O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e o governador-geral do Canadá, David Johnston, estiveram reunidos na tarde desta segunda-feira, 23, na sede do Ministério da Educação, em Brasília, para compartilhar os resultados do programa Mulheres Mil no Brasil. A metodologia utilizada hoje pelos institutos federais de educação, ciência e tecnologia para desenvolver o Mulheres Mil em todo o País tem origem no Canadá.
No encontro, o governador-geral e os demais membros da delegação canadense puderam conhecer os resultados do programa que chegou ao Brasil em 2007, por meio de uma parceria entre a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do Ministério da Educação e instituições de ensino canadenses. Na época, foram implantados 13 projetos-piloto nas regiões Norte e Nordeste que beneficiaram 1.191 brasileiras entre 2007 e 2010.
“O Canadá já tinha esta tecnologia social desenvolvida. Consideramos a experiência brasileira extremamente exitosa. Tanto que amanhã divulgaremos o resultado do último edital para expandir o programa”, destacou Mercadante. Nesta terça-feira, 25, serão divulgados os próximos 102 campi de institutos federais onde a política será implantada.
O Mulheres Mil já está presente em 112 unidades da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e beneficia 10 mil brasileiras. Para este ano, estão previstas mais 20 mil vagas e até o final de 2014 a meta é beneficiar 100 mil brasileiras, por meio da política pública que se tornou programa do Governo Federal, integrante do Brasil Sem Miséria, no ano passado.
O ministro ainda se mostrou confiante com relação à continuidade do programa, voltado para atender mulheres em situação de vulnerabilidade social por meio da formação profissional aliada à elevação de escolaridade. “O programa com certeza dará um salto ainda maior”, afirmou.
Mercadante ainda lembrou que o Canadá é um dos parceiros estratégicos do programa Ciência Sem Fronteiras, que até o final de 2014 possibilitará o intercâmbio de 100 mil estudantes brasileiros com instituições de ensino estrangeiro. “O Brasil tem uma longa caminhada e interesse nesta parceria com o Canadá. Inclusive, para atrair pesquisadores canadenses que poderão dar sua contribuição ao nosso país”, disse.
Para David Johnston, as histórias de vida das alunas beneficiárias do programa no Brasil “são lindíssimas”. Ele se mostrou um entusiasta da política pública, cujos relatos das brasileiras atendidas nos institutos federais são muito parecidas com as mulheres canadenses beneficiadas com ações similares. “Estamos vendo os melhores frutos de uma cooperação bilateral”, ressaltou ele.
O evento também contou com a participação de duas ex-alunas do programa, que deram depoimentos a respeito da experiência de voltar às salas de aula depois de anos afastadas da escola e já estarem empregadas. “O projeto foi uma porta aberta para começar uma nova vida”, afirmou a cearense Maria Selma da Silva.
Maria Selma atualmente trabalha como camareira em um hotel de Fortaleza. A beneficiária estudou até a quinta série do ensino fundamental e aproveitou o programa para fazer cursos e avançar nos estudos até concluir o ensino médio. “Enxerguei que podia, sim, mudar, pensar mais em mim e me valorizar. Foi muito difícil passar tanto tempo fora da escola e voltar a estudar”, conta.
Iracely Garcia dos Anjos Coelho, também mãe e aluna do Mulheres Mil, é natural de Alcântara, no Maranhão. Ela conta que a participação proporcionou-lhe mais qualidade de vida, assim como às três filhas. “O projeto trouxe maravilhas em minha vida. Eu era diarista e hoje tenho meu emprego, trabalho em uma franquia de restaurante e recebo muitas propostas de trabalho”, afirma. A maranhense sonha cursar gastronomia, mas ressalta, como um de seus principais objetivos: “Gostaria de alguma forma participar do programa para auxiliar outras mulheres.”
As beneficiárias do programa entregaram ao governador-geral do Canadá, David Johnston, o livro Mulheres Mil – do sonho à realidade. A publicação traz o início da trajetória do programa no Brasil, narrada por 27 mulheres que participaram do projeto-piloto implantado nas regiões Norte e Nordeste.
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