através do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e Instituto Mineiro de Gestão de Águas (Igam), que permitiu ao Instituto Terra receber recursos do Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas do Estado de Minas Gerais (Fhidro).
O convênio permitiu a ampliação do viveiro do Instituto Terra para produção e distribuição de 1.500 mudas de espécies nativas para os diversos projetos de recuperação ambiental em andamento hoje na Bacia por iniciativa do IEF. Também prevê a realização de 24 cursos de recuperação e manejo ambiental. Tem como prazo, para sua realização, março de 2011.

Fonte:
http://www.institutoterra.org/m2_sm4.htm