quinta-feira, 28 de junho de 2012

BAIXO SUL DA BAHIA ABANDONADO

JOSÉ GEORGE SANTANA DA HORA



O Baixo Sul é uma região formada por onze municípios, localizados no sudeste do estado da Bahia. Com uma condição natural ímpar, situação edafo climática excelente o Baixo Sul possui uma enorme riqueza de cenários muitos ainda em excelente estado de conservação, como matas, rios de águas limpas, cachoeiras, manguezais, restingas e coqueiros, além de um belo e extenso litoral.
Aliada ao patrimônio natural, o Território Baixo Sul, ou costa do dendê, dispõe de inestimável riqueza arquitetônica e cultural: casarões, igrejas, conventos, casas de fazendas, bem como fortalezas que guarneceram a Bahia dos invasores holandeses e franceses. Bumba-meu-boi, Chegança, romarias marítimas, Terno de Reis, Terno de Rosa, Esmola de São Benedito ou Lindo Amor e o Zambiapunga são algumas manifestações de um valiosíssimo acervo cultural.
Apesar das riquezas naturais, propicia ao (turismo), minerais explorações de (petróleo e gás) e do potencial para o agronegócio sustentável, o Território do Baixo Sul da Bahia, ou Costa do Dendê, ainda enfrenta problemas para se desenvolver. Mais de 60% da população dos municípios da região têm problemas típicos de nações pobres, altos índices de analfabetismo e a escassez de saneamento básico estão entre os maiores empecilhos para o desenvolvimento. A geração de renda e as oportunidades de trabalho também são escassas, segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Não poderia deixar de comentar, pois, na minha humilde opinião as oportunidades estão chegando ao nosso Baixo Sul, mas, infelizmente, não estamos dando a sua devida importância, gostaria de citar sucintamente duas atividades, que estão tentando se instalar no Baixo Sul, a primeira na área de turismo e a segunda petróleo e gás.
Cito o Resort Internacional Pratigi, projeto de excelente qualidade, além de divulgar o nosso Baixo Sul para o mundo, vai gerar centena de empregos diretos e indiretos, pois, num total de quase 3.000 hectares, adquiridos pelo investidor a área total utilizada para as construções e demais estruturas, ocupará uma área de 1.66% da propriedade, mesma assim, será usada uma faixa já antropizada, ocupada por coqueirais improdutivos, ressalto que este empreendimento se encontra em nossa região a cinco anos esperando licenciamento, pasmem senhores, do nosso órgão ambiental estadual, que até agora só fez mudar varias vezes de nome, pois, devido a morosidade deste só atrasam a implantação deste, inclusive corremos risco do investidor sair da nossa região e migrar para outros polos turísticos.
Meu segundo comentário diz respeito à exploração de petróleo e gás em nossa região, não é admissível que uma empresa que pretende explorar esta atividade na região, esteja esperando sua licença definitiva de exploração a por incrível que pareça, a mais de uma década, pois, no passado esta mesma empresa já foi licenciada para fazer a prospecção (pesquisa), perfuração dos poços, vale ressaltar que o órgão responsável pela licença é o IBAMA/DF, através de um escritório que no passado se chamava ELPN, funcionando no Rio de janeiro, hoje, mudaram o nome para CGPEG. Dentro deste escritório de licenciamento foi criado um escritório da coordenação geral de petróleo e gás e energia nuclear para tratar do licenciamento destas atividades no Norte e Nordeste do Brasil, ficando, sediada, não sei por que no estado de Sergipe, nada contra os nossos irmãos sergipanos, pois, devido a sua Historia na exploração de petróleo a Bahia deveria sediar este escritório. Estes fatos nos deixaram bastante otimistas, agora sim, vamos ter um escritório cuidando do Nordeste, mas, grande foi a nossa surpresa, quando descobrimos que o processo da empresa situada na região a mais de uma década, ficou no Rio de Janeiro, tendo sido negada sua licença previa. Muitos ambientalistas de plantão poderão criticar estas atividades, como fontes poluidoras, mas, poderemos citar muitas outras atividades que historicamente poluem muito mais, gostaria de citar o município de Cairu, que após a chegada da exploração desta atividade, confrontante no seu litoral, se tornou um canteiro de obras, resultante dos recursos oriundos desta atividade, neste município se inaugura uma obra de suma importância para os seus munícipes quase todos os dias, fruto de uma gestão séria e compromissada por parte da Prefeitura Municipal, colocando o município de Cairu, como o sexto (6º) na Bahia em aplicações dos recursos recebidos em prol das suas comunidades, podendo, inclusive ajudar a outras do seu entorno, pertencentes a municípios circunvizinhos.
Portando meus conterrâneos precisamos nos empoderar do nosso Baixo Sul, revendo conceitos antigos os quais não comportam nos dias atuais, cobrar dos nossos gestores membros da AMUBS, ações de fato, sugerindo que estes vão em comitiva até o governador do Estado da Bahia, para que juntos, resolvam, conjuntamente com os órgãos de fiscalização estadual e federal, as pendencias, entraves e regularizações ambientais, que por acaso, estiverem impossibilitando a implantação destas atividades em nossa região, importantes fontes de recursos na geração de empregos, saúde, educação, infraestrutura (saneamento básico, habitação etc.). Temos um brilhante exemplo em nossa região, se os recursos forem aplicados corretamente como vem fazendo Cairu teremos municípios e munícipes com a melhor qualidade de vida do estado da Bahia.
Formação Acadêmica (Ciências Contábeis UFBA).
Tecnólogo de Pesca e Aquicultura (IGIA/UFPR).
Técnico em Aquicultura IFABAIANO (CEFET).
Técnico em Gestão Ambiental, Desenvolvimento Sustentável e Elaboração de Projetos CRA/ NEAMA/INEMA.

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