segunda-feira, 23 de julho de 2012

CARACTERÍSTICAS GERAIS DO CACAU



O cacaueiro é uma planta estimulante, tropical, pertencente a família das Esterculiáceas, encontrada em seu habitat, nas Américas, tanto nas terras baixas, dentro dos bosques escuros e úmidos sob a proteção de grandes árvores, como em florestas menos exuberantes e relativamente menos úmidas, em altitudes variáveis, entre 0 e 1.000 m do nível do mar. Do fruto do cacaueiro se extraem sementes que, após sofrerem fermentação, transformam-se em amêndoas, das quais são produzidos o cacau em pó e a manteiga de cacau. Em fase posterior do processamento, obtém-se o chocolate, produto alimentício de alto valor energético. Envolvendo as sementes, encontra-se grande volume de polpa mucilaginosa, branca e açucarada, com a qual se produzem sucos, refrescos e geleias. Da casca extrai-se a pectina, que após simples processamento mecânico, se transformam em ração animal, ou ainda, por transformações biológicas, pode ser usada como fertilizante orgânico.
Cultivares
Clones
Selecionados em regiões cacaueiras do Estado da Bahia, introduzidos de outras regiões cacaueiras, nacionais ou estrangeiras, adaptados às condições de solo e clima baianos.
Híbridos
Provenientes de cruzamentos interclonais entre cacaueiros dos grupos Amazônico e Trinitário.
Clima
Latitude entre 22° N e 22° S. Adapta-se bem regiões com temperaturas médias superiores a 21°C. Tolera por curto espaço de tempo, temperaturas mínimas próximas a 7°C, durante os meses mais frios do ano, porém pode ocorrer injúria nas sementes, resultando em um produto final de qualidade inferior. Exige precipitações pluviométricas superiores a 1.300 mm anuais, bem distribuídos ao longo do ano, como na região litorânea e Vale do Ribeira e grande parte do planalto paulista. Regiões com deficiência hídrica superior a 100 mm anuais não são indicadas à exploração econômica da cacauicultura.
Solos
Devem ser profundos e bem drenados. Na região litorânea, os mais indicados são os latossolos vermelho-escuro, o prodizólico vermelho-amarelado e solos aluviais de boa fertilidade natural. No planalto paulista, os prodizolizados de Lins e Marília var. Marília, e os latossolos roxos.
Época de plantio
Sementes em viveiro – setembro a abril.
Mudas no campo – praticamente o ano todo, na região litorânea e vale do Ribeira. No planalto paulista, de outubro a março.
Espaçamentos
Diversos, em função da fertilidade do solo e dos objetivos da exploração econômica, podendo variar entre 1.000 a 2.000 plantas/hectare.
Controle da erosão
Plantio em nível, nas encostas.
Mudas necessárias
Entre 1.000 e 2.000, em função dos espaçamentos adotados.
Calagem
De acordo com a análise de solo, elevar o índice de saturação por bases para 50%.
Adubação de plantio
60 dias antes do plantio, incorporar por cova, 2 a 4 litros de esterco de galinha ou 10 a 20 litros de esterco de curral curtido, 1 Kg de calcário dolomítico ou magnesiano, 100 g de P2O5, 02 a 60 Kg/ha de K2O e até 4 Kg/ha de Zn. Acrescentar, em cobertura, 4 aplicações de 10 g de N/planta, de dois em dois meses.
Adubação de formação
Aplicar em cobertura ao redor das plantas, em três parcelas no período das chuvas, de acordo com a idade das plantas e a análise de P e K no solo em gramas por planta: no 1º ano,40 g de N, 20 a 60 g de P2O5 e 20 a 60 g de K2O; no 2º ano, 80 g de N, 30 a 90 g de P2O5 e 30 a 90 g de K2O; no 3º ano, 120 g de N, 40 a 120 g de P2O5 e 40 a 120 g de K2O.
Adubação de produção
Aplicar de acordo com a análise de solo, 50 Kg/ha de N, 30 a 90 Kg/ha de P2O5, 20 a 60 Kg/ha de K2O e até 4 Kg/ha de Zn, parcelados em três vezes, e aplicados em cobertura, nos meses de outubro, dezembro e março.
Outros tratos culturais
Roçadas, para manter a cultura limpa; desbrotas, para eliminar ramos ladrões; podas, para dar forma a planta e facilitar os tratos culturais e as colheitas.
Arborização
Em matas virgens, proceder ao raleamento parcial da área deixando as espécies arbóreas desejáveis para apropriar 40% de sombra à plantação. Em terrenos desbravados, arborear com as seguintes espécies de utilização temporária própria como bananeira-prata, bananeira-nanicão, Thephrosia candida DC ou Leucaena glauca Benth., em associação com as espécies permanentes, com farinha-seca (Ptecellobium edwallii), para sombreamento, e Grevillea robusta A. Cunn. ou jaqueira (Artocarpus integrifolia L. f. Moraceae) para quebra vento.
Controle de pragas e doenças
Efetuar controle sistemático às formigas quenquém e saúva, com produtos específicos. No controle a outros insetos, principalmente tripes, vaquinhas, percevejos e lagartas, empregar deltamethrin, malathion, trichlorfon ou carbaryl. Controle preventivo das doenças fúngicas: podridão-parda (Phytophthora spp.) – acefato de trifenil estanho, hidróxido de trifenil e estanho e fungicidas cúpricos; podridão-morena (Botryodiplodina theobromae) – fungicidas cúpricos; e antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) – mancozeb e cúpricos.
Colheita
Inicia-se a partir do 2º ano. Do 2º ao 4º ano, os frutos podem ser colhidos praticamente durante o ano todo. A partir do 5º ano, as colheitas são feitas em dois períodos: safra (novembro a fevereiro) e temporão (abril a agosto).
Produtividade normal
A partir do 7º ano, 1.200 a 1.500 Kg/ha
FATORES QUE AFETAM O FLORESCIMENTO E FRUTIFICAÇÃO DO CACAUEIRO, CLASSIFICADOS QUANTO AO NÍVEL DE INFLUÊNCIA EM: SIM (S), NÃO (N) E (S/N)
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Para determinar os fatores que influenciam no florescimento e frutificação do cacaueiro foi utilizado o seguinte roteiro orientador.
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NOVAS VARIEDADES CLONAIS RESISTENTES À VASSOURA–DE–BRUXA
Estratégia de obtenção
Deste a constatação da ocorrência da vassoura-de-bruxa na Bahia em 1989, o programa de melhoramento de cacaueiro do Centro de Pesquisa do Cacau (CEPEC) tem direcionado suas ações para o desenvolvimento e seleção de variedade semanais e clonais com resistência a esta enfermidade.
Duas estratégias foram adotadas, a saber:
1. Seleção em fazendas: Considerando a potencialidade das plantações comerciais de cacau para identificar e selecionar cacaueiros residentes á vassoura-de-bruxa, um programa de prospecção em áreas altamente infectadas de cacau foi implantado com bastante sucesso. Esta ação resultou na identificação de inúmeras plantas resistentes á doença, a série VB, as quais encontram-se reunidas em coleções no CEPEC para avaliações complementares. Muitas das plantas selecionadas que apresentam características agronômicas superiores foram, também, distribuídas entre produtores. Como uma forma extra de acompanhamento e avaliação. Esta parceria possibilitou a validação dos seus atributos resultando na recomendação para o plantio de algumas dessas seleções;
2. Melhoramento de população: Paralelamente, populações de cacaueiros foram geradas com os objetivos de: a) busca associação e acumulação de genes relacionados á resistência a vassoura-de-bruxa identificados em fontes distintas, b) ampliar a base genética da resistência, c) promover maior diversidade genética, d) melhorar caracteres de frutos e sementes (físicos e de qualidade), e de produção e compatibilidade sexual. Muitas das plantas resistentes que têm sido selecionadas dentro dessas populações são autocompatíveis e reúnem, sobretudo, características agronômicas desejáveis. Ademais, são clones derivados de cruzamento entre parentais com boa capacidade geral de combinação e que irão proporcionar não somente diversidade genética em termos de resistência a vassoura-de-bruxa, como também, uma fonte de pólen compatível com todos os outros clones em uso no processo de renovação. São nessas qualidades genético – agronômicas que a CEPLAC se respalda para recomendação e liberação dos novos clones para acelerar o processo de renovação em andamento no estado da Bahia.
Clones Recomendados
Os 10 clones ora recomendados somam-se aos 10 já liberados. Desses, seis procedem de seleções feitas em plantações comerciais e quatro são oriundos de seleções dentro das populações desenvolvidas experimentalmente. Estes clones deverão integra-se à serie CEPEC, com as denominações de CEPEC 2002 a CEPEC 2011. As relações de compatibilidade e características básicas dos clones da série CEPEC estão apresentadas respectivamente nos quadros 1 e 2 e nas figuras 1 a 10.
Política de Distribuição
Estes clones foram todos repassados ao Instituto Biofábrica de Cacau para multiplicação e distribuição de propágulos e mudas. Dada a limitada disponibilidade inicial de propágulos, torna-se estratégico que seja fornecido aos produtores um número reduzido de hastes de cada um dos clones, porém suficiente para o estabelecimento de jardins clonais nas suas fazendas. Isso garantirá uma multiplicação inicial mais ampla e eficaz.
Uso adequado de clones
Para maiores esclarecimentos e orientações em relação ao melhor material, alguns aspectos devem ser informados. Por exemplo, se recomenda que o clone CEPEC 2010 seja plantado em locais de alta precipitação pluviométrica e com boa distribuição durante o ano, já que o tamanho médio da semente naturalmente pequeno, pode sofrer redução em condições de deficiência hídrica. Em relação á resistência a podridão-parda, tem-se observado que alguns destes clones apresentam reações de susceptibilidade (S), especialmente a Phytophtora citrophtora, uma das espécies de fungo mais agressiva (Quadro 2). Por segurança, recomenda-se, que os clones listados susceptíveis não sejam utilizados em locais propícios á proliferação de fungo, ou seja, com muita umidade e sombra como boqueirões ou proximidades de riachos.
Os clones CEPEC 2002 a 2007 são todos autocompatíveis, podendo, assim, também fertilizar qualquer outro clone. Mesclados com outros clones podem melhorar ao nível geral de frutificação e reduzir sensivelmente os efeitos da incompatibilidade sobre a produção. Foi verificada também segregação para cor branca nas sementes do CEPEC 2005.
As novas siglas dos cincos clones selecionados em plantações comerciais e suas correspondências anteriores são: CEPEC 2002 (VB-1151), CEPEC 2007 (VB-681), CEPEC 2008 (VB-547), CEPEC 2009 (VB-663), CEPC 2010 (VB-514), CEPEC 2011 (VB-892).
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Quadro 1. Relação de compatibilidade dos clones da série CEPEC
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Quadro 2. Características gerais dos clones
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A DOENÇA VASSOURA-DE-BRUXA (VB)
A doença vassoura-de-bruxa do cacaueiro, (doravante denominada VB), causada pelo fungo Crinipellis perniciosa, infecta as regiões meristemáticas da planta, principalmente frutos novos, lançamentos e almofadas florais, ocasionando queda acentuada na produção, dano nas almofadas florais e enfraquecimento geral da planta.
Atualmente, a doença constitui-se no maior problema fitopatológico das regiões produtoras de cacau do Continente Americano, atingindo, no Brasil, os cacauais da Amazônia (Pará, Rondônia, Amazonas, Mato Grosso e Acre) e especialmente os do estado da Bahia. A enfermidade foi detectada no sul da Bahia e hoje se encontra espalhada em toda área de cultivo.
Passada a fase inicial e, após um período que pode variar de 3 a 9 semanas, aparentemente, ocorre a dicariotização do micélio fúngico e a formação de um micélio secundário, dicariótico e fibulado, com hifas mais estreitas que invadem as células dos tecidos do hospedeiro onde se encontram, culminando com a morte dos ramos (das antigas vassoura verde). As vassouras, agora necróticas, de coloração amarronzada, podem permanecer presas à planta ou podem se destacar e cair no solo. O micélio presente nessas vassouras produz então basidiomas onde são, por sua vez, gerados os basidiósporos, fechando o ciclo de vida do fungo.
O PROJETO GENOMA DE CRINIPELLIS PERNICIOSA, FUNGO CAUSADOR DA VB
Atividades
O projeto integra três tipos de atividades, esquematizadas na figura 1: (1) geração e análise de seqüências; (2) armazenamento e gerenciamento de dados; (3) utilização de dados e geração de soluções.
Geração de dados
Coordenação de DNA: Responsável por construir e distribuir o material a ser seqüenciado e por coordenar e harmonizar o trabalho dos demais grupos. Laboratórios de Seqüenciamento: Responsáveis por gerar seqüências em número e qualidade a serem definidas no início do projeto.
Chips de DNA. A partir das seqüências obtidas, serão produzidos chips de DNA com hibridização a ser feita a partir dos mRNAs das diversas fases do fungo. Os chips serão construídos e analisados na UNICAMP. O mRNA deverá ser obtido a partir dos laboratórios da CEPLAC e da UESC, que detêm o conhecimento do organismo e desenvolveram metodologia para crescimento do fungo em laboratório.
O cacaueiro pode ser propagado tanto por via sexual quanto por via vegetativa. Na propagação vegetativa, podem ser utilizados métodos rotineiros como enxertia de brotos por garfagem, borbulhia ou estaquia. Esse último método vem sendo utilizado no estado da Bahia para produção de mudas em larga escala no modelo de Biofábrica.
Melhoramento Genético do Cacaueiro
Introdução
O melhoramento genético do cacaueiro historicamente começou em Trinidad. Sendo considerado, como o bem mais sucedido do mundo. A base dos trabalhos de melhoramento foram as expedições botânicas a região de origem nos anos de 1933 e 1938. Nos materiais encontrados eram selecionados aqueles que possuíssem: (i) amêndoas secas pesando próximo de 1,07 gramas ou 93 amêndoas por 100 gramas e (ii) conteúdo médio de gordura e casca respectivamente 55% e 11%.
Dentre as características de cultivar selecionado destacava-se ainda a tolerância ou resistência a pragas de importância regional além de ampla adaptabilidade local. Os trabalhos para controle da doença vassoura-de-bruxa no Equador e em Trinidad na década de 40, tiveram como partida o emprego do clone resistente SCA 6, em cruzamentos com trinitários para incremento do tamanho das sementes.
ANTES DA CHEGADA DA VASSOURA-DE-BRUXA
Para se entender a essência dos trabalhos de melhoramento feitos pela CEPLAC, faz-se necessário dividi-los em dois períodos que são; antes e depois da chegada a Bahia do fungo Crinipellis perniciosa causador da doença conhecida como vassoura-de-bruxa.
Até a década de 70 os principais problemas agronômicos que estimularam a pesquisa no Brasil, via melhoramento foram: (i) auto-incompatibilidade; (ii) aspectos qualitativos físico-químicos relacionados com a amêndoa do cacau; (iii) tamanho dos frutos; (iv) uniformidade das árvores; (v) produtividade e resistência a pragas e doenças.
Os trabalhos desenvolvidos pela CEPLAC resultaram em diferentes produtos híbridos. A estratégia era pautada em cruzamento entre indivíduos selecionados que em campo apresentassem as seguintes características:
· Precocidade
· Qualidades organolépticas (teor de gordura, cheiro, sabor)
· Peso da amêndoa seca acima de 1,2g
· Produção com 1 a 2 anos de antecedência
· Longevidade
· Variabilidade
· Vigor híbrido (heterose)
· Resistência às pragas e doenças
O fato da cor das amêndoas do cacau catongo tornar-se pigmentada (tomar a coloração violácea) quando seus óvulos são fecundados pelo pólen de outras variedades, além da boa produtividade deste material fez com que nos cruzamentos do passado, esta variedade fosse utilizada como receptora de pólen, dando-lhe valor prático na hibridação.
A iniciativa de recomendar mistura de híbridos e não híbridos isolados foi tomada pela CEPLAC coma base no fato de que a heterogeneidade de uma população ser benéfico para manter as lavouras com menor nível de infecção de doenças fúngicas em especial a podridão parda Phythophtora spp. Além de assegurar redução dos efeitos negativos da incompatibilidade sobre a produção de frutos.
TRABALHOS DA DÉCADA DE 90 E DO INÍCIO DO SÉCULO XXI
Com a introdução da VB na região sul da Bahia, os trabalhos de melhoramento voltaram-se quase que exclusivamente para encontrar fontes de resistência ao fungo, assim o produtor de cacau passou a ter três opções quanto ao uso de material genético: A primeira foi o uso de variedades clonais selecionadas pela CEPLAC, a segunda foi à utilização de propágulos obtidos da variedade Theobahia ou sementes desses materiais, e a terceira opção foi à seleção de cacaueiros resistentes na própria fazenda ou em áreas vizinhas.
Muitos esforços têm sido envidados pelos governos Federal, através da CEPLAC, e Estadual, através da Secretária Agricultura do estado da Bahia e da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, para controlar a doença. Em um curto espaço de tempo, uma série de novas tecnologias e processos foram lançados. Cita-se, por exemplo, (i) cultivares clonais resistentes; (ii) tecnologias da enxertia; (iii) enraizamento de estacas e; (iv) poda fitossanitária associadas com fungicidas, inclusive biofungicidas. Essas tecnologias que permitem conviver com a doença estão todas no campo e foram aprovadas pelos agricultores.
A variedade theobahia (variedade seminal de tolerância ao fungo) em ensaios de avaliação mostrou-se bastante produtiva chegando a apresentar produtividades de até 100@ ha-1. No entanto, essa variedade é muito susceptível a doença conhecida como mal do facão causada pelo fungo Cerotocistii fimbiata, que provoca obstrução de vasos, secamento de folhas e morte das plantas fazendo com que o plantio não mais fosse recomendado.
Os primeiros trabalhos buscando plantas resistentes na região amazônica foram realizados por Stell (1933) e Pound (1938) que resultaram na seleção de duas plantas comprovadamente livres de infecção que foram denominadas de SCA “Scavina” 6 e 12. Como já citado essas plantas foram as bases genéticas do melhoramento realizado no Equador e Trinidad onde a doença chegou na década de 30.
A ocorrência de plantas tolerantes nas propriedades agrícolas resulta das combinações híbridas distribuídas pela CEPLAC no passado que tiveram participação da “família Scavina”. Assim, os produtores puderam encontrar em suas propriedades, diferentes materiais com bom e às vezes ótimos graus de tolerância que recebem o nome popular de clone VB. A seleção das plantas para tolerância a VB é baseada em dois pressupostos que são: produtividade e tolerância à doença e podem ser resumidos nas tabelas 1 e 2.
. Principais características de um clone VB selecionado na propriedade.
1. Número de vassouras vegetativas à(máximo de 10 /ano)2. Número de vassouras de almofada à(de preferência ausente)
3. Observar o tamanho das vassouras vegetativas à (evitar as grandes)
4. O sabor adocicado da polpa, geralmente indica algum parentesco com o SCA
5. Na procura das novas plantas considerar:
· Procurar plantas de porte pequeno a médio, evitar as plantas grandes.
· Evitar plantas de copas excessivamente vigorosas
. Observações de campo para escolha de um Clone VB
1. Número de frutos por planta: de 50 a 80
2. Número de sementes por fruto: > 40 sementes
3. Peso de uma semente seca: 1,0 a 1,2 g
4. Tamanho do fruto: médio a grande
5. Espessura da casca: quanto mais fina melhor
6. Avaliação da incompatibilidade sexual (uso de polinização artificial).
Marcadores moleculares como ferramenta do programa de melhoramento foram utilizados no Centro de Pesquisa do Cacau CEPEC, Unidade da CEPLAC. Os marcadores moleculares poderão simplificar de maneira expressiva diversos procedimentos envolvidos no desenvolvimento de novos cultivares. Dentre os quais destacaram como vantagem (i) seleção de plantas jovens; (ii) uso intensivo de casa de vegetação e laboratório; (iii) não influência ambiental nos resultados.
As técnicas moleculares como RAPD, RFLPs e AFLP, constituem, no momento, as melhores opções para utilização em cacau. Até o momento as técnicas moleculares permitiram identificar plantas descendentes de Scavina que podem representar novas fontes de tolerância.
Fonte: CEPEC/CEPLAC

Certificação Biologica dos Viveros de Seringueira

Sobre a Seringueira






Ricardo Pereira - Biólogo



SEM LEGENDAA seringueira, cujo nome científico é Hevea brasiliensis, é uma árvore de porte ereto, podendo atingir 30m de altura total sob condições favoráveis, iniciando aos 4 anos a produção de sementes, e aos 6 -7 anos (quando propagada por enxertia) a produção de látex (borracha) (IAPAR,2004).
Seu tronco varia entre 30-60cm de diâmetro. A casca é o principal componente do tronco, responsável pela produção de látex, transporte e armazenamento de assimilados produzidos na folha. Além dos vasos laticíferos, acham-se na casca, próximo ao câmbio, os tubos crivados, as células parenquimatosas e os raios medulares.
O desenvolvimento das raízes da seringueira está diretamente relacionado às condições físicas ideais do solo, como boa aeração, drenagem e retenção de umidade adequada, permitindo maior exploração do sistema radicular da planta por volume de solo.
Possui folhas compostas trifoliadas, longamente pecioladas, com folíolos membranáceos e glabros.
A espécie pertence ao grupo das Dicotiledôneas, sendo monóica. As flores são unissexuadas, pequenas, amarelas e dispostas em racimo. O fruto é uma cápsula grande, que geralmente apresenta três sementes. Estas são geralmente grandes e pesam, em média, de 3,5 a 6,0g de forma oval com a superfície neutral ligeiramente achatada. O tegumento é duro e brilhante, de cor marrom, com numerosas matizes sobre a superfície dorsal.
A seringueira (Hevea brasiliensis) é atualmente a principal fonte da borracha natural no mundo. A borracha dessa árvore foi descoberta em meados do século XVIII.
O Brasil tornou-se o maior produtor mundial da borracha natural e passou a abastecer o comércio internacional de 1879 a 1912. Isso trouxe riqueza e desenvolvimento para cidades como Manaus, Belém e Rio Branco, na época e ainda foi responsável pela colonização do Acre, então território da Bolívia, que mais tarde foi anexado ao Brasil (LEÃO, 2000).
Entretanto, a partir de 1912, as exportações brasileiras foram substituídas continuamente, até serem paralisadas no final dos anos 40 (PEREIRA, 2000).
O fim do ciclo da borracha iniciou em 1876 quando Henry Wickham levou para Inglaterra 70 mil mudas de seringueira onde apresentaram notável desenvolvimento. Neste mesmo período, 2.000 mudas foram levadas para Malásia onde também conseguiram se desenvolver. Em 1913, as seringueiras malaias superavam a produção do Brasil: 47.000 toneladas contra 37.000 mil toneladas (LEÃO, 2000).
Os fatores que contribuíram para o sucesso da produção da borracha natural na Ásia foi o fato de a seringueira ser cultivada de forma comercial naqueles países, além da inexistência do fungo causador do mal-das-folhas, doença mais comum dos seringais, principalmente da Amazônia. No Brasil, isto ocorreu diferentemente, onde o sistema de produção era extrativista e o investimento em pesquisa agrícola não era tão grande quando comparado com o do Ásia. Assim, desde 1912, os países asiáticos passaram a dominar o mercado mundial (BORRACHA NATURAL, 2006).
Mas, foram feitas algumas tentativas no Brasil objetivando aumentar a produção nacional da borracha natural.
A partir da década de 60 foram elaborados no país planos ambiciosos para expandir a produção da borracha natural via cultivo da seringueira. Nos anos 70 e 80, o país investiu mais de US$ 1,0 bilhão para viabilizar a cultura na Amazônia (PEREIRA, 2000).
Todavia, apenas os seringais formados fora da região Amazônica tornaram-se viáveis e fizeram crescer a produção nacional da borracha natural. De 1971 a 2004, a produção nacional de borracha natural aumentou 400% (Figura 1), mas ainda é pequena quando comparada com a dos países asiáticos.
A cultura da seringueira na Amazônia não obteve sucesso devido ao efeito devastador do fungo Microcylus ulei, causador do mal-das-folhas (PEREIRA, 2000).
Pragas e Doenças
Entre as doenças que ocorrem na espécie, o “mal-das-folhas” é uma das mais conhecidas. É causada pelo fungo Microcylus ulei e é o principal fator limitante à expansão da heiveicultura no Brasil, principalmente na região Norte do país. O dano maior é a queda prematura de folhas, podendo levar as plantas à morte. O controle pode ser realizado utilizando clones resistentes, área de escapes ou fungicidas.
Podemos destacar também as doenças provocadas pelo fungo Phytophthora spp. Nos últimos anos, este tem causado danos superiores ao mal-das-folhas, atacando folhas, frutos e hastes. Os sintomas são: requeima, queda anormal das folhas, podridão dos frutos, cancro estriado do painel e cancro do tronco. Ocorre somente no Brasil e tem maior importância no sudeste da Bahia.
O controle pode ser feito utilizando fungicidas, área de escape, limpeza e queima de ramos e galhos infectados da porção mais baixa da copa. Além da requeima e queda anormal das folhas, o fungo é responsável pelo cancro-estriado (cancro-do-painel) e o cancro-do-tronco. O sintoma do cancro-estriado é a interrupção das sangrias durante o período chuvoso, prejudicando a produção.
O cancro-do-tronco pode danificar as plantas com a formação de sintomas de cancro típico ou anelar, levando as árvores à morte.
Ainda há a mancha areolada causada pelo fungo Thanatephorus cucumeris, a antracnose pelo Colltotrichum gloeosporioides, que se manifesta em folhas imaturas, ramos, frutos e no painel, a Podridão Vermelha pelo Ganoderma philipii a Podridão Parda pelo Rigidoporus lignosus e a Podridão Branca pelo Phellinus noxius.
Quanto às pragas que atacam o seringal, há os ácaros, besouros desfolhadores, mandarovás, formigas, moscas brancas, cochonilhas, percevejos-de-renda e cupins.
Aproximadamente 60 espécies de ácaros de diferentes famílias têm sido relatadas no Brasil em seringueira. Dentre as espécies de ácaros fitófagos encontradas em seringueira, duas são consideradas pragas sérias nas regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil: Calacarus heveae Feres (Eriophyidae), que têm causado severo desfolhamento das plantas e conseqüente queda da produtividade do látex (Vieira & Gomes 1999, Feres 2000) Tenuipalpus heveae Baker (Tenuipalpidae), que causa bronzeamento e queda prematura das folhas, o que parece determinar redução significativa da produção de látex (Pontier et al. 2001) (BELLINI et al., 2005).
O ácaro “Calacarus heveae” é uma espécie pertencente a um grupo de ácaros muito pequenos (0,1 a 0,3 mm de comprimento), com o corpo vermiforme semelhante a uma pequena vírgula e apenas dois pares de pernas, apresentando coloração marrom-acinzentada. Como conseqüência de seu ataque às folhas perdem o brilho e apresentam um amarelamentoprogressivo de sua superfície intercalado com áreas verdes normais formando desenhos característicos. Esses sintomas desenvolvem-se a partir da região inferior da copa, ascendendo progressivamente. As folhas atingidas acabam caindo, resultando em diferentes níveis de desfolha das plantas.
Aspectos de Plantio
Cultivares: clones de alto rendimento. Recomenda-se para o litoral clones tolerantes ao mal-das-folhas.
Clima e solo: solos com permeabilidade e profundidade adequadas e pH entre 3,8 e 6,0 (ótimo: 4,0 a 5,5). Evitar regiões frias e baixadas sujeitas a geadas.
Época de plantio: mais favorável no início da estação das águas.
Tipos de mudas: mudas formadas no próprio saco plástico ou toco parafinado transplantado para o saco plástico com um ou dois lançamentos maduros.
Viveiro de seringueira
Espaçamento: 7 a 8 m, entre as linhas de plantio e 2,5 a 3,0 m entre as plantas na linha.
Mudas necessárias: ideal 500 plantas por hectare.
Plantio: covas nas dimensões de 0,4 x 0,4 x 0,5 m com uso da cavadeira ou em sulcos. Plantio em nível.
Controle da erosão: plantar em nível mantendo o solo vegetado no período das chuvas.
Calagem e adubação: segundo a análise de solo, aplicar calcário para elevar a saturação por bases a 50%, usando preferivelmente calcário dolomítico, até a dose de 2 t/ha. A adubação de plantio, por cova, corresponde a 30 g de P2O5 e 30 g de K2O e 20 a 30 litros de esterco de curral bem curtido, quando disponível para solos deficientes, acrescentar 5 g de zinco. Cerca de um mês após o plantio, aplicar 30 g de N por planta, em cobertura, repetindo essa aplicação mais duas vezes durante o decorrer do 1.° ano. A adubação de formação e exploração corresponde a 80 g/planta de N, 40 a 80 g/planta de P2O5 e 40 a 80 g/planta de K2O, durante o 2.° e 3.° ano do 4.° ao 6.° ano aplicar 120 g/planta de N, 60 a 120 g/planta de P2O5 e 60 a 120 g/planta de K2O do 7.° ao 15.°, aplicar 120 g/planta de N, 60 a 100 g/planta de P2O5 e 60 a 120 g/planta de K2O e do 16.° ao 25.° ano, aplicar 100 g/planta de N, 40 a 80 g/planta de P2O5 e 60 a 100 g/planta de K2O. Parcelar a aplicação de fertilizantes, em duas vezes a primeira no início e a segunda no final da estação das águas.
Outros tratos culturais: na formação - controlar plantas daninhas com herbicidas específicos ou capinas manuais desbrotar para livrar o tronco até 2m fazer formação de copa com anelamento da haste, quando necessário. Adulto - controle do mato com capinas ou herbicidas nas fileiras roçar as entrelinhas.
Culturas intercalares: indicado até o terceiro ou quarto ano de formação culturas anuais recomendadas - feijão, soja, milho etc e perenes - palmito, café, cacau, etc. Tomar o cuidado de respeitar uma faixa de pelo menos um metro de cada lado da linha de seringueira, para evitar competição por nutrientes.
Controle de doenças: no litoral, clones tolerantes ao mal-das-folhas (Mycrocyclus ulei), doença que não é problema no planalto. Em viveiros irrigados, em determinadas épocas do ano, usar benomyl, triadimefom, enbuconazole methyl, propiconazole, mancozeb e chlorotalonil. Antracnose ocorre em folíolos jovens e painel de sangria. Folíolos: fungicidas cúpricos e chlorotalonil. Painel: fungicidas à base de chlorotalonil, propiconazole e mancozeb. Oídio (Oidium heveae): enxofre.
Colheita: o látex é colhido o ano todo com sangrias a cada três, quatro, cinco ou até sete dias. Sugere-se o uso de estimulantes após visitação técnica.
Colheita do Látex
Produtividade normal: varia com o clone e a idade de sangria. Entretanto, a produtividade média de borracha seca nos seringais no Estado gira em torno de 1.000 kg/ha ao ano.


Denomina-se viveiro a área onde as sementes recém-germinadas são repicadas para desenvolver até atingirem idade ideal para enxertia ou plantio em campo.


1. Localização
Para escolha do local do viveiro, três fatores são essenciais: tipo de solo, suprimento de água e topografia. Deve-se dar preferência para áreas com solo profundo, bem estruturado, de textura média, com disponibilidade para constante suprimento de água (evitando-se contudo, áreas sujeitas a inundações ou com lençol freático superficial, ventos frios e geadas.


2. Tipos
Em função dos sistemas de formação de mudas adotados, pode-se ter basicamente três tipos de viveiros a saber.
a. Viveiros de porta-enxertos em plantio direto no campo.
b. Viveiros cujos porta-enxertos desenvolvem-se em sacos plásticos (mudas ensacoladas).
c. Viveiro misto, onde os porta-enxertos permaneceram no campo até serem enxertados e, após transplantados para sacos plásticos.


2.1. Viveiro de campo
Escolher uma área de fácil acesso, de preferência topografia plana, com solo bem drenado e livre de inundação, e ventos frios para instalar o viveiro. Deve ser arado o mais profundamente possível e gradeado para ficar bem destorroado, de modo a facilitar um vigoroso desenvolvimento do sistema radicular. O viveiro deve ser instalado no espaçamento de 60 cm x 15 cm em filas sêxtuplas espaçadas de 1,20 m entre si. Outros espaçamentos, tais como: 60 cm x 20 cm, 70 cm x 15 cm e 70 cm x 20 cm, podem também ser utilizados, porém, há uma tendência de aumentar o custo de produção da muda à medida que se aumenta o espaçamento do viveiro. Com estes espaçamentos, o número inicial de plantas por hectare varia de 63.000 a 95.000, aproximadamente.



2.2. Viveiro em sacos plásticos
Para o preparo dos porta-enxertos ensacolados, no enchimento dos sacos plásticos deve-se dar preferência a terra de barranco, pois, normalmente, não contém ervas daninhas, restos de culturas e raízes que poderiam garantir a sobrevivência de patógenos. Pode-se utilizar também a camada superficial do solo de 0 a 20 cm.


Quanto a fertilidade do solo, é recomendável que seja feita uma análise química e as correções necessárias. Solos excessivamente arenosos não servem para enchimento dos sacos plásticos. Caso não seja possível fazer análise por qualquer motivo, usar a seguinte adubação: 0,5 kg de superfosfato triplo ou 2,5 de superfosfato simples; 0,5 de cloreto de potássio, 0,1 Kg de sulfato de zinco 300 l. de esterco de curral bem curtido, e 1,0 kg de calcário dolomítico para cada metro cúbico de terra.


Os sacos plásticos deverão ser de material virgem, com 35-40 cm de altura, 20-25 de largura e 0,2mm de espessura, com capacidade de 9-10 kg de solo. Após o seu enchimento, são encanteirados, enterrando-se até quase a borda. O melhor espaçamento deve ser 0,80 a 1,0m entre fileiras, sendo cada fileira composta por duas linhas de sacos plásticos.


A repicagem das plântulas da sementeira para os sacos plásticos previamente enchidos e estabelecidos no local, deve ser feita, no estádio de "palito". Em dias nublados e chuvosos a repicagem pode ser feita durante todo o dia, porém em dias de sol a repicagem deve ser feita somente pela manhã até as 9:00 h ou pela parte da tarde, depois das 16 horas.


Em regiões favoráveis a incidência de doenças, efetuar pulverizações semanais com fungicidas específicos.


Após o amadurecimento do primeiro lançamento, fazer aplicações quinzenais com uréia 0,2% por meio de regas.




2.3. Viveiro misto


Quando se tem por objetivo a produção de tocos enxertados de raízes nuas para plantio prévio em sacos plásticos e não para plantio direto no campo. O procedimento normal é semelhante ao viveiro de campo até a idade de enxertia. Em seguida, transplanta-se os tocos enxertados para os sacos plásticos.




3. Repicagem e plantio

Ao iniciar a germinação, repicar as plântulas, transportando-as em caixa de madeira contendo serragem umedecida e protegendo-as do sol. São necessários cuidados especiais na coleta e transporte, de maneira a não danificar as pequenas raízes. Fazer a repicagem em dias chuvosos ou nublados, e quando em dias de muito sol, nas primeiras horas da manhã ou ao cair da tarde.


Em período de estiagem acentuada, realizar as irrigações de maneira a deixar o solo ou sacos com água disponível às plântulas principalmente.


4. Tratos culturais

4.1. Capinas
Manter o viveiro livre de plantas invasoras que utilizam água e nutrientes, competindo com o desenvolvimento dos porta-enxertos, notadamente nos meses iniciais. No início, a erradicação das ervas mais próximas das plântulas deve ser manual (mondas) para não ferir a muda. Com o sombreamento do viveiro, pelo crescimento das plantas, ocorre o controle natural das plantas daninhas. O controle de plantas daninhas nas ruas entre os canteiros de mudas de saco plástico pode ser feito por meio de enxada, tendo-se o cuidado de não danificar os sacos plásticos, ou através de herbicidas tendo-se o cuidado de não atingir as mudas.


4.2. Desbaste


Devem ser feito dois desbastes: o primeiro, quando o porta-enxerto apresentar dois lançamentos maduros e, o outro pouco antes da enxertia. Eliminar plantas defeituosas e pouco desenvolvidas.


4.3.Adubação e calagem
Antes da instalação do viveiro, amostras compostas de solo serão coletadas com o objetivo de conhecer as características químicas e avaliar as necessidades de calagem e adubação. A calagem deve ser feita sempre que constatar índice de saturação de bases inferior a 40%. No cálculo da dosagem de calcário, procurar elevar o referido índice para 50%.


No viveiro, de campo, após o preparo do solo, incorporar 250 kg/hectare da fórmula 10-20-20. Se possível, aplicar esterco curtido de bovino (40t./hectare) ou de galinha (10t./hectare); ou torta de mamona (5t./hectare). Suplementar a adubação básica do viveiro com 200 kg/hectare da fórmula 20-10-10 duas vezes ao ano, no início das águas (setembro) e no fim (março) colocando o adubo em faixa ao lado da linha de plantio. Caso ocorram deficiências de micronutrientes, notadamente zinco, manganês e cobre, ocorrendo, estas deverão ser corrigidas pela aplicação de adubos foliares que contemplem os micro-nutrientes necessários, através de pulverizações a 0,25%.


Critérios Da certificação ;



1- Obediência às Leis


O manejo florestal deve respeitar todas as leis aplicáveis ao país onde opera, os tratados internacionais e os acordos assinados por esse país, além de obedecer a todos.

2 - Responsabilidades e Direitos de Posse e Uso da Terra


Os direitos de posse e uso de longo prazo relativos à terra e aos recursos florestais devem ser claramente definidos, documentados e legalmente estabelecidos;


3 - Direitos dos Povos Indígenas

Os direitos legais e os costumes dos povos indígenas de possuir, usar e manejar suas terras, territórios e recursos devem ser reconhecidos e respeitados;

4 - Relações Comunitárias e Direitos dos Trabalhadores


As atividades de manejo florestal devem manter ou ampliar o bem-estar econômico e social de longo prazo dos trabalhadores florestais e das comunidades locais;

5 - Benefícios da Floresta



As operações de manejo florestal devem incentivar o uso eficiente dos múltiplos produtos e serviços da floresta para assegurar a viabilidade econômica e uma ampla

gama de benefícios ambientais e sociais;

6 - Impacto Ambiental


O manejo florestal deve conservar a diversidade ecológica e seus valores associados, os recursos hídricos, os solos e os ecossistemas e paisagens frágeis e singulares e,

assim, manter as funções ecológicas e a integridade da floresta;


7 - Plano de Manejo



Apropriado à escala e à intensidade das operações propostas – deve ser redigido, implementado e atualizado. Os objetivos de longo prazo do manejo florestal e os meios

para atingi-los devem ser claramente definidos;

8 - Monitoramento e Avaliação


O monitoramento deve ser conduzido – de acordo com a escala e a intensidade do manejo florestal – de modo a avaliar as condições da floresta, o rendimento dos produtos florestais, a cadeia de custódia, as atividades de manejo e seus impactos ambientais e sociais;

9 - Manutenção de florestas de alto valor de conservação


As atividades de manejo de florestas de alto valor de conservação devem preservar ou incrementar os atributos que definem estas florestas. Decisões relacionadas às florestas de alto valor de conservação devem sempre ser consideradas com precaução;

10 - Plantações


As plantações devem ser planejadas e manejadas de acordo com os Princípios e Critérios 1 a 10. Considerando que as plantações podem proporcionar um amplo lequede benefícios sociais e econômicos e contribuir para atender as necessidades globais por produtos florestais, recomenda-se que elas complementem o manejo, reduzam
as pressões e promovam a restauração e conservação das florestas natureza.



sexta-feira, 20 de julho de 2012

Zoologia

Zoologia é a ciência dedicada ao estudo os animais no que se refere à sua biologia, genética, fisiologia, anatomia, ecologia, geografia e evolução. Em resumo, é a responsável pelo levantamento da diversidade animal, conservação e ampliação das coleções zoológicas e bibliográficas, e identificação e divulgação científica e popular.
A Zoologia oferece o subsídio necessário para a compreensão e a manutenção do equilíbrio ecológico de um determinado meio ambiente. A diversidade animal em nosso planeta é muito maior do que conhecemos. Em termos de Brasil, por exemplo, estudos realizados em 1982 (Coleopterist’s Bulletin, 36 (1):74-75) estimam que a diversidade de insetos em nossa floresta amazônica chega aproximadamente a 30 milhões de espécies.
Para a realização deste levantamento são usados inúmeros métodos de coleta, sendo que nem sempre os animais capturados são pegos da mesma forma. Isso faz com que os dados obtidos algumas vezes não possam ser comparados. Daí a necessidade de buscar metodologias que possam comparar entre ambientes e dentro do mesmo ambiente, para que se possa detectar diferentes graus de sensibilidade nos diferentes grupos taxonômicos no que se refere à alterações ambientais.
Esse trabalho alimenta a manutenção das coleções zoológicas, um patrimônio valioso dos organismos da natureza do nosso planeta. No Brasil, essas coleções vêm sendo formadas desde meados do século XIX, tendo no Museu Nacional, sediado no Rio de Janeiro, seu maior repositório. Apesar disto, ainda é um banco de dados em potencial, já que muitos grupos taxonômicos possuem ainda muito poucas espécies identificadas.
Como em qualquer área de estudo, a existência de uma bibliografia é fundamental para se registrar o progresso do conhecimento obtido na Zoologia. Por ser uma constante revisora da história do conhecimento zoológico, a Zoologia precisa ter não só uma bibliografia atual, com as publicações de estudos mais recentes, mas também do que se aprendeu com a natureza desde as primeiras pesquisas zoológicas, o que remete à informações bibliográficas de meados do século XVIII.
As informações que abastecem as coleções zoológicas e bibliográficas partem de centros de identificação, mecanismos ágeis na transferência de informações sobre a biodiversidade para a comunidade científica. Isso torna mais rápido o reconhecimento das espécies, além de facilitar o acesso ao serviço de identificação de outras instituições e pesquisadores, nacionais e estrangeiros, servindo de ponte de ligação entre taxonomistas e comunidade.
A taxonomia é o ramo da Biologia que estuda a classificação dos seres vivos, agrupando-os de acordo com o grau de semelhança. Esse agrupamento se dá, progressivamente, na seguinte ordem hierárquica: reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie. Podem existir sub-divisões para estas categorias, como subgêneros e subfamílias, por exemplo.
Os animais, tal qual as plantas, são conhecidos popularmente por nomes muito variáveis dependendo de um lugar para outro. Na tentativa de universalizar as nomenclaturas, cientistas têm, há muito, procurado criar uma designação internacional para os seres vivos. Para tanto, foi tomado como regra que, na designação científica, os nomes devem ser em latim ou latinizados.
Cada organismo deve ser reconhecido por uma designação binomial, em que o primeiro termo designará o seu gênero e o segundo, a sua espécie. O nome relativo ao gênero deve ser um substantivo simples ou composto, escrito com inicial maiúscula, enquanto que o relativo à espécie deve ser um adjetivo escrito com inicial minúscula. Essa regra não se aplica em casos em que a denominação homenageia uma pessoa célebre.
Fontes:
http://www.sbzoologia.org.br/subcategoria.php?idcategoria1=14&idsubcategoria1=38
http://www.jornaljovem.com.br/edicao16/eunausp_unidades06.php

Sistema Nacional de Unidades de Conservação

Citada no artigo 14, inciso I da lei do SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação, Lei N.º 9.985 de 18/07/00), a APA (Área de Proteção Ambiental) faz parte do grupo das unidades de conservação de uso sustentável.
Segundo o artigo 15º a APA é definida como uma área “… em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.”
A “APA” é uma das categorias de UC (Unidade de Conservação) que pode ser constituída por terras públicas e/ou privadas. Na APA deve-se restringir o uso e ocupação do solo, desde que observados os limites constitucionais e, nas áreas sob propriedade particular, o proprietário é quem deve estabelecer as condições para visitação e pesquisa de acordo com as exigências legais.
Ao órgão responsável pela administração da APA, que presidirá o Conselho da UC, cabe também, determinar as condições e restrições para pesquisas científicas no território da APA.
No sudeste, região com maior número de APAs, uma das principais áreas de preservação permanente é a APA da Mantiqueira que abrange o território dos estados de Minas Gerais (16 cidades), São Paulo (7 cidades) e Rio de Janeiro (2 cidades) com o fim de proteger uma das maiores cadeias montanhosas da região, a Serra da Mantiqueira. Qualquer UC é criada através de ato do poder público, neste caso, a APA da Mantiqueira foi criada pelo Decreto 91.304 de 03/06/1985.
Outras APAs:

Fontes
http://www.ibama.gov.br
http://www.ambientebrasil.com.br

Biodiversidade nada mais é do que a diversidade, ou a variedade

Por Caroline Faria

Biodiversidade nada mais é do que a diversidade, ou a variedade, de formas de vida no planeta. Ou seja, biodiversidade é a diversidade de espécies, genes, variedades, ecossistemas, gêneros e famílias, enfim, a variedade da natureza viva.
Na “Convenção da Diversidade Biológica” apresentada na Eco92, biodiversidade é definida como “a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e ecossistemas” (Artigo 2).

A biodiversidade da natureza.
A biodiversidade da natureza.
A idéia da diversidade das espécies surgiu com a junção da taxonomia e da biogeografia. A segunda é uma ciência que se ocupa da localização geográfica da ocorrência das espécies, e a primeira, do estudo, descrição e classificação de novas espécies, a Taxonomia. Na verdade, antes da taxonomia surgir como ciência, haviam os estudiosos que eram chamados de “naturalistas”. Dentre eles estavam, inclusive, alguns filósofos como Aristóteles e Plínio. Mas, foi só à partir do século XVIII, quando Lineu criou um sistema de classificação de espécies que formaria a base do sistema atual, que o estudo das espécies começou a se tornar um ramo distinto das outras ciências trazendo a idéia da “diversidade da vida” no planeta. Ou, biodiversidade.
Entretanto, o termo biodiversidade só ganharia mais importância à partir de 1988 quando o ecólogo de Harvard, Edward Wilson publicou um livro onde trazia o termo utilizado em uma convenção nos EUA.
A biodiversidade é o que garante o equilíbrio dos ecossistemas e, por tabela, do mundo todo. Os danos causados à biodiversidade não afetam somente as espécies que habitam determinado local, mas, todas as outras e o próprio ambiente uma vez que afeta a fina rede de relações entre as espécies e entre estas e o meio em que vivem.
Para tentar preservar toda a riqueza de vida do planeta é necessário conhecer os diversos mecanismos ligados à sua preservação e, principalmente, não interferir. A principal ameaça à biodiversidade do planeta é justamente a ação humana através de desmatamentos, queimadas e alterações antrópicas no clima e nos ecossistemas. Podemos citar como exemplo, a intervenção humana nas Ilhas de Fernando de Noronha, onde foi introduzida uma espécie de lagarto, o teju, para que se alimentasse dos roedores que infestaram a ilha por causa dos navios que ali aportavam. Entretanto, o teju preferiu se alimentar de ovos das aves e tartarugas que se reproduzem no local pondo em risco a biodiversidade do arquipélago e se tornando uma praga.
Mas o pior é que por causa dos desmatamentos e queimadas diversas espécies são extintas antes mesmo de poderem ser estudadas ou de que alguma ação seja tomada para se tentar preservá-las.
Por ano são descobertas em média cerca de 13.000 novas espécies e estima-se que existam cerca de 1,7 milhões de espécies conhecidas no planeta. Mas, esses números são ainda muito distantes do que pode existir na realidade, pois não existe nenhuma lista geral de espécies e mesmo com todos os esforços, a classificação e estudo das diversas espécies do planeta é quase uma corrida contra o tempo, antes que o homem termine por destruir o que ainda nem foi conhecido.
Os principais refúgios da biodiversidade brasileira são a Floresta Amazônica e Mata Atlântica.
Fontes:
http://www.comciencia.br
http://www.conservacao.org
http://www.wwf.org.br

Direito Ambiental

Direito ambiental é o ramo do Direito que objetiva proteger o meio ambiente. A Constituição Federal, Lei Maior do Estado, determina, em seu artigo 225:
“Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”
           Os princípios do Direito Ambiental são:
  • Proporcionalidade: entre os meios e fins, ou seja, entre a lei e o objeto de sua proteção.
  • Prevenção: os danos ambientais devem ser evitados e as medidas para tal devem ser prioritárias.
  • Poluidor pagador: aquele que causar danos ambientais devera se responsabilizar por seus atos através de penalidades, como multas, pena privativa de liberdade e a recuperação ambiental.
  • Cooperação: entre o Estado e a sociedade, no combate às ações degradadoras, e cujo principal instrumento é a ação popular, de acordo com a Constituição:
“LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;”
Além da Constituição Federal, tem-se, como instrumentos legais fundamentais para a gestão ambiental, a lei nº 4.771/65, também denominada Código Florestal, que dispõe a respeito das florestas e determina a possibilidade de criação pelo Poder Público, de Parques Nacionais, Estaduais e Municipais, Reservas Biológicas e Florestas Nacionais, Estaduais e Municipais, além de estabelecer algumas proibições de uso destas áreas, como a utilização de fogo.
Além disso, a lei nº 6.938/81, Política Nacional do Meio Ambiente, estabelece mecanismos para a administração das áreas protegidas e institui competências para o CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), as Secretarias do Meio Ambiente e o IBAMA.
A lei nº 9.985/2000, o Sistema Nacional das Unidades de Conservação, também conhecido como SNUC, define termos como “unidade de conservação”, “manejo”, “extrativismo” e “corredores ecológicos”.

Parque Nacional de Foz do Iguaçú
Além disso, divide as unidades de conservação em dois tipos: de proteção integral e de uso sustentável. Como exemplo, podemos citar que um Parque Nacional, como o Parque da Serra da Bocaina, em São Paulo ou o Parque dos Abrolhos, na Bahia, em razão de sua diversidade de fauna e flora, possui atividades restritas em seu território. Por outro lado, Fernando de Noronha, em Pernambuco, e Jericoacoara, no Ceará, constituem áreas de proteção ambiental e, portanto, com menos restrições de uso.
A lei nº 9.605/98, Lei de Crimes Ambientais, dispõe a respeito das condutas lesivas contra o meio ambiente e suas sanções, visando, justamente, conscientizar a sociedade e, ainda, punir aqueles que degradarem.
O Direito Ambiental, portanto, é o conjunto de normas e a doutrina que, além de estudar os instrumentos legais vigentes, busca soluções e interpretações que para as lacunas legais. Sua intenção é a proteção e a conservação ambiental através da análise da lei frente ao comportamento humano.
Fontes:
Imagem: http://www.clickfozdoiguacu.com.br/foz-iguacu-noticias/parque-nacional-foz-do-iguacu-recebe-mais-turistas-estrangeiros-em-2008

Licenciamento Ambiental


Legislação Ambiental


Consulte aqui a legislação aplicada ao licenciamento ambiental:

Diplomas Legais referentes ao Licenciamento Ambiental
Constituição Federal
Leis
Medidas Provisórias
Decretos
Resoluções
Instruções Normativas
Portarias
Outros Regulamentos do Licenciamento Ambiental
Leis
Decretos
Resoluções
Portarias
Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de Poluentes Adotados
Leis
Decretos
Resoluções
Portarias

licenciamento ambiental é uma obrigação legal prévia à instalação de qualquer empreendimento ou atividade potencialmente poluidora ou degradadora do meio ambiente e possui como uma de suas mais expressivas características a participação social na tomada de decisão, por meio da realização de Audiências Públicas como parte do processo.

Essa obrigação é compartilhada pelos Órgãos Estaduais de Meio Ambiente e pelo Ibama, como partes integrantes do SISNAMA (Sistema Nacional de Meio Ambiente). O Ibama atua, principalmente, no licenciamento de grandes projetos de infra-estrutura que envolvam impactos em mais de um estado e nas atividades do setor de petróleo e gás na plataforma continental.

As principais diretrizes para a execução do licenciamento ambiental estão expressas na Lei 6.938/81 e nas Resoluções CONAMA nº 001/86 e nº 237/97. Além dessas, recentemente foi publicado a Lei Complementar nº 140/2011, que discorre sobre a competência estadual e federal para o licenciamento, tendo como fundamento a localização do empreendimento.
A Diretoria de Licenciamento Ambiental é o órgão do Ibama responsável pela execução do licenciamento em nível federal. A Diretoria vem realizando esforços na qualificação, organização e automação dos procedimentos de licenciamento ambiental, e para tanto, disponibiliza aos empreendedores módulos eletrônicos de trabalho e ao público em geral, inúmeras informações sobre as características dos empreendimentos, bem como a situação do andamento do processo.

Pretende-se que o sistema informatizado agilize os trabalhos e as comunicações inerentes ao processo de licenciamento e permita maior visibilidade e transparência para os processos de licenciamento em tramitação no Ibama.



[DIR] Competência para o
[DIR] Dragagem                 
[DIR] Dutos                    
[DIR] Exploração de Calc  
[DIR] Ferrovias               
[DIR] Hidreletricas            
[DIR] LT/                     
[DIR] Mineração            
[DIR] Nuclear                
[DIR] Outras Atividades      
[DIR] PCH/                      
[DIR] Parque Eolico          
[DIR] Petroleo/                 
[DIR] Porto                 
[DIR] Processos             
[DIR] Recursos Hidricos       
[DIR] Relatórios CONAMA 393   
[DIR] Rodovias/              
[DIR] UTE                     

Fixação do carbono

Fixação do carbono é a denominação para o processo que remete ao fato do organismo absorver dióxido de carbono. Este processo ocorre graças ao Ciclo de Calvin (ou como é mais comumente conhecido: fase escura da fotossíntese), onde o dióxido de carbono é ligado à um aceptor, originando como produto de uma reação de redução uma molécula de CH2O (um carboidrato). Porém, sinteticamente podemos dizer que o ciclo de Calvin consiste numa cadeia de reações químicas que utilizam as moléculas de CO2 para formar moléculas mais complexas, tais como aminoácidos, ácidos graxos e carboidratos. Há conhecidamente três tipos distintos de fixação do carbono: C3, C4 e CAM. A seguir veremos a descrição de cada tipo:
* C3: a fixação C3 recebe este nome porque o produto originado da reação fotossintética é uma molécula com três carbonos, o ácido 3-fosfoglicérico. Neste processo há uma molécula aceptora denominada ribulose 1,5 bifosfato ou simplesmente RUBP (formada por cinco carbonos e dois átomos de fósforo) que sofre a adição de moléculas de CO2 através da reação de carboxilação. Essa adição só é possível porque há a presença de uma enzima conhecida como RUBISCO (ribulose 1,5 bifosfato carboxilase-oxigenase). Esse tipo de fixação é largamente utilizada pelas espécies vegetais habitantes de zonas tropicais úmidas.
* C4: a fixação C4 recebe este nome porque o produto originado da reação fotossintética é uma molécula com quatro carbonos, o ácido oxalacético. Porém logo esse ácido é reduzido após sua formação à dois outros ácidos: o ácido málico e o ácido aspártico. Esse tipo de fixação é característico de plantas resistentes à exposição excessiva á luz solar, pois essas moléculas de quatro carbonos minimizam a perda de água que aconteceria naturalmente devido ao intenso calor, isso graças ao fechamento por mais tempo dos estômatos desse vegetal influenciado pela presença do ácido oxalacético.
* CAM: este tipo de fixação está diretamente ligado à economia potencial de água por plantas habitantes de regiões desertificadas ou intensamente secas. Neste tipo ocorre o fechamento dos estômatos do vegetal durante todo o dia, que é quando ocorre a exposição em excesso da planta ao sol, para evitar a perda de água. Os estômatos apenas se abrirão durante a noite para absorver o dióxido de carbono que será utilizado no dia seguinte pela planta.
Bibliografia:
www.osvaldoelobo.com.br/arquivosestudo/plantas_c3_c4_cam.pdf
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fixação_do_carbono
http://www.colegioweb.com.br/biologia/a-fixacao-do-carbono.html

Neurobiologia

A pesquisa de neurobiologia no Brasil é muito recente, porém já algum tempo tem sido realizada em vários países. Na USP já foram realizadas pesquisas que constatam que as plantas tem auto consciência e interagem não apenas na superfície como também nas raízes. Elas conseguem competir no meio ambiente com outros microrganismos e reconhecem entre si, as do mesmo fenótipo e genótipo. Existe uma sinalização elétrica celular e intracelular que age como mecanismo de transmissão de informações entre as plantas, sofrendo interferência do crescimento de raízes da mesma espécie e também de outras espécies.
A experiência em resumo foi o seguinte: retiraram o ápice principal, deixando-se apenas 2 raízes por planta. As plantas foram colocadas em duas condições diferentes, sob competição e sem competição; os experimentos foram realizados numa câmera em crescimento de fatores bióticos e abióticos controlados.
Foram formadas por três junções e em cada junção foi colocada uma planta que teve sua raiz dividida em dois vasos , casa vaso com 2 raízes diferentes, provocando assim a competição entre as plantas. Observou-se crescimento diferenciado mostrando que as plantas detectam a presença de outras plantas vizinhas que competem por recursos mesmo aquelas que tem alto grau de parentesco. Pode ser observado que as plantas conseguem então, discriminar através de suas raízes quem é ela e quem é outra, podendo com isso existir um processador de informações em plantas. Não há logicamente um complexo sistema nervoso, mas uma rede neural.
Alguns estudiosos relatam que em experiências com plantas, foi constatado que as plantas reagem como os seres humanos, possuindo emoções e mostrando alegria, medo, angústia e depressão. Reagem a pensamentos sobre seu bem-estar e simpatizam-se com seres humanos que as cultivam. Os céticos dizem que estas impressões são meramente fantasias, porém Peter Tom Kis e Christofer, publicaram o livro “A vida secreta das planta”, Harper & Row, New York, 400 páginas que se tornou um best-seller mundial. Em outros países também tem-se verificado respostas ligando a planta à um polígrafo de última geração que acarretou em um pico no polígrafo um momento antes do cientista atacá-la com uma tesoura, porém para conseguir fatos consistentes, essa experiência precisará ser realizada diversas vezes para que haja credibilidade no âmbito científicos. Porém foi realmente uma vitória conseguir uma detecção como uma forma de leitura de pensamento, sabendo que aquele cientista com a tesoura, iria agredi-la, mas toda comunidade científica está muito otimista com os resultado alcançados e reunirão esforços para confirmarem que as plantas não são meras absorvedoras do solo, e sim um organismo vivo e consciente.

A vassoura-de-bruxa



A vassoura-de-bruxa é uma doença fúngica típica de cacaueiros, ocasionada pelo basidiomiceto Moniliophtora perniciosa. É, sem dúvida, uma preocupação para os plantadores de cacau. Esse fungo ataca especialmente os frutos e brotos causando a diminuição significativa na produção, e em alguns casos pode levar o cacaueiro à morte.



Surgida na bacia amazônica, esta doença é uma das doenças fitopatológicas mais graves do Brasil. Só na década de 90 a produção por ano caiu de 320,5mil toneladas para 191,1mil toneladas, uma redução de quase metade somente por conta desta doença. E quando o mercado internacional consumidor do cacau brasileiro tomou conhecimento da infestação desta doença, reduziu seu consumo e já não queriam mais pagar o preço praticado até então. Com a produção em queda vertiginosa e o consumo também, havia mais cacau do que compradores, o que obrigou o desaquecimento nos preços. Hoje a produção está reduzida praticamente à saciar a demanda interna do país.

Entre tantas tentativas de controles sugeridas, muitas ineficazes, a que melhor se encaixa é a de plantar mudas modificadas geneticamente, mais uma vez o melhoramento genético está como base de um estudo. O que ocorre é que as mudas agora plantadas são mais resistentes à vassoura-de-bruxa, com isso menos suscetíveis à contaminação. E é essa técnica que está sendo atualmente utilizada no sul da Bahia. O problema é que estas espécies são resistentes, mas não imunes. Então com o passar das gerações podem se tornar outra vez frágeis.

Com tantas dificuldades de combater essa doença, foi lançado um programa para sequenciar o genoma da vassoura-de-bruxa. Num esforço conjunto de várias áreas de pesquisa (biologia celular, morfofisiologia, bioquímica, etc…) será possível obter resultados (dados) e cruzá-los, para tentar descobrir qual a sequência genômica responsável por tantos prejuízos. Desta maneira então tentar propor uma solução de controle mais eficiente, menos vulnerável e não efêmera. Ainda que seja um estudo a longo prazo, o resultado obtido poderá ser igualmente duradouro.

Bibliografia:
http://www.indiosonline.org.br
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vassoura-de-bruxa
http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=873&sid=9