segunda-feira, 29 de outubro de 2012

COOPERATIVAS DE CATADORES DE LIXO – UM PROCESSO DE INCLUSÃO SOCIAL


 

 

Teixeira, Murilo, Mestrando em Sistema de Gestão, Laboratório de Tecnologia, Gestão de Negócios e Meio Ambiente – LATEC – da Universidade Federal Fluminense.

Administrador, Contador, Professor Universitário da USS, Auditor da Prefeitura Municipal de Três Rios.   

 

Malheiros, Telma Maria Marques, D. SC.

Advogada, Doutora em Engenharia Ambiental pela COPPE/UFRJ, Professora do Mestrado em Sistema de Gestão da UFF.

Membro da Comissão de Direito Ambiental da OAB/RJ

 

 

 

Endereço – Rua Ana Cardoso, 402  - Bairro da Luz –  Nova Iguaçu.

              Rio de Janeiro  - RJ – Cep. 26.250-010

 

E- Mail – muriloteixeira@globo.com

 

 Área Temática – EMPRENDEDORISMO

 

 

 

 

 

 

 

COOPERATIVAS DE CATADORES DE LIXO

 

 

 

RESUMO

 

O presente trabalho procurou demonstrar a importância das Cooperativas na elevação da condição econômica e social dos trabalhadores, buscando realizar um breve estudo sobre as cooperativas de catadores de lixo considerando a importância da reciclagem para a gestão ambiental. Foram abordados diversos aspectos da reciclagem de lixo, assim como serão apresentadas algumas considerações sobre o funcionamento das cooperativas de lixo. Observou-se neste estudo que as cooperativas de catadores de lixo reciclável constituem uma eficiente alternativa para a destinação do volume excessivo de lixo assim como para um maior equilíbrio na distribuição de Rendas.

 

O Cooperativismo é dotado de princípios de elevada nobreza e valor humano, os quais são capazes de criar uma dimensão superior de administração das atividades econômicas governamentais, e empresariais, com o firme propósito de consolidar benefícios sociais, e autônomos, aos participantes dos atos cooperados e suas relações técnicas e comerciais, sem fins lucrativos e praticamente isentos de impostos.

 

No Brasil esse cooperativismo vem crescendo acima do ritmo dos sistemas econômicos mercantis, já enfraquecidos pelo “alto custo Brasil” das Leis da CLT. O número de cooperativas, em todos os seus 12 segmentos de atividades econômicas distintas, está crescendo a uma taxa média de 8% ao ano. O número da adesão, de sócios cooperados, à atividade econômica inspirada pelo cooperativismo, cresce a uma taxa média de 12% ao ano. E ainda abre postos de trabalho, dentro da CLT, para funcionários visando empreender suas atividades administrativas, na taxa média de 6% ao ano. O Brasil tem cerca de 7.000 cooperativas (tem 4,5 milhões de empresas mercantis – capitalistas) e quase 6 milhões de sócios cooperados e quase 200 mil empregados administrativos.

 

Se na Espanha o PIB é gerado em 67% por cooperativas, no Brasil esse valor atinge cerca de 6% do PIB. Portanto, o futuro é do Cooperativismo! 

Palavras-chave: Cooperativas de lixo; Catadores de lixo; Reciclagem.

 

 

INTRODUÇÃO

As cooperativas de catadores de lixo reciclável têm se mostrado excelente alternativa para o problema do volume excessivo de lixo gerado pelo consumismo da sociedade moderna. Estas cooperativas são organizadas para o desenvolvimento do trabalho de despoluição das cidades mediante a coleta seletiva de materiais recicláveis como alumínio, papelão, plástico e vidro.

Os hábitos de consumo excessivo e o crescimento demográfico são alguns dos fatores que contribuem para a produção de lixo em todo o mundo e contribui para a degradação do meio ambiente, tornando-se necessária a implementação de medidas que contribuam para redução do ritmo do processo de deterioração ambiental.

A Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, ocorrida em Estocolmo, no ano de 1972 colocou a questão do meio ambiente na agenda internacional. Daí em diante seguiu uma série reuniões para o debate sobre a gestão ambiental e desenvolvimento sustentável. (Sachs, 2000)

A Conferência do Rio de Janeiro, conhecida internacionalmente como “ECO-92” ou “Rio 92”, foi o mais importante encontro para a discussão sobre meio ambiente e desenvolvimento e teve a participação de mais de 100 chefes de Estados de todo o mundo e resultou na elaboração da Agenda 21 que enfatiza as diretrizes básicas para o desenvolvimento sustentável das nações, sendo ratificada pelos grandes chefes de Estado de 178 países.

Segundo Bezerra e Fernandes (2000), as discussões e debates promovidos na Agenda 21 resultaram em seis temas centrais: a agricultura sustentável; cidades sustentáveis; infra-estrutura e integração regional; gestão de recursos naturais; redução das desigualdades sociais e ciência e tecnologia para o desenvolvimento sustentável.

As estratégias de economia de recursos e o potencial para a implementação de atividades direcionadas para a ecoeficiência e para a produtividade dos recursos como a reciclagem e o aproveitamento do lixo são motivos de intensos debates na atualidade. (Sachs, 2000)

Segundo o autor, o crescimento econômico deve ser socialmente receptivo e implementado por métodos favoráveis ao meio ambiente em vez de favorecer a incorporação predatória do capital da natureza ao PIB.

Neste sentido as cooperativas de catadores de lixo são uma importante alternativa ambiental, econômica e social, pois abrangem tanto o problema do lixo, quanto à questão da geração de renda para comunidades economicamente carentes, como também a promoção da inclusão social.

 

 

DESENVOLVIMENTO

 

A AGENDA 21 BRASILEIRA

 

Neste documento foram estabelecidas como principais estratégias para se enfrentar as questões ambientais urbanas, a revisão dos padrões de consumo dos serviços urbanos, o fortalecimento da sociedade civil, o incentivo à inovação, assim como projetos ambientais, sociais e de infra-estrutura.

Também foi estabelecido que os governos devem incentivar políticas e ações de educação e comunicação criativas e mobilizadoras que devam contribuir também para reforçar todas as estratégias prioritárias de sustentabilidade urbana. (Bezerra e Fernandes, 2000)

Segundo Jacobi (1997) questiona-se que ainda atualmente há ausência do poder público na implementação de políticas voltadas para o bem estar da sociedade.Assim há necessidade de maior investimento em políticas ambientais, inclusive em medidas alternativas para o problema da eliminação do lixo.

As cooperativas de catadores de lixo integram-se às políticas de desenvolvimento como uma medida que abrange além da questão do lixo, também o problema da desigualdade social e da cidadania, gerando renda para pessoas excluídas do mercado de trabalho formal, devido principalmente à baixa qualificação. 

 

“Se não fosse pelo trabalho que nelas desenvolvem, estariam fora do mercado de trabalho, sem qualquer fonte de renda, possibilitando ao homem comum uma melhoria em seu nível de vida, através da valorização do seu trabalho, respeitando-lhe e preservando-lhe a livre iniciativa”. (Polônio, 1999, p.42)

 

 

 

 

A RECICLAGEM NO BRASIL

 

Em um contexto de consumismo excessivo e concentrado nos grandes centros, o processo de reciclagem configura-se como uma importante alternativa para a questão do lixo e está abrangendo um número cada vez maior de lixo urbano.

 

O processo de reciclagem de embalagens descartáveis e outros processos de conversão do lixo para a reintegração ao ciclo produtivo e ao meio ambiente vêm sendo entendido cada vez mais como uma estratégia comprovada de ganhar dinheiro.

 

Há exemplos de empresas e indústrias que conseguem economizar com a reciclagem dos materiais consumidos. A Cadeia Hyatt Hotel and Resorts por exemplo, indica que conseguirá economizar 3 milhões de dólares por ano através de seu programa de reciclagem e reduzirá em 30% a quantidade de lixo enviada para os aterros.

 

Um outro exemplo é o de um hotel do Havaí recicla a água de sua lavanderia para o sistema de ar condicionado. A conta da coleta de lixo do Hyatt Regency Chicago, em 1989, era de 12.000 dólares por mês. Como resultado do programa de reciclagem do hotel, hoje, a conta é de 2.000 dólares por mês.

 

Embora a prática da reciclagem de lixo já esteja sendo bastante realizada no Brasil, ainda há muito que se fazer. Em São Paulo, por exemplo, somente cerca de 0,8% das 12 mil toneladas de lixo diário são recicladas. Observa-se então que muitas cooperativas serão ampliadas e outras criadas para atender a um número crescentes materiais a serem reciclados, assim como um número também crescente de pessoas que deverão integrar esta atividade.

 

Em pesquisa desenvolvida pelo Ministério da Saúde, observou-se que o Brasil produz uma montanha de mais de 80 mil toneladas de lixo por dia, das quais somente a metade é coletada. Da parte que é coletada, cerca de 34% vai para os lixões a céu aberto ou aterros sanitários e 66% termina em beiras de rios e áreas alagáveis em épocas de chuvas fortes.

 

Desta quantidade de 80 mil toneladas de lixo, aproximadamente a metade é integrada por papel, papelão e seus derivados; cerca de 20% é constituído de matéria orgânica e resíduos, como restos de comida, cascas e frutas. As embalagens de vidro representam cerca de 13% enquanto que os metais somam 10% e os derivados de plástico ficam com 7% do total.

É necessário ainda, ressaltar o tempo extremamente longo se comparado à geração de resíduos, em que estes materiais levam para serem eliminados do meio ambiente. Desta forma o processo de geração de lixo é infinitamente mais acelerado que o processo de deterioração natural de resíduos como plástico e vidro. Assim a reciclagem destes materiais se faz necessária para a reutilização de produtos que se tornarão novamente fonte de geração de lixo.

 

Embora diversos trabalhos já tenham sido elaborados sobre essa temática e programas de reciclagem venham sendo propostos por indústrias, prefeituras, escolas e ambientalistas com o objetivo de diminuir os danos causados ao meio ambiente e manter a qualidade de vida das populações acreditam-se que serão criadas novas abordagens e novas tecnologias que permitirão reciclar uma quantidade cada vez maior de materiais.

 

A realidade da reciclagem do lixo traz consigo uma nova ocupação, a dos catadores de lixo. Como o Brasil ainda não possui a cultura da coleta seletiva nas fontes geradoras de lixo, os catadores se tornaram as figuras centrais do processo de reciclagem.

O catador de lixo, figura já conhecida nos grandes centros, é o principal responsável pelos altos índices de reciclagem de materiais como alumínio (73%) e papelão (71%), tornando o Brasil um dos maiores recicladores desse tipo de material. (CEMPRE, 2000). Alves Filho (2000), chama atenção para a realidade de que muito há ainda a ser feito principalmente em relação à educação ambiental. É preciso incentivar o hábito de separar o material facilitando o trabalho da coleta seletiva, entretanto a iniciativa privada e os governos devem também ser mais atuantes no processo de saneamento e limpeza das cidades.

 

A constante reflexão e debate sobre a questão do lixo é uma medida que visa reavaliar os conceitos de imprestável ou descartável como medida de proposição de ações concretas de reciclagem e reutilização desses tipos de materiais. Em muitos casos, ocorre esforço de aproveitamento, pelo menos parcial, de alguns tipos de resíduos sólidos ou líquidos, atribuindo-lhes um valor econômico, um sentido de utilidade. Logo, o reaproveitamento de resíduos procura reintegrá-los à economia, concedendo-lhes valor de mercado, de matérias primas ou de bens ultimados.

 

COLETA SELETIVA DE LIXO RECICLÁVEL

 

A coleta seletiva é uma das etapas da reciclagem de resíduos e embora apresente um custo mais elevado do que os métodos convencionais, este custo pode ser reduzido através do apoio comunidade e de empresas também reverter o lixo em benefícios para si próprias.

 

Esta atividade é um serviço especializado em coletar o material devidamente separado e classificá-lo ainda na fonte geradora. Além de facilitar a reciclagem é um processo de valorização dos resíduos, visando sua reintrodução no ciclo produtivo.

Nesta etapa da reciclagem, os resíduos sólidos são separados em função da sua destinação. Este processo pode ser realizado através de:

 

— Coleta porta-a-porta: de forma semelhante à coleta tradicional de lixo onde os resíduos são retirados diretamente dos domicílios.

 

— Entrega voluntária: após trabalho de divulgação e conscientização da importância da reciclagem, a população é orientada a se dirigir a locais previamente definidos e devidamente preparados para receber os resíduos recicláveis.

 

Calderoni (1998) comenta que a fase de coleta do lixo é de fundamental importância para a reciclagem, pois após a separação dos materiais na própria fonte geradora a coleta seletiva permite o tratamento prévio dos resíduos que serão encaminhados para o beneficiamento. Esta etapa facilita a reciclagem porque já limpa os materiais e conseqüentemente disponibiliza um maior potencial de reaproveitamento.

 

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

 

Cada vez mais se aposta na conscientização ambiental como medida necessária para a questão da preservação do meio ambiente. A alteração no padrão de consumo é uma das ações a serem realizadas para que haja uma efetiva redução da utilização desnecessária de recursos esgotáveis.

A conscientização da necessidade do reaproveitamento do lixo é um dos enfoques da educação ambiental. Na medida em que um maior número de pessoas passarem a praticar a separação do lixo em seus domicílios, locais de estudo e trabalho, maior quantidade de material reciclável poderão ser reciclados e mais trabalhadores poderão viver desta atividade e menor poluição será gerada.

 

Convém lembrar que a educação de um modo geral contribui decisivamente para a questão do meio ambiente. A população que possui acesso à educação joga menos lixo nas ruas e é mais exigente na hora de comprar. O estímulo à criatividade por exemplo, favorece que sejam inventadas soluções tanto por alunos, quanto por futuros profissionais, que podem passar a integrar o dia-a-dia.

 

Sendo assim, a educação ambiental é um importante elemento a ser considerado no processo de gestão ambiental e favorece o trabalho da reciclagem proporcionando um resultado mais abrangente neste processo.

 

AS COOPERATIVAS DE RECICLAGEM DE LIXO

 

Já existem nas principais capitais do país um número considerável de cooperativas de catadores de lixo. Porém esta iniciativa ainda mostra-se tímida frente ao potencial da reciclagem, considerando-se o número de pessoas envolvidas neste tipo de trabalho.

Abreu (2001) afirma que a função das cooperativas exerce uma função social importante à medida que proporciona a estruturação do trabalho dos catadores e ajuda na inserção dos mesmos na sociedade como profissionais e cidadãos ajudando a resolver o problema do desemprego e da miséria nas cidades.

 

Os catadores de lixo cooperativados, assim como outros cooperados, trabalham em prol dos mesmos ideais e unidos pelos mesmos objetivos. Assim direcionam suas atividades para a satisfação das suas necessidades financeiras e pessoais através da produtividade e da valorização do trabalho e não da exploração da força de trabalho.

Estas cooperativas tem também importante função econômica e ambiental. Além disso, geram trabalho e renda com a venda de materiais recicláveis, por permitirem um reaproveitamento dos recursos naturais.

 

A organização do trabalho dos catadores de lixo em cooperativas é um fato ainda recente. Até pouco tempo atrás a coleta informal de lixo era feita nas ruas e lixões por catadores que além de fazer o trabalho sem orientação quanto aos cuidados necessários para a saúde, vendiam isoladamente o material recolhido, o que tornava o trabalho menos produtivo e rentável.

Organizados através do sistema de cooperativas o trabalho dos catadores de lixo consiste em recolher papel, plástico, latas de alumínio, ferro e vidro, preferencialmente e levar todo o material recolhido para a cooperativa.

 

A cooperativa de catadores possui a função de atuar na negociação e venda do material recolhido para os consumidores de lixo selecionado. Esta negociação mais estruturada permite a negociação de um preço mais justo e permite também que grandes compradores como fábricas tenham fácil acesso a este material, o que possibilita que possam o utilizar como matéria-prima para seus produtos de maneira rentável e ainda agregar aos seus produtos o valor social.

 

O principal objetivo destas cooperativas consiste na coleta racional do lixo somada à geração de renda para a população de menor qualificação profissional. Estas características formam a base do sistema de cooperativas.

Esta organização, ao reunir objetivos comuns, como a expansão de práticas solidárias e ecológicas em projetos que geram e distribuem renda para comunidades carentes, cumpre também um papel fundamental no combate ao desemprego. Cada vez mais surgem grupos de trabalhadores que se unem para atuar na área de uma forma organizada.

 

ATUAÇÃO DO PODER PÚBLICO E DA INICIATIVA PRIVADA

 

Segundo Almeida e Vilhena (2000), a Constituição brasileira estabelece que a coleta e a destinação do lixo é de responsabilidade do poder municipal, o que era encarado como mais uma despesa pública. Porém, atualmente a parceria junto às cooperativas de catadores de lixo tem sido uma eficiente medida para redução do volume do lixo, a geração de emprego local.

 

O trabalho das cooperativas favorece também a diminuição dos gastos públicos com métodos tradicionais de destinação do lixo e uma das razões é que quando bem organizados e atuando em parcerias com o município, os catadores coletam os materiais recicláveis antes do caminhão da prefeitura passar.

 

O poder municipal, em geral, tem apoiado esta atividade porque além dos benefícios já citados, a integração de catadores às cooperativas de lixo possibilita-lhes resgatar a cidadania através de um trabalho socialmente relevante, constituindo a cooperativa também uma alternativa para o problema do desemprego e contribuição para o desenvolvimento do município. Além disso, apoiar estes projetos contribui para a imagem do município como instituição que preserva o meio ambiente e valoriza a comunidade.

 

Cabe ressaltar que o planejamento da coleta seletiva está a cargo das secretarias de Governo e do Meio Ambiente, inclusive constitui um dever destas instâncias reforçar junto à população as vantagens do acondicionamento separado dos lixos orgânico e reciclável.

Todavia, as medidas adotadas pelo governo ainda são incipientes, e há sobretudo, a necessidade de políticas de redução da quantidade de lixo produzida considerando todo o ciclo do produto. Torna-se necessária à adoção de medidas que levem os produtores a receberem de volta embalagens e sucatas, contribuindo assim para a redução do consumo de recursos naturais e políticas que punam a produção e destinação inadequada de resíduos tóxicos e resíduos industriais.

 

O empresariado pode oferecer apoio bastante relevante para o desenvolvimento das cooperativas de catadores de lixo. Pode propiciar o recolhimento do material diretamente nas fábricas assim como pode apoiar sua estruturação do trabalho cedendo, balança, prensa e carrinhos de mão para atuar na capacitação dos catadores, atuando na orientação quanto à separação do lixo e quanto à preservação da saúde, entre outras possibilidades.

 

Muitas empresas estão incentivando o trabalho das cooperativas. A Ambev é citada como uma das empresas que investe boa parte da verba destinada a ações sociais para o desenvolvimento de cooperativas de catadores de lixo. Esta empresa teve uma experiência de apoio ao trabalho das cooperativas muito bem sucedida.

 

Em 2002 estabeleceu uma parceria com 11 cooperativas de catadores de lixo do Rio de Janeiro. Foi doada a cada cooperativa uma prensa para otimizar o trabalho, além de treinamento e orientação de técnicos especializados. Com este apoio, as cooperativas registraram um aumento médio de 153%, no volume de embalagens PET coletadas e 88% no valor do quilo vendido. (www.lixo.com.br)

OS CATADORES DE LIXO

 

As cooperativas de catadores de lixo são formadas, em geral, por pessoas desempregadas que moram no entorno de onde a cooperativa será instalada, além de prestadores de serviços e outras pessoas que agregam seus conhecimentos a estas organizações.

 

Embora as cooperativas estejam se mostrando uma excelente fonte de geração de renda, muitos são os aspectos a serem ainda desenvolvidos. Abreu (2001), afirma que as condições de trabalho geralmente são precárias, porém o cooperado tem sido valorizado como um agente de desenvolvimento à medida que este trabalho está atrelado às idéias de cidades sustentáveis.

 

O catador de materiais recicláveis é uma modernização da figura do "velho garrafeiro" do início do século XX. Atualmente, os catadores de lixo são trabalhadores informais que coletam grande quantidade de materiais recicláveis nos centros urbanos e os revendem a intermediários. (Abreu, 2001)

 

Cumpre ressaltar que os catadores de lixo são os principais agentes da coleta seletiva em muitas cidades do País. Às vezes eles movimentam mais recursos financeiros com a reciclagem que as próprias prefeituras, empresas e cooperativas. Muitos deles são pais de famílias responsáveis pelo sustento da casa.

 

Desta forma, cada vez mais, verifica-se o crescente número de pessoas que integram essa atividade, principalmente, por falta de outras oportunidades de empregos formais.

Em relação ao exercício de suas funções os catadores de lixo em sua maioria consideram que a partir do momento em que se tornaram cooperativados, passaram a se considerar mais bem valorizados profissionalmente. Isso porque, na cooperativa de lixo, eles se sentem sócios e donos, e fazem de tudo, desde executar o trabalho administrativo até a atividade de catar lixo nas ruas. (www.fetrabalhorj.org.br)

 

Algumas cooperativas, além do trabalho que organizam, também oferecem oportunidades na área da educação, que vão desde a alfabetização até cursos profissionalizantes. (Idem)

 

Um importante exemplo a ser citado é o da Cooperativa Antônio Costa Santos de Campinas, no estado de São Paulo, criada a partir de um projeto desenvolvido pela Associação Amigos do Bairro, atualmente, possui em seu quadro funcional mais de 20 cooperados, todos provenientes da comunidade local. Esta cooperativa trabalha hoje com um volume mensal de 35 toneladas de materiais recolhidos, chegando a ganhar R$ 480 reais por mês.

 

 

 

A IMPORTÂNCIA DA CRIAÇÃO DE PARCERIAS

 

É necessário que as cooperativas de lixo reciclável estabeleçam parcerias com a comunidade local, empresariado e poder público como prefeituras, ONGs, empresas, escolas, condomínios, escritórios, entre outros, além de comprar material de catadores não associados. Estas parcerias são fundamentais para a negociação de preços e outros benefícios.

 

 

A parceria com outras cooperativas também é incentivada. A ação cooperativada consiste na ação entre duas ou mais cooperativas associadas ou não, e representa uma possibilidade de fortalecimento do sistema cooperativo no mercado.

 

Cumpre ressaltar a importância da função social associada ao trabalho dos catadores. Eles passam a ter uma condição melhor de vida e de cidadania, além de conviver com outros colegas em torno de uma atividade produtiva. Passam também a ter a possibilidade de interagir com outros tipos de profissionais que trabalham na cooperativa. Esse tipo de relação pode ser a ponte para ele conseguir a inclusão social.

 

 

O FUNCIONAMENTO DAS COOPERATIVAS

 

            As cooperativas podem ser de produção industrial, de produção agrícola, de crédito, de compras em comum, de consumo ou ainda cooperativas de cooperativas. As cooperativas de crédito, de consumo e de produção agrícola são as mais encontradas.

 

Segundo Bulgarelli (1998), considerando que o interesse da cooperativa na prestação do serviço se identifica com o interesse que o sócio possui em fruí-lo, as relações entre o cooperado e a cooperativa realizam-se sob a do princípio de identidade. O objetivo da cooperativa, teoricamente, sempre coincide com o objetivo do sócio na realização dos negócios internos desenvolvidos entre ambos.

 

Denominados sócio-cooperados estes trabalhadores antes de tudo, precisam  aprender a trabalhar em equipe. Isto significa, muitas vezes, renunciar a certas coisas em prol de todos, eliminando a expressão ‘eu ganho’ e adotando o ‘nós ganhamos’. (Bulgarelli, 1998)

 

O sistema cooperativo tem suas operações realizadas em forma própria de organização empresarial, cujo gerenciamento é feito pelos próprios cooperados. Para fins sociais, a cooperativa e seus cooperados operam em conformidade com a legislação própria ou entre cooperativas de catadores de lixo associadas.

 

Segundo a legislação brasileira as cooperativas devem ser classificadas de acordo com “o objeto ou pela natureza das atividades desenvolvidas por elas ou por seus associados”. (Art. 10 da Lei nº 5.764, de 16-12-1972)

 

PRINCÍPIOS DO COOPERATIVISMO VERSUS DAS EMPRESAS DE EXCÊLENCIA


 
PRINCÍPIOS DO COOPERATIVISMO
 
EMPRESAS DE EXCELÊNCIA
 
1º)     Adesão Livre e Voluntária. 
                                
2º)       Gestão Democrática pelos Sócios.
 
3º)       Participação Econômica dos Sócios.
 
4º)       Autonomia e Independência.  
  
5º)       Educação, Treinamento e Informação.
                                                                             6º)       Cooperação entre Cooperativas.  
 
7º)       Preocupação com a Comunidade.                                                                      
 
 
-      Motivação, Iniciativa e Cooperação.
 
-      Transparência e Decisões Conjuntas.
 
-      Participação nos Lucros e nos Resultados.
-      Delegação da Rotina e Trabalho em Equipes.
-      Educação e Treinamento em Média de 100 a 150 horas - empregado por ano.
 
-      Cooperação entre setores – Visão do Cliente – Fornecedor.
-    Responsabilidade Cívica e Social.

 

 

GESTÃO DAS COOPERATIVAS DE LIXO

 

O movimento cooperativista foi criado com o objetivo de buscar uma qualidade no serviço para os empregados em um ambiente mais democrático. Nesta organização, o coletivo substitui o indivíduo e o lucro não é colocado em primeiro plano.

 

Apontada como solução para os problemas relacionados às questões ambientais, o problema do desemprego e a ruptura com modelos de gestão excludente, a cooperativa de catadores de lixo considera a participação de todos nos processos de decisão.

Nestas organizações populares, onde os associados são os próprios donos do negócio, se aplicam os princípios da gestão participativa, enfatizando a autonomia dos cooperados assim como a valorização da participação da comunidade.

 

A Gestão Participativa, embora requerendo cuidados específicos, estimula resultados bastante favoráveis às instituições que a adotam. Na maioria das vezes, as pessoas trabalham muito mais motivadas, buscando o seu autodesenvolvimento. Isso, de certa forma, contribui para a qualidade dos serviços, que passam a ser executados com metas específicas e continuamente avaliadas.

 

Esta coleção de princípios, crenças e valores do Cooperativismo, já vem há muito tempo se incorporando nos procedimentos de gestão das empresas de excelência, firmando mais solidamente as chances de sobrevivência destas, num formato de Capitalismo Cooperativo.

 

            Em face da doutrina do Cooperativismo a educação para autogestão tem o objetivo de fixar culturalmente nas pessoas o “Empreendedorismo Solidário”, criando meios para que as mesmas “vendam” suas habilidades e talentos, através de uma sociedade coletiva que desenvolve uma atividade econômica, regida por práticas firmadas em Lei aplicável, gerando oportunidade de trabalho e renda, dentro do mercado e da comunidade, favorecendo a economia local do bairro ou regional. 

 

A valorização do poder local propicia a democratização da gestão pública e das relações sociais. Conceituando, assim, a auto-gestão como atitude indispensável também para o desenvolvimento sustentável. Por sua vez, o setor privado também é conclamado à participação para a universalização dos serviços de atendimento básico à população. (Fundação Nacional de Saúde, 2001)

Assim, a cooperativa popular passa a ser considerada o modelo mais adequado para atender as necessidades e expectativas dos trabalhadores. Apesar desta característica ter sido distorcida com a utilização da cooperativa visando os interesses dos empresários e donos de indústrias.

O regulamento destas cooperativas prevê que as decisões são tomadas em assembléia geral, órgão máximo de decisão, para definirem pelo voto os objetivos e funcionamento do negócio. As deliberações tomadas nestas reuniões gerais devem ser respeitadas e cumpridas pela Diretoria e demais associados quer estejam ou não presentes às assembléias.

Nas assembléias são escolhidos, através de votação, os diretores e os membros do Conselho Fiscal. Os associados devem ser orientados a tomarem uma decisão a favor dos candidatos mais alinhados aos princípios do cooperativismo. Estes devem conhecer a legislação vigente e se empenharem no exercício das atividades de planejamento, organização, direção e controle da empresa. (Polônio, 1999)

Havendo necessidade a cooperativa é autorizada a contratar serviços especializados, de acordo com a quantidade e a complexidade dos negócios, a diretoria pode contratar pessoal externo à cooperativa para gerenciar áreas de trabalho que exijam conhecimentos especializados ou habilidades técnicas comprovadas. De forma semelhante contratam mão-de-obra para serviços operacionais.

Para Grimberg e Blauth (1998), o empreendedorismo é um importante fator a ser incentivado nas cooperativas, pois alia um conjunto de práticas de produção que se baseiam na solidariedade e democracia, com o intuito de gerar renda e atenuar a exclusão social.

         A “Acumulação de Capital”, no Cooperativismo, se procede através do trabalho dos sócios, e para os sócios, respeitando a proporção do esforço do trabalho, de cada um, dispendido nos contratos. Para isto faz um controle individual da contribuição dos sócios ao faturamento mensal e a proporção da contribuição representará o percentual de retorno do “Capital” ao trabalho. Este percentual é aplicado às sobras líquidas operacionais, correspondendo à contribuição daquele sócio específico e que para ele, somente, se tratará da sua “Acumulação de Capital”. Aqui reside o fenômeno da justa “Distribuição de Renda” coletivizando a acumulação de riqueza – O capital remunera o trabalho!

 

DIFERENÇAS ENTRE UMA SOCIEDADE COOPERATIVA E UMA EMPRESA MERCANTIL

COOPERATIVA
MERCANTIL
Sociedade de pessoas físicas
Sociedade de capital
Objetivo prestação de serviços
Objetivo principal lucro
Nº ilimitado de cooperados
Nº limitado de acionistas
Dispõe de controle democrático: cada sócio cooperado = um voto
Cada ação = um voto
Em suas assembléias o quorum é baseado no Nº de cooperados
Nas assembléias o quorum é baseado no capital
Não é permitida transferência das quotas-partes a terceiros, estranhos à sociedade.
Permitida a transferência das ações a terceiros
Retorno proporcional ao valor das operações
Dividendo proporcional ao valor das ações
Diretrizes de administração por assembléias gerais
Diretrizes e ordens dos acionistas majoritários
Decisões por votos e objetivos sob riscos equilibrados
Objetivos e riscos impostos
Tem direito à Gratificação Natalina
Tem direito a 13º salário
Possui Fundo de Descanso Anual
Possui Salário de férias
Possui Fundo de Amparo ao Cooperado
Possui FGTS
Regras específicas sobre a previdência e seguridade social
Regra de seguridade imposta pelo Estado
Resultado das operações – sobras líquidas - retorna proporcionalmente ao sócio que mais trabalhou
Remunera com o lucro os acionistas de acordo com o número de ações, independente do trabalho.
RTC – Regime de Trabalho Cooperado

Custos de encargos = 1,60 1,70

CLT Consolidação das Leis do Trabalho
Custos de encargos = 2,11
Educação Cooperativista para desenvolver a visão empresarial – Donos do Negócio
Educação e Treinamento para Tarefas - empregados
Pró-labore / retirado com variabilidade autônoma por contratos ou projetos
Salários fixados e sob dissídios coletivos, por sindicatos.

 

 

CONCLUSÃO

 

O funcionamento das empresas cooperativas é permitido e regulamentado pela legislação brasileira e constitui um segmento produtivo, no qual os cooperativados não são considerados somente empregados, mas também donos do negócio.

 

No sistema de cooperativas o lucro não é a principal e única finalidade. Esta organização valoriza o sentido humano do trabalho, não se perdendo do objetivo de produtividade, que é incentivada principalmente através da valorização do trabalho.

 

As cooperativas de catadores de lixo têm se apresentado como uma importante alternativa para o problema da destinação do lixo e da degradação do meio ambiente. Abrange também o problema da geração de renda para a comunidade economicamente carente.

 

Por ser uma realidade ainda recente, muito há ainda a ser feito para a ampliação do volume de lixo reciclado no país, sendo a educação ambiental um dos principais instrumentos da gestão ambiental para o alcance deste objetivo.

Muitas cooperativas ainda trabalham sob condições precárias necessitando, assim de um trabalho mais qualificado de gestão. A gestão democrática tem se mostrado como o estilo de gestão que mais resultados proporciona ao trabalho dos cooperativados.

 

Entretanto, apesar de algumas dificuldades as cooperativas de catadores de lixo são hoje consideradas como uma medida alternativa fundamental para o problema do tratamento e da destinação final do lixo.

 

Enfim conclui-se que o trabalho das cooperativas de catadores de lixo vem se tornando cada vez mais necessário nas grandes cidades, colaborando para a despoluição das cidades de uma forma mais completa do que a realizada pelas companhias de limpeza urbana tradicional.

 

Devendo ser estendida também para as cidades menores, a coleta seletiva dos resíduos urbanos satisfaz à necessidade de reciclagem de materiais, se constituindo assim uma medida fundamental para a utilização racional dos recursos naturais do planeta e para a economia.

 

O empreendedorismo necessita do uso do conceito de posse, pelo motivo da iniciativa privada conter a motivação do lucro e dos direitos de exploração dos processos e dos procedimentos, consolidando-se em patentes e em propriedades mobiliárias e imobiliárias. No Cooperativismo o respeito à propriedade privada é um fato incontestável e a organização interna da cooperativa estabelece a convenção de propriedades para minimizar conflitos futuros, de posse, e evitar “invasões de terceiros” ou obstruções nocivas à harmonia do patrimônio.

 

           Há então, no Cooperativismo, o aproveitamento dos melhores conceitos – crenças e valores – do Socialismo, do Comunismo e do Capitalismo, direcionando-se ao “caminho do meio” ou poderíamos dizer à 3ª Via.

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

ABREU, M. F. Do lixo a cidadania: estratégia para a ação. São Paulo. UNICEF/Caixa Econômica Federal, 2001.

ALMEIDA, M. L. O. e VILHENA, André (coord.) Lixo municipal: manual de gerenciamento integrado. Publicação IPT 2622. São Paulo: IPT/CEMPRE, 2000.

ALVES FILHO, F. Há solução para o lixo? In: Revista Saneamento Ambiental, v. 11, nº 63, mar/2000.

BEZERRA, M. C. L. e FERNANDES, M. A. Cidades sustentáveis: subsídio à elaboração da Agenda 21 brasileira 2000. Brasília, 2000. Disponível em <http://www.Mma.Gov.br/port/se/agen21/ag21bra/ doctematicos.html>

BRASIL. Imprensa Oficial. Lei n.º 5.764/71. Brasília, 1972.

BULGARELLI, Waldírio. As sociedades cooperativas e a sua disciplina jurídica. Rio de Janeiro: Renovar, 1998.

CALDERONI, S. Os bilhões perdidos no lixo. São Paulo: Humanistas, 1998.

FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. Manual de saneamento. Brasília: MS/Funasa. 2001. 373 p.

GRIMBERG, Elizabeth e BLAUTH, Patrícia. Coleta Seletiva — Reciclando materiais, reciclando valores. São Paulo: Instituto Polis, 1998.

JACOBI, P. Meio ambiente urbano e sustentabilidade: alguns elementos para a reflexão. In: CAVALCANTI, C. (org.) Meio ambiente, desenvolvimento sustentável e políticas públicas. São Paulo: Cortez, 1997.

KRUEGER, Guilherme. Cooperativas de trabalho na terceirização. Belo Horizonte: Mandamentos, 2003.

POLÔNIO, A. Manual das cooperativas. São Paulo: Atlas, 1999.

SACHS, Inagcy. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro. Garamond, 2000.

 
www.fetrabalhorj.org.br


 

 

 

 

ONU tem trabalhado para assegurar alimentação no planeta terra

Desde seu início, o Sistema da ONU tem trabalhado para assegurar alimentação adequada para todos através da agricultura sustentável. Mais do que simplesmente uma preocupação humanitária, a segurança alimentar leva à paz mundial. Isto foi reconhecido em 1949, quando o Prêmio Nobel da Paz foi atribuído a Lorde John Boyd Orr por seu papel como fundador Diretor-Geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
A maioria das populações mais pobres do mundo vive em áreas rurais dos países em desenvolvimento. Elas dependem da agricultura e de atividades relacionadas para sua subsistência. Isto as torna particularmente vulneráveis às influências humanas e naturais que reduzem a produção agrícola.
Como principal organismo do Sistema das Nações Unidas para agricultura e o desenvolvimento rural, a FAO elabora estratégias de longo prazo para aumentar a produção de alimentos e a segurança alimentar. Entre os diversos órgãos da ONU que apoiam estas metas, o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), financia programas e projetos de desenvolvimento agrícola para ajudar a população rural a superar a pobreza.
E quando surge uma situação de emergência ou desastre, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) entrega ajuda alimentar às vítimas de guerra, conflitos civis, secas, enchentes, terremotos, furacões, más colheitas e desastres naturais. Quando a emergência diminui, a ajuda alimentar do PMA ajuda as comunidades a reconstruírem suas vidas e seus meios de sobrevivência. Nas comunidades rurais, as técnicas agrícolas da FAO frequentemente se mostram cruciais no processo de ajuda de emergência e reabilitação.
O Sistema da ONU oferece um poderoso veículo através do qual a vontade coletiva e o compromisso da comunidade internacional podem avançar em direção ao objetivo de ajudar a acabar com a fome em todo o mundo através da promoção da agricultura sustentável.
“As estatísticas são alarmantes, mas as histórias de cada família afetada pela fome, de cada criança desnutrida, são verdadeiramente assustadoras. Eu mesmo vi em minha vila, quando era mais novo. E vejo agora quando viajo, e nunca para de me incomodar. Pais reduzindo a própria alimentação para garantir que seus filhos tenham o suficiente. Famílias vendendo seus animais, terras ou até casas para comprar comida. Mães lutando a cada dia para proteger suas crianças das marcas físicas e mentais da desnutrição. A pobreza mundial não pode ser reduzida sem melhorias na agricultura e nos sistemas de alimentação.”
Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon
Reunião de Alto Nível sobre Segurança Alimentar para Todos, Madrid, (Espanha) 27 de janeiro 2009

Caixa Econômica Federal financia projetos vinculados aos Objetivos do Milênio em cinco estados

 

CEF destina até R$ 120 mil para iniciativas ligadas aos Objetivos do Milênio em Rondônia, Amapá e no Sul. Foco da iniciativa, que conta com apoio do PNUD, é em educação e renda.
Caixa Econômica Federal financia projetos em cinco estadosA Caixa Econômica Federal vai financiar projetos de educação e geração de trabalho e renda em comunidades consideradas vulneráveis em Rondônia, Amapá, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. As atividades serão escolhidas a partir de um edital público, e as contempladas vão receber até R$ 120 mil ao longo de dois anos. A iniciativa faz parte do Programa Caixa ODM, que conta com o apoio do PNUD e financia projetos que contribuem para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.
O programa de financiamentos é desdobramento de outro projeto da Caixa realizado em 2010, que selecionou 74 iniciativas voltadas à capacitação em várias partes do Brasil. Na ocasião, em Rondônia, Amapá, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul não foram apresentados projetos que preenchiam os requesitos do financiamento. Agora, a Caixa direciona as atenções para essas regiões e vai escolher um projeto por estado.
Em cada um deles há um público-alvo específico. Em Rondônia e Amapá, o foco são os povos indígenas, em especial as mulheres. No Paraná, crianças e jovens em situação de exploração sexual. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, mulheres em situação de vulnerabilidade social.
As inscrições para concorrer ao financiamento terminaram na sexta-feira (3/6). A lista de selecionados deve ser divulgada em 5 de julho. O regulamento está disponível no site do banco. Puderam se inscrever entidades sem fins lucrativos e de interesse público com projetos que se enquadrassem em um dos três eixos do concurso: educação e capacitação profissional, economia solidária e fortalecimento de cooperativas através da aquisição de máquinas, equipamentos ou insumos, e investimento em infraestrutura física de espaços comunitários ou centros de convivência.
Os critérios de escolha dos projetos incluem a contribuição das atividades para o alcance dos Objetivos do Milênio, o potencial de impacto econômico e social, o envolvimento das comunidades, a possibilidade de replicação da experiência e a continuidade do projeto depois dos dois anos de financiamento da Caixa. Outro critério é o respeito ao modo de vida, cultura e práticas tradicionais do público alvo.
Os recursos são do Fundo Socioambiental Caixa, lançado em 2010 e que aplica até 2% do lucro do banco em iniciativas de promoção da cidadania e desenvolvimento local sustentável.
 
Fonte:
 

Caixa Econômica Federal e Banco Mundial trabalham para acabar com lixões


O Vice-Presidente da Caixa Econômica Federal, José Urbano Duarte, e o Diretor do Banco Mundial para o Brasil, Makhtar Diop, assinaram na segunda-feira (5/12) um empréstimo de 50 milhões de dólares para o Projeto Integrado de Gestão de Resíduos Sólidos e Financiamento de Carbono. O financiamento apoia a redução da poluição, das emissões de gases de efeito estufa e dos impactos negativos sobre o meio ambiente e a saúde relacionados ao descarte não sustentável de resíduos sólidos.

Ligado ao empréstimo, a CEF assinou também um Acordo de Compra de Reduções de Emissões (ERPA) de 3 milhões com o Banco Mundial. Esta é a primeira ERPA a ser assinada pelo Carbon Partnership Facility do Banco Mundial. A redução das emissões se dará pela captura de metano dos aterros financiados pela Caixa.
A coordenação entre empréstimo e financiamento de carbono representa um instrumento inovador para a área de manejo de resíduos sólidos, permitindo aos setores público e privado acessar os mercados de carbono e produzir benefícios ambientais. A Caixa será o primeiro banco brasileiro a tanto financiar aterros quanto manejar seus programas de carbono.
 
Fonte:

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O Programa Nacional de Habitação Rural

O Programa Nacional de Habitação Rural, integrante do Programa Minha Casa, Minha Vida, oferece subsídios para a construção ou reforma de imóveis aos agricultores familiares, trabalhadores e aposentados rurais com renda anual de até 15.000,00.
A CNA, o SENAR e o INSTITUTO CNA oferecem o apoio técnico e estrutural para a construção dessas moradias e cursos de capacitação e treinamento.
Com moradia digna, homens e mulheres do campo ganham novo ânimo para produzir alimentos em equilíbrio com o meio ambiente, melhorando a renda, a qualidade de vida da família e a economia da região.
PARTICIPANTES DO PROGRAMA
  • MINISTÉRIO DAS CIDADES – Gestor da Aplicação
  • MINISTÉRIO DA FAZENDA – Repasse dos Recursos
  • CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – Agente Financeiro e Gestor Operacional
  • FEDERAÇÃO DE AGRICULTURA DOS ESTADOS
FINALIDADE
Concessão de subsídios, com recursos do Orçamento Geral da União - OGU, aos agricultores familiares, organizados sob a forma coletiva, por meio de uma Entidade Organizadora, para produção da unidade habitacional em área rural.
MODALIDADE: Aquisição de Material de Construção para conclusão, reforma e ampliação da Unidade Habitacional Rural.
PÚBLICO–ALVO
  • Agricultores familiares com renda familar bruta anual de até R$15.000,00, que comprovem enquadramento no PRONAF, Grupo “B”, C”, “V” e “A - Beneficiários do PNCF, por meio da apresentação de DAP – Declaração de aptidão ao PRONAF, emitida nos últimos 3 anos”;
  • Trabalhador rural com renda familiar bruta anual até R$ 15.000,00, comprovada por carteira de trabalho, contrato de trabalho ou declaração do empregador/cooperativa/associação/sindicato;
  • Trabalhador rural aposentado com renda bruta familiar anual até R$ 15.000,00, demonstrada por meio de comprovante de proventos do INSS.
SUBSÍDIOS
CONCEDIDO AO BENEFICIÁRIO
  • Até R$ 25.000,00, destinado à construção da UH - Unidade Habitacional (pagamento do material de construção e mão-de-obra);
  • Até R$ 15.000,00, destinado à conclusão/reforma/ampliação da UH (pagamento do material de construção e mão-de-obra);
CONTRAPARTIDA DO BENEFICIÁRIO
4% do valor do subsídio edificação é devolvido, pelo beneficiário, ao OGU, a título de contrapartida do beneficiário, da seguinte forma:
  • Quatro parcelas anuais, sem juros e sem atualização monetária;
  • Primeira parcela vence um ano após assinatura do contrato.
TipoSUBSÍDIOPERCENTUALCONTRAPARTIDA DO BENEFICIÁRIO
ConstruçãoR$ 25.000,004%R$ 1.000,00
Conclusão Reforma AmpliaçãoR$ 15.000,004%R$ 600,00
ATRIBUIÇÕES DA ENTIDADE ORGANIZADORA
  • Elaboração do projeto do empreendimento;
  • Apresentação do projeto à CAIXA;
  • Organização e indicação do grupo de beneficiários;
  • Participação no investimento com aporte financeiro ou bens e/ou serviços economicamente mensuráveis, se necessário;
  • Acompanhamento e execução das obras do empreendimento;
  • Execução do TTS - Trabalho Técnico Social e ATEC – Assistência Técnica
  • Conclusão do empreendimento, dentre outras.
Obs.: Definidas no Termo de Cooperação e Parceria – TCP, firmado entre a EO e a CAIXA.
PROPOSTA/PROJETO DE INTERVENÇÃO
  • Aprovação jurídico/cadastral, de engenharia e de trabalho técnico social;
  • Mesmo regime de construção para todas as UHs - Unidades Habitacionais;
  • Localização das UHs em, no máximo, três municípios limítrofes;
  • Limite de 50 UH por projeto e no mínimo 04 UH;
  • Comprovação de origem legal das madeiras nativas utilizadas nas obras do empreendimento.
GLEBA/TERRENO
  • Até 4 módulos fiscais, exceto áreas indígenas e comunidades quilombolas;
  • Vias de acesso, soluções para abastecimento de água, esgoto sanitário e energia elétrica;
  • Terreno de propriedade do beneficiário;
  • Terreno de propriedade de terceiros:
    • Comprovado parentesco até 3º grau entre um dos proprietários com o beneficiário;
    • Autorização dos proprietários para produção da UH pelo beneficiário.
  • De posseiro, de boa fé de terras públicas ou ocupantes de terras particulares, com direitos sucessórios, mas com processos de partilha ainda não encaminhados ou não concluídos, e não havendo dúvidas sobre o domínio do imóvel;
  • Terreno com cláusula de usufruto vitalício (usufrutuário /nu-proprietário);
  • Terreno de Comunidade Quilombola.
BENEFICIÁRIOS – EXIGÊNCIAS
  • Ser indicado pela Entidade Organizadora - EO;
  • Apresentação de documentos pessoais;
  • Comprovação de capacidade civil;
  • Regularidade perante a Receita Federal;
  • Ser brasileiro nato ou naturalizado; se estrangeiro, ter visto permanente no País;
  • Comprovar renda familiar anual de até R$ 15.000,00.
BENEFICIÁRIOS – IDADE
Não há limite máximo de idade.
DOCUMENTAÇÃO
Relação de documentos e modelos específicos serão disponibilizados pela EO.
RESTRIÇÕES AO BENEFICIÁRIO
  • Possuir registro no CADIN – Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal;
  • Possuir débitos não regularizados junto à Receita Federal;
  • Possuir financiamento imobiliário ativo em qualquer localidade do País;
  • Possuir área superior a 4 módulos fiscais conforme legislação em vigor;
  • Ser proprietário, cessionário, arrendatário ou promitente comprador de outro imóvel residencial, seja urbano ou rural (excetuando a propriedade onde se implantará a UH), situado no atual local de domicílio ou onde pretende fixá-lo; no caso de reforma é admitida a propriedade do imóvel residencial rural objeto da reforma;
  • Ter figurado, a qualquer época, como beneficiário de programa habitacional lastreado nos recursos do OGU, do INCRA ou de desconto habitacional concedido com recursos do FGTS;
  • Ser beneficiário do Programa de Reforma Agrária – assentados da reforma agrária – independentemente do enquadramento da DAP;
  • Estar enquadrado no grupo “A” (exceto beneficiário PNCF) e grupo “D” do PRONAF;
  • Receber renda anual familiar consignada na superior a R$15.000,00;
  • Ter recebido, a qualquer época, recursos do crédito fundiário para construção da moradia;
  • Não é admitida a transferência de intervivos, nem cessões de direitos, promessas de cessões de direitos ou procurações, que tenham por objeto a alienação, onerosa ou gratuita, ou a promessa de compra e venda e a cessão de imóveis, componentes do Programa, antes do final do prazo da operação.
PRAZO DE CONSTRUÇÃO
Entre 4 e 12 meses
CONTATOS
COORDENAÇÃO NACIONAL
Instituto CNA
SGAN Quadra 601, Módulo K - Térreo
Brasília, DF - CEP: 70830-903
Fone: (61) 2109 1550 - Fax (61) 2109 1322
E-mail: institutocna@institutocna.org.br
 
Fonte:

Ricardo Inamasu, afirma que a forma adotada pela entidade para desmistificar o conceito ajuda o produtor a utilizar a tecnologia que tem nas mãos.

Pesquisador da Embrapa e palestrante dos seminários de AP do SENAR, Ricardo Inamasu, afirma que a forma adotada pela entidade para desmistificar o conceito ajuda o produtor a utilizar a tecnologia que tem nas mãos.
“A agricultura de precisão é um tema amplo e complexo e o formato que o SENAR adotou para desmistifica-lo é mais simples, mostrando para o produtor que a AP não é adotar uma máquina, é aplicar a gestão, visando lá na frente o retorno econômico,” destaca o pesquisador da Embrapa Instrumentação, Ricardo Inamasu.
O pesquisador é um dos palestrantes da série de seminários sobre agricultura de precisão que o SENAR está realizando em 10 estados desde o mês de setembro. Ele participou dos seis primeiros seminários que aconteceram no Maranhão, Piauí, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia e Paraná e faz um balanço do evento.
“Os seminários estão muito legais, sentimos as diferentes características de cada região e isso é muito rico. Acabamos aprofundando um pouco aqui e ali no assunto abordado de acordo com a receptividade do público. A reação dos produtores é muito boa. Eles nos abordam sempre com questionamentos positivos”, afirma. Ricardo Inamasu aplicou um questionário em todos os eventos para levantar dados de cada região sobre o tema. Ele diz que os dados, depois de compilados, serão publicados num artigo.
“Os questionários vão ser trabalhados, mas a ideia é que sirvam para termos um posicionamento da AP nessas regiões, focando a iniciativa positiva do SENAR e a parceria com a Embrapa. E, além disso, criar um panorama da agricultura de precisão, destacando a necessidade de utilizá-la e mostrar para o mundo o que o Brasil vem fazendo nesse sentido”.
O pesquisador revela que no município de Cascavel, no Paraná, por exemplo, apesar do grande número de produtores que utilizam AP, o conceito levado no seminário foi um conhecimento novo para eles. “Os produtores estão usando equipamentos de precisão, os depoimentos são interessantes, mas a base conceitual que estamos passando para eles é o que irá estruturar o que estão fazendo atualmente com essa tecnologia. E isso é muito gratificante,” acrescenta.
 
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A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participará do processo de regulamentação do novo Código Florestal, assegurando, assim, que as posições dos produtores rurais possam ser ouvidas e consideradas pelo Executivo. A garantia foi dada pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, à presidente da CNA, senadora Kátia Abreu. Elas reuniram-se nesta quarta-feira (24/10), no ministério, para discutir alguns pontos do texto sancionado pela presidente da República, Dilma Rousseff, na semana passada, para complementar o novo Código Florestal.
Para a presidente da CNA, a situação dos produtores, especialmente os pequenos e médios, que estão produzindo comida nas Áreas de Preservação Permanente (APPs), é um dos assuntos que precisam ser considerados nessa etapa de regulamentação da lei. Defendeu que o Executivo estabeleça um escalonamento de prazos para os produtores se adaptarem ao Código, especialmente do ponto de vista econômico, respeitando um cronograma para desocupação dessas áreas. “É importante que essa questão seja observada. A CNA tem uma grande preocupação com relação a esses produtores que plantam há anos nas margens de rios”, afirmou a senadora Kátia Abreu.
A questão da irrigação também é um ponto que precisa ser avaliado durante o processo de regulamentação da Lei 12.651 e do Decreto 7.830, ambos de 2012, especialmente no que se refere às exigências para a regulamentação da prática. “Esse ponto terá atenção especial porque se quisermos aumentar a produção e a produtividade sem derrubar nenhuma árvore, nós vamos precisar irrigar”, afirmou a presidente da CNA. De acordo com ela, o potencial para irrigação no Brasil é de 30 milhões de hectares, mas, atualmente, apenas 5 milhões de hectares são irrigados. A meta é dobrar a área irrigada em 10 anos, visando produzir mais para suprir a demanda dos mercados interno e externo.
Na reunião, a senadora Kátia Abreu manifestou preocupação com a possibilidade de a regulamentação do novo Código Florestal ficar, por exemplo, a cargo do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e não da Presidência da República ou do Ministério do Meio Ambiente. “Nós temos o maior respeito pelo Conama e sabemos da importância desse conselho para o Brasil, mas quem pode regulamentar essas questões é o Executivo ou o Congresso Nacional em alguns casos”, afirmou. “Nós temos a garantia de que todas as regulamentações serão feitas pela Presidência da República ou pelo ministério”, completou.
Outro aspecto discutido foi o georreferenciamento. Para a CNA, os produtores poderiam ter dificuldades para aderir ao Cadastro Ambiental Rural (CAR) e ao Programa de Regulamentação Ambiental (PRA) se o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) participar do processo de validação do georreferenciamento. “Isso seria um caos para o País e o texto não ficou bem normatizado nesse aspecto”, afirmou a senadora Kátia Abreu. Na reunião, a ministra Izabella Teixeira informou que a intenção não é complicar o processo. Esse assunto também foi tratado pela presidente da CNA ontem, em reunião com o Advogado-Geral da União, Luis Inácio Lucena Adams. Eles se comprometeram a apresentar uma proposta de adequação para a questão no prazo de uma semana.
Assessoria de Comunicação CNA
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Combate a incêndios florestais ganha reforço na Bahia

Notícias
 
24.10.2012 - Para intensificar as ações de combate a incêndios florestais, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), por meio do Programa Bahia sem Fogo, contratou duas aeronaves e dois helicópteros, em um investimento de R$ 1,5 milhão por um período de 120 horas. A partir desta quarta-feira (24), em regime emergencial, haverá uma série de sobrevôos nas regiões da Chapada Diamantina e oeste baiano para monitorar e combater os focos de incêndios.
O tra balho de combate ao fogo nas duas regiões envolve o esforço de 536 brigadistas voluntários, 58 homens do Corpo de Bombeiros, dez técnicos do Inema e seis policiais militares da Companhia de Policia Ambiental e do Cerrado (Cippa), além do apoio do Prevfogo e ICMBio. O governo do Estado também disponibilizou R$ 10 mil para compra de água e alimentos para as brigadas, R$ 1 milhão para equipamento de proteção individual EPi(s) que inclui bomba costal, óculos de proteção, fardamento anti chamas, botas entre outros.
Capacitação - Além de desenvolver ações efetivas de combate ao fogo, A Sema, por meio da Operação Bahia sem Fogo também trabalha com ações de educação ambiental e fiscalização, através de visitas às comunidades, orientações aos produtores rurais. A Operação capacitou mais de 307 brigadistas, em 13 municípios da região Oeste, Chapada Diamantina e Semiárido e 12 brigadas. O curso com carga horária de 40h, foi concluído no último mês de julho, e priorizou líderes, moradores e sindicalistas das regiões onde são registrados os maiores índices de incêndio.
Para a técnica de fiscalização do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Fabíola Cotrim, a contratação das aeronaves vem a somar com o trabalho desenvolvido pelos técnicos de fiscalização preventiva do Inema, Corpo de Bombeiros, brigadistas voluntários e apoio do Instituto Chico Mendes (Icmbio). “Todo o trabalho ganha força com a ajuda da comunidade, através das denúncias, das organizações sociais e por meio da sensibilização ambiental”, pontuou.
Na Chapada Diamantina, a equipe de fiscalização preventiva registrou vários focos de incêndios nos municípios de Piatã, Serra da Santana, Abaíra, Serra do Piaiu e na Área de Proteção Ambiental Marimbus-Iraguara. Além disso, Lençóis, Mucugê, Palmeiras e Andaraí. Já no oeste da Bahia, os focos de incêndios começaram a surgir em Formosa do Rio Preto, Santa Rita de Cássia, Santa Maria da Vitória e São Desidério.
 
Fonte: Ascom/Sema