quarta-feira, 7 de março de 2012

Governo eletrônico


Governo eletrônico, ou e-gov, (do inglês electronic government), consiste no uso das tecnologias da informação — além do conhecimento nos processos internos de governo — e na entrega dos produtos e serviços do Estado tanto aos cidadãos como à indústria e no uso de ferramentas eletrônicas e tecnologias da informação para aproximar governo e cidadãos. Essa aproximação é feita para superar obstáculos da comunicação entre as duas esferas. As diferentes ferramentas usadas podem ser portais de internet com fóruns, exposição de bancos de dados, aplicativos para telefonia móvel e telefones de serviço. Essas ferramentas também podem ser usadas entre governos e entre governo e organizações privadas, públicas ou de terceiro setor.Muitas das tecnologias envolvidas e suas implementações são as mesmas ou similares àquelas correspondentes ao setor privado do comércio eletrônico (ou e-business), enquanto que outras são específicas ou únicas em relação às necessidades do governo. Visa construir uma arquitetura interoperável a fim de munir os cidadãos com acesso a informações e serviços.
De modo geral, aceita-se a noção de governo eletrônico como ligada à prestação de serviços públicos por meio eletrônico, ou seja, utilizando-se recursos de tecnologia da informação, em caráter remoto e disponível no sistema 24/7 ou seja, vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana.
As atividades do governo eletrônico partem da automatização de processos pré-existentes no papel e em escritórios. E assim, surgem novas maneiras de debater e decidir estratégias, fazer transações, escutar as demandas das comunidades e de organizar e divulgar informações de interesse público. O objetivo dessa inovação é fortalecer as relações dos governos e torná-los mais efetivos, aumentando a transparência, a responsividade e a administração de recursos.
O governo eletrônico objetiva também diminuir as distâncias entre os poderes Executivo ou Legislativo e os governados. Isso permite criar uma esfera de diálogo entre as duas partes sem haver a necessidade de deslocamento de alguma delas. O pesquisador Lemos (2004) defende que o governo eletrônico objetiva regenerar o espaço público, otimizar os serviços prestados à população e estimular a interação e discussão dos problemas locais.
Os exemplos de serviços oferecidos pelo governo eletrônico são extremamente diversificados e dependem da função de cada governo que origina a ferramenta.
Prestação de Contas
Disposição de dados sobre gastos públicos, movimentações financeiras, divulgação de orçamentos, licitações, fechamentos e cancelamentos de contratos. Isso permite que cidadãos e empresas tomem conhecimento das atividades do governo e fiscalizem o uso do dinheiro público. Vale lembrar que a transparência com as atividades não é um bônus que um governo pode oferecer, mas uma obrigação, partindo dos pressupostos democráticos.
Requisições
Ferramentas em que o cidadão pode fazer uma requisição de algum serviço público, reclamar de algum que foi malfeito ou não foi cumprido e verificar cronogramas de obras públicas. Essa ferramenta elimina a necessidade de um intermediário e da sujeição aos seus interesses, como representantes no Poder Legislativo. Além disso, fortalece a importância das comunidades nos governos.
Espaço para discussão
Fóruns em que cidadãos podem opinar, discutir ou propor ideias e projetos para os poderes Executivo e Legislativo, ou de uso do orçamento público. É uma maneira de abrir discussões que se limitavam à esfera pública para os maiores interessados. Trata-se de uma maneira democrática e econômica de atingir públicos mais distantes das discussões de assuntos públicos e mais uma vez, eliminar a necessidade de intermediários.
Ouvidoria
Espaços de acesso gratuito no qual os cidadãos podem reclamar, pedir informações ou expressas sua avaliação sobre órgãos públicos, serviços e governos. Esses espaços devem ser de livre expressão e não devem haver restrições para seus usuários.
Cadastro e serviço online
Uso de softwares e programas on-line para cadastrar dados ou executar serviços obrigatórios ou facultativos. Um exemplo é a declaração de Imposto de Renda online. Essa ferramenta diminui custos para o cidadão de deslocamento, força de trabalho e tempo. Ao mesmo tempo, quando apresenta apenas a alternativa on-line, pode ser excludente.
Histórico
Segundo Chahin (2004), o governo eletrônico como movimento mundial começou após o lançamento do primeiro browser que permitia uma navegação fácil pela internet, em 1993. Formalmente, a idéia de governo eletrônico foi lançada quando Al Gora, então vice-presidente dos Estados Unidos, abriu o primeiro Fórum Mundial de Reinvenção de Governo. Desde então, governos de todo o mundo têm investido em novas ferramentas de comunicação a partir das novas tecnologias eletrônicas.
Fases da implantação do governo eletrônico
Segundo documento da ONU, os estágios de implantação do governo eletrônico compreendem os seguintes estágios:
Estágio I – Surgimento – Lançamento de websites oficiais de órgãos públicos contendo informações básicas e estática, links e pouca interação
Estágio II – Aprimoramento – Governos apresentam mais informações sobre políticas públicas e governança. Apresentação de links com arquivos acessíveis aos cidadãos, como atas, leis, boletins e regulações.
Estágio III – interação – Governos disponibilizam serviços online como o download de formulários e impressão de boletos. Além disso, portais incluem serviços de conveniência para os cidadãos.
Estágio IV – Transação – Governos começam a se transformar através da introdução de mecanismos de interação entre cidadãos e governo. Todas as transações de serviços passam a ser realizadas online.
Estágio V – Conexão – Governos tornam-se entidades conectadas que respondem às demandas dos cidadãos através de um escritório de desenvolvimento integrado. Além disso, a participação online e o engajamento dos cidadãos são estimulados pelos governos no processo de tomada de decisões.
Governo eletrônico e democracia
As ferramentas do governo eletrônico atendem a três preceitos básicos da democracia: a transparência, a responsividade e accountability (prestação de contas).
Transparência
É uma obrigação dos governos democráticos facilitar o acesso a informações públicas e assim, aproximar o cidadão do governo. O uso de websites para a divulgação de informações de maneira ilimitada é uma ferramenta fundamental para atender a esse preceito. Da mesma forma, o governo deve deixar o espaço aberto a esclarecimentos para a população.
Responsividade
Trata-se da capacidade de um governo de responder às demandas da população. As ferramentas de interação permitem a troca de idéias e informações que ajudam o governo a moldar suas políticas públicas, orçamentos e programas de acordo com a opinião exposta pelos cidadãos. Esse preceito não é cumprido quando da simples abertura de um espaço para exposição de idéia, se não há modificações efetivas por parte do governo.
o acesso à prestação de contas por parte dos governos é necessário para que os cidadãos formem suas opiniões a seu respeito. Por esse motivo, a divulgação desses dados é um dever dos governos e um direito de todos os cidadãos. Além disso, é de direito dos cidadãos ter espaços acessíveis de expressão das suas avaliações dos governos, como os canais de ouvidoria.
Fundamentação teórica
A necessidade de investimento em um governo eletrônico é justificada no surgimento de um novo espaço público, criado a partir da revolução comunicativa dos meios eletrônicos. Dentro dessa esfera está o ciberespaço, permeado pela comunicação sem a necessidade da presença do homem, em que todos os indivíduos estão ligados por meio dos seus relacionamentos.
As novas conexões entre pessoas não englobam mais apenas o espaço comum da comunidade, da vizinhança. A cidadania também conecta as pessoas. O governo aparece então como uma entidade imaterial que deve preencher esses novos espaços. Assim como as relações de trabalho, afetivas e familiares mudaram com o advento da internet, a relação entre cidadãos e governo também está sendo alterada.
Pierre Lévy afirma que existe uma expansão do ciberespaço “aumenta a capacidade de controle estratégicos dos centros de poder tradicionais sobre as redes tecnológicas, econômicas e humanas cada vez mais vastas e dispersas”. Mas ele argumenta que ainda assim pode haver uma tendência ‘voluntarista’ de usar o ciberespaço em favor do desenvolvimento dos grupos desfavorecidos, explorando ao máximo seu “potencial de inteligência coletiva”. Ou seja, o advento do desenvolvimento tecnológico pode ser usado tanto para quem já detém poder controlar os seus subjugados quantos para reverter esse processo e diminuir as diferenças entre comandantes e comandados. Lévy também aborda que o uso das redes pode ser revertido em benefícios indiretos para as cidades, ao eliminar a necessidade de deslocamentos e conseqüentemente, de custos relacionados a isso.
O cientista Nye Jr. Argumenta que os efeitos da terceira revolução industrial sobre os governos centrais ainda está num primeiro estágio. Ao contrário das organizações burocráticas hierárquicas típicas das revoluções industriais anteriores, a tecnologia da informação permite que as organizações se descentralizem, através da comunicação virtual. Da mesma forma acontece com o Estado, que se vê obrigado a fragmentar a sua estrutura hierárquica para atender às diversas identidades virtuais dos cidadãos e as suas novas demandas por informações.
Críticas
Entre as críticas da literatura ao uso do governo eletrônico, está o enfoque na exclusão digital. Isso porque muitos governos investem em novas tecnologias de governo eletrônico sem se preocupar em erradicar a exclusão digital. Logo, ao invés de ser uma ferramenta democrática de acesso ao governo, o governo eletrônico torna esse processo ainda mais excludente, pois abrange apenas uma minoria com cognição suficiente para uso da internet e conhecimento das estruturas governamentais. Para aproveitar efetivamente essas tecnologias, o indivíduo deve não somente ter acesso à internet, mas também dominar a navegação das informações e sua seleção crítica. Para encontrar as informações públicas de seu interesse, deve ter, além disso, uma perspicácia sobre a identificação de órgãos competentes, sua identificação na rede da internet e conhecer minimamente a sua estrutura.
No Brasil, a situação é crítica não somente pelo acesso reduzido à internet, mas também devido à falta de conhecimento de muitos de seus cidadãos sobre as estruturas governamentais. O uso de softwares sofisticados agrava ainda mais esse quadro. Prova disso são os ‘assessores de declaração do IR’ que surgem nas datas limítrofes à entrega das declarações de Imposto de Renda. Muitos brasileiros pagam caro para serem auxiliados a executar o serviço, que é compulsório.
Outra questão discutida é a falta de interesse despertado sobre o assunto, o que diminui a demanda pelos investimentos nessas ferramentas. Muitos dados estão disponíveis, alguns são acessados, pouquíssimos são usados. E as taxas de interação com os governos ainda são baixas, mostrando uma não-efetividade do serviço.
Isso remonta ao que a cientista Pippa Norris definiu como ‘ciclo virtuoso’ – o acesso à informação sobre o governo torna o cidadão mais engajado e crítico sobre esse assunto, ao mesmo tempo em que se espera que os cidadãos mais engajados e críticos tomem a iniciativa de buscar essas informações. Dessa forma, conclui-se que a ampliação do acesso à informação pública é necessária no âmbito de um regime democrático, mas tornar-se-á eficiente quando do estímulo à participação dos cidadãos e da sua boa formação cidadã. Ou seja, se houver uma avalanche de informações do governo, mas a maioria dos cidadãos não se sentirem preparados para utilizá-las de forma crítica ou buscá-las, elas servirão apenas a um grupo de interesse que continuará dominando a esfera de discussão.

segunda-feira, 5 de março de 2012

A bomba relógio tóxica

A "bomba relógio tóxica" dos fertilizantes e plásticos no ambiente marinho

Enormes quantidades de fertilizantes fosfatados - um fertilizante valioso e necessário para alimentar a crescente população mundial - estão atingindo os oceanos como resultados da ineficiência na agricultura e da falha na reciclagem de águas residuais.

A poluição por fosfato, juntamente com outras descargas descontroladas como as de nitrogênio e esgoto, está relacionada ao aumento no crescimento de algas, que por sua vez prejudicam a qualidade da água, aumentam a quantidade de peixes envenenados e comprometem o turismo costeiro.

Somente nos Estados Unidos, os custos estão estimados em mais de US$2 bilhões por ano, o que indica que no mundo todo anualmente o prejuízo pode chegar a dezenas de bilhões de dólares.

Ao mesmo tempo há uma preocupação crescente quanto ao impacto que bilhões de fragmentos de plásticos, tanto grandes quanto pequenos, causam à saúde do ambiente marinho global.

Novas pesquisas sugerem que os plásticos em pequenos fragmentos espalhados nos oceanos - juntamente com os pellets (http://www.globalgarbage.org/blog/index.php/2010/08/16/plastic-pellets-nas-praias-de-santos/) descartados pela indústria - podem absorver uma variada gama de elementos químicos tóxicos ligados ao câncer e impactar os processos reprodutivos dos seres humanos e da vida selvagem.

Especialistas afirmam que tanto as descargas de fosfato quanto as novas preocupações referentes aos plásticos salientam a necessidade de um melhor gerenciamento do lixo mundial e também da melhoria nos padrões de consumo e produção.

Os dois assuntos são colocados como questões-chave - considerados como persistentes ou emergente - no Year Book 2011 (http://www.unep.org/yearbook/2011/)do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (em inglês, UNEP) que está sendo lançado hoje antecedendo a reunião anual de ministros mundiais de meio ambiente, com abertura em 21 de fevereiro.

Achim Steiner, Sub-Secretário-Geral e Diretor Executivo do UNEP, disse: “A ciência é fundamental para ajudar os governos a priorizarem ações sobre os desafios persistentes e emergentes - de fato, as questões emergentes serão o tema central nos próximos 15 meses, à medida que os ministros se preparam para a decisiva Conferência Rio+20, a ser realizada no Brasil no próximo ano”.

“O fosfato e as histórias de plásticos no ambiente marinho evidenciam a necessidade urgente de se preencher lacunas científicas, mas também de se catalisar uma transição global para uma Economia Verde a fim de se concretizar o desenvolvimento sustentável e o combate à pobreza”, acrescentou.

A partir daqui - no Conselho Governamental do UNEP/Fórum Ministerial Global para o Meio Ambiente - começaremos consultas globais e regionais sobre uma pequena lista dos principais desafios científicos que precisam ser tratados a fim de auxiliar nessa transição e apoiar os governos na Rio +20″, disse Steiner.

“O foco estará também sobre as soluções e oportunidades. Seja fosfato, plástico ou qualquer outro dos tantos desafios enfrentados pelo mundo moderno, há, claramente, inúmeras oportunidades para a geração de novos tipos de empregos e também de indústrias mais eficientes”, acrescentou.

“Algo que traga uma gestão mais inteligente, um imperativo para a reciclagem transformadora de resíduos e seus impactos ambientais e de saúde, a partir de um problema sério em um valioso recurso, e que mantenha a área ocupada da humanidade dentro de limites planetários”, complementou.

Fosfato - o Desperdício de um Recurso Precioso à Agricultura
O UNEP Year Book 2011 destacou o fosfato, cuja demanda disparou durante o século 20, em parte por causa do debate acalorado sobre a possibilidade das reservas finitas de rocha fosfática acabarem em breve.

Estima-se que 35 países produzam fosfato de rocha e entre os dez países com as maiores reservas estão a Algéria, China, Israel, Jordânia, Rússia, África do Sul, Síria e Estados Unidos.

Novas minas de fosfato têm sido comissionadas em países como Austrália, Peru e Arábia Saudita e há países e também empresas buscando por novos horizontes mesmo que distantes, inclusive no fundo do mar na costa da Namíbia.

Alguns pesquisadores sugerem que o consumo de fosfato no mundo é, a médio e longo prazo, insustentável e que o pico de produção, com um posterior declínio, poderá ocorrer no século 21.

Outros discordam. O Centro Internacional de Desenvolvimento de Fertilizantes recentemente revisou para mais além as estimativas de reservas de cerca de 16 bilhões de toneladas para 60 bilhões de toneladas - considerando taxas de produção atuais, estas reservas poderiam durar por mais 300 a 400 anos. O Serviço Geológico dos Estados Unidos também ajustou recentemente as suas estimativas para 65 bilhões de toneladas. No entanto, os defensores da teoria do pico do fosfato argumentam que mesmo que o cronograma possa variar, a questão fundamental quanto ao fornecimento de fosfato, barato e facilmente acessível é, em última análise, limitada, e isso não vai mudar.

O Year Book conclama para uma avaliação global do fosfato e para o mapeamento mais preciso dos fluxos deste material no meio ambiente e quanto ao prognóstico dos níveis de reservas economicamente viáveis.

De acordo com o Year Book, a utilização global de fertilizantes que contêm fosfato, nitrogênio e potássio aumentou 600% entre os anos de 1950 e 2000.

Ele acrescenta que o crescimento populacional nos países em desenvolvimento e o aumento dos níveis de laticínios e da carne na dieta global são susceptíveis de aumentar ainda mais o uso de fertilizantes.

“Embora existam quantidades comercialmente exploráveis de rocha fosfática em diversos países, aqueles que não têm reservas nacionais poderão estar particularmente vulneráveis no caso de insuficiências globais”, observa o Year Book .

Mais pesquisas são necessárias para que se possa conhecer a forma como o fosfato se desloca pelo meio ambiente, a fim de maximizar a sua utilização na produção agrícola e pecuária e também reduzir o desperdício e impactos ambientais, inclusive em rios e oceanos.

• Atualmente, os seres humanos consomem - através da comida - apenas cerca de 1/5 do fosfato extraído, ficando o restante retido no solo ou sendo lançado no meio ambiente aquático.

• Nos últimos 50 anos, concentrações de fosfato em águas doces e em terra têm crescido na ordem de pelo menos 75%.

• O fluxo estimado de fosfato para o ambiente marinho a partir da terra já está na ordem de 22 milhões de toneladas por ano.

O Year Book aponta para a enorme oportunidade da reciclagem de águas residuais: nas mega- cidades dos países em desenvolvimento, até 70% desta água - carregada de nutrientes e fertilizantes, como o fosfato - é despejada sem tratamento em rios e zonas costeiras.

• Na Suécia, por exemplo, objetiva-se reciclar 60% do fosfato contido nas águas residuais dos municípios até o ano de 2015.

Outras medidas para reduzir as liberações incluem a redução da erosão e da perda da camada superior da terra onde grandes quantidades de fosfato estão associadas com as partículas do solo e com fertilizantes em excesso que são armazenados após a aplicação.

• Na África, as perdas de solo estão próximas de 0,50 toneladas por hectare por ano e na Ásia esta relação é ainda maior, chegando a quase 1,70 toneladas por hectare por ano.

As medidas de gestão da terra incluem a aração em contornos; o plantio em curva de nível de cercas-vivas em encostas íngremes, a aplicação de mulch e a plantação de culturas de cobertura e outra vegetações no solo.

Aumentar as taxas de reciclagem em minas de fosfato também poderia ajudar na conservação dos recursos e reduzir as descargas de sistemas de água local.

Plásticos no Ambiente Marinho - Uma Nova Bomba Relógio Tóxica?

A segunda questão emergente destacada no Year Book 2011 é quanto à necessidade da intensificação das pesquisas sobre o impacto dos plásticos que estão chegando aos oceanos.

Os cientistas estão se preocupando não somente com o dano direto à vida selvagem, mas quanto à toxicidade potencial de alguns tipos de materiais chamados de micro plásticos.

Estes micro-plásticos são pequenos pedaços com dimensão inferior a cinco milímetros que são descartados como pellets pelas indústrias, ou que se formam como resultado de pedaços maiores de plástico que se partem, por exemplo, devido à ação das ondas ou pela luz do sol.

A quantidade exata de plásticos, incluindo os micro-plásticos, que estão entrando ou se formando nos oceanos a partir das descargas terrígenas - mas também de embarcações e barcos de pesca- é desconhecida.

O que se sabe é que o consumo per capita de plástico, da embalagem até as sacolas plásticas e da indústria até os bens de consumo, têm aumentado acentuadamente.

• Na América do Norte e na Europa Ocidental, cada pessoa já utiliza cerca de 100 kg de materiais plásticos por ano - e é provável que esse número aumente para 140 kg até 2015.

• Cada pessoa que vive em países asiáticos em rápido desenvolvimento, utiliza cerca de 20 quilos de plástico por ano - este número deverá crescer para cerca de 36 quilos até 2015.

Atualmente, as taxas de reciclagem e de re-utilização variam enormemente mesmo entre países desenvolvidos.

Na Europa, as taxas de reciclagem de plásticos para a geração de energia variaram de 25% ou menos em diversos países europeus para mais de 80% na Noruega e na Suíça.

Preocupações anteriores relacionadas ao plástico incluem danos e morte na vida selvagem por emaranhamento.

Existe também uma preocupação quanto à vida selvagem se alimentar frequentemente de plásticos, pensando se tratar de alimento. Os albatrozes, por exemplo, podem confundir plástico vermelho com lulas, da mesma forma tartarugas podem achar que sacolas plásticas são águas vivas. Aves marinhas jovens de algumas espécies podem sofrer de má nutrição se elas se alimentarem de muito plástico, pensando estar ingerindo alimento.

Mas, o Year Book levanta uma bandeira sobre uma nova preocupação designada de “substância persistentes, bio-acumuláveis e tóxicas” associadas ao lixo marinho plástico.

A pesquisa indica que pedaços pequenos ou minúsculos de plástico estão absorvendo e concentrando, a partir da água do mar e de sedimentos, uma ampla gama de produtos químicos que vão dos bifenilos policlorados (PCBs) até pesticidas DDT.

“Muitos desses poluentes, incluindo os PCBs, causam efeitos crônicos como a desregulação endócrina, mutagenicidade e carcinogenicidade”, relata o Year Book.

“Alguns cientistas estão preocupados sobre a possibilidade de que esses agentes contaminantes persistentes possam eventualmente acabar na cadeia alimentar, embora haja uma grande incerteza quanto ao grau de ameaça que isso representa à saúde humana e à saúde do ecossistema” acrescenta.

Espécies como o espadarte e as focas - que estão no topo da cadeia alimentar - são citadas como potencialmente vulneráveis. Estas espécies são também consumidas pelos seres humanos.

Foi realizada recentemente uma pesquisa em 56 praias, em cerca de 30 países, sobre as concentrações de PCB em pellets levados pela água até a costa.

• As concentrações mais elevadas foram encontradas em pellets plásticos nos Estados Unidos, na Europa Ocidental e no Japão - as mais baixas foram localizadas na Ásia tropical e na África do Sul.

O Year Book registra uma série de iniciativas novas e já existentes, linhas de orientação e leis que visam à redução das descargas de plásticos e outros tipos de lixos.

Elas vão desde a Convenção Internacional para Prevenção da Poluição por Navios das Nações Unidas até o Programa Global de Ação para a Proteção do Ambiente Marinho das Atividades Baseadas em Terra do UNEP.

O Year Book apela para uma melhor aplicação de tais regras, para a conscientização do consumidor, para mudanças comportamentais e também para um melhor suporte às iniciativas nacionais e comunitárias.

Há ainda uma necessidade urgente de um melhor e mais inovador sistema de monitoramente de plásticos em todo o ambiente marinho, dado que ainda há lacunas reais quanto ao destino
final destes materiais.

Há evidências de que alguns plásticos não estão flutuando, mas sim afundando e se acumulando no fundo do mar.

“Lixo plástico tem sido observado no fundo do oceano a profundidades que vão do Estreito de Fram, no Atlântico Norte, até os cânions de águas profundas ao largo da costa do Mediterrâneo - acredita-se que a maior parte do plástico existente no Mar do Norte resida no fundo do mar”, diz o Year Book.

Ele também apela para a introdução progressiva de mudanças na coleta, reciclagem e reutilização de plásticos. “Se o plástico fosse tratado como um recurso valioso, ao invés de apenas um resíduo, todas as oportunidades para criar um valor secundário para o material ofereceriam incentivos econômicos para a coleta e reprocessamento”, ressalta o Year Book.

Leia também
Tudo termina no mar - http://mercadoetico.terra.com.br/arquivo/tudo-termina-no-mar/

Plano de ação regional do NOWPAP em relação ao lixo marinho - http://mercadoetico.terra.com.br/arquivo/plano-de-acao-regional-do-nowpap-em-relacao-ao-lixo-marinho/

Poluentes orgânicos em microplásticos em duas praias da costa portuguesa - http://mercadoetico.terra.com.br/arquivo/poluentes-organicos-em-microplasticos-em-duas-praias-da-costa-portuguesa/

Giro do Pacífico Norte em um pequeno veleiro - http://mercadoetico.terra.com.br/arquivo/giro-do-pacifico-norte-em-um-pequeno-veleiro/

Avaliação da percepção sobre lixo marinho: ferramenta para a gestão do problema - http://mercadoetico.terra.com.br/arquivo/avaliacao-da-percepcao-do-lixo-marinho-ferramenta-para-a-gestao-do-problema/

Lixo marinho e nós: quem pode dar conta? - http://mercadoetico.terra.com.br/arquivo/lixo-marinho-e-nos-quem-pode-dar-conta/

Lixo marinho elevou número de mortalidade de tartarugas em 2009 - http://mercadoetico.terra.com.br/arquivo/lixo-marinho-elevou-numero-de-mortalidade-de-tartarugas-em-2009/

No fundo do mar, o lixo do carnaval de Salvador - http://mercadoetico.terra.com.br/arquivo/no-fundo-do-mar-o-lixo-do-carnaval-de-salvador/

Tradução Global Garbage/Miriam Santini

Revisão técnica Projeto Lixo Marinho/Gerson Fernandino

*A reprodução da série especial sobre o lixo marinho é resultado da parceria entre o Mercado Ético, a Global Garbage e a Associação Praia Local Lixo Global/Projeto Lixo Marinho.

**Publicado originalmente no site Mercado Ético - http://mercadoetico.terra.com.br/arquivo/a-bomba-relogio-toxica-dos-fertilizantes-e-plasticos-no-ambiente-marinho/?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=mercado-etico-hoje

sexta-feira, 2 de março de 2012

RICARDO PEREIRA


CURICULUM


RICARDO PEREIRA








Ricardo Conceição Pereira

Brasileiro, convívio estável, 29 anos Rua; loteamento Santo André Numero. 398

Bairro – união, Cidade – Ituberá, Estado - BA,Telefone: 73 - 81438129 / 99418190








objetivo:





Contribuir para implantar o Desenvolvimento empresarial sustentável do município e região implementar nas empresas bem como implantar as novas diretrizes para adequar a nova legislação ambiental e fomentar a gestão e a educação ambiental no âmbito sócio econômico e cultural nas comunidade.







CARGO PRETEDIDO:



Coordenador técnico de meio ambiente;

Analista ambiental;

Auxiliar técnico de meio ambiente;







1.    FORMAÇÃO ACADÊMICA:

Graduado em Biologia 2008 - FTC



Cursando pós-graduação  pericia e auditoria ambiental FACINT

1.    Cursos extas: educação ambiental, Direto Ambiental, planejamento estratégico, crimes ambientais, medotologia de projetos, Planejamento Ambiental Estadual e Municipal e gestão pública Municipal.

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

· Período ano 2000 Empresa – Ambial Cargo: auxiliar em fabricação de alimentos

· Período ano 2008 professor estagiário Colégio estadual Idelzito Eloy de Abreu

· Período ano 2007 professor estagiário EMEF – Sonia Maria



Período 2001 – Empresa- Ebal – cesta do povo Cargo: auxiliar principais atividade: caixa, balaço, e almoxarifado.



Período 2001 a 2011 – Empresa- prefeitura Municipal de ituberá Cargo: funcionário público Principais atividades: motorista de ambulância em motorista da educação com viagens para toda Bahia.



Período 2005 a 2011 – Empresa- DIGITAL – Empresa de serviços e consultoria



Cargo:consultor Principais atividade: Preparação de cursos, palestrante, formatação de projetos ambientais: plano de cosevaçaõ ambiental, conservação da mata atlântica, recuperação de mata ciliares, plano de manejo, supervisão de território, análise de impacto, reflorestamento, recuperação de área degradada, educação ambiental, diagnostico ambiental, cadastro propriedades, mapeamento.



ATUALMENTE MUNICIPAL DE ITUBERÁ -cargo- superintendente de meio Ambiente.



QUALIFICAÇÕES E ATIVIDADES PROFISSIONAIS:



· Curso em crimes ambientais 60 horas CENASP, conclusão 12/05/2008 ).



·Curso em emegêcista pre-hospitalar 60 horas SENASP , conclusão em 02/10/2007.



· Monitor do Curso em educação ambiental 30 horas Instituto Casas das letras 30-03-2008



·Monitor do curso desenvolvimento sustentável 30 horas parcerias com Jequitibá, Casas das Letras e a Digital – 30 de 03 de 2008.



· Curso de cultivo de alevino do camarão 10 horas – maricultura 30 - 09 - 2006



· Curso de melhoramento genético da seringueira- Michelin 08 horas 30 -10-2008



· Curso- Atualização da língua portuguesa instituição FTC - carga 24 horas 04-08-2006



· Responsável e monitor do Curso de extensão de endemias para agentes de saúde empresa -Digital carga 16 horas 18-04-2008



· Curso de gestão pública 100 horas fundação ulysses Guimarães 2011- janeiro

INFORMAÇÕES ADICIONAIS







· Disponibilidade para mudança de cidade, estado ou País

· Posso trabalhar como pessoa física ou jurídica


A leishmaniose na Região Costa do Dendê



A leishmaniose é uma doença crônica, de manifestação cutânea ou visceral pode-se falar de leishmanioses, no plural, causada por protozoários flagelados do gênero Leishmania, da família dos Trypanosomatidae. O calazar leishmaniose visceral e a úlcera de Bauru leishmaniose tegumentar americana são formas da doença.  É uma zoonose comum ao cão e ao homem. É transmitida ao homem pela picada de mosquitos flebotomíneos, que compreendem o gênero Lutzomyia chamados de "mosquito palha" ou birigui e Phlebotomus.

No Brasil existem atualmente 6 espécies de Leishmania responsáveis pela doença humana, e mais de 200 espécies de flebotomíneos implicados em sua transmissão. Trata-se de uma doença que acompanha o homem desde tempos remotos e que tem apresentado, nos últimos 20 anos, um aumento do número de casos e ampliação de sua ocorrência geográfica, sendo encontrada atualmente em todos os Estados brasileiros, sob diferentes perfis epidemiológicos.

Estima-se que, entre 1985 e 2003, ocorreram 523.975 casos autóctones, a sua maior parte nas regiões Nordeste e Norte do Brasil. Em Portugal existe principalmente a leishmaniose visceral e alguns casos muito raros de leishmaniose cutânea. Esta raridade é relativa, visto que na realidade o que ocorre é uma subnotificação dos casos de leishmaniose cutânea. Uma razão para esta subnotificação é o fato de a maioria dos casos de leishmaniose cutânea humana serem autolimitados, embora possam demorar até vários meses a resolverem-se.
As leishmania são transmitidas pelos insetos fêmeas dos gêneros Phlebotomus Velho Mundo) ou Lutzomyia
No início do século XX o médico paraense Gaspar Viana iniciou estudos sobre a leishmaniose, e a ele atribui-se a descoberta dos primeiros tratamentos para a doença. A doença também pode afetar o cão ou a raposa, que são considerados os reservatórios da doença, conforme referido pelo médico sanitarista.


 Imformação:

 http://pt.wikipedia.org/wiki/Leishmaniose
http://www.proanima.org.br/arquivos/folheto-informativo-leishmaniose-visceral/view

AMBIENTAL APA DO PRATIGÍ: Mitsubishi Corporation

AMBIENTAL APA DO PRATIGÍ: Mitsubishi Corporation

CURSO DE MANIPULÇÃO DA LAVOURA DO GUARANÁ








Foi realizado no ultimo dia 28 de fevereiro o 5º dia de campo, sobre a cultura do guaraná bem como os seus aspectos físico, químicos, e biológicos e fitossanitários.

O curso foi realizado na Fazenda Karina de propriedade da empresa Guaran´apis.

O dia de campo contou com a parceria da secretaria de agricultura do município de Ituberá Sr. Ronaldo Jose dos santos
Responsavél técnico, e  EBDA,  representantes da Casa Familiar Rural de Igrapiúna e a Secretaria  Municipal de Meio Ambiente do municipio de Ituberá acopanhando pelo Sr. Ricardo Pereira Biólogo superitedente do meio ambiente do município.

O evento também contou com a participação de agricultores da região, interessados no aprendizado bem como no Desenvolvimento de uma lavoura Rural Sustentável, sendo dado enfoque à produção e produtividade da cultura do Guaraná.
A colheita é manual, retirando-se os frutos maduros (abertos) ou os cachos. Após a colheita, os frutos devem ser amontoados num galpão por dois a três dias, para uma leve fermentação. Em seguida, são despolpados, manualmente ou por meio de máquinas despolpadeiras  sendo feito a linpezas do mesmo, em seguida é levadopara o secador burareiro.
 A secagem  deve lenta e durar em torno 12  horas até atingir em torno 1.8 a 2.3% de umidade . Temos, assim, o grão de guaraná torrado sem nenhum risco para saude humana e a contaminação de bactérias
O dia de Campo foi ministrado pelo Engenheiro Agrônomo Rafael de Araújo Ferraz responsável técnico pelo departamento agrícola da empresa. Rafael ficou muito satisfeito com a presença e entusiasmo de todos, salientando que as portas  da fazenda estarão sempre abertas a grupos de agricultores e alunos interessados na cultura, e que parcerias como essa deveriam ser mais frequentes.
Foi fomentado capacitação do guaranazeiro (Paullinia cupana, variedade sorbilis (Martius) Duke) é uma planta nativa da Amazônia, produz o fruto conhecido como guaraná. É uma espécie vegetal arbustiva e trepadeira da família das sapindáceas, cujo nome provém do termo indígena "varana", que significa árvore que sobe apoiada em outra. Cultivado inicialmente, na Amazônia pelos índios maués.


Na Bahia é cultivado no baixo sul , tornando o estado o maior produtor do país. O cultivo é de grande importância sócio-econômica para a região em virtude de ser explorado por pequenas propriedades e por ser uma atividade típica de agricultura familiar. A área cultivada na Bahia é de 8.000 há com produção de 2.600 toneladas e uma produtividade média superior a 500 kg/há contra menos de 300kg/há da região produtoras da Amazônia.
 A produtividade dos plantios da Bahia é muito superior, visto que a região reúne condições mais propícias ao desenvolvimento da planta, com boa distribuição de chuvas ao longo do ano, solos de maior fertilidade e baixa incidência de doenças como a antracnose, além de usar tecnologias diferenciadas.
Existe um grande  mercado bastante significativos, a Guaran’apis é pioneira em diversos segmentos.
Foi a primeira, por exemplo, a lançar no mercado extrato de guaraná em flaconetes, adequados para o consumo de um público diverso, sobretudo interessado nos efeitos orgânicos do guaraná, especialmente o aumento da disposição, vitalidade e energia.


quinta-feira, 1 de março de 2012

Mitsubishi Corporation

Educandos da Casa Familiar Agroflorestal, uma das unidades de ensino contempladas pela parceria
Parceira desde 2009, a Mitsubishi Corporation ampliou, no dia 13 de fevereiro, o apoio ao Programa de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Mosaico de Áreas de Proteção Ambiental do Baixo Sul da Bahia (PDIS). A empresa irá aportar, nos próximos três anos, US$ 1,8 milhão em três casas familiares ligadas ao PDIS, que atuam na região. Os recursos serão utilizados para o custeio da formação de novos empresários rurais.

No dia 14 de fevereiro, os representantes da Mitsubishi, Minoru Akita, Gerente Geral de Responsabilidade Social Corporativa no Japão, e Kana Hasegawa, responsável por Responsabilidade Social Corporativa no Brasil, visitaram as unidades de ensino contempladas pela parceria. Na oportunidade, interagiram com jovens estudantes.

Anteriormente, a empresa já apoiava um projeto em Igrapiúna (BA). Financiou, entre 2009 e 2011, a capacitação de educandos da Casa Familiar Rural de Igrapiúna como agentes multiplicadores de tecnologias apropriadas à produção e beneficiamento de cacau, pupunha, seringueira e banana.